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Forum Cinema em Cena

Indiana Jones

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    Indiana Jones reacted to Cremildo in Prometheus (dir Ridley Scott) 2012   
    Aos fãs (que leiam inglês) recomendo este ensaio, no qual o autor interpreta o filme sob a ótica de Nietzsche (Assim Falou Zaratustra) e Lovecraft.
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    Indiana Jones got a reaction from Dook in Prometheus (dir Ridley Scott) 2012   
    O filme é uma pérola. Scott não perde tempo com falso desenvolvimento de personagens (que morrerão logo) e foca mais na trama e na tensão permanente. A estrutura do filme se assemelha, em uma análise mais superficial, à do primeiro Alien, mas as semelhanças param por aí. O original não tinha nenhum tema mais ambicioso para explorar (o que não é demérito algum), ao contrário do que vemos aqui. Scott e seus roteiristas não são pretenciosos de responder as questões que levantam e, quando as respondem, surgem muitas outras. O filme seria criticado de qualquer jeito, simplesmente por ser de Ridley Scott: se respondesse tudo, ia ser pretencioso e seria acusado de dar tudo de mão beijada, sem dar nada para o espectador refletir; como deixa para responder em outro filme (e neste primeiro focar na apresentação deste novo universo ao público, sem responder muita coisa e evitar que o filme fique sobrecarregado e corrido, dada a grandiosidade dos temas abordados), é acusado de enrolar e tentar arrancar mais dinheiro do público com uma sequência.
     
    A criticada cena do encontro com os aliens-minhoca, em que dois imbecis brincam com uma criatura desconhecida, também foi subestimada. É simples demais um diretor deste calibre se render a uma convenção estúpida do gênero, motivo pelo qual acredito que foi uma decisão consciente de Scott. Como dar um impulso para o segundo ato do filme começar e o terror finalmente tomar conta? Obras como Bullitt e Cidadão Kane utilizam um recurso puramente cinematográfico para por a trama em diante; sem esse elemento, não haveria filme (o trinco da porta em Bullitt e Kane sussurrrando Rosebud no início, sozinho no quarto; como alguém foi ouví-lo?). Scott une este elemento à lição de Hithcock de que ninguém aguenta muita tensão sem momentos de humor. Dois caras, provavelmente chapados pela maconha, decidem dormir no meio da sala dos vasos de gosma e acabam brincando com o alien-minhoca-cobra. É um artefato ridículo, mas o terror que se instaura a partir deste momento é extremamente bem construído. Fico imaginando um desses diretores "sérios" bolando mil artifícios para que os dois entrassem em contato com a gosma de forma mais realista, mas perdendo um tempo precioso de filme. Scott utiliza de forma consciente e bem humorada um velho clichê (não toque em nada! e os idiotas fazem o que? tocam...) para não perder o ritmo do filme. A platéia no cinema se divertiu no início da cena e ficou chocada no final, segundo minhas observações (funcionou então, não é mesmo?).
     
    Scott, aliás, já declarou que o corte de cinema é seu director's cut. Não tenho do que reclamar. A montagem dá ao filme um ritmo acertado, tenso mas não muito longo. Spielberg fez algo semelhante no estupendo Guerra dos Mundos, sem esticar muito, mas sem ser muito curto.
     
    Minha ressalva quanto ao filme são quanto à apresentação de brusca de Guy Pearce no terceiro ato. Já tinhamos pistas sobre isso (ok, estava bem óbvio até), mas não funcionou de forma muito orgânica. Não machuca o filme de forma grave, mas a construção do roteiro poderia ter sido mais elegante neste aspecto.
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