Iswanon

O país perfeito, sem corrupção. A corrupção é inerente à maquinária estatal. Até mesmo os países mais desenvolvidos político-economicamente partilham deste mal. O que se pode observar, porém, é que quanto menor a presença do Estado na economia, menor a corrupção. Logo, é por este caminho que devemos seguir, e não através de reformas apaixonadas que nunca resolveram nada em lugar nenhum.

O autoritarismo é reprovável em qualquer grau. Existem evidências claras e próximas de que a solução para um povo leigo é a educação e não o autoritarismo. A Venezuela e a Bolívia, por exemplo, têm um povo muito menos "apto" a escolher que o nosso, e mesmo assim a ditadura trouxe resultados extremamente negativos. Temos como exemplo também a própria história brasileira na ditadura militar. Afora isto, não considero a nossa população tão imatura assim. O maior problema é a falta de educação econômica (que não se resolve nas escolas, já que é uma ignorância partilhada pelos professores também) que certamente viria com a experiência caso fossem tomadas as medidas eficientes neste setor.

O questionamento não deve ser em âmbito político, porque a democracia já é vigente e funciona bem como tal (são eleitos aqueles em quem o povo vota). A reforma que o país precisa é econômica. Precisamos de um capitalismo mais liberal, com um Estado menos intervencionista, para sanar os principais problemas do Brasil: corrupção (que é conseqüencia estatal direta), crise do sistema previdencialista (o Chile é um país sul-americano que está bem à nossa frente neste sentido), desemprego (substancialmente agravado pela rígida CLT), entre outros.

Bom, enfim. Eu lembro de ter lido (não consegui encontrar informação exata, se alguém puder me indicar agradeço) que um aluno da UFRGS custa em média 5 vezes mais que a mensalidade da PUCRS. Infelizmente, por mais que o número pareça exagerado, é incontestável que o Estado é economicamente retardado e portanto as instituições educacionais são extremamente ineficientes (custo x retorno) tal qual qualquer outro serviço estatal. Ao mesmo tempo, com a evidente inferioridade do ensino fundamental e médio públicos em relação aos particulares, a concorrência entre alunos oriundos destes diferentes sistemas é claramente injusta. A medida das cotas é conceitualmente equivocada, principalmente no caso brasileiro em que parte do preceito racial, e não social. Segundo pesquisa realizada em 2003 pelo INEP, as universidades públicas brasileiras somadas ensinam aproximadamente 120 mil alunos. Apesar da ausência de dados, todos aqui podem deduzir que uma extrema maioria destes estudantes - que tiveram condições de pagar colégios particulares e bons pré-vestibulares - são de classe média e poderiam na verdade pagar uma universidade particular. A situação do ensino superior é que há sim investimentos significativos no setor mas as vagas estão sendo dadas a quem não precisa. A melhor reversão deste quadro é, sem dúvidas, a privatização destas universidades. Com a verba hoje extremamente mal-administrada, o governo poderia pagar a mensalidade da faculdade particular (posso prever que ocorreriam acordos entre esta e o governo) para um número muito maior (duas, três, quem sabe quatro vezes maior) de alunos, que teriam de provar que não podem cursar ensino superior de outra maneira. Quem puder, paga.

E a tendência do governo atual é reestatização.

Alguém por favor encontre o custo de um aluno da USP e um da PUC, pra eu poder depois citar fonte de um argumento óbvio.

Tardiamente, assino embaixo sem mudar vírgula.

Em primeiro lugar, isso JÁ ocorre. Qualquer pessoa com alguma noção de realidade sabe que se eu - sendo ou não uma gestante - sair na rua nesse momento consigo em cinco minutos a droga que eu quiser. A solução para este problema específico que você colocou não é a ilegalidade (que não resolve nem aqui nem em qualquer outro lugar) e sim a conscientização. Se um centésimo que fosse (não dá pra esperar muito dos nosso políticos, né) do que o governo arrecadasse no comércio das drogas então legalizadas fosse aplicado em programas sérios que propagassem informações sobre estas substâncias, o resultado obtido seria MUITO maior do que aquele que hoje obtemos com a nossa constituição. Não é só porque existem problemas muito maiores que devemos esquecer os de suposta segunda instância, como este. Discordo que resolver um faz esquecer o outro, que "veda os olhos". A História mostra que as problemáticas de todas as nações foram e são resolvidas uma a uma e não necessariamente em ordem de magnitude. É justo este pensamento atrasado que nos faz patinar há décadas: tolerar um problema ou injustiça porque há coisa pior. Desconsiderar o roubo de um porque tem quem roube mais. Como eu já disse anteriormente, a ilegalização não é bem-sucedida em coibir o uso e muito menos em informar o público. Muito pelo contrário, a quantidade de informação acessível hoje no Brasil sobre a maconha é ridícula, situação agravada pelos números artificiais de usuários que a ciência possui - conseqüencia da constituição atual. Óbvio que cabe. A discussão é JUSTO essa - quais as conseqüencias da realidade e da proposta. Ignorar o número seria como passar reto pelo âmago da discussão toda - mas é claro que isso pode lhe ser conveniente. Se você não quer considerar os malefícios para a sociedade, vai discutir o quê? Aspectos religiosos? O que a Cabala diz sobre isso? Não, não cabe novamente. Você não está analisando as conseqüencias da realidade e da proposta. E já não respondeu o que eu disse anteriormente sobre este argumento: "Completamente diferente foi tua comparação entre a legalidade da maconha e da corrupção, que são não somente profundamente distintos em intensidades como em todos seus outros caráteres distintivos, e você está agrupando um grupo deveras maior com menos proximidade, o dos males."

hahaha olha o escândalo. btw, Hitler também chegou ao poder para que o comunismo não o fizesse.

Evidentemente. Se você diz... É uma relação que você deliberadamente forja. Colocar em mesmo plano maconha e corrupção é tão coerente quanto prender um jovem fumando um beck na esquina. Se você se der ao trabalho de pensar de verdade sobre isso (pois tenho certeza que foram lapsos causados pelo impulso e a pressa, é claro), perceberá que a corrupção é um malefício à TODA a sociedade - todos são afetados - em prol de um grupo extremamente minoritário, sem justa causa. É um roubo. Muito diferente é a situação do usuário da maconha, que prejudica sim a própria saúde - não vou negar, mesmo que isto seja geralmente bastante acentuado pelos interessados - mas deve ter a OPÇÃO de fazê-lo.

Como se pobre deixasse de fumar por ser ilegal, né.

Não há nada que leve à conclusão de que o ensino nas universidades públicas se tornaria equivalente ao da PUC (não que as PUC's sejam ruins) depois das privatizações.Ocorreria justamente o contrário. Universidades particulares são muito mais eficientes e funcionais. Num mercado desimpedido a própria concorrência se encarregaria de eliminar aquelas instituições cuja qualidade de ensino não atingisse um patamar mínimo aceitável. Só gostaria de acrescentar que justo devido ao rígido sistema de seleção das universidades federais, é EVIDENTE que os alunos destas instituições estarão melhor preparados que os estudantes da PUC ou assemelhados, não em função do curso em si mas da própria habilidade de abstração dos universitários já comprovada no vestibular.

Enquanto o sistema de ensino público for ineficiente da maneira que é, com inúmeros funcionários supérfluos recebendo mais do que conferem suas horas de trabalho (não são todos), não existe orçamento que baste. Muito mais conivente seria a privatização destas instituições, de forma que o Estado seria responsável por financiar o estudo de alunos que comprovadamente não têm condições de pagar sua própria universidade - o orçamento atual seria muito mais do que suficiente para tanto. Atualmente a maioria dos que compõem o corpo estudantil da USP (e outras universidades públicas) poderiam perfeitamente pagar uma faculdade privada.