Jump to content
Forum Cinema em Cena

Gustavo Adler

Members
  • Posts

    2468
  • Joined

  • Last visited

  • Days Won

    15

Everything posted by Gustavo Adler

  1. Eu assisti, e tive a mesma sensação, mas acho que é melhor do que Begins, porque enquanto o Nolan meio que ignora o fato do Bruce Wayne ser um bilionário e que isso reflete, querendo ou não, na degeneração de Gothan (e até faz propaganda a favor quando diz que as empresas wayne iria pra uma votação rpa se tornar pública de modo que um dos membros socios pudesse ganhar dinheiro cm corrupção, em uma clara propaganda de que desejar que toda a riqueza de Gothan através do Wayne se torne um bem público que beneficie toda a cidade é um ato de quem apenas quer ganhar dinheiro ao tornar a empresa uma coorporação pública, quando não é necessariamente verdade). Sim, vendo o filme eu percebi isso, mas eu entendo a critica, também visualizei certos maneirismos de filme de heroi. O filme me agradou, mas os maneirismos de filme de heroi (como no final, após todo o misterio do charada ter sildo resolvido, ainda ter um grupo que o charada participa que tenta matar a candidata a prefeita e cria um ultimo ato de porradaria e atuação heroica do Batman) pode parecer meio enfadonho. Eu tive alguns momentos que se eu virasse a chave, e encarasse: "aah, é só mais um filme de heroi", eu teria me desconectado. O lance que eu havia demonstrado incomodo nos trailers, de ver o Batman a lá superhomem, levando bala e nem sentindo, realmente deu o tom do Batman, que levou até tiro de escopeta hahahaha Mas, por incrível que pareca, isso, ao meu ver, enriqueceu mais, pois, de fato, ele parece imitar o Superhomem, pareceu que o Reeves estava fazendo um Superhomen vestido de Batman, com um porém: O próprio filme assume que o Batman é um bilionário orfão escondido em uma mansão que enquanto está nos seus dois primeiros anos de vigilante vingativo, descarregar suas dores batendo nas pessoas de classes mais baixas, e, sendo assim, o fato do Batman ser um Superman não é porque o Batman é um super man, mas porque ele é um bilionário que é isso que faz ele ser intocável, inabalável como um Super man. É igual a polícia tropa de choque toda equipada com mil armaduras, que fica intocada e inabalável frente a população que se manifesta contra as medidas de um governo. Então, parece sim que o Reeves quis transformar o morcegão em um "deus intocável" das sombras, que mesmo as pessoas armadas não irão derruba-lo, mas sendo quem transforma o Batman em Deus não são seus superpoderes, mas ser um integrante da elite. E enquanto ele vai descobrindo, através do Charada, que a elite econômica da cidade, do qual ele faz parte, é a responsável pela deterioração de Gothan, ele vai aprendendo que atuou como mlicia fascista esses 2 anos, ao invés de oferecer suporte para a população não ficar tão susceptível a ser aliciada pelo crime, enquanto combate a elite "corrupta" de Gothan. isso foi o que gostei do filme, mas o filme tem problemas sim, esse tom detetivesco, no fim, foi só pra incrementar o filme de super heroi que é o Batman, porque, no fim, os enigmas eram meio "fáceis", a investigação foi toda chupada do Seven, mas sem ter a complexidade do mesmo (porque se tratava de um filme de heroi que tinha que envolver cenas de adrenalina, porradaria, ações heroicas...), e os maneirismos de um filme de herói, tipo, reduzir o espectro da realidade a um ambiente simplista, como, por exemplo, reduzir os problemas das pessoas que estão envolvidas no crime mas que estão em classes mais baixas da sociedade, a probemas como ser uma imigrante que está nas mãos da elite que retem seu passaporte (amiga da Selina), ser uma pessoa nascica em um ambiente de prostuição e atuação do crime (a própria Selina). Da a sensação de que todo o problema do crime na cidade é porque pessoas de classes mais baixas estão em uma situação degradante (pelo menos nos aspcetos que estamos acostumados a entender como sendo degradantes).
  2. Hmm, ainda não assisti, e temo sentir o mesmo que esse critico, de mais uma historia contada mil vezes. A única coisa que vejo que o Batman pode explorar e que nunca explorou foi o fato de criticar o quão classista e "corrupto", e fácil, é um bilionário comprar equipamentos de policia de choque para sair batendo em pessoas de classes mais baixas, empregados de coorporações, se colocando como super heroi e justiceiro.
  3. Será que o filme vai questionar o porque os Wayne possuem um reinado enquanto a maioriia dos trabalhadores sofrem com o dia a dia se esgueirando nas esquinas a procura de um espaço, ou vai ficar só na ladainha de ser ma cidade corrupta e dominada por marfiosos? (porque, convenhamos, "corrupção" e "marfia" é apenas um bi produto de uma sociedade de castas, todo mundo necessita correr atrás de uma forma de alcançar a casta superior para não viver a vida humilhante da casta inferior, o lance do Charada questionar a parte dos Wayne na responsabilidade de Gotham ser corrupta como é me pareceu que talvez o diretor tivesse os culhões de questionar até porque a Warner é um reinado inabalável enquanto muitos se debatem para manter-se vivos, ops, Warner não, Waynes (levando em conta também os filmes do planeta dos macacos que o Matt Reeves fez que, em algum grau, tratava dessa questão de conflitos inter-nacionais, em que um possui um aparato gigantesco de onde se necessita de recursos infinitos que pressiona a buscar novos espaços onde habtam outras populações enquanto escala uma crise pandemica)
  4. SIm, mas a abordagem do segundo filme é olhando pro primeiro através dos olhos de um personagem do segundo (e personagem muito representado como parte da comunidade negra), ou seja, soa mais como a forma com que a história ficou conhecida (e se faz pertinente nos questionarmos se é a forma com que ficou conhecida pela comunidade negra), mais do que a história em si. E o Candyman no primeiro filme fala justamente do racismo não como uma relação direta inter pessoal causal entre negros e brancos e brancos e negros, mas como um estado de violência contra uma comuidade inteira em que, ocasionalmente, uma pessoa branca, que por ventura, possa vir a tentar (se beneficiar?) se aventurar ali possa vir a sofrer. Muito embora o primeiro filme fosse feito por um roteirista e diretor branco, o filme tem um claro recorte social, um claro denúncio das consequencias de uma sociedade de classe (racista) para as camadas mais baixas (em sua maioria negra). É só ver que quando a branca universitária (que é desvalorizada pelos professores brancos homens - recorte de genero já presente no filme, ou seja, os idelaizadoes dessa obra tinham uma noção bem delineada da questão social e estava colocando isso no filme) foi a Cabrini Greene, lá era claramente uma área marginalizada, de pessoas com baixo poder aquisitivo e sem acesso a infra estruturas básicas, bastante vigiada pela polícia, e com fama de ser um local violênto. O primeiro filme realmente não quis tratar da branca indo fazer uma tese de faculdade (utilizando corpos negros como escada?) como uma denúncia do fato das pessoas brancas (inevitavelmente) acabarem se beneficiando, enquanto buscam dar sustento as suas vidas nas profissões que escolheram, dessa estrutura e se valendo da condição de precariedade e marginalidade com que pessoas de baixa classe se encontram. O primeiro filme não teve essa intenção, mas, por ser escrito por pessoas brancas, acabou que, inconscientemente, sendo um sintoma que foi muito bem abordado e jogado na cara pelo segundo filme (feito por uma pessoa integrante da comunidade negra e das suas vivências e estudos). O segundo filme, ao comentar o primeiro através do ponto de vista de um personagem negro do segundo filme, acaba denunciando o fato de que, "mais uma branca foi querer tratar pessoas negras como dados de sua tese para publicar livros e teses, mas quando foi se deparar com a realidade viu que o buraco era mais em baixo, e acabou fazendo parte" (seja como vítima, seja como a causadora, mesmo porque, o primeiro filme o Candyman também pode ser apenas um delírio de alguém que vivencia aquele estado de paranóia que fica suspenso no ar em um local com a fama de ser um local violento, vamos lá, todo mundo já passou por uma experiência mínima que seja de ir a uma rua que todo mundo diz que tem assalto, que é violenta, e fica com aquela sensação de que tá vendo um ladrão ou estuprador a cada esquina, e todo mundo sabe que quantos foram os casos de crimes que a sociedade culpou uma pessoa de cor de pele negra como a culpada quando a única certeza que se tem hoje é que ela não foi a realizadora do ato). A maior força desse filme, e foi uma das forças que poucas vezes vi em um filme, quero dizer, nem nos filmes que procuram através das suas histórias explorar mais a condição de uma sociedade de castas racista, que foi o fato desse filme tratar essa condição não como uma relação causal inter pessoal entre uma classe e outra, ou entre pessoa membro de uma casta e outra, e nem (só, também, mas não só) como uma estrutura de poder que se beneficia e estimula essa sociedade estratificada, mas que trata essa condição como uma maldição mesmo, como um estado de coisas do qual as estruturas de poder se formaram e hoje atuam (e se beneficiam), e que reflete nas relações inter pessoais e inter-classes das mais variadas formas, até mesmo das formas aparentemente inversas do que seria esperado de uma relação de explorador-explorado. Bicho, ai que se engana, o problema da gente ler o racismo só como uma questão inter-pessoal causal onde o branco gera sofrimento ao negro é errada, E eu vi esse filme novamente, e, como você apontou, no primeiro olhar, parece não fazer sentido a essa lógica da maldição do Candyman ser a maldição racista, quando ele corta o pulço do protagonista, chama a polícia, e inventa a história de que viu o assassino andando por ali. Mas, na verdade, a mensagem é clara, o racismo se apresenta também na condição de violência com que a população periférica se encontra, tendo que lutar entre si sobre a esperança de conseguir um lugar melhor ao sol. É a população negra a toda hora se vendo a passar por traumas que são rememórias do passado. E, quanto a narrativa do filme, para mim, colou muito bem, era uma pessoa que acreditava na lenda e que desejava po-la em prática, e o personagem principal estava "possuído" pelo espírito de Candyman. No fim, a mensagem não era exatamente para a lenda de Candyman caçar brancos, mas era para não deixar a lembrança da dor, a epigenética de tantos traumas, acabarem, mesmo porque, além da reparação que é preciso ser feita, esses traumas continuam existindo, bastando que se de motivos pros cães do estado fazerem o que sempre aprendeu a fazer. É um estado de "vibração" da sociedade que tem contra a população negra que paira eternamente no ar, dos quais as pessoas negras sentem, e, o máximo que o avanço fez foi inibir que esse estado se manifeste na matéria, precisando para tanto de uma justificativa qualquer que seja. Mas o estado está lá. Em contrapartida, o trauma e a violência decorrente também continuam e continuarão presentes enquanto esse estado pairar no ar da nossa sociedade. Repito: A maior força desse filme, e foi uma das forças que poucas vezes vi em um filme, quero dizer, nem nos filmes que procuram através das suas histórias explorar mais a condição de uma sociedade de castas racista, que foi o fato desse filme tratar essa condição não como uma relação causal inter pessoal entre uma classe e outra, ou entre pessoa membro de uma casta e outra, e nem (só, também, mas não só) como uma estrutura de poder que se beneficia e estimula essa sociedade estratificada, mas que trata essa condição como uma maldição mesmo, como um estado de coisas do qual as estruturas de poder se formaram e hoje atuam (e se beneficiam), e que reflete nas relações inter pessoais e inter-classes das mais variadas formas, até mesmo das formas aparentemente inversas do que seria esperado de uma relação de explorador-explorado. E, o final desse filme é claro, não se pode deixar esse "trauma epigenético" sessar enquanto esse estado de coisas continuar, pois, caso contrário, se não houver consequencias negativas, ele tende a se retroalimentar e se perpetuar como se naturalmente as coisas fossem como são. A questão é: Não é que a personagem do primeiro filme é uma oportunista escrota que está se beneficiando do fato de ser branca e tentando sentar na janelinha da maldição, mas é o fato de que não tem como ela deixar de ser branca em uma sociedade que nunca permite se tirar as pessoas de pele mais escura da condição de negro criada desde a fundação do país.
  5. Esse filme foi um grande deboche aos fãs, a todo o hype e expectativa, a indústria, aos cliches gerados pelo impacto do primeiro filme, e a própria obra em si hahaha É meio que, assim como o BBB é o "status quo" fazendo um culto ao fato de nossa sociedade atual se assemelhar muito a uma obra que um zé doidinho escreveu uns tempos pra cá sobre uma sociedade distópica controlado por um poder cyber absoluto, o mundo hoje é muito semelhante ao primeiro matrix, só que todos estão viciados na carne virtual e não querem largar, e o Matrix 4 é um deboche meio doentiu e iônico disso, meio que como se fosse uma gargalhada pertubada, que tira sarro ao mesmo tempo que não sabe para onde ir, não vê mais sentido na própria obra.
  6. Não necessariamente, o homem contava histórias antes de haver mercado. E muitos fazem cinema sem levar pro mercado, O valor é em si mesmo, e não no retorno que se teria ao levar pro mercado
  7. Mas eu acho que meio que é isso que o filme quer fazer na gente. O foda é que só quem sente esse desespero ou desilusão é quem já está vendo a merda acontecendo desde a muito tempo! E eu não estava faando de ti sobre "só que o mundo está no nilvel do filme, só quer se negar a aceitar isso." mas ate como desabafo de quem acabou de assistir o filme (tipo um tiro pro alto haha) na verdade, o critico (que eu gosto, aliás, confio na critica dele) tbm parece exigir um efeito circense para algo que era pra ser tratado com a maior seriedade possível, nua e crua. Não era pra rir, e se há uma oportunidade de fazer comédia em uma situação onde eramos pra estar desesperados, é porque o desespero é ainda maior, logo, o desespero vem como risada. Pow, essa parte dos maloqueiros eu me senti vingado como ela. "Foda-se, quero sentar na grama e ver o mundo se explodir enquanto gozo, bando de lixo"
  8. só que o mundo está no nilvel do filme, só quer se negar a aceitar isso. E amei o filme, e torci pelo meteoro. E para quem espera rir do filme, o filme não é pra rir mesmo não. O espirito do filme é o espirito da personagem da Lowreence. na verdade, da Lowrence somado a alguém que diante do absurdo da situação da população, manda o foda-se e escarneia com quão ridiculo é a sociedade atual. O filme ou é pra ficar com vergonha de nós mesmos, ou mesmo pra espurgar nossa raiva e angustia diante de tanta estupidez, por todos os lados, afinal, o personagem masculino se vê encantado uma certa hora e passa por um breve momento ficar acreditando nas propagandas miraculosas vendidas pelos bilionários, aliás, a própria tentativa de desviar a rota do cometa com ogivas nucleares que foi abortada já tinha grandes chances de ser um fracasso como bem diz o personagem do Di Caprio "tudo parece impossível até que se tente realizar" (algo assim) Me lembrei dos liberais encantados com o capitalismo verde, a lá Miriam leitão, Biden e companhia. Me senti representado pelo meteoro e pelos bicho lá que devoraram os lixo bilionários E sobre o critico, só o fato dele não levar a sério sobre "conversas sérias sobre o rumo da humanidade por causa de uma personagem" já demonstra claramente como "a vibe" está errada, essa vibe sempre de procurar o melhor entretenimento, uma oportunidade de ter um momento de gozo naquilo que o filme propõe. Ai é que está, o filme não propõe fazer você sorrir, mas sim, fazer mesmo ficar nervoso (para quem está envolvido com a seriedade da questão), e até pra sentir um gozo de sarcasmo nervoso para quem já vê isso como mensagem repetida e que precisa ser jogada na cara pra ver se o pessoal entende. Ou seja, o tom certo é mais próximo do personagem da Lawrence do que de quem vai assistir a um filme Sobre o filme ser muito auto centrado nos EUA, isso é verdade, MAS Na França tem movimento anti vacina bombando. No Brasil, país onde está ano após ano sofrendo com problema de seca mais grave e mais grave, com tempestades cada vez mais violentas, culminando nessa da Bahia (e Manaus não fica longe, desde dia 22 tá tendo uma tempestade lá que mais parece um furacão), aquecimento global aqui ou é uma piada ou uma oportunidade de fazer negócio com embalagens natureza freendly.
  9. hmmm, intrigante, pelas criticas, negativas e positivas
  10. Ai você tem que lembrar da musica haiti do caetano "De ladrões mulatos E outros quase brancos Tratados como pretos Só pra mostrar aos outros quase pretos E são quase todos pretos Como é que pretos, pobres e mulatos E quase brancos, quase pretos de tão pobres são tratados" Ou seja, o racismo, invariavelmente atinge os brancos, de uma forma ou de outra. Afinal, racializar um grupo, acaba, inevitavelmente por racializar o outro que racializou o primeiro (raças, ou sub espécies não existem na nossa espécie, nossa espécie a diferença biologica é menor do que qualquer outra espécie, a raça humana é apenas uma construção cultural). E precisamos também lembrar que o primeiro filme é produzido por pessoa branca, portanto, limitado no tema, não por questões de raça, mas por questões de não ter a experiência, o estudo em vida no tema. Aliás, um terceiro filme pode até abordar a apropriação cultural usando esse elemento que você bem apontou do primeiro filme como consequencia, afinal, uma branca sofreu as consequencias de uma politica de segurança enviezada e já sentou na janelinha da maldição como se fosse a injustiçada. Aaaah, e tem outro lance, acaba que o primeiro filme sendo colocando numa perspectiva de que colocar o branco no lugar de uma pessoa negra que normalmente é acusada de um crime que não cometeu. E coloca também a dimensão, onde um caso isolado de uma pessoa branca sendo culpada poor um crime que não cometeu ser já um caso que justifique a atenção enquanto que na população negra isso é corriqueiro (e uma maldição, percebe?) Ué, justamente, o protagonista tem uma consciencia social bastante forte, não há ninguém melhor do que ele do que carregar a maldição da vingança pelas próximas gerações. E ai você vai me perguntar: "tá, mas tentar lutar pra resolver um problema que assola o povo do qual ele representa ou faz parte não é algo justamente experado por quem tem consciencia social bastante frorte?" Ai é que está, a maldição não é a vingança, não é somente refletir de volta pra sociedade o que o racismo causa ao povo negro. Na verdade, a maldição é justamente carregar o peso de, inevitavelmente, ter que lidar com esse racismo mesmo que não queira, inevitavelmente, a vida de uma pessoa negra é uma vida de luta contra o racismo, é um fardo. A maldição não é necessariamente passar a mensagem adiante, mas é que passar a mensagem adiante é inevitavel, porque, inevitavelmente, amanhã, você, uma pessoa negra, estará tendo que lutar contra um estabelecimento acusando você de ladrão, um policial matando um irmão..., é inevitavelmente ter que ficar falando desse tema indefinidamente, ad eternum, quando a população negra tem muito mais o que se falar. E justamente, para quem tem consciência social, não há maldição maior. O filme, em momento algum, se pretende fazer uma luta de vingança ou de combate contra o racismo, na verdade, o filme é justamente apontando que a luta contra o racismo é uma maldição inevitavel, e que assola todos os negros, mas com um plus: com a promessa de que os brancos sintam na pele também (e, na verdade, é uma metáfora a violência acometida pelos jovens negros). E sinceramente, eu achei o final o ponto espetacular do filme, nenhum filme me deixou tão pertubado quanto esse filme, principalmente o final! Não poderia discordar mais. Além do mais, como disse, a maldição "conte a todos" não é para reparação, muito pelo contrário, é a própria maldição da inevitabilidade de quem é negro em uma sociedade bastante hierarquizada com base no racismo.
  11. Não, não estou dizendo que um humano deveria ser retratado ou não. Estou dizendo como um humano é, que, pelo que parece, o filme tbm retrata. Ou ele tem super poderes? é isso, se você faz uma aposta, tem que lidar com ela (e é essa a chave da criatividade). E sim, essa é uma impressão pessoal. Sinceramente, os filmes estão muito tediosos, porque, justamente, parece que a criação de um filme está batendo em uma parede invisível, em que ao mesmo tempo que tentam chocar, surpreender o expectador, não dão conta de acrescentar algo novo para que essa intenção proposta, por exemplo, em uma cena, se efetue, resultando em parecer mais um blefe (Os orcs são monstros inabaláveis e impeidosos, cuidado frodo, no final do filme, todos terminam sem arranhão) Não digo que todos os filmes são assim, tem muitos filmes baita filmes, bem criativos, mas justamente, eles não procuram "vender o sonho de ser a maior surpresa que o espectador terá", eles apenas se propõe a contar uma história, e muitas vezes, o valor desses filmes está no que eles querem dizer com a história contada, e não exatamente com a surpresa da história.
  12. Não falei de feio. E cinema existe antes de existir o mercado, ou seja, antes de existir qualquer vontade de adquirir o interesse de ganhar um acumulo material com a troca, existe a vontade de contar uma história. Pode não parecer, mas esse é o assunto da discussão, não se é feio ou bonito. E particuparlmente, não vejo com bons olhos o deus mercado regrando e ordenhando nossa vontade de contar histórias.
  13. Você aqui, sem querer, confirmou o que estou dizendo, mas apenas essa sua confirmação não traduz na sua sensação ao vier a cena de ação no trailer. A partir do momento que as consequencias são arranhões em um bando de gente fazendo tiroteio em seu peito, então não há consequencias alguma se a criatura que leva tiro nos peitos for um ser humano no mundo em que foi construido pela obra. Ou então ele não é um ser humano, não no modo que conhecemos, e se isso não ficar estabelecido pela obra, então vai parecer mais um subterfugio pra tentar nos impressionar. É aquele lance, parafraseando a ciência, para explicações extraordinárias é preciso de evidências robustas e inequivocas de que essa explicação, e não outra, é não só possível mas a mais provavel. Ou seja, traduzindo para o cinema, para dilemas fantásticos apresentados pelo drama, é preciso de amarração e coerencia no roteiro e nas leis do mundo onde o roteiro se insere igualmente fantásticas, caso contrário, qual a diferença para fogos de artificio? pois se é pra chamar a atenção, o filme poderia lançar mão de fogos de artificio na sala de projeção, daria no mesmo. É esse o dilema da criatividade, não adianta nada se puder mandar um foda-se pra tudo e fazer as cenas que imagina, no fim, o máximo que vai alcançar, é reproduzir uma cena de outro filme, em outro mundo, achando que tá apresentando novo. Ou seja, um Super homem ou Homem de Ferro vestido de Batman.. Sinceramente, a cena de porradaria do Batman nesse trailer fez uma aposta extraordinária, tomara que no roteiro haja coerencia extraordinaria para sustentar o que foi apresentado no trailer (ou no filme não haja essas cenas que foram vistas no trailer). Seria massa se o diretor tivesse os culhões de matar o personagem principal (e dar ao Batman um tom de simbolo e não de pessoa individual). Ou de tornar o personagem extremamente debilitado, furado mesmo. (antes de mais nada, não que não seja possível imaginar um equipamente que impeça balas de perfurar alguém https://ultimosegundo.ig.com.br/2021-10-12/celular-salva-homem-tiro.html, mas imaginemos uma segunda bala nesse celular, será que ele continuaria a parar depois de ter levado essa bala?) Aqui você está fazendo me crer que a obra vai me convecer de que os bandidos, ou não tem a intenção de matar a pessoa que o está atacando (e por isso procura atirar em pontos não fatais) ou são ruins de mira que não conseguem acertar UM tiro na bochecha, a uns 2 metros de distância. E fora fazer crer na probabilidade Fora o fato de que em 9.999.999.999.999..... de situações de filmes que toda a mais remota probabilidade de não acertar o rosto de uma pessoa em meio a um tiroteio acontecem. Ou seja, o que era remoto se torna o ar que nos circunda, dentro disso, A probabilidade desses inumeros tiros não perfurarem a resistência do colete (rapaz, eu desconheço um colete a prova de balas que resista a tantos tiros assim que o Batman levou naquela rajada de vários bandidos, mas como não sou físico e filme não tem que exigir conhecimento de fisica de ninguém... para piorar, o personagem nem caiu, nem teve um ferimento meio grave, nada)... Somado ao fato de eu ter 99% de certeza que o personagem vai terminar o filme são e salvo, como se tivesse dado um passeio no parque e levado uma topada... Resultado.... Qualquer explicação que o roteiro dê vai parecer mera desculpa, a não ser que o roteiro de uma explicação absurdamente convincente, ou for absurdamente comovente. No trailer, foi apenas uma ambientação bem massa, com cenas e temas já manjados, e com essas cenas absurdas sob a aparente pretenção de que só o dilema moral/psicológico do personage já seria suficiente para convencer de que esse risco a própria vida não foi em vão (porque, caso contrário, até se terá duvida se a vida do cabra estava realmente em risco). OOpaa, eu concordo, esse Batman ai é Chapolin colorado. MAaas... O tema principal do Chapolin colorado era justamente zoar com esses personagens da mitologia da cultura pop estadunidenses, portanto... ponto positivo pro Chapolin, ponto negativo pra esse batman ai. Aliás, esse Batman ai queria mais era dar uma experiência de divertimento com tom comico a quem o assistia (o lá, fogos de artificio também causam tais sentimentos) do que uma experiência de divertimento com tom de angustia ou em tensão, como parece que o trailer quer dar
  14. Viu? você mesmo reconhece as consequencias daquilo que a obra propõe, porque conveninentemente as nega quando se faz conveniente? O John Wick não deixou de sofrer as consequencias de uma facada, aconteceu tudo isso de fantasioso, é verdade, mas tudo ali estava respeitando a condição humana basica de que ele é mortal, que ele pode se ferir e que isso é levado em conta na hiora da luta. Tanto é levado em conta que ele nunca enfrentou um bandido de peito aberto enquanto o bandido tinha uma arma na mão, sempre que um bandido tinha uma arma na mão, o Wick antecipava a ação do bandido antes que ele tivesse a posição de atirar com mira segura no Wick (é fantasioso, óbvio, mas a fantasia aqui está reconhecendo as regras que o universo dela própria estabeleceu). Esse é o problema da soceidade contemporânea, que não entendeu o pós modernismo e acha que liberdade é fazer tudo o que quiser a revelia das consequencias daquilo que ela mesma propõe dentro da sua escolha. Não é cabresto criativo, é o que separa uma obra séria de uma obra infantilóida. Ir a fundo naquilo que se propõe, se se propõe contar a história de um personagem humano, seja uma história fantasiosa que for, tem que assumir as condições humanas dentro dessa fantasia. Homem de Ferro fez um homem "invencivel" em combate, mas na sua narrativa nas cenas de luta, estava lá a condição humana levada em conta dentro da necessidade da roupa dele está funcionando pra que a vida dele possa estar assegurada de qualquer risco. Ali sinto imersão porque no lugar dele, sabendo que essa roupa me alivia dessa preocupação, consigo visualizar-me todo poderoso enfrentando situações sem maiores preocupações que de outra maneira eu teria que me preocupar e isso inconscientemente afetaria minha tomada de decisão durante e antes da luta. O grande lance da arte é justamente esse, criar uma resposta criativa que convença a nossa consciência de que aqueles dilemas apresentados no mundo criado pelo autor tenha sido superados de forma convicente. Agora, negando os dilemas quando convem ao autor, isso acaba dando a sensação de que o autor tá é sendo desonesto e apenas colocando uma história que o convem que tenha um inicio meio e fim, não importando nada, nem mesmo se esse inicio meio e fim faz algum sentido. E aqui friso o aspecto narrativo, porque não estou falando do filme, e nem muito menos do trailer, mas das cenas de luta do trailer! Veja essa imagem e me diga, a sensação que você está tendo é de estar vendo não é um homem de ferro, um super homem? Revendo o trailer, gostei do trailer, a primeira cena que o Batman é alvejado, da para perceber que a roupa dele é bem encorpada, que faz acreditar ser uma roupa a prova de bala, mas ele é alvejado por um revolver, sim, também a queima roupa, mas também é importante frizar que o tiro ele toma em movimento que da a censação de ser meio de raspão: Consegui captar a ideia do Bruce estar com a cabeça tão insana que ele tava mandando o foda-se até pra a própria segurança na hora da batalha, mas o problema é que isso gera consequencias a altura do risco para o personagem? Se for levar em conta histórias de heróis não, pois, reafirmo, tenho 100% de certeza que o personagem terminará o filme são e salvo. Portanto, a sensação é que essa cena é só uma artimanha que o diretor quis para nos impressionar no arfã de entrar no hype de "qual herói é o mais fodão"! Ou seja, é uma sensação de filme repetido e vazio. Mas assim, é importante frizar, essas são as cenas de batalha do trailer, será que no filme o peso dessas atitudes insanas será percebido no personagem? E não estou falando o peso no sentido psicológico e moral não, mas fisico e na possibilidade dele se manter vivo ainda. Porque caso contrário, corre o risco de banalizar o que já está se banalizando nesse tipo de história!
  15. Concordo. Mas fiz uma provocação de um comportamento que vejo que em natureza meio que se parecem: A negação de aceitar a reconhecer as consequencias daquilo que é proposto! O Batman é uma proposta de heroi humano, não super humano, assim como o homem de ferro. O Homem de Ferro contorna a mortalidade de um ser humano colocando-o uma armadura de metal que já deixa claro a mensagem de super proteção, de qe, enquanto ele está vestido daquela armadura e aquela armadura estier funcionando bem, ele, até certo ponto está "imortal" Mas uma das coisas que define o personagem é ele ser humano, e isso gera implicações, implicações essas que ele tem que preservar sua vida em combate, e o Batman não é um Homem de Ferro, porque se ele for, ele deixa de ser o Batman, simples assim. Mas a comparação com o Bolsonaro, onde fica? A grande consequencia que vejo no espectro limitante da criatividade de nossa sociedade nos tempos atuais é que elas não querem assumir as consequencias daquilo que se propõe, daquilo que se escolhem, daquilo que da materialidade se foca em descobrir. Há uma concepção equivocada de liberdade onde acha que liberdade é poder escolher qualquer coisa sem que haja consequencias. Por exemplo, eu posso fazer um ser humano levar balas e não morrer e isso ainda ser considerado ser humano como concebemos. Ou você cria outra concepção de ser humano em sua obra, ou aquele personagem que você criou não é ser humano, não dá para por um personagem humano com a concepção de humano que os espectadores tem, enfrentando tiros de peito aberto sem que a própria narrativa deixe claro que naquele momento ele está "imortal", isso é negação da própria condição que a criatividade do autor da obra estabeleceu do mundo, porque não é só o lance de levar balas, mas do personagem ter plena consciencia que certamente morrerá se levar uma bala no meio da testa. E se você altera essa característica fundamental, você provavelmente alterará o personagem, será outro personagem vestido de Batman, superman com roupa de morcego, simples assim!
  16. Puxa, pois justamente a ressignificação do primeiro filme me deu uma mensagem poderosa, muito mais poderosa, e dando a dimensão maior do que o primeiro filme quis tratar. Enquanto o primeiro filme falava de uma entidade que era decorrente do racismo do qual aquele mundo é consequencia direta (tanto a entidade como também a cidade, as condições das pessoas). Já no segundo, ao assumir que Candyman não é exatamente uma entidade de um personagem fruto do racismo de tempos atrás e que se perpetua em uma sociedade fruto desse racismo do passado, mas sim um componente de várias entidades, ou seja, várias pessoas que ao morrerem em decorrencia do racismo que sofreram em épocas diferentes, mantem a maldição viva por tempos inimagináveis, portanto, aquele candyman do primeiro filme não é apenas um, mas são todos aqueles que daquele primeiro até os dias de hoje morreram em condições semelhantes e criaram uma ligação espiritual com a maldição, isso foi super bacana, porque não negou o primeiro filme (coisa que o Reboot faria, e seria uma péssima ideia, ao meu ver), mas acrescentou ao primeiro filme elementos dramáticos e temáticos. Ou seja, o Filme fala de A, o segundo assume que A existiu, mas acrescenta B, e, no fim, tanto o primeiro filme quanto o segundo, tem A+B (ou seja, não foi só o segundo filme que ganhou o carater B, mas a perspectiva do segundo filme deu essa camada B pro primeiro também, fazendo assim a gente, eu pelo menos, olhar de forma diferente o primeiro filme quando o re assisto, e quando re assisti, puta que pariu, o primeiro filme ganhou outra camada)!
  17. Gostei do filme, mas realmente a história foi banalizada pelas obras que foram inspirados por ela. Agora tem uma coisa que me chateia muito, e que é recorrente em histórias de aventura e que eu defendo que esse clichê precisa acabar. O personagem principal, do qual o filme assume que nunca matou alguém na vida, ganha a batalha contra um grande guerreiro, nas palavras de uma integrante do grupo do qual o guerreiro faz parte, e grupo esse que até mesmo o melhor dos guerreiros do grupo do qual o personagem principal disse que esse grupo eram mestres na arte. Essa mania de querer associar ao tom messianico do personagem principal de que ele nunca pode perder, mesmo se ele não tiver experiência alguma, ele vai ganhar. Isso fica tão previsivel que a gente pode acelerar o filme e passar essa parte, porque já sabemos o final. Para piorar a situação, na invasão dos soldados do imperador ao local onde o personagem principal e a sua mãe estavam escondidas, soldados da população nativa, que foram consideradas mestres na arte de luta no deserto, aparecem com uma estratégia de emboscada empolgante e avassaladora, mas, no fim, os soldados do imperador aparecem na camara onde estão os personagens principais, o que se presume que eles derrotaram os guerreiros da população nativa. Isso dá a mesma sensação do "os orcs são monstros inabalaveis e indestrutíveis, que destroem tudo por onde passam" e no fim, um personagem mata 10mil orcs em poucos minutos de filme. Cria uma expectativa, que na prática, é justamente o contrário, todos os monstros alegados, no fim, não passam de um bando de papelão. E o pior não é isso, é que isso é tão recorrente que só o fato de algum filme falar da ameaça que é o vilão, já podemos prever todo o final, que haverá uma batalha entre eles, e mesmo contra todas as probabilidades, o vilão será vencido. Para que assistir o filme, então? A sorte é que o filme Duna não é sobre a rivalidade entre o personagem principal e o guerreiro, ou entre os povos do qual fazem parte o personagem principal e os povos dos quais o guerreiro rival faz parte.
  18. Você não deixa de ter razão, mas você concorda comigo que cada personagem carrega consigo lógicas e principios fundantes e que dentro dessa lógica há um fenômeno da arte das narrativas que é a lógica interna de uma história narrada? Tipo, Batman é um ser humano dentro do univers que ele foi criado, e nesse universo, seres humanos carregam características narrativas parecidas com as que conhecemos dos humanos na "narrativa do mundo real" (falo narrativa do mundo real porque uma coisa é o humano como ele é na realidade, que estamos na eterna busca de conhece-lo, através da antropologia, filosofia, arqueologia, psicologia, teologia, comportamento animal humano, etc, outra é a percepção que temos do que é humano). Então, Batman é um personagem ficticio, fato. É um personagem que não se prende a realidade, mas sim a imaginação, porém, dentro da imaginação do qual ele foi concebido, se imaginou uma série de leis e regras dos quais caracterízam-o e diferenciam-no de tantos outros. E ai que eu entro com o fato de não ser uma questão de realismo, mas de caracterízação do personagem e de seu mundo, pois a possibilidade dele ir de peito aberto como se não tivesse a chance de morrer, ao meu ver, quebra com a lógica narrativa que fundamenta a natureza do personagem. Tipo, é verdade que como um personagem e ficção, fruto da imaginação, os seus idealizadores e criadores tem a liberdade, e devem usufruir dela para conceber do personagem das diferenres formas e modos, exercendo e explorando ao máximo, estressando a corda da criatividade. Dai as vezes é comum o personagem e seu mundo ser construido possuindo x ou y características que são de conhecimento de outros personagens e mundos, incorporando elementos desses outros mundos e personagens. Mas o meu incomodo é que, embora até fique legal o fato do ódio e rancor que move o personagem o dar forças destemidas a ponto de superar o medo da morte e enfrentar a bala de peito aberto, mas a certeza de que ele o faz sem a vida do personagem estar de fato em risco (afinal, já sabemos que o máximo que o personagem vai sofrer é um ferimento que bastará um descanso de dois dias ou uma semana e pronto), o fato dele enfrentar as balas de peito aberto em uma situação de chances de morte quase certa, quebra um limite da suspensão de crença em um lugar que é a base da formação do personagem, rompendo com a lógica narrativa do qual é a raiz da natureza do personagem, o personagem ser humano e inevitavelmente ter que lidar com isso durante o combate, não só na forma como lida com os problemas, mas no calor da emoção, onde é plausível que o calor da emoção o faça perder a noção básica das coisas (e aqui residiria a justificativa psicológica que eu poderia me acomodar pra não ter a estranheza de ver o Batman enfrentando as balas, porém, a situação das cenas de ação expostos no trailer faz com que essa justificativa seja forçosa demais, eu precise fazer um esforço danado, tal qual um eleitor do bolsonaro, ou um negacionista climático ou um anti vacina, saca? para assumir que aquela pessoa conseguiria superar o risco de morte e isso não ter consequencias gravissimas que o forçasse a lembrar de sua condição de poder morrer a qualquer momento). Concordo, mas algo em comum carrega o meu batman dos demais batmans, eles são humanos em um mundo onde a natureza humana é semelhante a natureza humana que percebemos no mundo que nos cerca. E todos os personagens procuram contornar esse efeito psicologico que essa lógica gera de sua maneira, o Batman do seriado trata de uma maneira infantilizada, onde já se presume a ausência de situações mais graves. A do Burton carrega a característica soturna do personagem, que embora não ataque como no Batman Begins, e muitas vezes vai de peito aberto pro combate, mas na maioria das vezes quando vai de peito aberto é em situação onde há chances de sair vivo, me lembro só de um ou duas cenas que o Batman do Burton enfrentou um bandido armado com arma de fogo de peito aberto, e sempre foi em uma situação em que o bandido foi pego antes que ele possa mirar e descarregar a bala no Batman, em uma situação de vários bandidos com armas brancas o Batman dando porrada em várias em uma sequencia rapida, pegando os bandidos de surpresa, não dando tempo pro que tá armado conseguir uma situação em que tenha o Batman na mira com certeza de que iría acerta-lo. Olha, achei até massa o Batman ter levado um tiro, porque já assume que os bandidos não são tão retardados e conseguem atirar nele em luta, quando, ainda por cima, estão em vantagem númerica, ou seja, assume que é quase certo que em um combate com pessoas armadas, um consiga atirar no herói. O problema foi que isso não serviu pra porcaria nenhuma na prática, Se a partir do momento que o Batman tivesse levado um tiro, tivesse caido, perdido os sentidos por um segundo, mas se recuperado momento depois e pego o bandido desprevenido, o rendendo, mesmo em situação de risco de morte iminente devido ao ferimento... Uma das coisas que define o superman é ele ser "imortal", exceto pela criptonita (e a prova de balas se insere na imortalidade do Superman) Uma das coisas que define o Batman é ser humano (portanto, não é a prova de balas, mesmo que o seu colete o seja) Bem, Hulk não é bem um ser humano, e Homem de Ferro tbm não é bem um ser humano. Se batman fosse um personagem meio lataria de carro com eletricidade que desse mobilidade e manuseio pelo Bruce Wayne, ai seria uma coisa. desejos auto destrutivos que não auto destroem? Ou seja, o batman acha que pode morrer, mas no decorrer da experiência percebe a maldição de ser imortal? é isso? Porque eu aposto um milhão de dolares que Batman no final do filme vai terminar praticamente ileso do filme. A questão não é só o Batman ligar o "foda-se tudo" e o "foda-se tudo" tem um limite. Não vejo ninguém pulando de um prédio pra salvar um amigo com a expectativa de alcançar o chão salvando o amigo de morte, "foda-se tudo". No fim, ninguém faz isso, mesmo o mais aventureirio, que no "foda-se tudo" sobe o everest sem proteção e na doida (ainda sim, toma subir o everest há a possibilidade de desistir no meio antes que morra, ou ser salvo se alguém perceber que ele está em risco, ou mesmo dele concluir a subida se tudo ocorrer perfeitamente bem, num clima perfeitamente seguro), pula pra salvar o amigo, porque sabe que ele e o amigo irão morrer. Troca o amigo por bandido, e o cara que vai pular no prédio pra salvar o amigo que pulou, por Batman enfrentando bandidos, a pergunta é: "Então o Batman estava se suicidando? porque conseguir derrubar os bandidos enfrentando rajadas de metralhadora ele saberia que não iria conseguir" E se estava se suicidando, ai entra a outra questão, a questão de que não é só uma questão de ligar o "foda-se tudo", ele caiu de um prédio de 20 andares e não morreu e salvou o amigo do suicidio? ele enfrentou no peito rajadas de metralhadora e ainda saiu só com hematomas e derrubou os bandidos? Tipo, ele ligou o foda-se em uma situação de 100% de risco, onde qualquer mente consciente e sensciente iria computar esse 100% de risco na sua elaboração de comportamento, e, na prática, o resultado é que não há risco nenhum? ele nunca morre? nunca fica a beira da morte e tem sucesso em todas as empreitadas? uaaau, é um superman, e não um batman, entende? chega a um ponto que rompe a lógica narrativa da própria base com que o personagem foi concebido. É o Bolsonarismo negando que bolsonaro é fascista, simples assim!
  19. Revendo aqui, essa forma de agir até funcionaria SE o Batman até chegar no bandido, ficasse todo lascado, mancando, sangrando, visivelmente sofresse graves ferimentos mas mandando o foda-se pra eles tamanho o ódio aos bandidos.
  20. Não é essa a questão, ao meu ver, se já foi visto antes ou não. relatei aqui um sentimento pessoal do filme, e a razão pela qual tive esse sentimento. Pra mim, a atuação do Batman que mais carregou a caracterização do mesmo em combate foi o Batman Begins, aliás, inclusive sendo coerente com o uso do simbolo de morcego como simbolo de impor medo. Batman enfrentando vilões de peito aberto, olhando só por essa imagem em si, para mim é um super man ou um hulk, ou qualquer outro. Como disse, olhando pra essa imagem em si, superficialmente. O trailer, fora as imagens bacanudas, me pareceu genérico, e a atuação do Batman me pareceu superman, é isso. O segundo cair na porrada com o Superman é algum critério pra se diferenciar os personagens? Digamos que um superman briga com o superman, o fato de estar brigando entre si é por si um diferencial dos personagens? um marcador de suas idiossincrasias? Então, o Batman de alguns autores é superman, ok. MAs para mim, continua sendo superman. Podem inventar a desculpa que for. Se for uma questão de o Batman é jovem e com ódio no sangue, agindo dessa forma impulsiva e destemida, é preciso romper com a imortalidade do personagem (não que o personagem seja imortal mas que nós sabemos que ele nunca irá morrer em um filme). Não sei como em um filme do Batman, o roteirista e diretor possa convencer o publico de que a vida dele está correndo de fato perigo na história (porque, convenhamos né, todos nós sabemos, em pleno seculo 21, após milhões de histórias desse personagem, que quando estamos lendo ou vendo uma história desse personagem, no final, esse personagem estará vivo). Talvez se antes do bruce wayne houver um extremista que tem ódio de seres humanos e sai caçando bandidos que sirva de inspiração do Batman. Nesse meio tempo, Bruce começa atuando nessa mesma pegada, sofre acidentes, precisa ir pra o hospital, paralelamente o cidadão que o inspirou acaba morrendo em ação, e isso o faz refletir sobre a necessidade de agir na porrada de forma mais inteligente, sem se expor tanto ao risco. Porque não sei se vocês sabem, mas até no confronto entre Batman x Superman na HQ, a possibilidade de morrer foi frisado pelo Batman ao falar pro Superman que ele queria impor a ele, Superman, a prospecção de ser possível morrer naquela luta. Ou seja, isso é um delimitador claro e fundante do personagem Batman: Em TODAS AS LUTAS, Batman tem que lidar com a possibilidade de sair dela morto, e isso, consciente e inconscientemente, faz toda a diferença no modo que o personagem encara, planeja e toma decisões, a longo prazo mas também no momento da ação, antes e durante. Agora, ver um Batman andando uns dois metros levando rajada de metralhadora como se tivesse recebendo picada de mosquito até esbofetear o bandido, ai me faz perguntar: "ai é o Batman ou o Superman? esse cidadão ai é realmente mortal? porque se fosse, conscientemente e inconscientemente não iria andar tão empáfito enfrentando balas, por maior que for o ódio e o sentimento de "foda-se tudo" Uma coisa é um superman enfrentando balas, que pode até machucar, mas não vai morrer. Mas quando há a morte como possibilidade, a coisa muda. E posso mais uma vez estar parecendo falar de realismo, mas não. Estou falando de um dos aspectos fundantes dos personagens. E para aqueles que acham que estou falando bem do filme do Nolan, não, não estou falando bem do FILME do Nolan, apenas da forma com que o Batman atua em UM DOS FILMES do Nolan, são coisas diferentes.
  21. Sim meu caro, mas não estou falando em referência a realidade, mas sim em referência a identidade. Uma das coisas que marcam a identidade do personagem é ele ser um humano que adota uma vida de heroi e através do poder de investimento compra bugingangas para compensar sua falta de poder. Agora, não adianta nada tudo isso se ele vai de peito aberto e leva uma bala no meio do peito, adeus personagem humano que não tem super poder. Tipo, essa frase pode parecer que eu estou me embasado, novamente, na realidade, mas não. O fato do Batman ser humano sem super poderes implica em uma série de coisas como, ter um colete, ter bugigangas, ou seja, faz parte do personagem, da sua construção. Agora, você pega um batman que fica enfrentando de peito aberto as balas, qual a diferença pra um superman? Entende? perde o diferencial, e, no fim, perde até outro diferencial, a inteligência necessária para superar a desvantagem de não ter super poderes e poder morrer, e assim, contornar esse problema em combate. Pode parecer que eu esteja defendendo que um filme totalmente de fantasia respeite a realidade. Seria ingenuidade infantiloide da minha parte. Apenas estou frisando um problema que eu vejo na identidade e construção do personagem. Mas, tipo, nem problema é porque não estou falando de um problema do filme em si (mesmo porque ainda não podemos assisti-lo, só o trailer), mas sim de um incomodo nas cenas de luta no trailer, ou melhor, de um motivo que me fez preferir as cenas de atuação do Batman de Batman Begins do que desse trailer. Sobre o trailer... atmosfera interessante, diretor e roteirista que fizeram um dos trabalhos que mais gosto, sim, considero os dois filmes do planeta dos macacos feito por ele uma obra profunda em muitos aspectos, então confio que ele poderá extrair algo de bom do universo do personagem. Mas, por enquanto, o trailer tem uma atmosfera bacana, me parece mais uma história do Batman, personagens tipicos do universo, e tal, com excessão de uma coisa, da atuação do Batman se parecer com a de um Super man ou um super poderoso, ou seja, será que tudo no trailer é generico em um visual vislumbrante e atmosfera bem bacana e o que distoa é uma descaracterização do personagem? Essa pergunta foi a sensação que ficou para mim ao ver o trailer!
  22. Mas assim, colete de kevlar protege contra bala direto com arma a menos de 5metros? E de uma rajada de metralhadora?
  23. pow, bvs se for uma referência, o filme tá ruim de referência viu!!! hahahaha mas uma coisa que fez o Nolan fez no Batman begin, principalmente, que fez o batman ser diferenciado dos demais herois foi como ele agia, e as cenas de ação do Batman, onde ele pegava os bandidos sempre de surpresa, meio como uma penumbra, um fantasma. Nas cenas, a situação se invertia, você temia o heroi, parecendo que o monstro era o Batman, e não o bandido. Nesse aqui, pelo menos pelo trailer, o Batman vai de peito aberto, insano, é verdade, mas vai de peito aberto pra porrada. Perde toda aquela aurea de entidade mistica que ninguém consegue ver e anteceder, que o Batman do Nolan (principalmente o Begins, repito), explorou muito bem. Aaah, o Batman do Burton tbm ia de peito aberto, parecia o Batman robocop hahaha
  24. É filme do batman ou do superman das trevas? O cara leva bala de frente e nada acontece, colete bom esse heim, e mira burra dos bandidos, só mirar naquela parte que fica exposta a boca
×
×
  • Create New...