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Forum Cinema em Cena

Bruno Carvalho

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Posts posted by Bruno Carvalho

  1. American Idol: Semana Hollywood

    Pela primeira vez no programa toda a dinâmica da temida semana Hollywood foi completamente alterada. As performances em grupo de três foram sumariamente excluídas, como defendeu o executivo Nigel Lythgoe: “as dinâmicas em grupo serviam para criar conflitos. Como esse ano tínhamos muitos talentos, decidimos focar nos indivíduos”. Além disso, os participantes também puderam tocar instrumentos ao cantar perante Randy, Paula e Simon no Pasadena Civic Center. Mas isso não foi uma boa idéia para todos... As eliminações foram brutais até mesmo pra quem tinha ido bem nas primeiras etapas.

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    Josiah Leming que o diga: depois te ter sido elogiado pelos três juízes, o garoto que mora em um carro voltou para a sua segunda apresentação, dispensou a banda porque não gostou do arranjo e se deu muito mal. Limado! Deu pra perceber que Idol está mais criterioso. Afinal, eles não podem ter outro Taylor Hicks ou outro Sanjaya Malakar da vida. A escolha dos finalistas foi mais pessoal do que nunca e até a revelação dos resultados foi antecipada, eliminando a pré-seleção dos quartos. Aliás, é bem inútil gastarem um episódio inteiro com as revelações, já que ainda não tivemos tempo de conhecer os participantes, seus estilos e histórias. A partir da próxima semana começam as apresentações ao vivo e o jogo está na mão do público. Quem tem mais chances de ser o próximo American Idol?

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    Em cima: David Cook, Amy Jean Davis, Colton Berry, Amanda Overmeyer, Robbie Carrico, Ramiele Malubay, Joanne Borgella, Kristy Lee Cook, Kady Malloy, Michael Johns, David Hernandez, Asia’h Epperson, Alexandréa Luxington, David Archuleta, Brooke White, Alaina Whitaker, Jason Castro, Syesha Mercado, Danny Noriega. Em baixo: Garret Haley, Jason Yeager, Carly Smithson, Luke Menard, Chikezie Eze.
    Bruno Carvalho2008-02-25 22:39:20
  2. Prison Break: A Hora da Verdade!
    www.ligadoemserie.com

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    Tudo começou com a prisão de Lincoln Burrows para encobrir um crime e a jornada de seu irmão para resgatá-lo do corredor da morte. Mas Prison Break não é “só isso”. Conveniente ou não, o subtítulo brasileiro que a série ganhou - “Em Busca da Verdade” - acaba por dar o tom de qual é o real objetivo da série: desmascarar uma poderosa Companhia que dita a política e a economia dos EUA. Em Dirt Nap (3x10) as coisas começaram a encaminhar. Scofield precisou sujar (muito) as mãos para tirar do jogo a maior ameaça de pôr tudo a perder: Sammy. Apesar de que muita gente já morreu na série, nunca ninguém foi “embora” pela ação direta do nosso herói e isso vai pesar em sua consciência eventualmente. Mas a fuga de Sona não valerá de nada se do lado de fora as coisas não estiverem acertadas e as atitudes impensadas de Burrows e Sucre podem ser perigosas. Aquela idéia de pôr uma bomba no carro de Gretchen foi absolutamente ridícula.

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    Mas me surpreendeu a reação dela em Under and Out (3x11), pois ela já fez coisa muito pior por bem menos. Em Sona, a iminência da fuga traz a necessidade de formação de novas estratégias e alianças. T-Bag, o mestre da lábia, tentou se garantir, pois ele sabe que lá fora é a verdadeira “Terra de Ninguém”. O que me incomoda em tudo isso é a conversa fiada de Whistler e a cada episódio que sua verdadeira identidade e seu valor para a Companhia são omitidos, fica cada vez mais necessário que essa informação seja bombástica. Estraçalhada e desesperada, a esperança dessa organização parece estar depositada naquele livrinho de pássaros que o pescador carrega e isso pode significar que a tal “busca pela verdade” pode acabar logo. Felizmente anoitece e tudo se encaixa: a falta de luz, o recuo do gerador... Faltam poucos segundos!

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    Com tantos fatores em risco, eu nunca iria imaginar que em Hell or High Water (3x12) mais uma reviravolta aconteceria: Lechero, Bellick e T-Bag eram parte de um arriscadíssimo plano de Scofield. Mais uma vez Prison Break excedeu o imaginável e nos deixou no limite da tensão com a alucinante fuga que precisou acontecer bem debaixo dos narizes dos carcereiros de Sona! O roteiro conciso desta temporada também mostrou que a série não está para brincadeira. Todo o planejamento de Burrows do lado de fora finalmente valeu a pena e muita coisa que ele fez foi explicada, como a gravação dos tiros e os tubos de oxigênio enterrados no cooler. Infelizmente tivemos que ver Sucre numa péssima situação, agora que ele foi identificado como um dos 8 da Fox River. Mas quem sabe isso pode até vir a ser algo positivo, pois é mais uma oportunidade para que a verdade venha à tona através do oficial que investiga a fuga.

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    Como sempre, o cliffhanger foi matador! Sem Mahone, sem Whistler, The Art of the Deal (3x13) é o último episódio da temporada e trará as reviravoltas e os fatos que podem selar os destinos de Michael Scofield e Lincoln Burrows. Prison Break, uma das melhores séries da atualidade, pode voltar para uma nova temporada! Na próxima semana repercutiremos o último episódio exibido segunda na TV americana.

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    Episódio “3x10: Dirt Nap” exibido em 21/01/2008, “3x11: Under and Out” exibido em 04/02/2008 e “3x12: Hell Or High Water” exibido em 11/02/2008, todos na FOX americana.
  3. A Volta da Super Máquina!

    No último domingo a TV americana estreou o telefilme Knight Rider (Super Máquina), produção que dará origem a uma série homônima na temporada de 2008/2009. Recriado a partir do sucesso dos anos 80 estrelado por David Hasselhoff (Baywatch), o filme é uma sucessão de clichês do gênero de ação: temos o sujeito fracassado que vira o herói do dia para a noite, a mocinha que sabe tudo e as “reviravoltas previsíveis” de sempre. KITT voltou completamente repaginado, mas com aquela clássica personalidade irônica (na voz de Val Kilmer). Para quem não se lembra, a estrela da série é um Mustang é equipado com inteligência artificial, e nessa versão ganhou blindagem de primeira, conexão à Internet e todos os gadgets possíveis e impossíveis (como um sistema de transformação própria). Por isso, é claro que poderosas organizações querem pôr as mãos no software que controla o carro para utilizá-lo em atividades escusas.

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    Mas o novo remake da NBC pode não ser um fracasso total como a sua antecessora Bionic Woman caso não se levem à sério demais. É possível vislumbrar que existe uma boa série dentro de Knight Rider caso a futura produção siga o tom imediatista e descompromissado que tomou parte da segunda metade do telefilme. A série só não poderá ficar parada, pois quando o carro é desligado todo o fator cool vai embora (igual acontecia na horrível Drive). A escolha de Justin Bruening foi certa para o papel de Mike Tracer (como piloto do carro), mas teremos que ver os rumos que serão tomados pelo roteiro a partir do segundo semestre para dar um veredicto consistente. Eu acho que pode ser um bom entretenimento. Agora é só esperar pra ver.

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    Knight Rider "Pilot" exibido em 17/02/2008 na NBC americana.
  4. Passe no blog e deixe o seu comentário!

     

    LOST: O Início do Fim

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    Estamos oficialmente de volta à ilha e exatamente de onde paramos. Foi como se os intermináveis meses entre um episódio e outro nunca houvessem existido. E estamos também de volta ao futuro. The Beginning of the End abriu com uma já incrível revelação: Hurley é um dos 6 (e tão somente 6) sobreviventes do acidente com o vôo 815 que deixaram a ilha! Eles viraram celebridades do mundo moderno e escondem um (aparentemente) terrível segredo, que ainda não sabemos qual é. Afinal, Hurley viu mesmo Charlie naquela loja de conveniência? Por que os fatos são tão incólumes e qual é o verdadeiro interesse da Oceanic Air nisso tudo? Passaremos uma temporada inteira tentando descobrir.

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    Na ilha a divisão de poderes e interesses ficou cristalina: de um lado Jack representando o desejo racional dos sobreviventes e a desesperada vontade de saírem dali e, de outro, Johnatan Locke personificando a crença e a natureza de auto preservação do ser humano. Podemos condenar os ateus e fiéis que se debandaram para cada um dos grupos? Claro que não. Ao mesmo tempo em que a possibilidade de resgate fica praticamente tangível, o medo inerente do desconhecido desperta e nasce o dilema: para onde ir? Afinal, apesar de ainda oculta, a ilha virou o lar dos sobreviventes e o tal "barco de Naomi que não é o da Penny" é a nova incógnita.

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    Estamos novamente perdidos. A palavra que resume a volta de LOST é “equilíbrio”. Vimos isso ao longo de todo episódio: nas atuações concisas (especialmente de Jorge Garcia, libertando-se de suas limitações artísticas), no destaque conferido aos personagens principais e até mesmo nos flashfowards que foram direto ao ponto a cada inserção. Aliás, o highlight da noite correu exatamente quando vimos o inesperado encontro entre Hurley e Charlie (que assombra a mente do gordinho) e a cena final com Jack: “nunca diga nunca”. Eles precisam voltar e isso é apenas uma questão de tempo. Eu já voltei, e aplaudindo de pé.

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    Episódio “4x01: The Beginning of the End” exibido na ABC em 31/01/2008.
    Próximo: "4x02: Confirmed Dead" em 07/02/2008, episódio centrado nos tripulantes do barco.

    Fatos e Questionamentos Marcantes:

    - Na cena em que Hurley encontra a cabana de Jacob foi possível ver alguém em sua cadeira (seria Charlie ou o pai de Jack?), além de parte de um rosto e um cachorro! Seria Vincent? Você também viu a cabana simplesmente mudando de lugar? "Freaky, dude".

    - Jack esteve mesmo decidido a matar Locke, tanto que apertou o gatilho sem hesitar. A pergunta é: será que Locke sabia que o revólver estava mesmo sem balas? Foi tudo uma encenação para ver o quão sério Jack estava?

    - Como bem apontou a colunista Kristin dos Santos, Harrold Perrineau e Dominic Monagham (Michael e Charlie) estão listados nos créditos da série como regulares, e não como convidados. Estranho, contando que Charlie está mesmo morto (segundo os produtores) e Michael só dará as caras no 8º (e talvez último) episódio desta temporada.

    - E quem é esse tal Matthew Abbadon? O suposto representante da Oceanic Airlines, que está investigando o misterioso resgate dos Oceanic Six, é realmente assustador.

    - "Confirmed Dead" (Confirmados Mortos) é o título do próximo episódio que será centrado nos tripulantes do barco de Naomi e terá narrativa diferenciada, ao estilo de "The Other 48 Days".

     
  5. Exclusivo: O Pacote de Séries 2008 da HBO!

    O LiGado em Série teve acesso com exclusividade à sales tape da HBO para 2008 e a grande vencedora do Globo de Ouro Mad Men já está definida na programação do canal! O aclamado drama é focado em uma agência de publicidade dos anos 60 e foi criado por Matt Weiner, produtor de The Sopranos. Além disso, novas tecnologias chegarão: HBO|HD (o primeiro canal pago a transmitir em alta resolução 24 horas por dia), HBO|OnDemand (serviço inédito de programação sob demanda) e HBO|Mobile (com conteúdo exclusivo para celulares)! Eles não estão de brincadeira!

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    Mas as novidades não param aí: veremos também a polêmica Tell Me You Love Me, série sobre relacionamentos amorosos com fortíssimas cenas de sexo e o inédito e aguardado 4º ano de Entourage. A HBO ainda anunciou a nova temporada de The Wire e as produções originais Alice (Brasil; sobre uma gatota do interior do Tocantins na capital Paulista) e Capadócia (México; série que mostra o cotidiano de um presídio feminino). A 3ª (e garantida) temporada de Big Love está na lista, mas como nos EUA a série ainda não começou a ser produzida em virtude da greve dos roteiristas, pode ser que Bill Henrickson só volte por aqui em 2009. Assim que saírem as datas de estréia das séries e novos serviços, vocês serão avisados aqui. Realmente não é TV, é HBO!
  6. O Blu-Ray parece ser mais atraente mesmo. Eu voto por escolher um padrão só, pra não ficar coisa dividida, filme só em um formato, filme só em outro. Mas os aparelhos estão muito caros ainda. Em quanto tempo será que fica acessível? Pelos menos uns 1.000?
  7. Bela promoção... estão cobrando o preço de tabela dos Blu-ray da Sony' date=' exatos R$ 69,90. Os da Warner e Disney saem por R$ 99,90.[/quote']

     

    Eu não entendo disso, achei que 69,00 era mais barato, pq até hj só tinha visto BRD de 99. E esse HD-DVD? Não pegou? Blu Ray saiu na frente mesmo?
    Bruno Carvalho2008-01-06 22:14:40
  8. Acho que a reação de David no episódio foi a mais normal possível. Estranho seria se ele agisse como um herói, o que iria completamente contra à natureza submissa do personagem durante toda a série. e digo mais, David em certos momentos queria de algumna forma passar por aquilo, pois foi uma chance dele ser o centro das atenções que era o que ele sempre quis. SFU é demais.

  9. Nossa! Como a tradução da legenda no dvd está ruim' date=' apartir da 3ª temporada tiraram por completo todos os palavrões que a série tem, nem sequer um "Merda" aparece, e olha que até na dublagem tem. E tem uma tradução que eu não endendi o porque dela, estão traduzindo "Oh, My God" como "Minha Nossa".[/quote']

     

    Eu vejo com legendas em inglês. As cenas em que David ou Claire falam palavrões simplesmente não existem mais.

     

    Pra mim não existe um só episódio de SFU com menos de 4 estrelas. Assistam com os comentários, é muito interessante.
  10. Acabei de ver o episódio da 4ª temporada "That's My Dog". Supremo, mas toda hora fiquei com vontade de que o David metesse a mão na cara daquele imbecil. Estou doido pra ver o que acontece depois.

     

    Pelos comentários do diretor, esse parece ter sido o episódio mais contraditório da série. Alan Poul disse que nunca recebeu tantos e-mails e telefonemas na vida como no dia em que o episódio foi exibido na HBO em 2004.
  11. Gente, Dexter pra mim é a melhor série da atualidade e eu preciso ter o box. Estou pra comprar na Amazon igual fiz com os DVDs de Veronica Mars que nunca chegaram por aqui. Mas será que os de Dexter vêm?

     

    Considerando que a FOX exibe a série aqui, achei que seria uma boa, mas eu não tenho acesso a estas informações e muita gente no blog me questiona.

     

    Existem chances de Dexter pintar por aqui?

     

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  12. Gossip Girl: O Show de Blair

    coment399.jpgPosso dizer com segurança que este foi o melhor episódio de Gossip Girl até agora. Eles elevaram o padrão mais uma vez e trouxeram um episódio ousado e atual, inclusive com uma linguagem narrativa diferente do que já estava sendo feito. O episódio começou com Nate vivendo um grande dilema sobre entregar o pai ou assumir um falso vício, que acabou culminando na prisão do patriarca. Vanessa continua bem no meio do namoro entre Dan e Serena, mas a estrela incontestável de toda a série continua sendo Blair Waldorf com seu jeito “trashy bitch” de ser. Ela claramente interpreta uma espécie de “anti-heroína”, o que faz a personagem ser muito mais interessante que a melosa e pseudo-boazinha protagonista “S”. Convenhamos também que aquela história de Dan ser virgem ficou um pouco forçada e o romance dos dois não consegue convencer, além de ser piegas demais. Até mesmo o inusitado casal Chuck e Blair possui mais química. Alias, a cena com a performance burlesca da jovem socialite na boate “Victrola” foi o ponto alto desta temporada, não?. Afinal, “a proibição sempre perdeu pra exibição”. Gossip Girl ainda trouxe uma interessante e apoteótica montagem no final ao som de Sum 41. Cultura pop elevada ao extremo. Mas será que esse “passeio de limusine” será flagrado? Já está na hora de Blair ganhar o destaque de capa no blog das fofocas do Upper East Side...

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    Episódio 1x07: Victor, Victrola" exibido em 19/12/2007 na Warner Channel
  13. Dexter: O Peso da Realidade

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    Convenhamos que no décimo episódio de Dexter a situação que havia ficado pendente desde o episódio anterior não foi resolvida, numa clara tentativa de deixar o espectador preso por mais uma semana. Mas até isso a série fez bem. Lila continuou sua trilha de destruição, arrastando Angel para o meio de tudo com um golpe baixíssimo e Morgan tomou a arriscada decisão de incriminar o colega policial ao invés de fazer o que ele faz melhor... Porém, um fato chocante e inesperado – até por nós – pode mudar tudo: a verdade sobre a morte de Harry veio à tona junto com a terrível constatação de que o responsável pelo suicídio do velho mentor foi seu filho adotivo, o nosso querido Dexter. A lei penal, em sua teoria, é mesmo fascinante e bela e por isso, ao criar o Código junto com o jovem psicopata, Harry deixou se levar pela beleza da teoria e não se preocupou com a mecânica envolvida na concepção prática de tudo aquilo que ele havia estabelecido. Foi aí que a realidade gráfica tornou-se insuportável e todos nós sabemos o resultado dessa história. Dexter é o Frankenstein de Harry e não há como negarmos isso. Sob o efeito de mais uma crise existencial, o Bay Harbor Butcher voltou à sua existência prima. Estamos de volta à estaca zero.

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    Episódio “2x10: There’s Something About Harry” exibido em 2/12/2007 no Showtime.

    Dexter: Destinos Sombrios
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    Se fizéssemos uma análise fria dos fatos que culminaram na chegada de Lila à cabana onde está Doakes, apontaríamos o vício de Paul, ex-marido de Rita, como o estopim de toda a complexa situação que se formou. Basta lembrarmos que foi somente a partir da prisão e conseqüente morte do ex-drogado que Dexter precisou mentir e freqüentar as reuniões dos Narcóticos Anônimos a mando da namorada e foi lá que ele conheceu a força destrutiva chamada Lila. Mas a teoria do crime veda a retroatividade eterna da imputabilidade, sendo cada qual responsável por suas ações e omissões. Todos buscamos resultados com nossas condutas e foi isso que vimos neste penúltimo e incrível episódio da segunda temporada de Dexter.

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    Lila desenhou seu caminho sob a égide de suas obsessões, da mesma forma que fez Doakes com sua implicância com o colega e assim fica ao mesmo tempo fácil e difícil acreditar na existência da “mera coincidência”. A simples frase curiosamente dita por um navegador GPS “você chegou ao seu destino final” cumpre um papel importantíssimo na história: os dois queriam estar ali e chegaram na cabana sem qualquer coação, apenas seguindo uma vontade ou um vício próprio e inerente. Por isso, diante da inércia de Dexter em decidir-se qual é a sua vontade, dois mundos estão prestes a se colidir e o resultado pode criar uma nova e imprevista situação, seja ela uma feliz coincidência ou não. Essa é a vida.

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    Episódio “2x11: Left Turn Ahead” exibido em 9/12/2007 no Showtime.

    Dexter: Uma Noite em Paris
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    O último episódio desta segunda jornada de Dexter é um divisor de águas. Afinal, o roteiro foi covarde, maniqueísta e conveniente como muitos estão afirmando? Eu discordo veementemente dessa assunção. Acreditar que o que vimos foi um “milagre” seria ignorar estes dois excelentes anos na vida de Dexter Morgan e a própria ironia do personagem: ninguém é completamente bom ou mau. Nós poderíamos, sim, acreditar em uma intervenção divina se um raio tivesse caído na cabana onde estava Doakes e detonado o gás propano, mas não foi isso que aconteceu. Tentar simplificar os acontecimentos do bombástico episódio é a verdadeira forma deficiente de análise: “a pressa é a inimiga do pensamento elaborado”. Bem e mal não caminharam separados no episódio, pelo contrário. Dexter não matou Lila acreditando ser a luz que ofusca as trevas. Antes de tudo, ele sabe ser mau, conhece a sua essência e viu na morte da garota uma necessidade pessoal de libertação, principalmente libertação do Código de Harry.

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    Além disso, o fato de Dexter ter viajado até Paris para matá-la evidencia ainda mais que ele é egoísta e perigoso: por mais problemática que seja, Lila ainda estava longe de se tornar uma assassina serial – a vítima ideal do Bay Harbor Butcher - justamente por ter “apenas” uma morte dolosa em seu currículo. A lei que impera agora é a lei de Dexter, um novo Código e essa é a verdade sobre o protagonista que ficou implicitamente estabelecida. A imaterialidade do crime contra Doakes não deixou o “herói” mais louvável perante seus admiradores secretos (nós), justamente porque conhecíamos o seu dolo e sabemos que ele seria capaz de matá-lo. Apenas não foi necessário. Fato é que Dexter definitivamente se estabeleceu no posto de uma das melhores séries de todos os tempos, com duas temporadas impecáveis e com o potencial de levantar discussões e reflexões cada vez mais profundas sobre a natureza do ser humano. Aplausos de pé.

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    Episódio “2x12: The British Invasion” exibido em 16/12/2007 no Showtime.
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