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Forum Cinema em Cena

SergioB.

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Everything posted by SergioB.

  1. O papel de Chadwick Boseman em "Ma Rainey`s Black Bottom" garantiu uma indicação a Ator Coadjuvante no Tony, para Charles S. Dutton, pela montagem da peça de 1985. Ou seja, é um papel com muito potencial. Pelo que tenho lido, ele seria pule de dez para uma indicação póstuma em Ator Coadjuvante, no ano que vem, já que o grande destaque do filme seria mesmo para Viola Davis.
  2. Estou vendo também tudo que posso do Leos Carax, na expectativa a mais não poder por "Annette". Encontrei, então, dois curtas-metragens dele. O primeiro que eu vi hoje chama-se "Gradiva", de 2014, com duração de apenas dois minutos. É ótimo! Uma mulher nua, com um corpo realmente escultural, sobe a escadaria de um prédio, e encontra uma estátua de bronze no balcão. Uma atrevida simulação de "O Pensador'" de Auguste Rodin! Aproveitando sua pose icônica, entendemos que ele está profundamente entediado com seu trabalho de "animador de museu". Pede, então, para a moça se aproximar. E ela o abraça, consolando-o ternamente. Quem conhece um pouco de arte percebe a ironia, já que a escultura tornou-se independente, autônoma, do conjunto maior chamado "Porta do Inferno". E Gradiva, por sua vez, é o nome de uma escultura romana, no Vaticano, representando uma figura grega que levanta seu traje, de um jeito sedutor. Muito louco pensar que ele não lançou mais nada desde então. O segundo curta-metragem que vi, "Sans Titre", é de 1997. Tem pouco mais de 8 minutos. É um curta feito a pedido do Festival de Cannes, que naquele ano comemorava 50 anos do Festival. Queriam algo dele, que sinalizasse os rumos de seus pensamentos de então. É, antes de tudo, uma experiência formal de montagem, começando com imagens antigas - quem sabe? - do Festival francês, depois um mapa antigo localizando a cidade do sul da França, sua famosa escadaria, depois imagens de duas crianças indo dormir, todas elas com granulações fotográficas, dando ideia de antigo. Corte para imagens de desastres naturais, uma grande inundação levando casas (Será que isso se passou na história da cidade?), somadas a imagens de guerra, bombas, etc...Enfim, me levam a pensar que é um jeito de elencar alguns acontecimentos históricos da cidade...Por fim, há imagens desfocadas que lembram a mim "Pola X", o fantástico filme dele de 1999, que estava em construção, inclusive tais trechos remetem a grande cena do filme, pelo visto, já imaginada pelo diretor.
  3. Oi, Wagner! Assisti. Parabéns pela seleção, pela trilha adotada, e pelo contra-plongée emoldurado pelo céu cinza. Ecos de "A Ghost Story", de 2017?
  4. Gente... Melhor filme do Ken Loach que eu já vi! Hands Down! "Felizes Dezesseis" é um estudo de personagem fascinante a respeito de um adolescente cheio de problemas, cuja mãe está presa, a irmã se vira com um filho pequeno, o padrasto é um homem violento, tem um único amigo com quem deambula pelas ruas desoladas da Escócia. Claro, já vimos esse filme muitas vezes antes. "Nada de novo", dirão. Mas então por que cargas d`água esse filme ganhou Melhor Roteiro em Cannes 2002? Porque é maravilhoso. O texto é tão real, mas tão real, sem firulas, só linguagem de rua escocesa podrona, que te suga para dentro de um pequeno universo, ou do "recorte" social da vez de Loach, que sempre denuncia as dificuldades de ascensão de vida dos menos privilegiados. O espectador, portanto, começa a torcer muito para esse garoto ter ao menos um pouco de alegria. E o mais legal é que ele aparenta conseguir, por meio do dinheiro fácil e enganador do tráfico de drogas. A atuação do protagonista Martin Compston, em sua estreia no cinema, é de cair o queixo. Mesmerizante atuação. Fotografia de Barry Ackroyd, indicado ao Oscar só uma vez por "Guerra ao Terror". Amei.
  5. Um filme sobre a ascensão e queda de um político populista. Mas mais do que isso, "All the King`s Men"/ A Grande Ilusão, de 1949, ilustra a degeneração moral de um homem honesto, convertendo-se em um político escroque, ao assumir o poder. É um filme até hoje relevante do ponto de vista temático, e também se destaca por ter levado o Oscar de Melhor Filme em 1950, assim como os de Ator para Broderick Crawford, e de Atriz Coadjuvante para a estreante Mercedes McCambridge. O problema do filme é a Montagem. A conversão do honesto em desonesto é rápida demais, muito brusca. E não apenas o caráter muda. Mas do nada ele está rico (insinuando que passou a se vender para os financiadores de campanha), e poderoso. Talvez por esses problemas de ritmo, Robert Rossen tenha perdido o Oscar de Direção para Joseph Mankiewicz... Sempre escrevo a mesma frase quebrada, em anacoluto, quando se trata de política: O poder; ele se esvai...
  6. Hehehe Credito ao fato de que eu parei de sair com meus parças de boteco. A gandaia me tomava muito tempo.
  7. Filmes vistos em 2020 (até aqui!): * Graças à pandemia, consegui neste meio-ano ver mais filmes que os, salvo engano, 323 de 219! Se não fizesse esse levantamento hoje, no final do ano teria de ficar o dia inteiro olhando para a tela. Estranho sentimento. Misto de orgulho e incredulidade. Compadre, @Jorge Soto, imagino o senhor... 1) "Um Dia de Chuva em Nova York" - 8.7 2) "Dolly Parton: Here I Am" - 9.2 3) "After the Wedding" (2019) - 8.4 4) "A Rede" (2016) - 9.9 5) "We, the Marines" - 7.9 6) "Richard Jewell" - 8.4 7) "High Noon" - 10! 8 ) "Little Women" (2019) - 9.4 9) "two Cars, One Night" - 9.2 10) "Abominável" - 6.7 11) "Nefta Football Club" - 9.7 12) "The Neighbors` Window" - 8.8 13) "Hair Love" - 9.7 14) "Kitbull" - 9.8 15) "Brotherwood" - 9.7 16) "Sister" - 8.9 17) "Hors Piste" - 9.8 18) "Flaming Creatures" - 9.8 19) "Walk run Cha-Cha" - 6.3 20) "Life Overtakes Me" - 7.9 21) "In the Absence" - 9.4 22) "Mémorable" - 9.8 23) "Wild Rose" - 7.3 24) "Daughter" - 8.4 25) "Une Soeur" - 9.5 26) "Superação: O Milagre da Fé" - 6.5 27) "Saria" - 9.3 28) "1917" - 9.5 29) "Just Mercy" - 8.2 30) "Seberg" - 8.5 31) "Na Praia à Noite Sozinha" - 9.9 32) "Mormaço" - 7.3 33) "Sócrates" - 7.7 34) "What Did Jack Do?" - 9.6 35) "Retrato de uma Jovem em Chamas" - 9.8 36) "Memórias de um Assassino" - 10! 37) "Cão que Ladra Não Morde" - 8.8 38) "Tokyo" - 9.8 39) "Monos" - 8.6 40) "The Cave" - 8.6 41) "A Sun" - 6.4 42) "Waves" - 8.8 43) "The Good Liar" - 7.9 44) "Honeyland" - 9.7 45) "O Preço da Verdade" - 8.8 46) "A Hidden Life" - 9.0 47) "Honey Boy" - 9.2 48) "O Jovem Ahmed" - 9.3 49) "Learning to Skateboard in a Warzone (If you`re a Girl)" - 9.9 50) "Corpus Christi" - 9.1 51) "Crazy Thunder Road" - 8.0 52) "St. Louis Superman" - 8.8 53) "Entre Realidades" - 7.8 54) "Céu e Inferno" - 9.2 55) "Sérgio" (2009) - 9.2 56) "Os Dias São Contados" - 9.2 57) "Para Todos os Garotos: P.S Ainda Amo você" - 4.5 58) "Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa" - 6.9 59) "Vítimas da Tormenta" - 9.1 60) "Andrei Rublev" - 9.6 61) "Através das Oliveiras" - 9.7 62) "O Vento nos Levará" - 8.9 63) "O Beco das Almas Perdiadas" - 7.9 64) "Howl" - 9.1 65) "Fogo-Fátuo" - 9.8 66) "Boogie Nights: Prazer Sem Limite" : 10! 67) "Sonic: O Filme" - 8.9 68) "Simonal" - 9.0 69) "Meu Amigo Totoro" - 9.3 70) "A Vida Invisível": 8.5 71) "Akira" - 9.1 72) "Aquarela" - 9.3 73) "O Assassino" (1961) - 9.2 74) "Porco Rosso: O último Herói Romântico" - 9.6 75) "À Meia-Noite Levarei Sua Alma" - 9.6 76) "The Last Thing He Wanted" - 5.9 77) "American Pop" - 9.7 78) "Joan Didion: The Center Will not Hold" - 8.7 79) "Chuva de Luz na Montanha Vazia" - 7.0 80) "Todos os Homens do Presidente" - 9.8 81) "Os do Norte" - 9.0 82) "Wildlife" - 8.8 83) "Superman: Red Soon" - 8.6 84) "O Serviço de Entregas da Kiki" - 9.7 85) "Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa" - 8.3 86) "Soldado Anônimo" - 9.5 87) "O Martírio de Joana D`Arc" - 9.9 88) "Deslembro" - 9.8 89) "Por Lugares Incríveis" - 7.1 90) "Dente por Dente" - 9.7 91) "Princesa Mononoke" - 10! 92) "Le Morte Rouge" - 8.6 93) "Wendy" - 6.8 94) "Mississippi em Chamas" - 9.8 95) "De Volta para Casa" - 7.3 96) "Chuck Norris vs Comunismo" - 8.2 97) "Onward" - 9.0 98) "This is Where I Leave You" - 8.3 99) "Jonas/ I Am Jonas/ Boys" - 9.1 100) "Sauvage" (2018) - 9.8 101) "Troco em Dobro" - 8.5 102) "Tempo de Decisão" - 8.4 103) "Lost Girls" - 9.0 104) "O Homem Invisível" (2020) - 9.4 105) "O Homem Invisível" (1933) - 9.3 106) "O Professor de Vigevano" - 8.4 107) "Anatomia do Inferno" - 7.8 108) "Eu posso Ouvir o Oceano" - 5.8 109) "And Then We Danced" - 9.7 110) "The Current War" - 8.4 111) "Of Gods and Men/ Homens e Deuses - 9.8 112) "No Silêncio da Noite" - 9.6 113) "O Poço" - 8.1 114) "I Saw the Devil" - 9.7 115) "J`Accuse"/O Oficial e o Espião" - 9.3 116) "Os Melhores Anos de Nossas Vidas" - 10! 117) "The Way Back" - 8.4 118) "Lili Marlene" - 9.6 119) "O Grande Truque" - 9.6 120) "Allegro non Troppo/ Música e Fantasia" - 8.8 121) "Taking Off/ Procura Insaciável" - 9.7 122) "Death Proof/ À Prova de Morte" - 9.3 123) "Hogar/ A Casa" - 8.3 124) "Upstream Color"/ Cores do Destino: 9.2 125) "O Túnel" (1952) - 8.0 126) "A Day Off" (1968) - 9.6 127) "A Assassina" (2015) - 8.0 128) "Gladiador" - 9.0 129) "Bronson" - 9.3 130) "The Hero" (2017) - 8.9 131) "Queen & Slim" - 9.7 132) "O Declínio" - 6.8 133) "Dersu Uzala" - 9.7 134) "O Homem do Braço de Ouro" - 9.4 135) "Depois de Horas" - 9.8 136) "Little Tony" - 8.9 137) "A Canção de Bernadette" - 9.3 138) "O Castelo Animado" - 9.2 139) "O Círculo" (2000) - 9.4 140) "Naked" - 9.2 141) "Skyfall" - 9.3 142) "Crônicas Sexuais de Uma Família Francesa" - 8.1 143) "Nascido em Quatro de Julho" - 9.4 144) "Undergound: Mentiras de Guerra" - 9.9 145) "Eles Não Usam Black-Tie" - 9.9 146) "A Flor do Meu Segredo" - 9.2 147) "O Ornitólogo" - 8.6 148) "Papicha" - 9.5 149) "Call Me By Your Name" - 10! 150) "3 Faces" - 9.3 151) "Sergio" (2020) - 8.1 152) "Never, Rarely, Sometimes, Always" - 9.0 153) "Clemency" - 8.7 154) "Duna" (1984) - 4.8 155) "Starman" - 8.9 156) "Meio Irmão" - 8.7 157) "Atrás da Estante/ Circus of Books" - 9.5 158) "O Reino de Deus/ "God`s Own Country - 8.2 159) "Resgate" - 9.4 160) "A Qualquer Um o que é Seu/ Condenado pela Máfia" - 8.9 161) "Pendular" - 8.8 162) "Bad Education" - 9.4 163) "Pixote: A Lei do mais Fraco"- 9.9 164) "Millenium Mambo" - 9.6 165) "Emma" - 8.8 166) "Lámen Shop" - 8.4 167) "Macbeth" (1948) - 8.9 168) "O Homem Elefante" - 9.9 169) "Vagas Estrelas da Ursa" - 8.7 170) "Os Irmãos Willoughby" - 8.3 171) "Toda Nudez Será Castigada" - 9.5 172) "It Must Be Heaven"/ O Que Resta do Tempo - 9.7 173) "Antígona" (1961) - 9.1 174) "Cabra Marcado para Morrer" - 10! 175) "The Half of It/ Você nem Imagina" - 5.1 176) "Ilha do Medo" - 8.7 177) "La Strada" - 9.8 178) "Clemência - A História de Cyntoia Brown" - 8.1 179) "Os Companheiros" (1963) - 9.9 180) "Batman vs Superman: A Origem da Justiça" - 6.0 181) "La Cravate" - 9.8 182) "Batman Begins" - 9.2 183) "Paisagem na Neblina" - 9.9 184) "Ober" - 9.4 185) "Becoming" - 8.9 186) "Enter the Void/ Viagem Alucinante" - 9.7 187) "Os Esquecidos" (1950) - 8.9 188) "The Painted Bird" - 8.9 189) "Rosetta" - 9.9 190) "A Dupla Vida de Véronique" - 8.9 191) "Bye, Bye, Brasil" - 9.3 192) "Uma Mulher, uma Arma, e Uma Loja de Macarrão" - 7.8 193) "If..." - 9.0 194) "Zero de Conduta" - 9.4 195) "Scooby" - 8.8 196) "Phenomena" - 9.6 197) "O Cavalo de Turim" - 9.8 198) "O Anjo (2018) - 9.0 199) "O Piloto Retorna" - 5.0 200) "Uma Mulher Alta" - 8.4 201) "Natalie Wood: What Remains Behind' - 8.7 202) " A Dama do Lotação" - 9.2 203) "8 1/2" - 9.8 204) "Um Crime para Dois" - 8.1 205) "Um Lugar Tranquilo no Campo" - 9.8 206) "Borgman" - 9.1 207) "Crise" (1946) - 8.6 208) "Delicatessen" - 9.3 209) "Miami Vice" - 9.4 210) "Space Jam" - 7.9 211) "O Homem de Palha" (1973) - 9.5 212) "A Noite é Delas" - 7.9 213) "Memórias do Cárcere" - 9.3 214) "Coração Satânico" (1987) - 8.2 215) "Next Goal Wins" (2014) - 9.7 216) "Gosto de Sangue" - 9.4 217) "Gata Preta, Gato Branco" - 9.9 218) "A Vastidão da Noite" - 9.5 219) "Alguns Dias na Vida de Oblomóv" - 8.9 220) "No Tempo das Diligências' - 9.9 221) "Le Locataire"/ O Inquilino - 9.7 222) "Parasita" - 10! 223) "Shiraz : A Romance of India" - 9.6 224) "A Garota do Adeus" - 9.2 225) "Shirley" - 6.6 226) "Les Mistons"/ Os Pivetes - 9.4 227) "Filho Único" (1936) - 9.8 228) "Da 5 Blood"/ Destacamernto Blood - 9.6 229) "La Bête/ O Monstro" - 8.8 230) "Watchmen" (2009) - 9.2 231) "Barravento" - 8.8 232) "Terra em Transe" - 9.7 233) "Antônio das Mortes - O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" - 9.4 234) "Um Homem e uma Mulher " - 9.8 235) "The Sunshine Boys / Uma Dupla Desajustada" - 9.2 236) "Viver Por Viver' - 8.3 237) "Maranhão 66" - 9.5 238) "The King of Staten Island" - 9.0 239) "A Idade da Terra" - 4.7 240) "Di-Glauber" - 9.5 241) "Orlando" - 9.0 242) "Claro" - 8.9 243) "The Personal History of David Copperfield" - 8.9 244) "Amazonas, Amazonas" - 9.0 245) "Bala Perdida" - 9.3 246) "O Sabor do Chá Verde sobre o Arroz" - 9.5 247) "O Leão de Sete Cabeças " - 8.9 248) "Jorjamado no Cinema" - 9.7 249) "Japón/ Japão (2002) - 9.6 250) "1968" - 7.0 251) "Câncer" - 9.7 252) "As Armas e o Povo" - 7.9 253) "Certo Agora, Errado Antes" - 9.9 254) "O Dia em que Ele Chegar" - 8.4 255) "O Pátio" - 4.0" ( Lamento, Glauber ! Acho que está entre os piores filmes que já vi.) 256) "As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant" - 9.8 257) "Zama" - 9.1 258) "História do Brasil" - 6.5 259) "Deus e o Diabo na Terra do Sol" - 9.8 260) "Arizona Dream" - 9.0 261) "Hamilton" - 9.9 262) "O Beijo da Mulher-Aranha" - 9.5 263) "O Homem que Virou Suco" - 9.8 264) "Nunca aos Domingos" - 9.7 265) "O Jogador" (1992) - 9.9 266) "Boy Meets Girl" - 8.7 267) "The Old Guard' - 8.8 268) "Himizu" - 7.7 269) "O Grito" (1957) - 9.6 270) "Os Fuzis" - 9.2 271) "Palm Springs" - 9.2 272) "First Cow" - 9.9 (Melhor Filme do Ano, até aqui. Visto em 15 de julho) 273) "In July" - 9.5 274) "Síndromes e um Século" - 9.7 275) "Os Renegados" - 9.7 276) "Sol Secreto" - 9.8 277) "Édipo Rei" (1967) - 9.2 278) "Um Anjo em Minha Mesa" - 9.4 279) "Baisers Volés" - 9.7 280) "Ondas do Destino" - 9.8 281) "They Live By Night"/ Amarga Esperança - 9.7 282) "Videodrome" - 9.3 283) "Train to Busan" - 9.7 284) "O Desafio" (1965-1966) - 9.7 285) "Estranhos no Paraíso" - 9.5 286) "A Enguia" - 9.3 287) "Hard Eight"/Jogada de Risco - 9.3 288) "Nashville" - 9.8 289) "Canções de Amor"' - 9.6 290) "El Principe" (2019) - 7.7 291) "Climas" - 9.5 292) "A Barraca do Beijo 2" - 7.6 293) "O Silêncio" (1998) - 9.3 294) "Bom Dia, Tristeza" - 8.9 295) "Vida Cigana" - 9.7 296) "Sob as Cerejeiras em Flor" - 8.8 297) "Places in The Heart" - 8.9 298) "Kaili Blues" - 9.5 299) "O Homem de Ferro" (1981) - 9.0 300) "O Banquete de Casamento" - 9.1 301) "Endereço Desconhecido" - 9.0 302) "Crimes e Pecados" - 9.7 303) "Esse Obscuro Objeto do Desejo" - 9.6 304) "A Colecionadora" (1967) - 9.6 305) "Os Gritos do Silêncio" - 9.5 306) "The Bad and The Beautiful" / Assim Estava Escrito" - 9.9 307) "Face a Face" - 10! 308) "Cidade Pássaro" - 9.2 309) "Louca Paixão"/ Turkish Delight - 9.6 310) "A Cor do Paraíso" - 9.6 311) "Conflito Mortal" (1988) - 9.0 312) "Os Rapazes da Banda" - 9.9 313) "Aleksandra" - 9.0 314) " Onde os Homens São Homens" - 9.3 315) "Ninguém Sabe que Estou Aqui" - 8.7 316) "Pola X" - 9.8 317) "Tiranossauro" - 9.2 318) "A Missa Acabou" - 9.1 319) "A Noiva de Glomdal" - 9.6 320) "A Eternidade e um Dia" - 9.3 321) "Carancho" - 8.9 322) "Querelle" - 9.9 323) "Salò, ou Os 120 Dias de Sodoma" - 10! 324) "O Dia Depois" - 9.7 325) "À Espera dos Bárbaros" - 9.2 326) "Your Face (2018) - 8.4 327) "Um Filme Falado" - 9.0 328) "The Rental" - 8.2 329) "Mephisto" - 9.7 330) "Antiga Alegria" - 9.4 331) "Crip Camp: Uma Revolução na Inclusão" - 9.7 332) "Ligue Djà: O Lendário Walther Mercado" - 7.9 333) "Atleta A" - 9.4 334) "Os Amores de Henrique VIII" - 8.4 335) "El Pepe, Uma Vida Suprema" - 7.8 336) "O Cheiro da Papaia Verde" - 9.0 337) "A Humanidade"- 9.6 338) "Justiça Para Todos" - 9.2 339) "A Estratégia da Aranha" - 9.2 340) "Grass" - 8.8 341) "Occident" - 9.4 342) "Tão Distante" - 8.3
  8. "Tão Distante", de 2001, é o terceiro longa do japonês Hirokazu Koreeda, mas ainda o sinto aqui a procura de um estilo - até finalmente encontrá-lo em sua próxima obra, o estupendo "Ninguém Pode Saber", de 2004, e continuar com ele desde então. A trama é muito boa. Quatro parentes de indivíduos ligados a uma seita terrorista, que cometeu um atentado matando centenas de pessoas e depois praticou um suicídio coletivo, se reúne três anos depois do sucedido, para investigar os por quês, lamentarem-se, investigarem as razões, enfim, de por que seus entes cometaram tal atrocidade. No fundo, é um filme sobre a culpa como herança ( algo que os japoneses não assumem ou põem em discussão tanto como os alemães). Pena que as decisões do diretor sejam ainda imaturas. Filma-se em luz natural, mas sem charme nenhum. Resultado: O filme fica todo apagado. Pode até ser uma metáfora para a história, mas não constitui nem um mecanismo criativo depois de um tempo. Filma-se também por tempo demasiado nas costas dos personagens, acompanhando suas jornadas pelo local ermo onde o grupo se reunia, de um jeito que quase nada é filmado frontalmente. Um estilo inconvencional, querendo aparecer, que ele felizmente abandonaria dali para a frente em sua maravilhosa carreira. Até sentimos a delicadeza, a característica suprema do diretor, em algumas cenas. Mas fora elas, não foi um filme que me apeteceu. Distante disso, na verdade.
  9. Longa de estreia do romeno Cristian Mungiu, "Occident", de 2002, é uma comédia de humor negro, que entrelaça três histórias de gente que faz de tudo para migrar para o Ocidente, uma terra de oportunidades em comparação com a estagnada Romênia. Ou seja: a fuga das consequências do comunismo continua [ Sempre digo que o brasileiro é o único pelotudo que diante do Muro de Berlim pularia para o lado de lá]... O filme é ótimo, existem diversas piadas que mais parecem saídas de "A Comédia da Vida Privada", de um jeito bem brasileiro. E todo o humor embute uma certeira crítica social, mostrando os romenos como um povo atrasado, cujo maior sonho é comer no Mc Donald`s, um povo que não pode nem quer perder mais tempo: precisa de dinheiro, emprego, casa, inglês, e diversão pop. Na melhor história, uma jovem poeta é instigada pela mãe a conhecer homens ocidentais interessados em casamento por correspondência, como uma forma rápida dela evadir-se do país. Quando aparece um cara cujo perfil finalmente vale a pena, eis a surpresa. O candidato ideal, italiano, editor de livros, rico... é negro. O preconceito social de uma sociedade engessada explode na cara dos personagens. Cinco anos depois, o segundo longa de Mungiu: "4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias"' - aquela coisa!
  10. Minha jornada pela extensa filmografia de Hong Sang-soo continua. Agora, um recente, de 2018, "Grass". Apenas 66 minutos, contando a sucinta história de um café onde uma mulher, acostada à janela, de posse de um computador, observa, ouve, e, por vezes, interage, com vários clientes do estabelecmento, a saber, um ator cuja carreira começa a ingrenar, um ator falido, um escritor iniciante... Todos com histórias de idas e vindas no amor, idas e vindas na carreira, desembolando-as com amigos, a base, claro, de muito soju. Por ser filmado em preto-e-branco, pode nos levar à associações imediatas com o estupendo "O Dia Depois", ou com o fraco "O Dia em que Ele Chegar", mas vi mais pertinência com "A Câmera de Claire". O grande lance do filme é saber se a personagem de Kim Min-hee está testemunhando ou, quem sabe, imaginando, criando tais pessoas, tais encontros, tais conversas. Sang-soo Hoing é acusado de espelhar os filmes demais em si mesmo. Talvez nessa recente obra ele queira dizer que um escritor ou um roteirista de cinema tira suas ideias principalmente da vida ao redor, basta, para isso, ter olhos e ouvidos. Basta ficar no canto de um café; atento.
  11. Finalmente assisti a "A Estratégia da Aranha", filme de 1970, de Bernardo Bertolucci. O ano de produção diz muito, mesmo ano de "O Conformista". Ambos adaptações literárias, ambos os filmes sobre o fascismo e o antifascismo. Aqui uma adaptação de um conto de Borges, no qual se discute relativização da verdade histórica. Cai como uma luva para essa história de um filho que chega a sua terra natal para investigar a morte de seu pai, assassinado em um teatro durante Rigoletto de Verdi, por um grupo de camisas negra, em 1936. Lá reencontra a ex-amante de seu pai, que desconfia que os fascistas ainda estejam por lá, agora em situação de destaque na cidade. Surge então um fascinante jogo de mistura entre o passado e presente, com as fronteiras temporais se intercambiando. Não somente o tempo se mistura, mas também as noções de herói e traidor da pátria. Pena que o ator principal, Giulio Brogi, esteja fraco, não sabendo muito bem dar densidade ao invisível conflito pai e filho, ele, que na verdade, faz os dois. Mas a belíssima Alida Valli compensa tudo. Fotografia de Vittorio Storaro, que faz muito com pouco dinheiro. Bom demais!
  12. "...Justice for All"/ Justiça para Todos, de 1979, é mais um filme pouco comentado do canadense Norman Jewison (Sete indicações ao Oscar, nenhuma vitória, nem um Oscar Honorário sequer, nos seus mais de 94 anos - Um absurdo!). Sinceramente, para mim, o filme envelheceu muito bem. O estilo é setentista, com aquela trilha sonora de motel antigo, mas...pra mim até isso é charmoso. O que envelheceu bem, no entanto, é o tema. Imaginem colocar de cara a questão do transexual não poder ficar na mesma cela dos outros prisioneiros, homens cis. Estamos discutindo/aplicando isso hoje! O roteiro enfrentava essa questão há 40 anos, pelo prisma certo, pelo prisma dos Direitos Humanos, e pelo prisma do "Justice for all"/Justiça para Todos, do título, palavras do juramento à bandeira americana (e deve ser também de todo advogado por lá desde então). Mas o roteiro, indicado ao Oscar, não se prende a uma só situação. O personagem de Al Pacino, um advogado criminal idealista, defenderá mais outros dois casos: O de um cliente francamente inocente, e o de um cliente indisfarçadamente culpado. Os três casos, em conjunto, discutirão abuso de poder, conluio judicial, interpretações legalistas burras, racismo...Mas principamente Acesso à Justiça. Como o acesso à justiça de quem tem dinheiro ou poder é maior do que o acesso daqueles que nada têm. Superatual, superpremente. Tudo isso na interpretação monstruosa de Al Pacino, indicado ao Oscar mais uma vez. Se não pelos 110 minutos do filme, mas principalmente pelos incríveis 10 minutos finais, quando do seu inesquecível discurso no Tribunal.
  13. Digo e repito sempre em alto e bom som: O ano de 1999 é o melhor da história do cinema! "A Humanidade", do francês Bruno Dumont, é outro digno representante desse ano glorioso. Papou três prêmios em Cannes, Ator, Atriz, e o Grande Prêmio do Júri, mas dividiu os críticos. Muitos não suportaram a desconstrução do gênero "policial", não suportaram o tédio. Uma garota foi estuprada e morta na região rural de Flandres, de onde se avista a Inglaterra. o encarregado da investigação é um policial apalermado, calmo, doce, pacífico, interpretado por um ator não profissional. Os clichês do gênero começam a ruir. Não há tiro, descobertas de pistas, viaturas em disparada, nada; só há espera, e tempo. A melhor amiga do policial é uma vizinha que usa o sexo como forma de se distinguir na vida opaca das mulheres daquela cidade. Os dois, junto ao namorado dela, passearão pela cidade; aguentarão o tédio; se amarão, até a resolução do caso. Até entendermos o cerne do filme, a primeira hora e meia pode parcer insuportável. Mas seu final recompensa e muito. Também é destaque o demorado duplo close em vaginas. Na da menina estuprada, que abre o filme; e na da personagem feminina. Uma ponte semiótica ao quadro "A Origem do Mundo" de Courbet, também ele um Realista, também ele um pintor da vida do campo. Como Dumont. "A Humanidade" tem esse nome pomposo, quase metáfísico, próprio de um filósofo de carreira como Dumont, que nos chama a refletir sobre nós.
  14. "TENET" não vem ganhando críticas entusiasmadas dos quem já viram o filme. Está com 71 no Metacritic, com 18 críticas reunidas. Então muita gente já está minimizando as chances do filme no Oscar, mas surgiu uma impensada: Canção. Chama-se "The Plan", composta por Travis Scott. Vamos ficar de olho. Ou de ouvidos ligados. Gostei demais.
  15. Agora sim, o filme visto hoje, dia 22 de agosto. Só que não. A primeira vez foi nos anos 1990, alugado displicentemente na extinta videolocadora maravilhosa que havia no meu bairro. Mas não lembrava nada do filme. É "O Cheiro da Papaia Verde", do vietanamita Tràn Anh Hùng. Fez um grande sucesso na época, levando um prêmio em Cannes, e até sendo indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro em 1994. Belamente fotografado pelo francês Bennoît Delhomme, que precisa ser mais reconhecido, o filme nos situa no Vietnã pré-guerra, em uma casa de gente de posses, que recruta uma pequena menina como ajudante da cozinheira. Ela ficará anos nessa casa, aprendendo a cozinhar, admirando o jardim, admirando a horta com as papaias, os animais que nela habitam, e sendo perturbada por uma das crianças da casa. É uma relação de testemunha imatura da família, suas dores, dissabores, e também da quase não perturbação social, dado o caráter privilegiado da casa, mesmo num período político já bem conturbado. Até que há um salto temporal, e a fruta - ou a menina - na metáfora evidente amadurece. Olha...isso que eu resumi é mais do que tem "dito" expressamente no filme. Quase não há diálogos. É tudo muito belo, contemplativo, suave, pincelado de verde, mas diálogo dando formatação à trama não há. Entendo que por essas características muitos achem a obra do Hùng meio chata. Mas ele de fato constrói um cinema com imagens e não com palavras.
  16. Estou ouvindo Khalid direto... Ele, a meu ver, refina a cultura de rua.
  17. Lá vou eu pela primeira vez criticar um filme do Emir Kusturica, mas esse "El Pepe, Uma Vida Suprema", documentário de 2018, sofre por ser elogioso demais... O ex-presidente uruguaio é digno de vários elogios mesmo, ainda mais se comparado aos pares da esquerda americana, que, vindos do mesmo berço, se chafurdaram nas benesses do cargo; mas o documentário não levanta nada contra ele. Até os crimes cometidos durante a guerrilha, são relativizados de forma cor-de-rosa. Ao final, parece até uma propaganda política de boas-vindas para o sucessor Tabaré Vazquez, já que mostra até a transmissão de posse. Como gosto de geografia, não deixei de notar a estranha similariedade entre a bandeira da "Frente Amplio" - coligação uruguaia de esquerda - e a bandeira da Sérvia de Kusturica, com as mesmas cores e sempre enfocadas, numa curiosa associação celebaratória. Sou particularmente muito atento ao que se passa na economia de nossos vizinhos, e como liberal fico espantado como os brasileiros (e sérvios, pelo visto) acham que Mujica fez um governo maravilhoso...Deixou o cargo com a altíssima inflação de 8% ao ano, se bem me lembro, e um défict grande nas contas públicas. Ou seja, "Dilmou"!; nada diferente da receita econômica da esquerda latino-americana: Gastar; imprimir dinheiro, "dale a la maquinita", esperando um crescimento de fôlego curto e dividendos eleitorais. E depois, em poucos anos, o país precisa de um grande ajuste nas contas. Não à toa, agora temos um governante de direita por lá... Convenhamos, ninguém vai fazer um filme sobre isso. No mais, adorei como Kusturica dá sempre um jeito de colocar em seus filmes um animal exótico em cena. Dessa vez o galo do ex-presidente. Bem como há sempre grande trilha sonora. Uma delícia ouvir os tangos de raiz...
  18. Quase classifico "Os Amores de Henrique VIII"/ A Vida Privada de Henrique VIII, de 1933, do diretor de Alexander Korda, como uma comédia pastelão. Mais lembrado por ter dado o Oscar de Melhor Ator a Charles Laughton (na época, havia 3 indicados somente), o filme pretende mostrar os vários casamentos do notório monarca inglês; mas quem viu o filme sabe que ele "joga fora" o mais interessante e importante deles, o segundo, com Ana Bolena, já que começa com ela em vias de ser decapitada. Ou seja, os que são mostrados mais precisamente são do terceiro em diante. O rei é tratado pelo roteiro - por incrível que pareça - de maneira até gentil, como um cara sem sorte no amor...Que diferença para o sublime/estupendo e pouco visto "Ana dos Mil Dias", de 1969. O design e os figurinos, no entanto, são ótimos para a época.
  19. Outro Documentário original da Netflix, "Atleta A", é outro forte concorrente ao Oscar da categoria. Os diretores Bonni Cohen e Jon Shenk dissecam os problemas de abuso sexual e moral na hoje vitoriosa Ginástica Artística Americana. O doc é estruturado basicamente com entrevistas das vítimas, entrevistas dos jornalistas que perseguiram a história, entrevistas com as autoridades investigativas, mas, para meu delírio olímpico, também conta bastante sobre o esporte em si, suas bases primeiras na Romênia, ou Rússia, até chegar aos Estados Unidos, contudo trazendo a cultura impiedosa e de mão de ferro do leste europeu. Amei.
  20. Outro Documentário original da Netflix, "Atleta A", é outro forte concorrente ao Oscar da categoria. Os diretores Bonni Cohen e Jon Shenk dissecam os problemas de abuso sexual e moral na hoje vitoriosa Ginástica Artística Americana. O doc é estruturado basicamente com entrevistas das vítimas, entrevistas dos jornalistas que perseguiram a história, entrevistas com as autoridades investigativas, mas, para meu delírio olímpico, também conta bastante sobre o esporte em si, suas bases primeiras na Romênia, ou Rússia, até chegar aos Estados Unidos, contudo trazendo a cultura impiedosa e de mão de ferro do leste europeu. Amei.
  21. Devia isso a mim mesmo. Quem viveu os anos 1990, com certeza se lembra do impacto glamouroso e cômico que surgiu do nada nas nossas tevês. Walter Mercado virou um ícone pop no Brasil, de uma hora para outra. Eu confesso que não sabia nada sobre sua vida, e muito menos ainda sobre seus últimos anos. Achei até que já tivesse morrido. O documentário "Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado" explica as razões desse sumiço. Não era um astrólogo ou um vidente, era, a meu ver, um ator canastrão, com enorme carisma, e que soube aproveitar de sua figura singular. O documentário, original da Netflix, tenta alçá-lo a um patamar maior do que Walter de fato era, em vez de seguir o caminho, muito melhor, de abraçar desbragadamente sua canastrice.
  22. Tive uma semana muito atribulada, então vou escrever de forma bem resumida sobre as produções que vi nos últimos dias. Pra começar, esse, desde já, fortíssimo concorrente ao Oscar de Melhor Documentário, com o selo Netflix- que aprendeu a ganhar na categoria - "Crip Camp". Patrocinado pelo casal Obama, o doc de James Lebrecht e Nicole Newnham pinça um pioneiro acampamento para pessoas com deficiência (onde o diretor James passou parte da adolescência), no bojo das intensas transformações sociais pré e pós-Woodstock, e a partir daí amplia seu escopo para mostrar a luta pela direitos dos deficientes nos Estados Unidos. Com registros em vídeo do acampamento, e entrevistas com os partipantes deles, anos depois, ficamos sensibilizados pela gana de viver dessas pessoas. Um depoimento em particular me marcou demais, e considero o ponto alto do filme: Uma jovem com paralisia cerebral tenta dizer, entre murmúrios, lutando com as palavras, algo "incompreensível", e é "traduzida" por um outro colega: Reclama de que não a deixam sozinha!! E queria, como uma adolescente qualquer, o direito à privacidade. Simplesmente ficar sozinha - sem pais, sem acompanhantes aflitos, sem nada. O filme é muito emotivo e uma de suas cenas finais, com imagens dos deficientes da época simplesmente subindo, escalando, rastejando, como podiam, a escadaria do Congresso americano, para brigar por seus direitos, é maravilhosa. Gostei muito.
  23. Tive uma semana muito atribulada, então vou escrever de forma bem resumida sobre as produções que vi nos últimos dias. Pra começar, esse, desde já, fortíssimo concorrente ao Oscar de Melhor Documentário, com o selo Netflix- que aprendeu a ganhar na categoria - "Crip Camp". Patrocinado pelo casal Obama, o doc de James Lebrecht e Nicole Newnham, pinça um pioneiro acampamento para pessoas com deficiência (onde o diretor James passou parte da adolescência), no bojo das intensas transformações sociais pré e pós-Woodstock, e a partir daí amplia seu escopo para mostrar a luta pela direitos dos deficientes nos Estados Unidos. Com registros em vídeo do acampamento, e entrevistas com os partipantes deles, anos depois, ficamos sensibilizados pela gana de viver dessas pessoas. Um depoimento em particular me marcou demais, e considero o ponto alto do filme: Uma jovem com paralisia cerebral tenta dizer, entre murmúrios, lutando com as palavras, algo "incompreensível", e é "traduzida" por um outro colega: Reclama de que não a deixam sozinha!! E queria, como uma adolescente qualquer, o direito à privacidade. Simplesmente ficar sozinha - sem pais, sem acompanhantes aflitos, sem nada. O filme é muito emotivo e uma de suas cenas finais, com imagens dos deficientes da época simplesmente subindo, escalando, rastejando, como podiam, a escadaria do Congresso americano, para brigar por seus direitos, é maravilhosa. Gostei muito.
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