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Forum Cinema em Cena

V de Vingança


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Achei mediano. De certa maneira acho que as objeções da Boscov procedem. O Serge falou que o filme não é uma peça pró-terrorismo. De fato não o é' date=' mas seu final acaba por validar as ações de V em sua luta para derrubar o estado. Por mais que o personagem seja uma vítima do "sistema", nada pode justificar o que ele faz, com seus atos o máximo que V consegue é se igualar ao governo que tanto combatia. A moral apresentada no filme é "torta", e isso conta pontos negativos comigo. Uma pena, o material é bom sem dúvida, mas acabou sendo contaminado pelas ideologias dos roteiristas.

Nota:6/10
[/quote']

Eu diria que o final EXECUTA as ações de V... E é extremamente ambíguo... Até que ponto as ações de V são legítimas? O filme não quer ser moral, muito pelo contrário. O filme te narra as ações de um certo personagem. Cabe a vc determinar se aquilo é moral ou não.

E outra: o lance de ser 'vitima do sistema não justifica o que ele faz' é extremamente subjetivo. O que vc faria se fosse cidadão de um Estado totalitário? Cruzaria os braços?

Finalmente alguém que parece não apenas concordar em parte, mas inteiramente comigo.

E a pergunta, que coloquei em negrito, é pra ficar sem resposta, e fica sem resposta no filme, reforçando justamente a ambiguidade. Além do mais, se for para não ficar de braços cruzados, como cada um faria isso? V preferiu fazer de uma forma, cabendo aos outros concordar e seguir ou não.

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SPOILERS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu diria que o final EXECUTA as ações de V... E é extremamente

ambíguo... Até que ponto as ações de V são legítimas? O filme não quer

ser moral' date=' muito pelo contrário. O filme te narra as ações de um certo

personagem. Cabe a vc determinar se aquilo é moral ou não.[/Quote']

 

 

 

Sim, cabe a nós julgar as ações de V. Mas o final é parcial, como aliás

não poderia deixar de ser. V é posto na condição de herói e morre como

mártir. Isso para mim é  a validação de seus atos. Todo o

questionamento acerca de seus métodos se dilui no início da trama, um

erro na minha concepção.

 

 

 

outra: o lance de ser 'vitima do sistema não justifica o que ele

faz' é extremamente subjetivo. O que vc faria se fosse cidadão de um

Estado totalitário? Cruzaria os braços?[/Quote]

 

 

 

Subjetivo de fato. Vou tentar dar uma perspectiva histórica para essa

questão mas sem entrar naquele discurso piegas de "violência gera

violência".

 

 

 

Qualquer governo opressor se degenera com o tempo e acaba por cair

naturalmente. É claro que o povo pode intervir nesse processo

acelerando-o, seja por vias golpistas ( caso do filme) ou através da

divulgação de idéias que com o tempo acabam por fragilizar o sistema.

 

 

 

A via golpista sempre se mostrou mais ineficaz. O sistema czarista

russo caiu na revolução de 1917. O que veio depois foi talvez o governo

mais sanguinário e controlador que a humanidade conheceu. O mesmo vale

para Cuba, China, Coréia do Norte e vários outros países. Por outro

lado tomemos como exemplo o fim da URSS. A população das repúblicas

soviéticas se aproveitou de um momento de fragilidade do sistema e

decretou sua independência de maneira pacífica baseada em alicerces que

já vinham sendo contruídos há pelo menos uma década. O que se seguiu

foi democracia.

 

 

 

Combater totalitarismo com idéias sempre se mostrou muito mais

eficiente do que com violência. V diz que "idéias não morrem". Correto.

Mas idéias matam? Não concordo com isso. Para mim essa é uma das

contradições centrais do personagem mas que o filme infelizmente

explora pouco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Sim' date=' cabe a nós julgar as ações de V. Mas o final é parcial, como aliás não poderia deixar de ser. V é posto na condição de herói e morre como mártir. Isso para mim é  a validação de seus atos. Todo o questionamento acerca de seus métodos se dilui no início da trama, um erro na minha concepção.
[/quote']

Discordo... o fato dele ter matado o chanceler para Evey explodir o parlamento logo depois, quando ele deixa nas mãos dela a escolha, gera ainda mais questionamentos. O cara já estava morto, pra quê destruir um símbolo que nada tinha a ver com aquele governo totalitário que acabou de ser destituído? Destruiram o parlamento; e aí? O que acontece depois? Consideremos que a Revolução Francesa visava depor um déspota. O que aconteceu em seguida? Enfiaram Napoleão e o nomearam Imperador.

Fatos: ele morreu e o chanceler idem... Ele se transformou num mártir? Não sei; O mundo ficou melhor depois da morte de Suttler? Não sei...

Qualquer governo opressor se degenera com o tempo e acaba por cair naturalmente.

Diga isso a Fidel Castro... Cuba está em frangalhos' date=' mas o seu governo está mais forte do que nunca...

através da divulgação de idéias que com o tempo acabam por fragilizar o sistema.

É uma alternativa, mas que dá resultados homeopáticos. Governos totalitários NÃO PODEM PROSPERAR SOB QUALQUER HIPÓTESE! Vivemos 20 anos de ditadura no país... Centenas de pessoas foram mortas e a sociedade brasileira foi colocada num clima de constante medo. Devo cruzar os braços e esperar que o sistema se definhe por si só? É algo pra se pensar...

A via golpista sempre se mostrou mais ineficaz. O sistema czarista russo caiu na revolução de 1917. O que veio depois foi talvez o governo mais sanguinário e controlador que a humanidade conheceu. O mesmo vale para Cuba' date=' China, Coréia do Norte e vários outros países. [/quote']

Alguns desses países ainda se encontram nesse estágio hoje justamente pq fizeram o que vc sugeriu (combater com idéias) ou cruzaram os braços ou ficaram com medo... O resultado está aí.

A população das repúblicas soviéticas se aproveitou de um momento de fragilidade do sistema e decretou sua independência de maneira pacífica baseada em alicerces que já vinham sendo contruídos há pelo menos uma década. O que se seguiu foi democracia.

Mas antes disso acontecer foram 40 anos de carnificina... 2 gerações' date=' milhares de pessoas que nasceram e morreram nesse sistema para esperar que alicerces ideológicos fossem construídos com o passar do tempo e os levassem de volta à democracia... Tudo muito poético, mas e as vidas que foram sacrificadas?

Combater totalitarismo com idéias sempre se mostrou muito mais eficiente do que com violência.

Cite exemplos.

Em tempo: a via golpista só se mostrou ineficaz até hoje pq por trás dos golpes haviam pessoas mal intencionadas.

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Porra a queda do regime czarista foi uma das mais sanguinarias existentes.

Mataram a familia inteira do czar.

Não concordo com os metodos de V,não sei se esse assunto é abordado no filme,mas V mata todos os funcionarios do campo de concentração Larkhill,e nem todos eram monstros como Lewis Prothero.

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Discordo... o fato dele ter matado o chanceler para

Evey explodir o parlamento logo depois' date=' quando ele deixa nas mãos dela

a escolha, gera ainda mais questionamentos. O cara já estava morto, pra

quê destruir um símbolo que nada tinha a ver com aquele governo

totalitário que acabou de ser destituído? Destruiram o parlamento; e

aí? O que acontece depois? Consideremos que a Revolução Francesa visava

depor um déspota. O que aconteceu em seguida? Enfiaram Napoleão e o

nomearam Imperador.

 

 

 

Fatos: ele morreu e o chanceler idem... Ele se transformou num mártir?

Não sei; O mundo ficou melhor depois da morte de Suttler? Não

sei...[/Quote']

 

 

 

Para mim o fato de o parlamento (símbolo de democracia) ter sido

explodido representa justamente a consagração das idéias de V. Ao puxar

a alavanca o que Evey faz é validar todos os métodos que ele usava.

Isso tudo sob o olhar extasiado de uma multidão que vestia máscaras de

Guy Fawkes.

 

 

 

 Você tem razão ao dizer que esse ato gera questionamentos, mas

estes são discutidos superficialmente ou então ignorados. Fica a cargo

do público julgar aquilo tudo. A visão apresentada no filme é

unilateral: V é um herói que faz uso de métodos sujos mas necessários

para derrubar um sistema do qual ele tinha sido vítima. Maniqueísta

demais.

 

 

 

 

 

 

Diga isso a Fidel Castro... Cuba está em frangalhos, mas o seu governo está mais forte do que nunca...[/Quote]

 

 

 

O regime Castrista é justamente uma prova do que eu disse. Ele resiste

unicamente na figura de Fidel, quando ele morrer morre junto o regime.

 

 

 

É uma alternativa, mas que dá resultados homeopáticos. Governos

totalitários NÃO PODEM PROSPERAR SOB QUALQUER HIPÓTESE! Vivemos 20 anos

de ditadura no país... Centenas de pessoas foram mortas e a sociedade

brasileira foi colocada num clima de constante medo. Devo cruzar os

braços e esperar que o sistema se definhe por si só? É algo pra se

pensar...[/Quote]

 

 

 

Regimes totalitários prosperam justamente porque no início tem o aval

da população. Enquanto esse regime mantiver o controle de toda a

máquina estatal e de alguns setores da sociedade, qualquer luta armada

se torna inútil. Como exemplo podemos tomar a ação de grupos teroristas

tipo o MR-8. A atuação deles não abalou de nenhuma forma a ditadura

brasileira.

 

 

 

Alguns desses países ainda se encontram nesse estágio hoje justamente

pq fizeram o que vc sugeriu (combater com idéias) ou cruzaram os braços

ou ficaram com medo... O resultado está aí.[/Quote]

 

 

 

O regime chinês só sobreviveu por causa das reformas estruturais que

houveram no país. Já os regimes de Coréia e Cuba resistem apenas nas

figuras de seus ditadores e devem colapsar assim que estes morrerem.

 

 

 

Mas antes disso acontecer foram 40 anos de carnificina... 2 gerações,

milhares de pessoas que nasceram e morreram nesse sistema para esperar

que alicerces ideológicos fossem construídos com o passar do tempo e os

levassem de volta à democracia... Tudo muito poético, mas e as vidas

que foram sacrificadas?[/QUote]

 

 

 

Sim, morreu muita gente. Mas o que você queria que a população fizesse.

Lutasse contra o sistema ao estilo V? Em 1968 houve um princípio de

movimento separatista em Praga. O que o governo soviético fez? Mandou

400 mil soldados para a República Tcheca. Luta armada nessas condições

seria inútil. Teria como única consequência o aumento nas estatíticas

de mortos do regime.

 

 

 

Cite exemplos.[/QUote]

 

 

 

Já citei o das ex-repúblicas soviéticas. Outro exemplo é Ghandi e sua desobediência civil.

 

 

 

 

Em tempo: a via golpista só se mostrou ineficaz até hoje pq por trás dos golpes haviam pessoas mal intencionadas.[/Quote]

 

 

Não dá pra dizer que a via golpista não funciona porque existem

pessoas mal intencionadas. A questão vai além disso. Um golpe traz como

consequência imediata um processo de reengenharia social. É óbvio que

isso não agrada todos os setores da sociedade e então para se

consolidar o governo é necessário que seja instaurada uma ditadura, que

invariavelmente acaba se degenerando m regimes sanguinários.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Você tem razão ao dizer que esse ato gera questionamentos' date=' mas estes são discutidos superficialmente ou então ignorados. Fica a cargo do público julgar aquilo tudo. [/quote']

Estamos falando de um filme entretenimento... Querer que ele aborde essas questões de forma profunda e extremamente reflexiva é pedir demais.

O regime Castrista é justamente uma prova do que eu disse. Ele resiste unicamente na figura de Fidel' date=' quando ele morrer morre junto o regime.[/quote']

Sim, mas se o cara viver mais 10 anos, serão mais 10 anos torturantes para a população.

Regimes totalitários prosperam justamente porque no início tem o aval da população. Enquanto esse regime mantiver o controle de toda a máquina estatal e de alguns setores da sociedade' date=' qualquer luta armada se torna inútil. Como exemplo podemos tomar a ação de grupos teroristas tipo o MR-8. A atuação deles não abalou de nenhuma forma a ditadura brasileira.[/quote']

Mesmo os governos democráticos controlam quase toda a máquina estatal. Nosso exército não é privatizado. Vc acha que se a população sair as ruas numa luta armada para tirar o Lula, a mesma resultará útil?

O regime chinês só sobreviveu por causa das reformas estruturais que houveram no país. Já os regimes de Coréia e Cuba resistem apenas nas figuras de seus ditadores e devem colapsar assim que estes morrerem.

Sim' date=' mas a questão que fica é: dá pra esperar? Quantas vidas mais serão sacrificadas até que esperemos que a figura do ditador faleça para que se consiga a liberdade?

Sim, morreu muita gente. Mas o que você queria que a população fizesse. Lutasse contra o sistema ao estilo V?

É uma alternativa... Não a melhor, mas certamente a que produziria resultados no curto prazo. O que não dá pra aceitar é ficar no lero-lero esperando que o regime caia por si mesmo...

Não dá pra dizer que a via golpista não funciona porque existem pessoas mal intencionadas. A questão vai além disso. Um golpe traz como consequência imediata um processo de reengenharia social. É óbvio que isso não agrada todos os setores da sociedade e então para se consolidar o governo é necessário que seja instaurada uma ditadura' date=' que invariavelmente acaba se degenerando m regimes sanguinários.
[/quote']

Mas acontece o mesmo em estados democráticos... Ou vc acha que a eleição de Lula, por exemplo, agradou TODOS os setores da sociedade? Acho que a causa de regimes totalitários é outra e nada tem a ver com o fato de se precisar consolidar o governo, visto que o mesmo não é bem quisto por todos os setores da sociedade.

Se há uma revolução, certamente esta tem o respaldo do povo, afinal, uma revolução não se faz com um líder idealista e 10 marines. De certa forma, algo semelhante acontece na democracia, já que o líder é eleito pelo povo e não por alguns setores da sociedade.

Conde Dookan2006-4-13 22:42:5
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Achei mediano. De certa maneira acho que as objeções da Boscov procedem. O Serge falou que o filme não é uma peça pró-terrorismo. De fato não o é' date=' mas seu final acaba por validar as ações de V em sua luta para derrubar o estado. Por mais que o personagem seja uma vítima do "sistema", nada pode justificar o que ele faz, com seus atos o máximo que V consegue é se igualar ao governo que tanto combatia. A moral apresentada no filme é "torta", e isso conta pontos negativos comigo. Uma pena, o material é bom sem dúvida, mas acabou sendo contaminado pelas ideologias dos roteiristas.

Nota:6/10
[/quote']

moral? ta bom então, vc iria falare com o presidente pra pedir que ele renuncie ao cargo ou acabe com suas atrocidades!!

engraçado que os burgueses da França não se preocuparam nem um pouco com a moral e decapitou o Rei de seu país!!

um regime totalitario pra poder consolidar o poder? PAREI, PAREI!!

depois dessa eu PAREI, pois então que o poder não fique consolidado, afinal o poder é dos que detem o poder economico, portanto...!! 

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Estou voltando, depois de quase um ano sem computador, e acho ótimo reestreiar falando sobre esse filme.

Os meus comentários aqui sempre foram e continuarão sendo quase que exclusivamente pessoais. Muitos analisam o filme em todos os seus aspectos, mas eu, particurlamente, só o faço no que se refere a originalidade do filme, seus diálogos, sua mensagem (atuações e filmagem, mas este último raramente), itens pra mim que são os mais importantes e se ausentes em um filme, fazem dele uma porcaria ou apenas mais um de milhares.

Pelas razões acima é que gostei muito de V de vingança e de Boa noite boa sorte(este principalmente), os quais são filmes que realmente tem um propósito, filmes que fazem o espectador cônscio se lembrar da ridícula situação pela qual passa o mundo e, por conseguinte, se revoltar, torcer, querer ser o herói, querer ser um agente construtor da justiça.

Filmes como esses ressuscitam nossos ideais ou os despertam naqueles qua ainda não os têm.

Bem, é esssa opinião extremamente pessoal que tenho do filme e acho ótimo compartilha-la, o que não faço há muito tempo aqui.

Outra coisa que gostei foi do filme estar sendo vendido como blockbuster, pois assim poderá atingir muitos brasileiros, algo que boa noite boa sorte não fez.

P.S Não sou um terrorista smiley36.gif e de maneira alguma achei que o filme estivesse fazendo apologia a ele.

 

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Estamos falando de um filme entretenimento... Querer que ele aborde

essas questões de forma profunda e extremamente reflexiva é pedir

demais.[/QUote]

 

 

 

Mas não estou pedindo isso. Queria apenas que essas questões não fossem

praticamente deixadas de lado como aconteceu. Além do mais é possível

ser cinema de entretenimento e ao mesmo abordar questões relevantes de

forma profunda. Vide Laranja Mecânica.

 

 

 

Sim, mas se o cara viver mais 10 anos, serão mais 10 anos torturantes para a população.[/Quote]

 

 

 

E qual seria a solução então? Matar Fidel? Talvez, mas acho que não concordo muito com isso.

 

 

 

Mesmo os governos democráticos controlam quase toda a máquina estatal.

Nosso exército não é privatizado. Vc acha que se a população sair as

ruas numa luta armada para tirar o Lula, a mesma resultará útil?[/Quote]

 

 

 

Uma das vantagens da democracia é que não precisa se recorrer à luta

armada para derrubar um governante. Mas respondendo a pergunta: se o

exercito estiver do lado do Lula a luta será inútil.

 

 

 

É uma alternativa... Não a melhor, mas certamente a que produziria

resultados no curto prazo. O que não dá pra aceitar é ficar no

lero-lero esperando que o regime caia por si mesmo...[/Quote]

 

 

 

E qual a sua sugestão então? Como enfrentar um governo que possui 20

milhões de soldados leais a ele? Na minha opinião isso só é possível no

campo ideológico. "Idéias nunca morrem", mas pessoas morrem, e bem

facilmente quando sob a mira de uma metralhadora.

 

 

 

Mas acontece o mesmo em estados democráticos... Ou vc acha que a

eleição de Lula, por exemplo, agradou TODOS os setores da sociedade?

Acho que a causa de regimes totalitários é outra e nada tem a ver com o

fato de se precisar consolidar o governo, visto que o mesmo não é bem

quisto por todos os setores da sociedade.[/Quote]

 

 

 

Sim, mas no caso de Lula a sua vitória não veio acompanhado de um

processo de reengenharia social, algo que fatalmente ocorre em regimes

instalados após uma revolução.

 

 

 

 

Se há uma revolução, certamente esta tem o respaldo do povo, afinal,

uma revolução não se faz com um líder idealista e 10 marines. De certa

forma, algo semelhante acontece na democracia, já que o líder é eleito

pelo povo e não por alguns setores da sociedade.[/Quote]

 

 

Respaldo de uma parte da população apenas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Achei mediano. De certa

maneira acho que as objeções da Boscov procedem. O Serge falou que o

filme não é uma peça pró-terrorismo. De fato não o é' date=' mas seu final

acaba por validar as ações de V em sua luta para derrubar o estado. Por

mais que o personagem seja uma vítima do "sistema", nada pode

justificar o que ele faz, com seus atos o máximo que V consegue é se

igualar ao governo que tanto combatia. A moral apresentada no filme é

"torta", e isso conta pontos negativos comigo. Uma pena, o material é

bom sem dúvida, mas acabou sendo contaminado pelas ideologias dos

roteiristas.

 

Nota:6/10

[/quote']

moral? ta bom então, vc iria falare com o presidente pra pedir que ele renuncie ao cargo ou acabe com suas atrocidades!!

engraçado que os burgueses da França não se preocuparam nem um pouco com a moral e decapitou o Rei de seu país!!

um regime totalitario pra poder consolidar o poder? PAREI, PAREI!!

depois dessa eu PAREI, pois então que o poder não fique consolidado,

afinal o poder é dos que detem o poder economico,

portanto...!! 

 

 

 

Não entendi o que você quis dizer. Pode estruturar melhor?

 

 

 

 

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Achei mediano. De certa maneira acho que as objeções da Boscov procedem. O Serge falou que o filme não é uma peça pró-terrorismo. De fato não o é' date=' mas seu final acaba por validar as ações de V em sua luta para derrubar o estado. Por mais que o personagem seja uma vítima do "sistema", nada pode justificar o que ele faz, com seus atos o máximo que V consegue é se igualar ao governo que tanto combatia. A moral apresentada no filme é "torta", e isso conta pontos negativos comigo. Uma pena, o material é bom sem dúvida, mas acabou sendo contaminado pelas ideologias dos roteiristas.

Nota:6/10
[/quote']

moral? ta bom então, vc iria falare com o presidente pra pedir que ele renuncie ao cargo ou acabe com suas atrocidades!!

engraçado que os burgueses da França não se preocuparam nem um pouco com a moral e decapitou o Rei de seu país!!

um regime totalitario pra poder consolidar o poder? PAREI, PAREI!!

depois dessa eu PAREI, pois então que o poder não fique consolidado, afinal o poder é dos que detem o poder economico, portanto...!! 



Não entendi o que você quis dizer. Pode estruturar melhor?

Moral? moral não é nada a partir do momento em que o povo sofre com a politica adotada pelos governantes, a partir do momento que o povo é prejudicado, ele se sente no direito de lutar pelos seus direitos e se revoltarem!!

o terrorismo é só mais uma forma de revolta, pode ser errada, eu acho, mas o importante no filme é a revolta, é O NÃO AO COMODISMO, é sempre a luta contra o que o reprime, o explora!!

Moralismo é apenas um conceito costumeiro, algo meramente superficial como a beleza!!

e nenhum governo tem o direito de adotar um regime totalitario e explorador e preconceituoso pra "consolidar o poder" smiley11.gif

isso é TERRORISMO, terrorismo não é só a atitude de minorias com taticas de guerrilha "covardes", afinal, mais covarde do que colocar uma bomba em um carro e guia-lo até um ponto de movimento e ai aciona-la, é um governo que detem todo o poder militar do país, deixar o povo no esquecimento, explora-lo e tirar os seus direitos e sua liberdade!!

e queira vc ou não, todos os povos do mundo já adotaram medidas radicais, "terroristas"!!

portanto, Moral não existe pra um povo explorado, o que existe é a luta pra tornar o futuro de seus filhos mais prospero, e a historia prova isso!!

condenar atos Terroristas contra um regime Totalitário acaba sendo uma redenção do regime!!

Gustavo Adler2006-4-14 1:58:23
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Mas não estou pedindo isso. Queria apenas que essas questões não fossem praticamente deixadas de lado como aconteceu. Além do mais é possível ser cinema de entretenimento e ao mesmo abordar questões relevantes de forma profunda. Vide Laranja Mecânica.

Sinto discordar mais uma vez... Laranja pode até entreter seu expectador' date=' mas NUNCA foi feito como filme entretenimento.


E qual seria a solução então? Matar Fidel? Talvez, mas acho que não concordo muito com isso.

Por isso que eu disse que é algo a se pensar... O que não dá é pra esperar a vontade de Fidel de morrer logo de uma vez ou esperar que o próprio regime definhe...

Uma das vantagens da democracia é que não precisa se recorrer à luta armada para derrubar um governante. Mas respondendo a pergunta: se o exercito estiver do lado do Lula a luta será inútil.

Então toda luta armada é inútil... a menos que vc conheça um exército que esteja CONTRA o Estado que o banca.


E qual a sua sugestão então? Como enfrentar um governo que possui 20 milhões de soldados leais a ele? Na minha opinião isso só é possível no campo ideológico. "Idéias nunca morrem"' date=' mas pessoas morrem, e bem facilmente quando sob a mira de uma metralhadora.[/quote']

Repito: é algo a se pensar... Revolucionários não atacam o Estado de frente, mas fazem como V: na surdina e instigando o povo a reagir... Ataques como esses enfraquecem um estado totalitário, principalmente quando o povo vê que seus governantes não conseguem controlar a situação.


Respaldo de uma parte da população apenas.

Que' date=' inevitavelmente, corresponde a pelo menos, 45% da população, ou seja, um número beeeeem expressivo. Vide a Revolução Francesa, por exemplo.











[/quote']
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Moral? moral não é nada a partir do momento em que o povo sofre com a

politica adotada pelos governantes' date=' a partir do momento que o povo é

prejudicado, ele se sente no direito de lutar pelos seus direitos e se

revoltarem!![/Quote']

 

 

 

Quer dizer então que valores morais cessam de existir quando se luta

contra um governo totalitário? O povo tem direito sim de requerer seus

direitos, mas há limites.

 

 

 

o terrorismo é só mais uma forma de revolta, pode ser errada, eu acho,

mas o importante no filme é a revolta, é O NÃO AO COMODISMO, é sempre a

luta contra o que o reprime, o explora!![/QUote]

 

 

 

Mas o terrorismo não é a única maneira de se mostrar o "nao ao comodismo".

 

 

 

Moralismo é apenas um conceito costumeiro, algo meramente superficial como a beleza!![/Quote]

 

 

 

Moral é uma abstração humana e portanto está sujeita à subjetividade.

Mas se esta subjetividade for muito grande abre-se espaço para todo

tipo de reengenharia social. O que pode ser perigoso.

 

 

 

 

 

e nenhum governo tem o direito de adotar um regime totalitario e explorador e preconceituoso pra "consolidar o poder" smiley11.gif[/Quote]

 

 

 

E eu disse que tem?

 

 

 

isso é TERRORISMO, terrorismo não é só a atitude de minorias com

taticas de guerrilha "covardes", afinal, mais covarde do que colocar

uma bomba em um carro e guia-lo até um ponto de movimento e ai

aciona-la, é um governo que detem todo o poder militar do país, deixar

o povo no esquecimento, explora-lo e tirar os seus direitos e sua

liberdade!![/Quote]

 

 

 

Para mim o terrorismo não passa de um

Tu

Quoque. Algo do tipo: vocês matam então a gente também tem o

direito de matar.

 

 

 

e queira vc ou não, todos os povos do mundo já adotaram medidas radicais, "terroristas"!![/Quote]

 

 

 

Generalização apressada. A não ser que você consiga provar essa sua proposição.

 

 

 

portanto, Moral não existe pra um povo explorado, o que existe é a luta

pra tornar o futuro de seus filhos mais prospero, e a historia prova

isso!![/Quote]

 

 

 

 

 

Se não existe moral então todas as ações do governo totalitário também

são justificáveis. E como a história prova isso que você falou?

 

 

 

condenar atos Terroristas contra um regime Totalitário acaba sendo uma redenção do regime!![/Quote]

 

 

 

"If you're not with me, then you are my enemy..". Tudo bem então Anakin Skywalker.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Sinto discordar mais uma vez... Laranja pode até

entreter seu expectador' date=' mas NUNCA foi feito como filme

entretenimento.[/Quote']

 

 

 

Tem razão, minha comparação foi infeliz.

 

 

 

Por isso que eu disse que é algo a se pensar... O que não dá é pra

esperar a vontade de Fidel de morrer logo de uma vez ou esperar que o

próprio regime definhe...[/Quote]

 

 

 

Sim, mas veja que os cubanos estão pensando nisso há pelo menos uns 15

anos ( desde o fim da mesada da URSS) e Fidel continua lá. A questão é

muito mais complexa do que parece ser.

 

 

 

Então toda luta armada é inútil... a menos que vc conheça um exército que esteja CONTRA o Estado que o banca.

 

[/Quote]

 

 

 

Parto do princípio de que se o inimigo tem uma vantagem esmagadora

então a luta armada nada mais é do que um desperdício de vidas.

 

 

 

Repito: é algo a se pensar... Revolucionários não atacam o Estado de

frente, mas fazem como V: na surdina e instigando o povo a reagir...

Ataques como esses enfraquecem um estado totalitário, principalmente

quando o povo vê que seus governantes não conseguem controlar a

situação.[/Quote]

 

 

 

Exato, no campo ideológico. Algo tipo o discurso que V faz na

televisão, isso considero válido. Agora, para mim matar políticos e

explodir prédios não passa de terrorismo barato, o que em última

análise é apenas uma falácia Tu Quoque como eu disse na outra

resposta.

 

 

 

 

Que, inevitavelmente, corresponde a pelo menos, 45% da população, ou

seja, um número beeeeem expressivo. Vide a Revolução Francesa, por

exemplo.

 

[/Quote]

 

 

 

Sim, mas a massa de descontentes também é bastante expressiva. Períodos

pós revolução sempre são bastante conturbados, basta tomar o exemplo da

própria França que só se estabilizou politicamente depois da ascenção

de Napoleão mais de 10 anos depois da queda da Bastilha.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Muito foda....

 

 

 

Um filme muito corajoso. Um tapa na cara dessa sociedade hipocrita e acomodada.

 

 

 

Acho que já foi falado demais sobre as apologias ao terrorismo e a motivação de V.

 

 

 

Mas ha um pequeno dialogo que exprime bem o que é a busca por vingança de V.

 

 

 

V- O que fizeram comigo foi monstruoso.

 

Evey- então eles criaram um monsto.

 

 

 

V não é o unico que vi a real forma do regime. O detetive Flinch e o

Jay Lenon são exemplos disso.  A revolução de V é mais uma

vingança contra o partido, ele quer causar o terror no Estado, não no

povo.

 

 

 

E o que mais aterrorizaria o Governo que não uma revolução?

 

É isso.

 

 

 

Nota:9,5/10

 

 

 

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V de Vingança é o projecto dos irmãos Wachowski que sucede aos hiper mediatizados Matrix, adaptação de um comic

de Alan Moore e David Lloyd. Dizem os especialistas que a fidelidade ao

material original não é famosa, mas isso é questão de somenos face à

real qualidade da obra. E o filme, se não encanta e tem (bastantes)

defeitos, não deixa de se constituir como um entretenimento agradável

quanto baste. Natalie Portman, radiante como sempre e um Hugo Weaving

num anti-herói que não dá a cara são os trunfos do filme, bem

suportados num leque sólido de secundários ingleses. Já a duração

excessiva do filme, os seus propósitos de subtexto político e a

mimetização exagerada do totalitarismo orwelliano,

personificada numa composição de John Hurt a roçar o caricatural, são

voos demasiado altos para as asas que o filme, e os seus criadores,

possuem.

 

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Achei mediano. De certa maneira acho que as objeções da Boscov procedem. O Serge falou que o filme não é uma peça pró-terrorismo. De fato não o é' date=' mas seu final acaba por validar as ações de V em sua luta para derrubar o estado. Por mais que o personagem seja uma vítima do "sistema", nada pode justificar o que ele faz, com seus atos o máximo que V consegue é se igualar ao governo que tanto combatia. A moral apresentada no filme é "torta", e isso conta pontos negativos comigo. Uma pena, o material é bom sem dúvida, mas acabou sendo contaminado pelas ideologias dos roteiristas.

 

Nota:6/10

[/quote']

moral? ta bom então, vc iria falare com o presidente pra pedir que ele renuncie ao cargo ou acabe com suas atrocidades!!

engraçado que os burgueses da França não se preocuparam nem um pouco com a moral e decapitou o Rei de seu país!!

um regime totalitario pra poder consolidar o poder? PAREI, PAREI!!

depois dessa eu PAREI, pois então que o poder não fique consolidado, afinal o poder é dos que detem o poder economico, portanto...!! 

 

Não entendi o que você quis dizer. Pode estruturar melhor?

 

Moral? moral não é nada a partir do momento em que o povo sofre com a politica adotada pelos governantes, a partir do momento que o povo é prejudicado, ele se sente no direito de lutar pelos seus direitos e se revoltarem!!

o terrorismo é só mais uma forma de revolta, pode ser errada, eu acho, mas o importante no filme é a revolta, é O NÃO AO COMODISMO, é sempre a luta contra o que o reprime, o explora!!

Moralismo é apenas um conceito costumeiro, algo meramente superficial como a beleza!!

e nenhum governo tem o direito de adotar um regime totalitario e explorador e preconceituoso pra "consolidar o poder" smiley11.gif

isso é TERRORISMO, terrorismo não é só a atitude de minorias com taticas de guerrilha "covardes", afinal, mais covarde do que colocar uma bomba em um carro e guia-lo até um ponto de movimento e ai aciona-la, é um governo que detem todo o poder militar do país, deixar o povo no esquecimento, explora-lo e tirar os seus direitos e sua liberdade!!

e queira vc ou não, todos os povos do mundo já adotaram medidas radicais, "terroristas"!!

portanto, Moral não existe pra um povo explorado, o que existe é a luta pra tornar o futuro de seus filhos mais prospero, e a historia prova isso!!

condenar atos Terroristas contra um regime Totalitário acaba sendo uma redenção do regime!!

 

Bobagem.

 

Gandhi acabou com um regime sem dar um tiro,estourar uma bombar ou matar uma pessoa.

 

Pode me chamar de moralista,mas a morte de pessoas inocentes não justifica nada,nem a queda de um regime  totalitarista.

 

Como já disse antes,os metodos de V são inaceitavies para mim,assim comoos metodos do ''proletariado'' russo que assassinou o czar,a mulher do czar,e os filhinhos do czar.

 

No final dos quadrinhos fica claro que mesmo com toda a revolta de V a situação não muda em nada.E outra, o lider Ingles,nos quadrinhos,disserta de maneira genial de que governos totalitarios as vezes são necessarios.

 

O quadrinho é EXTREMAMENTE ambiguou,tanto que eu me vi torcendo pelo ditador.

Fica cada vez mais claro que o filme perdeu essa caracteristica e se tornou um panfleto contra os republicanos,mais especificamente contra Bush.

 

 

 

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Muito foda....

 

 

 

Um filme muito corajoso. Um tapa na cara dessa sociedade hipocrita e acomodada.

 

 

 

Acho que já foi falado demais sobre as apologias ao terrorismo e a motivação de V.

 

 

 

Mas ha um pequeno dialogo que exprime bem o que é a busca por vingança de V.

 

 

V- O que fizeram comigo foi monstruoso.

Evey- então eles criaram um monsto.

 

 

 

V não é o unico que vi a real forma do regime. O detetive Flinch e o

Jay Lenon são exemplos disso.  A revolução de V é mais uma

vingança contra o partido' date=' ele quer causar o terror no Estado, não no

povo.

 

 

 

E o que mais aterrorizaria o Governo que não uma revolução?

 

É isso.

 

 

 

Nota:9,5/10

 

 

[/quote']

 

Que horror,V além de tudo,virou um chorão?

 

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Opeth' date=' você nã acha que...

1) Deveria ver o filme?

2) Está dando importância extrema à fidelidade em uma... adaptação?

[/quote']

 

1-Sim,vou ver semana que vem SEM FALTA.

 

2-Não me importo com mundanças,só que não gostei de saber que V se declara a Natalie portman,chora e frita um ovo smiley11.gif

 

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Saiu na Herói!!!

 

06/04 V de Vingança

 

Por André Gordirro

 

vforvendetta_00_peq.jpg
V de Vingança (V for Vendetta, EUA, 2006)

Gênero: Aventura

Direção: James McTeigue

Com: Natalie Portman, Hugo Weaving e John Hurt

Duração: 132 minutos

Censura: 16 anos

V de Vingança é uma história em quadrinhos escrita nos anos 80 por Alan Moore (primeiramente em preto-e-branco entre 1982 e 1983, e depois colorizada e finalizada em 1988), com arte de David Lloyd. Inglês, Moore criticava abertamente o conservadorismo de Margaret Thatcher,

então primeira-ministra de seu país. O futuro previsto por Moore não se

concretizou, mas, curiosamente, a situação mundial - especialmente a

americana - torna a história morbidamente atual. É isso que faz de V de Vingança, o filme, tão oportuno. Se tivesse sido realizado há dez anos, no governo Clinton, sem a sombra do 11 de Setembro, do Ato Patriótico e da Guerra do Iraque, V de Vingança

teria sido um revisionismo desnecessário de um (datado) quadrinho.

Hoje, o que seria uma aventura baseada em gibi entra na fila de

produções que fazem pensar como Syriana e Boa Noite e Boa Sorte. A fita foi produzida e roteirizada pelos irmãos Wachowski (da trilogia Matrix) e confiado ao assistente de direção dos manos, James McTeigue, que estréia na direção.

 

vforvendetta_01_peq.jpgV de Vingança

se passa em 2020, quando um vírus devastou boa parte da humanidade e a

Inglaterra tornou-se um Estado totalistarista. Há toques de recolher,

polícia secreta nas ruas e um canal de notícias oficiais. Tudo isso

para "proteger" as liberdades dos cidadãos - que as perdem em nome do

medo, cedendo aos poucos à tirania do governo. Inspirado no lendário

personagem de Guy Fawkes - que em 5 de novembro de 1605 tentou

explodir o Parlamento inglês e foi enforcado -, um sujeito ronda as

ruas com uma máscara estilizada de Fawkes e os mesmos ideais da figura

histórica. Na mesma data, ele explode o Old Bailey (o fórum municipal

de Londres) e promete, no próximo 5 de novembro, mandar pelos ares o

próprio Parlamento, como o Guy Fawkes de outrora. Começa então a caçada

humana ao terrorista (ou seria um libertário?) V e sua cúmplice, a jovem Evey Hammond, que V salvou de ser estuprada pela polícia secreta e levou para ser testemunha da explosão do Old Bailey.

 

vforvendetta_02_peq.jpgV é interpretado apenas pela linguagem corporal e voz de Hugo Weaving, que passa o filme atrás da carnavalesca máscara de Guy Fawkes. O papel de Evey ficou com Natalie Portman,

que finge (às vezes bem, às vezes mal) um sotaque britânico, e cuja

cena onde tem a cabeça raspada por torturadores foi bastante explorada

pela divulgação do filme. No quadrinho, a personagem é mais hardcore -

uma menina sem perspectiva que tentava ser prostituta -, porém é mal

utilizada por Moore e vive num entra-e-sai na trama meio sem nexo. No

filme, Evey ficou mais palatável ao grande público (é funcionária da TV

estatal), porém adquiriu mais objetivo ao se envolver com V, que a

convence (de modo radical) a tirar a venda de mentiras posta pelo

governo em seu rosto. Há ainda outras boas interpretações no elenco,

como a de Stephen Rea como o investigador que descobre a identidade secreta de V, e John Hurt, que vive o líder totalitarista - exatamente a antítese de seu personagem em 1984.

 

vforvendetta_03_peq.jpgO roteiro inteligentemente trabalha a semelhança de V com o Fantasma da Ópera

- algo que o gibi de Alan Moore já aludia -, mas cria um paralelo com

um personagem que o autor do quadrinho original não notou: o Conde de Monte Cristo,

que urde a maior e mais bem elaborada vingança da literatura. Sim,

porque mais do que altruísmo político, o que move V é a revanche pelo

que o sistema fez com ele a ponto de se tornar o que é. Sua história é

contada para o público através da investigação movida pelo personagem

de Stephen Rea. Ponto para os Wachowski pela boa sacada.

 

vforvendetta_05_peq.jpgNem tudo é discurso em V de Vingança: há lutas sensacionais que lembram, obviamente, Matrix

(outro filme sobre um sujeito contra um sistema composto por mentiras).

Mas a força do filme está nas idéias e questões que levanta: o

terrorismo é aceitável para derrubar um regime? Até que ponto podemos

ceder nossos direitos para um governo que os tira sob a justificativa

de estar nos protegendo? Em um ano em que os filmes baseados em gibis

prometem grandes aventuras escapistas (Superman - O Retorno, X3), é bom que um título traga tamanha maturidade e relevância ao gênero.

 

vforvendetta_06_peq.jpgEm tempo: Alan Moore mandou tirar o nome dele dos créditos do filme, desgostoso com o roteiro e escaldado pelas adaptações de Do Inferno e A Liga Extraordinária. Pura birra e criancice do "bardo" dos quadrinhos ingleses. Se V de Vingança,

o filme, não é ipsis litteris a sua obra, ao menos é fiel ao espírito -

e, convenhamos, tem um roteiro mais bem amarrado e enxuto que o gibi de

Moore, que peca neste sentido. Talvez tenha sido inveja, ou, quiçá, uma

boba vingança.

 

Isso foi forçar a barra!!!!

 

 

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Opeth' date=' você nã acha que...

1) Deveria ver o filme?

2) Está dando importância extrema à fidelidade em uma... adaptação?

[/quote']

1-Sim,vou ver semana que vem SEM FALTA.

2-Não me importo com mundanças,só que não gostei de saber que V se declara a Natalie portman,chora e frita um ovo smiley11.gif

2) Cara, isso tem que ser visto em tela. Sei que é foda controlar expectativas (pra cima ou pra baixo), e por isso acho tão importante se afastar de leituras e falatório sobre filmes antes de vê-los.

Veja: gostei de V fritando ovo. À primeira vista pode parecer "ridículo", mas ali é uma das melhores atuações do Hugo Weaving e... o que haveria de anormal na situação, afinal?

Achei o choro interessante, e a declaração, pelo menos pra mim, tem outro significado, não o "romântico", embora pareça.

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