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19 Dias de Horror


Jailcante
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Senhores Usuários,

Hoje, Sexta-feira 13, aqui nesse tópico e nessa seção, vai começar o 19 Dias de Horror – De Sexta-feira 13 até Halloween. Um festival que promete discutir e analisar os filmes do gênero Terror e Suspense.

O nome do festival vem da coincidência que haverá nesse mês, em que vamos ter ao mesmo tempo uma sexta-feira 13 e um Halloween e os 19 dias de um dia para um do outro.

Mesmo não sendo gêneros que talvez não caiam tanto no gosto popular (muitos preferem dramas, comédias, ação/aventuras, etc...), filmes Terror e Suspense sempre chamam a atenção, apesar de muitas vezes não ter uma qualidade tão elevada que em outros gêneros ditos "mais distintos". Mas vários desses filmes acabam chamando a atenção justamente por não ter essa qualidade "elevada", e funcionando assim mesmo. É um gênero curioso que normalmente busca o fácil entrenimento do público, mas que, como qualquer outro gênero, muitas vezes geram obras que ficam.

O festival consiste em 19 usuários que fizeram um lista contendo os 19 melhores filmes de terror e suspense, junto com uma crítica de até 3 filmes da lista que fez. Não era o objetivo fazer uma competição. O objetivo era cada um dar sua visão do gênero através das lista e das críticas. Visão essa que como uma "superstição de sexta-feira 13" ou uma "fantasia de Halloween", cada um tem a sua . E que procurou passar para vocês.

Agradeço todos que toparam participar. Muito obrigado, pelo esforço e tempo disponibilizado para executar as listas e críticas.10

E para todos do fórum: E vamos começar a nossa jornada! Uma lista será postada diariamente até dia 31 de Outubro - Halloween. E a partir daí, todos, claro, podem comentar e fazer suas observações.

 

Obrigado.

 

E já vamos começar!05

 

Jailcante.

 

(O índice e resultado geral do Festival estão na Página 13) 

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Cartaz by Jorge Soto.
Jailcante2007-12-20 10:01:51
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Sexta-feira, 13 de Outubro de 2006.

19 Melhores Filmes de Terror/Suspense segundo

 

Silva

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     Lista<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><?:NAMESPACE PREFIX = O />

 

1)     O Exorcista (The Exorcist); Diretor – Willian Friendkin; Ano – 1973;

2)     O Iluminado (The Shinning); Diretor – Stanley Kubrick; Ano – 1980;

3)    Os Pássaros (The Birds); Diretor – Alfred Hitchcock; Ano – 1963;

4)     O Enigma do Outro Mundo (The Thing); Diretor – John Carpenter; Ano – 1982;

5)     Encurralado (Duel); Diretor – Steven Spielberg; Ano – 1971;

6)     Alien – O 8º Passageiro (Alien); Diretor – Ridley Scott; Ano – 1979;

7)     A Mosca (The Fly); Diretor – David Cronenberg; Ano – 1986;

8)     Extermínio (28 Days Later); Diretor – Danny Boyle; Ano – 2002;

9)     Poltergeist – O Fenômeno (Poltergeist); Diretor – Tobe Hopper; Ano – 1982;

10) Sexta – Feira 13  (Friday the 13 th); Diretor - Sean S. Cunningham; Ano – 1980;

11) A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street); Diretor – Wes Craven; Ano – 1984;

12) Fome Animal (Braindead); Diretor – Peter Jackson; Ano – 1992;

13) Uma noite alucinante - A morte do demônio (Evil dead, The); Diretor – Sam Raimi; Ano – 1982;

14) O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby); Diretor – Roman Polanski; Ano – 1969;

15) O Segredo do Abismo (The Abyss); Diretor – James Cameron; Ano – 1989;

16) Carrie, A Estranha (Carrie); Diretor – Brian de Palma; Ano – 1976;

17) O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs); Diretor – Jonanthan Demme; Ano – 1991;

18) Terra dos Mortos (Land of the Dead); Diretor – George A. Romero; Ano – 2005;

19)   M: O Vampiro de Dusseldorf (M); Diretor – Fritz Lang; Ano – 1931;

 

CRÍTICAS

 

1) Os Pássaros (The Birds); Direção – Alfred Hitchcock; Roteiro – Evan Hunter (Baseado no romance de Daphne Du Maurier);  Ano – 1963; Com - Rod Taylor, ”Tippi” Hedren, Suzanne Pleshette, Jéssica Tandy

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Na maioria filmes de suspense/terror, normalmente os personagens principais se vêem acuados por uma força extremamente amedrontadora e intimidadora (seja ela um assassino em série, um espírito maligno, um ser de outro planteta) que seria, até certo ponto, impossível de doma – lá. Mas se, por um acaso, esses personagens fossem atacados por criaturas que, até onde alcança o nosso conhecimento, não nos fariam nenhum mal?? De certa forma, é o que Hitch aborda em “Os Pássaros”, filme que sucedeu o grande sucesso de crítica e público “Psicose” (e, provavelmente, o seu filme mais conhecido).

Nesse filme, temos a pacata cidade de Bodega Bay, na Califórnia, vive momentos de terror quando milhares de pássaros se instalam na localidade e começam a atacar as pessoas. Um enredo simples, talvez até difícil de se imaginar sendo desenvolvido durante as duas horas de filme Mas Hitch consegue desenvolve – lo com maestria, além de conseguir causar uma tensão poucas vezes vista em um filme.

Logo nos créditos iniciais, já temos uma boa idéia do que será o filme: não há trilha sonora (como, aliás, em todo o filme). apenas os créditos mostrando os dados usuais do filme (nome, diretor, roteirista, atores), com imagens de pássaros voando descontroladamente (além de ruídos feitos por esses pássaros). Isso cria, antes mesmo do filme começar, uma sensação de que o filme será diferente de outros dirigidos por ele (isso será explicado mais adiante).

Se os créditos iniciais cumprem o esperado (preparar o telespectador para o clima de tensão), o primeiro ato do mesmo serve justamente para quebrar essa sensação. O que vemos é um típico início de uma comédia romântica, com os ingredientes típicos de um filme de Hitchcock: a loira estonteante – no caso, Melaine Daniels (“Tippi” Hendren, em sua estréia no cinema); o “homem comum”, eternizado em seus filmes por Cary Grant e James Stewart (no caso, Mitch Brenner, aqui interpretado por Rod Taylor); o típico humor característico dos seus filmes; a trama amorosa entre os dois personagens principais. Entretanto, através de certos detalhes inseridos na trama (como, por exemplo, a revoada de pássaros observada por Melaine pouco antes de entrar na loja de pássaros), Hitch nos mostra que algo de estranho está por acontecer.

Nesse primeiro ato, temos o encontro entre Melaine e Mitch Brenner (que acontece de forma inusitada) na loja de pássaros. À princípio, Melaine não se interessa por Mitch (especialmente por ele ter judiado dela). Mas, logo depois, ela se vê bastante intrigada em relação àquele homem, e decide, por conta própria, entregá – lo de presente dois periquitos (que ele pedira na loja de pássaros para dar de presente a sua irmã). Como ele não se encontrava presente em sua residência, Melaine decide segui – lo até Bodega Bay, a fim de concretizar sua pequena ”vingança”.

Aliás, nesse trajeto percorrido por ela (primeiro de carro e depois de barco), vemos a maestria da direção de Hitch: toda a cena é conduzida sem diálogos ou trilhas, apenas com imagens. Mas a beleza dessa cena não advém apenas de um retorno ao cinema mudo: Hitch, como grande manipulador, mantém o estado de tensão constante, à medida de Melaine se aproxima da casa de Mitch. A partir do motor do barco ligado, a câmera mostra, alternadamente, a visão de Melanie da casa de Mitch do outro lado da baía e um plano objetivo em que se vê o barco vindo de frente e a vastidão do mar e do céu ao fundo. Essa alternância de planos e a longa duração da sequência, que mostra todo o percurso de Melanie, sugere ao espectador que algo de extraordinário está na iminência de acontecer. O suspense é garantido até o final da seqüência, quanto Melanie faz o caminho de volta de barco (com Mitch a seguindo de carro pela costa): O Ataque inexplicável de uma gaivota à Melanie.

Aqui, cabe explicar o por quê desse filme ter um tom um tanto quanto diferente de outros de Hitchcock: Aqui não há um assassino, e sim uma série de acontecimentos que, ao final, não serão resolvidos! Isso mesmo, não espere que Hitchcock mastigue para você toda a filosofia existente dentro de Os Pássaros. Há um constante tom sobrenatural, e isso ajudou bastante a não haver essa necessidade para o filme. Isso pode ser considerando um ato de coragem por parte de Hitch, pois não podemos esquecer que esse filme sucede “Psicose”, talvez o grande sucesso dele. O filme que seguiria seu grande clássico teria de ser bom o bastante para agradar aos fãs, sedentos por uma nova história que fosse tão boa quanto a anterior.

A partir dessa cena, temos o início do segundo ato: depois do ataque deliberado do pássaro à Melanie, somos apresentados aos outros personagens residentes de Bodega Bay: a irmã de Mitch, Cathy Brenner (Verônica Cartwright, aqui com 13 anos de idade); a mãe de Mitch (interpretada por Jéssica Tandy), além da professora de Cathy e ex – namorada de Mitch Annie Hayworth (interpretada por Suzanne Pleshette), que hospeda Melanie durante a sua estadia e Bodega Bay. Ao mesmo tempo, Hitch, ainda nos preparando para o “prato principal”, nos mostra maiores indícios de que algo estranho está acontecendo naquela cidade: pássaros que não param de migrar; galinhas que se recusam a comer a ração; pombos voando deliberadamente em direção a porta, entre outros. Todos esses fatos culminando no que determina, na minha opinião, o fim do segundo ato: O ataque dos pássaros à festa de aniversário de Cathy. Tudo isso conduzido com a maestria de Hitch na direção.

A partir desse ataque, temos o terceiro ato: cada vez mais ataques acontecem na cidade. Aqui, cabe ressaltar a qualidade técnica do filme: poucos filmes são tecnicamente perfeitos como esse. A edição primorosa, o trabalho primoroso de maquiagem (especialmente nas pessoas vitimadas pelos pássaros), a equipe de efeitos especiais (que fez um dos trabalhos de pintura em matte e chroma key mais primorosos do cinema), todos fizeram um trabalho perfeito. Uma cena que evidencia isso é o ataque dos pássaros ao posto de gasolina, especialmente na cena em que Melanie está presa na cabine telefônica. Essa cena mostra outro aspecto técnico bastante apurado do filme: o fato da diversa sobreposição de películas para criar três camadas na tela. A primeira película tinha Melanie dentro da cabine telefônica, com alguns pássaros atingindo o vidro para ficar real; a segunda camada era alguns pássaros animados que ficavam passando de um lado para o outro em tom ofensivo; e a terceira camada era simplesmente uma pintura! Isso mesmo, usaram uma pintura de fundo e ela ficou simplesmente PERFEITA, irreconhecível, parece até cenário de verdade. Filmado uma película de cada vez, juntaram as três na edição e montaram a aterrorizante cena.

A direção de Hitch não fica atrás e mostra um dos trabalhos mais primorosos aqui, com perfeito domínio da câmera e do efeito que esta irá causar no telespectador. Um exemplo clássico disso é a cena do ataque dos pássaros ao colégio de Cathy: Enquanto Melanie espera no banco do lado de fora do colégio, vemos a câmera acompanhar o vôo de um corvo; em seguida, a câmera foca Melanie e, ao fundo, vemos três pássaros pousados em um cercado; a câmera volta a focar o vôo do pássaro anterior, cortando em seguida para o rosto de Melanie, até que o pássaro pousa no cercado; quando vemos o cercado, temos dezenas de pássaros pousados nele, como se estivessem prontos para o ataque. Essa é uma das cenas mais aterrorizantes do filme para mim, e que mostra o controle absoluto de Hitch na direção a fim de causar a tensão constante ao telespectador. Tensão essa que percorre todo o restante do filme, seja pelos ataques repentinos dos pássaros, que invadem a casa de Mitch Brenner; ou pelo silêncio ensurdecedor que precede (e sucede) o ataque dos pássaros, não dando nenhum momento para o telespectador “decansar”.

Aqui vale ressaltar um dos elementos fundamentais geradores da atmosfera de tensão que recobre quase todo o desenrolar do filme: a falta de explicação do súbito comportamento agressivo dos pássaros de Bodega Bay. O que dá margem, inclusive, à uma sequência deliciosamente cômica, quando vários do habitantes da região discutem sobre o problema dos pássaros em um bar, com destaque para o contraste entre a ornitóloga cética e o bêbado apocalíptico. O absurdo do comportamento dos pássaros que, inexplicável e violentamente, agridem as pessoas às enxurradas e de modo intermitente, acaba por aumentar a angústia do espectador, que não sabe o que esperar para a cena seguinte. Aí é que Hitchcock brinca com nossas expectativas, nos surpreendendo com um violento ataque ou com uma, não menos estranha, quietação momentânea dos pássaros.

Outro ponto importantíssimo a ressaltar é a trilha sonora. Ou, melhor dizendo a ausência dela. Hitch, a fim de criar uma tensão cada vez mais constante, optou por usar apenas efeitos sonoros, além de se utilizar de ruídos (feitos a partir de enormes sintetizadores), especialmente de pássaros. Isso ajudou a criar um clima de tensão constante, que uma trilha sonora não conseguiria dar. Bernard Herrmann, grande colaborador de Hitch nas trilhas sonoras, foi classificado como consultor sonoro desse filme.

Por fim, temos a cereja que faltava para dar o toque final a esse filme: o “final”. Na verdade, não é um final clássico, visto que o filme acaba de forma bastante abrupta, o que com certeza incomodou grande parte do público (e que ainda incomoda muita gente). Após a angustiante fuga dos protagonistas a casa de Mitch, em meio a um sem – número de pássaros, em direção à ponte de São Franscisco, o filme é interrompido, sem a tradicional à época “The End”. O que pode parecer sem sentido param muitas pessoas, para Hitch (e todos aqueles que compartilham da sua visão) é apenas a fria constatação do cenário apocalíptico que os pássaros causaram àquela cidade e aos seus habitantes. Ao determinar essa escolha, Hitch “deixa no ar” se eles realmente conseguiram fugir dos pássaros ou não, levando o telespectador a pensar nisso depois do “fim” do filme, obrigando – o a carregar essa tensão para a saída do cinema. Esse foi mais um toque de mestre de Hitchcock.

“Os Pássaros” pode não ser a obra mais famosa de Hitch (ou mesmo a mais venerada), mas ela pode ser considerada uma das mais emblemáticas de sua vasta carreira. A sensação que se têm depois de assistir essa obra – prima é que, mesmo 46 anos depois de feita, com todos os avanços tecnológicos surgidos desde então, poucos diretores teriam o detalhismo e o perfeccionismo necessário para executar tal façanha, além de coragem suficiente de fazer tantas escolhas que, a princípio, soariam equivocadas. E essas qualidades são dadas a poucos gênios cinematográficos. Hitch tinha isso e muito mais, fato que pode ser comprovado em suas seis décadas de carreira e quase o mesmo número de filmes. Era um dos poucos que sabia criar o suspense como ninguém, mesmo que esse suspense venha de criaturas que nunca imaginaríamos!

2) O Enigma do Outro Mundo (The Thing); Direção – John Carpenter; Roteiro – Bill Lancaster;  Ano – 1982; Com – Charles Hallahan, David Clennon, Donald Moffat, Keith David, Kurt Russell, Peter Maloney, Richard A. Dysart, Richard Masur, T.K. Carter, Wilford Brimley

 

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John Carpenter é o típico diretor que, na maioria das vezes, causa controvérsia com os seus filmes, seja pela temática abordada, ou então pelos resultados alcançados. Isso porque as opiniões sobre as produções desse cineasta conseguem oscilar entre extremos, sendo definidas por uns como clássicos e taxadas, por outros, como fracassos perfeitamente dispensáveis para qualquer expectador. Ao longo de sua carreira, dificilmente John Carpenter conseguiu arrancar elogios dos críticos cinematográficos, que sempre desprezaram o potencial e o talento desse diretor.

Com esse filme não foi diferente. The Thing, na verdade uma refilmagem de O Monstro do Ártico (1951), conta a história de uma expedição científica americana que se estabelece na Antártica. A normalidade da situação se altera quando um helicóptero norueguês surge perseguindo o que parece ser um simples cachorro, que termina chegando à base americana. Acolhido pelos americanos, o cão logo demonstra um comportamento estranho, sendo colocado no canil junto com os outros animais da base. Para tentar entender o motivo da insanidade dos noruegueses, os pesquisadores americanos partem em busca de pistas na estação norueguesa, e lá, através de relatos gravados em fitas cassetes, acabam descobrindo que a situação é extremamente mais complicada do que haviam imaginado.

A maneira como Carpenter desenvolve esse argumento é muito bem feita: Inicialmente, temos um plano totalmente aberto mostrando a Antártida (com o tema principal maravilhoso de Ennio Morricone ao fundo) e um helicóptero seguindo o cachorro. Nesta cena, temos idéia da vastidão do local de expedição dos cientistas, assim como a situação inóspita a que eles estão sendo submetidos. Ao mesmo tempo, nas cenas dentro da base, temos uma iluminação baixa, contida, resultando numa situação quase que claustrofóbica. Essas sensações serão bastante acentuadas e importantes para o “mergulho” na trama.

         O roteiro desse filme, apesar de alguns pequenos equívocos (o fato deles não colocarem o cachorro em observação; o fato de um dos infectados em pouco tempo e com restos de material, conseguir montar uma estrutura de nave espacial), ocnsegue se ater com propriedade na sensação claustrofóbica daquele lugar, além de explorar a sensação de desconfiança que se deposita em todos os cinetistqas após descobrirem a criatura e o real objetivo dela.  Imagine a seguinte situação: você e mais onze homens em uma estação de pesquisas na Antártida, totalmente isolados do mundo. Nisso, aparece um organismo alienígena, cujo menor contato pode dominar uma pessoa e a assimilar completamente, e como é uma cópia perfeita da pessoa, esse organismo pode matar, se nutrir e se proliferar livremente. Você seria capaz de confiar em alguém? De ficar sozinho com alguém? São essas questões exploradas pelo roteiro.

         Essa sensação de desconfiança descrita no roteiro é ajudada principalmente por dois fatores. Um deles é a direção de Carpenter: utilizando planos onde ele percorre toda a estação, além de uma fotografia fabulosa de Dean Candey, que evidencia a escuridão dos cenários, iluminados apenas por pequenas frestas (o que contribuiu ainda mais para essa sensação de claustrofobia e desconfiança tão latente), ele consegue imprimir todo o clima de suspense e tensão necessários ao filme. Essa qualidade ainda se soma a trilha fabulosa de Ennio Morricone que, se utilizando de tons graves e repetidos em seqüência, consegue trazer a inquietação necessária para o filme.   

         Quanto as atuações, destaque para Kurt Russell: grande colaborador dos filmes de Carpenter, aqui ele se mostra perfeito para o papel do piloto de helicóptero MacReady e personagem principal do filme.  Os coadjuvantes estão razoáveis, mas sem maior destaque, o que de forma alguma compromete o filme.

O mais interessante no filme é que Carpenter, ao contrário da versão original na qual se baseou, optou por não retratar o alienígena como uma criatura humanóide ou equivalente. Sua descrição para o monstro é a de um vírus transmitido pelo sangue, onde cada partícula age de forma independente (como se defender de um predador assim?). Dessa forma, as deformidades que vemos ao longo das cenas (e são muitas, para o deleite dos fãs) são o resultado da tentativa do alienígena em copiar seus alvos, muitas vezes juntando partes de outras vítimas previamente assimiladas, como no caso da gigantesca criatura que aparece no clímax no filme...

Uma das coisas mais memoráveis desse filme são os efeitos especiais: feitos a partir de métodos convencionais (lê – se: sem computação gráfica), eles impressionam e convencem até hoje. Uma das minhas cenas preferidas nesse aspecto é quando o misterioso cachorro se revela uma criatura disforme; uma espécie de transmorfo que tenta absorver os outros cães, digerindo-os com enzimas e tentáculos asquerosos e nauseantes. Realista ao extremo. Uma cena que convence pelo primor do trabalho de robótica do filme.  Uma outra cena memorável é o teste de sangue dos sobreviventes, onde temos o clímax do filme. È inegável a qualidade e a força dessa cena, tanto no aspecto técnico (é impossível não ficar maravilhado com os efeitos especiais concebidos nessa cena), quanto na questão de desenvolvimento do roteiro (onde a sensação de desconfiança chega ao seu ápice). Vale mencionar também a cena memorável da cabeça com pernas de aranha e olhos de caramujo que, separada do corpo, tenta fugir dos lança-chamas dos americanos.

O final é totalmente aberto, o que é interessante no ponto de vista de dar ao telespectador a chance de imaginar o que aconteceu com eles depois de terem derrotado a criatura (ou se realmente eles conseguiram derrotá – la). E é surpreendente como esse filme não teve uma continuação, coisa que o final aberto proporcionaria.

Assim, “O Enigma do Outro Mundo” é um ótimo filme onde podemos ver que não se precisa de alta tecnologia para se criar cenas aterrorizantes e altamente realistas, além de percebemos como um roteiro correto pode se transformar num filme fabuloso e perturbador nas mãos certas.

 

 

3) Extermínio (28 Days Later); Direção – Danny Boyle; Roteiro – Alex Garland; Ano – 2002; Com: Cillian Murphy, Naomie Harris, Megan Burns, Christopher Eccleston, Noah Huntley, Marvin Campbell e Brendan Gleeson.

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Extermínio é um filme perturbador. Não tanto pelas pessoas infectadas que deixam uma Inglaterra completamente deserta, mas sim pelas conseqüências morais que uma cidade totalmente anárquica pode oferecer. E isso é explorado com muita propriedade nesse filme.

Em um futuro recente, na Inglaterra, um grupo de ambientalistas resolve invadir um laboratório que usa animais como cobaias. Mas eles chegam tarde demais, pois os macacos a serem libertados já estão infectados com um vírus letal e incontrolável: a Raiva. Ao abrir a jaula do primeiro símio, uma das ativistas é atacada e contrai o vírus. Em poucos segundos ela se torna um zumbi raivoso, cujo instinto é atacar sem hesitação, infectando suas vítimas, que por sua vez vão atacar mais pessoas. Quem sobrevive aos ataques é transformado neste ser movido a ódio. Já na cena inicial, Danny Boyle mostra a que veio: numa saudosa referência a Laranja Mecânica, vemos símios sendo obrigados a assistir várias cenas envolvendo violência.  Essa cena tem um grande impacto do telespectador, imprimindo desde o primeiro frame o clima apocalíptico retratado no filme. Dá para sentir o desespero de se encontrar completamente sozinho em uma grande, barulhenta e populosa metropólis. Totalmente desolador.

Passadas as 4 semanas (ou 28 dias, como diz o título do filme) 28 dias depois (como diz o título original do filme), a doença se torna uma epidemia e toda a Inglaterra é devastada. É nesse cenário que o entregador Jim (Cillian Murphy) acorda depois de um mês de coma. Ao acordar, aos poucos ele percebe que o hospital onde ele estava internado (assim como, mais tarde, toda a cidade) está deserto. Esse fato resulta uma das cenas mais aterrorizantes do filme; por longos sete minutos, Jim vaga solitariamente por uma cidade – fantasma, onde não há nenhum indício de uma viva alma. Essa cena precede outra igualmente impactante; após essa solitária caminhada, Jim chega a uma igreja, e logo vê uma cena também aterrorizante: vários corpos no chão, aparentemente mortos. Mas, ao primeiro sinal de vida, alguns desses corpos se levantam rapidamente, mas alguma coisa neles não inspira confiança. Até que o padre – também infectado – chega para atacar Jim. Nesse momento inicia –se uma perseguição agitada e desenfreada (ajudada pela câmera agil, mas sem ser “videocliptica”, de Danny Boyle).

Nisso, ele acaba se deparando com Selena (Naomie Harris), Frank (Brendan Gleeson) e sua filha Hannah (Megan Burns) e descobrindo a terrível verdade sobre o que aconteceu enquanto dormia. Aprende também que o vírus se transmite através do contato de sangue com feridas ou mucosas (boca, olhos, etc) e uma vez infectado deve-se matar a vítima imediatamente, independente de quem ela seja, pois após 20 segundos ela já está completamente dominada. Juntos eles
decidem ir até Manchester, onde o exercíto teria a solução para a epidemia...

A escolha por atores desconhecidos do grande público se mostrou bastante acertada, uma vez que todas as atenções se voltam para o desenvolvimento da história. E esses atores, especialmente Cillian Murphy, agarram essa chance com unhas e dentes, resultando em atuações bastante agradáveis.

Ao retratar a pelegrinação dos personagens até Manchester, Danny Boyle nos mostra cenas inegavelmente tensas ( como, por exemplo, a que se passa no interior de um túnel). Isso se deve, principalmente, a forma côo ele optou de retratar os “infectados”: apesar de terem algumas semelhanças com zumbis (o que levou boa parte dos telespectadores pensarem que se tratava de um filme sobre zumbis), eles possuíram uma mobilidade bastante alta, o que acabou tornado os “infectados” ainda mais ameaçadores. Além disso, Danny Boyle preenche esse segundo ato com momentos de puro intimismo e felicidade, como o momento em que eles percorrem um supermercado abandonado ou ainda observam pacientemente alguns cavalos galopando ao longe. Isso promove algumas reflexões entre os personagens do filme sobre as impressões de um mundo onde se vislumbra o possível fim da evolução de uma espécie (especialmente no trecho onde um deles diz que “Você jamais lerá um livro que já não tenha sido escrito ou verá um filme que já não tenha sido rodado”.

Cabe ressaltar também um aspecto bastante relevante na construção dos personagens: o quanto a sensação de isolamento e de total falta de esperança pode fazer com que os sentimentos sejam retraídos. Em outras palavras: “até que ponto devemos podar nossos sentimentos para que consigamos sobreviver num mundo totalmente inóspito?”. Isso é ressaltado pelo comportamento de Selena: ao encontrar Jim, ela em nenhum momento hesita em mostrar que está disposta a fazer qualquer coisa para sobreviver, inclusive matar sem qualquer hesitação o seu companheiro ao detectar a mínima possibilidade dele ter sido infectado (afinal de contas, são poucos segundos entre a infecção e o “estado descontrolado” das vítimas). Nas próprias palavras de Selena: “Não faz sentido ter planos. Ficar vivo é o melhor que se pode aspirar.”. Esse “instinto exarcebado de sobrevivência” é totalmente colocado em contraponto com a personalidade de Frank e Hannah: eles, por terem um ao outro, são muito mais serenos, e, por isso, possuem uma visão diferente e mais otimista para o desfecho dessa infecção. Essas visões antagônicas são muito bem trabalhadas no roteiro.

Um outro aspecto positivo da película é a opção de Danny Boyle por filmar com câmeras digitais: além do fácil transporte e manuseio (o que permitiu que as cenas de Londres e Manchester desertas fossem filmadas com a rapidez necessária), isso permitiu que se criasse uma atmosfera totalmente urbana e realística ao filme, resultando em imagens cruas e com aparência documental.

Mas o melhor estava sendo guardado para a metade final do filme: ao chegarem em Manchester, logo depois de Frank ser infectado e alvejado pelos soldados: o que parecia ser um porto seguro para os sobreviventes ou ainda uma resposta para a infecção se mostra na verdade um local ainda mais perigoso para os protagonistas. Ao mostrar um comandante e seus soldados desesperados, Danny Boyle nos faz pensar em como as conseqüências de uma infecção podem ser ainda mais assustadoras. Mais assustador do que uma epidemia que devasta uma grande metrópole em menos de um mês, é a sensação de uma sociedade anárquica que impera logo após a devastação da sociedade. Sensação essa que pode levar, inclusive, a uma degradação moral latente (claramente percebido nos comandados de Henry West), gerando cidadões que não hesitam em utilizar a força para conseguirem o que querem. Observando a situação do mundo atual, vemos que isso não está muito longe da realidade.

Assim, “Extermínio” não é apenas um filme de suspense/terror (com, aliás, um belo trabalho de maquiagem). É, além disso, um bom estudo de como uma sociedade pode se comportar diante de uma situação de total devastação de uma civilização organizada. Isso, somado ao fato de que, em tempos de AIDS, SARS e outros vírus epidêmicos (inclusive com vários criados em laboratório para fins militares), mostra que a situação mostrada no filme é muito mais real do que se imagina, configurando – se numa triste alegoria da atual sociedade.

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Que Honra!!!!

 

A minha lista e as minhas críticas "estrearam" o 19 dias de terror!!05

 

Só para salientar: Quanto à lista, resolvi ser o mais abrangente possível em relação aos diretores, épocas e "sub - gêneros" do terror/suspense (o suspense psicológico, o terror psicológico, terror gore, entre outros...). Os filmes escolhidos para as críticas seguiram essa mesma ideologia (por isso um filme da década de 60, outro da década de 80 e um último mais recente)...

 

Bom, o prato está na mesa, podem degustar á vontade...
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Silva, parabéns pelas críticas !!! 10 Nossa, fiquei até com vergonha agora, além de eu ter feito apenas 1 criticazinha, ela ficou bem chinfrim. 12 06 Pelo menos ninguém vai poder me acusar, eu sempre falei alto e em bom tom: EU NÃO SEI FAZER CRÍTICA !!! 06 E a lista está ótima também, Silva, só estranhei "Os Passáros" não estar em primeiro !!! aah 06

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Silva' date=' parabéns pelas críticas !!! 10 Nossa, fiquei até com vergonha agora, além de eu ter feito apenas 1 criticazinha, ela ficou bem chinfrim. 12 06 Pelo menos ninguém vai poder me acusar, eu sempre falei alto e em bom tom: EU NÃO SEI FAZER CRÍTICA !!! 06 E a lista está ótima também, Silva, só estranhei "Os Passáros" não estar em primeiro !!! aah 06[/quote']

A minha também ficou muito ruim...não tive tempo de escrever direito...uma pena.. também fiquei com vergonha... 08

Bom, já que o Silva falou de três filmes que amo desesperadamente depois vou comentar (ainda não li) 02

 

Da lista: polemizando: não considero The Abyss um filme de horror e foi um pecado considerar Terra dos Mortos em lugar de A Noite... 11060606

Mr. Scofield2006-10-13 15:44:53

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A minha também ficou muito ruim...não tive tempo de escrever direito...uma pena.. também fiquei com vergonha... 08
Bom' date=' já que o Silva falou de três filmes que amo desesperadamente depois vou comentar (ainda não li) 02

Da lista: polemizando: não considero The Abyss um filme de horror e foi um pecado considerar Terra dos Mortos em lugar de A Noite... 11060606
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Mas você foi por falta de tempo, eu é por que não sei fazer mesmo. 06

 

PS: Também não considero O Segredo do Abismo terror ou suspense.

 

PS 2: Scofield, aguardo ancioso para ver sua lista.
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A minha também ficou muito ruim...não tive tempo de escrever direito...uma pena.. também fiquei com vergonha... 08

Bom' date=' já que o Silva falou de três filmes que amo desesperadamente depois vou comentar (ainda não li) 02

 

Da lista: polemizando: não considero The Abyss um filme de horror e foi um pecado considerar Terra dos Mortos em lugar de A Noite... 11060606

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Mas você foi por falta de tempo, eu é por que não sei fazer mesmo. 06

 

PS: Também não considero O Segredo do Abismo terror ou suspense.

 

PS 2: Scofield, aguardo ancioso para ver sua lista.

 

Não aguarde tão ansiosamente, está clichê e representativa - não é uma lista de meus filmes de horror preferidos, mas os que considero mais importantes para homenagear os dias do horror. 01

Mr. Scofield2006-10-13 16:19:18

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Ficou ótima a lista 13, adorei a crítica de Extermínio principalmente

 

Pra variar nem vi um monte de coisa daí. E tb não sei escrever nada direito e ainda fiz com pressa, guardem as pedras pra quando o Jailcante postar...mas pelo menos foi de boa intenção 0306
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Primeiramente muito obrigado pelos elogios às críticas. Demorei horas para elaborá - las, mas acho que valeu a pena

 

Quanto aos filmes que vocês ressaltaram (The Abyss e The Fly), acho que entramos na questão de subjetividade. Acho que ambos têm asua porcentagem de suspense em suas tramas, por isso os acrescentei...Mas se quiserem posso substituir rapidamente por outos dois (que acabaram não entrando na lista): Nosferatu e A Pequena Loja dos Horrores (se bem que esse tá mais para comédia/terror do que terror)
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A minha também ficou muito ruim...não tive tempo de escrever direito...uma pena.. também fiquei com vergonha... 08
Bom' date=' já que o Silva falou de três filmes que amo desesperadamente depois vou comentar (ainda não li) 02

Da lista: polemizando: não considero The Abyss um filme de horror e foi um pecado considerar Terra dos Mortos em lugar de A Noite... 11060606
[/quote']

 

 

Mas você foi por falta de tempo' date=' eu é por que não sei fazer mesmo. 06

 

PS: Também não considero O Segredo do Abismo terror ou suspense.

 

PS 2: Scofield, aguardo ancioso para ver sua lista.
[/quote']

 

Somos três, a minha lista também ficou mal escrita, graças à semana de prova e incompetência pessoal mesmo08

 

A lista do Silva tá ótima!
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Primeiramente muito obrigado pelos elogios às críticas. Demorei horas para elaborá - las' date=' mas acho que valeu a pena

 

Quanto aos filmes que vocês ressaltaram (The Abyss e The Fly), acho que entramos na questão de subjetividade. Acho que ambos têm asua porcentagem de suspense em suas tramas, por isso os acrescentei...Mas se quiserem posso substituir rapidamente por outos dois (que acabaram não entrando na lista): Nosferatu e A Pequena Loja dos Horrores (se bem que esse tá mais para comédia/terror do que terror)
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Nem pense em fazê-lo. Listas são pessoais e não devem ser alteradas por esse motivo. Só comentei porque achei o fato "diferente".. 01

Aliás, já li as críticas e estou com mais vergonha ainda... 08

 

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Pois é..o que escrevi parece mais um relato de minha experiência como fã de terror que uma crítica. 0606
No final você fica pensando..mas qual era o filme mesmo? 0606

 

No meu caso tbm,um breve relato de como o genero me "tocou",já na infancia hehe...Sou péssimo para executar análises cinematogr''aficas mais elaboradas.

 

Os textos do Silva estão excelentes! 10 Especialmente o que fez para Os Pássaros.

 

E a lista,apesar de previsível,está ótima.Só o indispensável.
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Na minha lista' date=' tentei fugir (um pouco) dos clássicos e recomendar algumas coisas diferentes, para até mesmo despertar a curiosidade do pessoal.

Mas mesmo assim deixei muita coisa boa de fora, quando postarem minha lista comento melhor.

 

[/quote']

Será legal ver sua lista, Daft..01 Espero que tenha algum representante do "Extreme Terror", então. Discutir terror é difícil..existem vários estilos dentro do gênero. Acabei de me lembrar de um grande filme que não escrevi na lista...raios. 11

 

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Putz, que que eu tô fazendo aqui? 06 Não vejo quase nada de terror/suspense, acho que por falta de interesse mesmo.

 

Da lista do Silva, só vi 3 (!!!):

O Exorcista: Quando vi a primeira vez era um pouco pequeno, então foi um pavor pra mim. Fiquei durante muito tempo "perturbado" pelo filme e tive que dormir muitas vezes com a minha mãe. Lembro-me que quando terminei de assistir O Exorcista chorei muito. Pois é. Revi há uns anos e foi bem mais tranqüilo. Gostei bastante.

 

O Iluminado: Mais bonito esteticamente do que assustador. 09 Não consigo me assustador com esse filme, mas gosto muitoOo.

 

Terra dos Mortos: Tem um enredo até legal, mas não o filme grande coisa. É legal só.

 

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