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Forum Cinema em Cena

Perdidos no Espaço


Nacka
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Obrigado a todos os jurados pelas críticas e elogios. Foi com muito prazer que participei deste evento e, apesar de ter ficado longe, muito longe de conseguir o prêmio, creio ter valido à pena. Ademais, utilizarei este post para comentar e explicar alguns pontos ressaltados pelos jurados a respeito de minha lista.

 

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A lista é muito boa' date=' mas também contém seus deslizes tanto na escolha de alguns filmes (sinceramente, o maior mérito de O Império Contra-Ataca nem de longe é a revelação de Darth Vader), como em alguns comentários que me deixaram perdido... Em determinado momento, o Dan cita Laranja Mecânica em terceiro lugar como a primeira obra prima de Kubrick, sendo que elencou 2001 em primeiro lugar e sequer se referiu ao filme como sendo obra prima. Como pode um filme em terceiro lugar ser melhor do que o que está em primeiro? E logo em seguida, o 4º lugar é apresentado como 'a primeira OP da lista'... Mas e Laranja Mecânica? E como fica o pobre 2001 sozinho lá em cima em primeiro? A surpresa, contudo, fica por conta da inclusão de O Dorminhoco, filme que não vi e, graças a inclusão na lista, atiçou a minha curiosidade em assistí-lo.

 

Nota: 7/10

 

Na crítica, nosso amigo, a exemplo do Silva, encontra-se em território familiar, mostrando a tremenda paixão que sente pelo filme e descrevendo-o perfeitamente. A única coisa que estranhei foi que lá para o lado da sinopse, senti que já tinha lido aquelas mesmas palavras em outro lugar... Enfim...

 

Nota: 9/10

[/quote']

- Dook, você parece ter me compeendido mal, mas não por culpa sua. O fato é que iniciei a preparação dos meus comentários a partir do número 20 e, subseqüentemente, fiz o 19, 18... e por aí vai. Por isso, quando digo que Brazil era a primeira obra-prima da lista, não é em relação às obras 3, 2 e 1, mas sim àquelas de colocação inferior à sua. No tocante a Laranja Mecânica, o que digo em meu comentário é que é a primeira obra-prima do diretor na lista, e não a melhor, também sendo comparada com as obras anteriores da lista, que estão postadas abaixo. O fato é que, antes de enviar a lista, eu iria inverter as colocações, e iniciá-la a partir do número 20, para chegar até o 1. Porém, acabei me esquecendo, e por isso ela ficou desta maneira.

 

Quanto à sinopse de 2001, duas possibilidades: ou você já leu este meu texto em outro lugar que postei (é um texto antigo, e já tá na net, em outros sites, há mais de um ano - não tive tempo de preparar um novo para o Perdidos, por isso peguei este antigo e que, na verdade, revela muito pouco de minha adoração ao filme), ou então ela pode ter ficado parecida com alguma outra, mas foi criada por mim, e está bastante diferente daquelas habitualmente encontradas na rede.

 

Acho que é só... Qualquer coisa volto a me pronunciar.
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Desculpem só poder me pronunciar agora, é que estou de férias em Recife, com acesso um pouco mais limitado à rede e, conseqüentemente, ao fórum. Entrei agora, só tive tempo de ler rapidamente as análises - nossa, que esmero, não? - dos jurados e daqui a pouco terei que sair de novo.

 

Muito muito muito muito obrigado! Eu havia ficado tão feliz com esse tópico que cheguei a falar dele para os meus pais e meu irmão. Como resultado, todo mundo aqui ficou interessado no Cineclube! "Um clube virtual onde se discute cinema? Que legal isso!" E por aí vai. Meu irmão até falou que, futuramente, se cadastrará aqui no CeC (ele também é fanático por cinema como eu, mas no momento está enrolado em estudos para concursos).

 

Obrigado a todos os julgadores - um barato o grande mosaico formado pelos comentários, em geral muito caprichados (e você está incluído aqui, Jail, pois concisão não é defeito), e pelas notas -, aos demais participantes que em muito enriqueceram o processo, ao Nacka que concebeu o festival e também aos grandes diretores de cinema que involuntariamente me ajudaram a construir, como o Scofield teve a sensibilidade de perceber, uma lista de filmes preferidos como uma viagem cinematográfica pelos elementos que delimitam o gênero sci-fi, meu objetivo desde o início. Fazer essa lista foi tão prazeroso que eu perdi completamente a noção do tempo: fui acabá-la às duas da manhã, quando percebi que estava fisicamente exausto, mas mentalmente renovado. Escrever é uma das paixões da minha vida e o Cineclube possibilita sua junção com uma outra, o cinema.

 

E o Deadman acertou, o filme é o Explorers: Viagem ao Mundo dos Sonhos. Eu tinha preparado um texto bacana sobre ele, com fotos e tudo, mas ficou em Bsb. Vou tentar reconstruí-lo depois. De qualquer forma, para mim o tópico ainda vai render bons frutos daqui em diante, como está acontecendo com o 19 Dias de Terror e Suspense.

 

Mais uma vez, muito obrigado, pessoal!
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Mais uma lista com as notas' date=' bem direta diga-se...

 

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3) Lthpsm - Fahrenheit 451 - Nota 4,8 (5/5)

 

Gostei principalmente da criatividade nos comentários da cada filme. Tentou fazer algo diferente e ficou ótimo.

 

[/quote']

 

Uau, fiqui em terceiro? Por esta, eu não esperava. Gracías, sim. Só uma dúvida... Eu recebi 4.8 pelo quê? E a nota 5 equivale ao peso ou à lista ou à crítica? Ficou ocnfuso, Jailcante.

 

 

Ah! É que eu não sabia se podia dar notas "quebradas". Então coloquei a nota 4,8, mas se não valesse, a nota inteira seria 5 mesmo. E eu só coloquei a nota geral mesmo (a lista + críticas).
Jailcante2006-12-11 15:04:31
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Chegamos ao fim de mais uma idéia sensacional do Nacka. Parabéns ao próprio' date=' os jurados, todos os participantes e os vencedores!

 

Só tenho uma dúvida. Jailcante:

 

6) Forasteiro - Laranja Mecânica - Nota 4,1 (4/5)<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Forasta continua com a corda toda, mas continua se estendendo demais na crítica. 

 

O que você quis dizer? Eu fui prolixo? A leitura ficou pesada e cansativa? Há parágrafos sobrando, alguma coisa que eu deveria ter cortado? Não estou te questionando nem querendo mudar nada, não me leve a mal, só não quero correr o risco de cometer os mesmos erros da próxima vez. Vocês já me ajudaram muito nesse fórum, então, por favor, continuem.05
[/quote']

 

Não tem nada de grave, essa foi a única coisa "negativa" que achei. É que só achei que foi a crítica mais longa que as outras, e você só começou a falar do filme propriamente dito a partir do 3º parágrafo. De qualquer jeito, não tem problema. A sua lista e críticas estavam muito boas.
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Putz..me esqueci de vir aqui parabenizar os amigos que participaram.

Foi o maior prazer ler e avaliar a lista de vocês (embora não me sinta

preparado pra nada disso, uma vez que sou um recém nascido em matéria

de ficção científica).

 

Parabéns especial ao Alexei, cuja lista e crítica encantaram a todos e ao Ruby, que é fantástico e construiu uma das melhores críticas que já li, lá no cineclube (e ele sabe disso). Os prêmios ficaram em ótimas mãos. 1010101010 O Forasta, apesar de que seria o vencedor pela minhas notas, já ganhou tudo no fórum esse ano..deixa pros outros também, rapaz. 0606

Todos foram maravilhosos e eu queria ser muito rico pra dar todos os 20 filmes da lista que fizeram pra cada um. Pena que sou pobre, negro e funcionário público... vai ficar pra próxima vida, se houver... 0606

Mr. Scofield2006-12-11 21:01:09

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A lista do vencedor. E pensar que ele achava que "não vou ganhar nada mesmo"... seu AI duplo está seguindo amanhã amigo...

 

 

Mais um concorrente e sua lista, muitos filmes aqui entrariam fácil em uma lista minha. Adoro Duna (tenho o dvd) e Gattaca só pra citar dois que ainda não tinham sido lembrados e no meu caso ainda colocaria THX 1138 que ele citou como menção honrosa. Mas 20 filmes são insuficientes , quando começamos a lembrar e muita coisa boa acaba mesmo ficando de fora e pensar que muitos aqui acharam que seria impossível catalogar e comentar 20 filmes, imaginem se fossem 10?

 

 

A lista do Alexei

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A Ficção Científica é um gênero cuja definição de limites é algo, no mínimo, questionável. Alta tecnologia apenas? Ou ciências humanas entram na definição? Lasers, robótica e pirotecnia são essenciais? É possível um filme de Ficção Científica ser ambientado no passado?

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Meus critérios para estabelecer quais filmes têm aptidão para entrar na lista foram dois, sendo o primeiro a preponderância da cientificidade sobre a fantasia – o que tornou filmes que eu gosto muito, como a primeira trilogia de Guerra nas Estrelas e E.T. O Extraterrestre, inelegíveis. Podem me chamar de purista, hehe.

 

O segundo critério, ainda mais importante, é a necessidade de uma concepção de futuro. Os filmes sci-fi primam por uma visão alternativa da realidade, a qual nós poderemos, mediante acordo intersubjetivo, chamar de... futuro! Pode até ser o presente, mas a idéia de como as coisas poderiam ser, dependendo deste ou daquele fator concreto, tem a capacidade de tornar uma ficção cientificamente plausível. E assim nós chegamos aos limites do gênero.

 

Os vinte filmes de Ficção Científica listados abaixo foram divididos em 4 grupos de cinco filmes cada, em ordem aproximada de preferência. Cada grupo é, para mim, levemente superior ao que o antecedeu, até chegar àqueles que considero os cinco grandes filmes de sci-fi e, por fim, ao meu preferido. Boa viagem!

 

 

20. Norman Jewison é um talentoso diretor que vem sendo esquecido pelo grande público. Um dos seus muitos bons filmes é um sc-fi, Rollerball – Os Gladiadores do Futuro (Rollerball, 1975), que eu tive o prazer de ver num desses Supercines da vida. Homem versus corporação, apimentado por doses generosas de violência e uma edição de imagens de primeiríssima linha.

 

19. Elimine os computadores do cotidiano. Substitua-os por máquinas humanas, prodígios da lógica e do pensamento. Adicione um sistema feudal de produção, corporações maquiavélicas e um psicotrópico que aumenta a consciência e expande os sentidos, mas que custa os olhos da cara e é essencial para viagens interplanetárias. Cenografia e figurinos maravilhosos e uma ambientação espetacular no planeta desértico. Junte tudo isso e teremos Duna (Dune, 1984), baseado no mais extraordinário romance de ficção científica já escrito. Tá faltando nada não? Ah sim, David Lynch. O essencial.

 

18. Quem disse que um sci-fi não pode ser elegante? Aqui temos um que é classudo até a medula óssea, Gattaca – Experiência Genética (Gattaca, 1997). Um primor de estética, conduzido com suavidade pelo Andrew Niccol e encharcado de melancolia.

 

17. Quem quer ser real? De verdade? “Eu”, responde o robozinho David de A.I. – Inteligência Artificial (Artificial Intelligence: A.I., 2001). A noção de realidade aqui é algo muito questionável, mas isso nem passa pela cabeça do David (Haley Joel Osment, inesquecível), que só quer o amor de sua mãe. Steven Spielberg mistura Édipo, Pinóquio e o mito de Sísifo, só que distorcido: David não tem montanha a escalar, ele apenas rola a bola sem chegar a lugar algum. Cruel e magnífico ao mesmo tempo.

 

16. Blade Runner, O Caçador de Andróides (Blade Runner, 1982) é do tempo <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" /><?:NAMESPACE PREFIX = ST1 /><?XML:NAMESPACE PREFIX = ST1 />em que o Ridley Scott fazia bons filmes. A filosofia não é lá essas coisas, mas a elegância das imagens, o ritmo modulado do filme e Sean Young são realmente marcantes.

  

15. Esta será, provavelmente, uma das mais polêmicas entre minhas escolhas: Fahrenheit 451 (idem, 1966). Sempre tido como uma obra menor do François Truffaut, é um filme discretamente frankensteiniano: inglês no intelecto, francês em seu coração. A despeito disso, várias coisas casam bem aqui, pois a violência é sub-reptícia, filmada com grande poesia, e a resposta a ela é tão sutil e inteligente quanto seu criador. O filme não envelheceu muito bem, mas a força das interpretações de Oskar Werner e Julie Christie (em papel duplo), aliada a um dos mais belos finais da história do gênero, segura o filme em qualquer top 20, com louvor. E é Truffaut, gente.

 

14. Quer viver na fantasia ou encarar a realidade como ela é? Em Matrix (The Matrix, 1999), os Wachovski Brothers levam a auto-ilusão a um novo patamar. Ao terminar o filme se belisque; quem sabe se o que você está vivendo é real ou não? Pena que eles esqueceram a fórmula de tal genialidade, provavelmente depois de um baita porre.

 

13. Uma das maiores dádivas da boa sci-fi é a mitigação do antropocentrismo. Em Guerra dos Mundos (War of the Worlds, 2005), que devia ser usado em palestras da PETA ("vejam como eles se sentem"), Steven Spielberg transforma a humanidade em menos que gado. Destruição filmada com excelência, sentimento de desespero e uma Dakota Fanning sem precedentes levam esse filme à condição de um dos melhores da década, desde já.

 

12. Claustrofobia high-tech é o pano de fundo de O Enigma de Andrômeda (The Andrômeda Strain, 1971), do saudoso Robert Wise. Dizer que o homem não deve brincar com a mãe natureza é fácil; transformar isso em duas horas de tensão é que são elas. Ecochatos como eu, respirem aliviados: o macaquinho foi ressuscitado.

 

 

11. Morte aos insetos, ou a tudo o que não for como a gente. É o que parece Tropas Estelares (Starship Troopers, 1997), do Paul Verhoeven, aos olhares desavisados. Óbvio que é muito mais que isso: um exame clínico, crítico e cético sobre o militarismo e a propaganda para as massas. E como eles se deixam enganar... Goebbels ficaria orgulhoso.

  

10. Estética noir, efeitos visuais primorosos e, mais uma vez, o homem contra o sistema dão a tônica de Minority Report – A Nova Lei (Minority Report, 2002), um presente do Steven Spielberg que poucos deram o devido valor, com seqüências inesquecíveis – aquelas aranhazinhas, hein? – e o valioso auxílio de Samantha Morton e Lois Smith.

 

9. "Pam pam paaaammm!" Consciência é uma palavra que perdeu o significado para Natacha Von Braun e também para todos os demais residentes de Alphaville (idem, 1965), como concebida pelo Jean-Luc Godard. Não é preciso consciência, passado, futuro, amor ou qualquer outra coisa, pois Alpha 60 proverá tudo o que você necessitar. Com sua voz gutural, ele proporciona a memorável abertura inicial do filme: "Algumas vezes a realidade é complexa demais para a comunicação verbal. Mas a lenda proporciona forma pela qual ela se espalhará pelo mundo". Estupendo.

 

8. Carl Sagan foi um dos grandes pensadores do Século XX. Astrofísico, filósofo, historiador, humanista. Uma das maiores homenagens que ele poderia receber veio sob a forma de uma excepcional tradução de suas idéias sobre o universo, a fé e o papel da humanidade, feita pelo Robert Zemeckis em Contato (Contact, 1997). Denso, cadenciado e reflexivo como o próprio Sagan.

 

7. Em Solaris (Solyaris, 1972), do Andrei Tarkovsky, desenvolve-se uma estranha simbiose entre uma criatura sem identidade, um cientista que perdeu a sua e um planeta que busca desesperadamente por uma, mesmo que, para isso, seja necessário enlouquecer seus vizinhos humanos no processo. Como na maioria das obras de Tarkovsky, o dimensionamento da condição humana é tema onipresente. Um filme longo, lento, estranho e intrigante. E muito bonito.

 

6. Novas formas de se lidar com a delinqüência juvenil são usadas como mote pelo Stanley Kubrick em Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971), numa jogada de gênio, para demonstrar o quão relativa a normalidade pode ser. Malcom McDowell inesquecível em um filme audacioso, violento e, por mais esdrúxulo que possa parecer, otimista.

 

5. Outro do Ridley Scott, também do tempo em que ele fazia bons filmes: Alien, O Oitavo Passageiro (Alien, 1979). Temores atávicos da humanidade tomam a forma de uma criatura praticamente indestrutível, que elimina, um a um, os pobres tripulantes de um cargueiro espacial. Mais que um suspense memorável e esteticamente arrojado (H. R. Giger!), temos aqui o homem como o lobo do homem.

 

4. Apuro visual e pessimismo cético combinam-se em Metrópolis (Metropolis, 1927), deo Fritz Lang. Divisão de classes, amor e dicotomia trabalho/capital tornam esse clássico um dos espelhos mais fiéis de seu tempo, uma das funções mais importantes das artes e, como não poderia deixar de ser, do próprio cinema. Obrigatório.

 

3. Andrei Tarkovsky era um sujeito realmente muito angustiado. Em Stalker (idem, 1979), ele transforma todo o seu sofrimento em uma grande poesia de quase três horas de duração. Os enquadramentos primorosos delimitam uma estória simples em sua estrutura, mas de repercussão imediata em qualquer cabeça pensante. Lúgubre, reflexivo e muito bonito. Ei, isso pode ser a síntese do cinema do Tarkovsky! Descobri o fogo, rá!

 

2. A máquina humanizada e o homem robotizado são apenas dois dos muitos elementos que o Stanley Kubrick trabalhou em 2001 – Uma Odisséia no Espaço (2001, 1968). A idéia do nascimento da inteligência a partir de uma intervenção externa – representada por um monolito negro – se transforma no mais genial salto no tempo que o cinema proporcionou. Com Kubrick e Arthur C. Clarke juntos, o resultado não poderia ser menos que essa maravilha.

 

1. Contatos Imediatos de Terceiro Grau (Close Encounters of the Third Kind, 1977). Enfim, chegamos ao ápice.

 

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Steven Spielberg é um diretor de pequenos defeitos e grandes e inúmeras virtudes. Em Contatos ele nos conta a estória de Roy Neary (Richard Dreyfuss, na maior e melhor encarnação do próprio Spielberg em um filme dele mesmo), um eletricista com um olho em sua família e o outro no além. Uma criança presa no corpo de um homem - e isso é uma virtude, como se verá adiante - que recebe um chamado irresistível e incompreensível, arruinando sua vida profissional e familiar ao mesmo tempo em que o governo e a sociedade reconhecem uma verdade inexorável, a de que a humanidade não está sozinha no universo.

 

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Esses seres do espaço exterior não vieram até aqui para nos escravizar ou nos transformar em cobaias. Junto com sua mensagem pacifista – algo até então inédito em termos de sci-fi, e até hoje inigualável em sua magnitude –  Spielberg nos proporciona a chance da iluminação, do alcance da proficiência tecnológica e da elevação espiritual ao mesmo tempo. Para Spielberg, uma coisa depende da outra, e as implicações da manipulação genética desacompanhada de reflexões de ordem moral são um presságio assustador e atual de que esta lição não está sendo adequadamente assimilada.

 

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Tal busca pela transcendência não é tarefa fácil. Em primeiro lugar, deve-se estar disposto a concessões de ordem psicológica e emocional (resultando na desagregação familiar, tão bem retratada por Spielberg em todos os seus filmes, a que chegam os Neary); intelecto não é estritamente necessário, mas sensibilidade, gosto pelo desconhecido e mentalidade aberta, sim (numa das mais belas cenas do filme, o cientista Claude Lacombe – François Truffaut, presenteado com uma das maiores homenagens que Spielberg fez a um colega de profissão, e totalmente merecida – dispara a Roy: “Eu o invejo, Sr. Neary”, deixando implícito que jamais conseguiria obter o grau de comprometimento interno com uma causa desconhecida como Roy alcançou); por fim, uma certa dose de sacrifício físico e humildade, ambas representadas pela escalada da imponente Torre do Diabo, uma seqüência filmada magistralmente.

 

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Spielberg injeta poesia em cada frame possível, proporcionando ao gênero sci-fi novos parâmetros estéticos, até hoje jamais igualados (com a ajuda providencial de dois mestres, Vilmos Zsigmond na fotografia e John Williams em trilha sonora inesquecível). Seus discos voadores não se limitam a voar, eles bailam; se transformam a todo o tempo por meio de novos e belos padrões de luzes e cores e, num dos maiores achados da história do cinema, eles cantam. A linguagem universal da música, ensinada pelos próprios alienígenas a monges hindus numa seqüência de arrepiar, culmina no espetáculo visual e musical testemunhado por nós mesmos (ou seja, Roy, nosso avatar) ao sopé da Montanha do Diabo. A cacofonia – harmônica, por incrível que pareça – de sons terrenos e extraterrenos indica que a humanidade deve desaprender para aprender, para ter alguma chance de transcendência. E nós, espectadores, conseguimos fazer isso, do jeito que só Spielberg poderia nos proporcionar, e nos preparamos para uma nova dimensão não só científica, mas também espiritual e moral.

 

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Ave Spielberg.

 

 

Cinco menções honrosas:

 

Jogos de Guerra (WarGames, 1983), de John Badham.

Akira (idem, 1988), de Katsushiro Otomo

O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968), de Franklin J. Schaffner

THX 1138 (Idem, 1971), de George Lucas

Invasores de Corpos (Invasion of the Body Snatchers, 1978), de Philip Kaufman

 

 

Cinco filmes com potencial e que, quando vistos, podem eventualmente entrar no top 20:

 

Brazil, O Filme (Brazil, 1985), de Terry Gillian

Frankenstein (idem, 1931), de James Whale

Eclipse Mortal (Pitch Black, 2000), de David Twohy

O Homem Duplo (A Scanner Darkly, 2006), de Richard Linklater

Cowboys do Espaço (Space Cowboys, 2000), de Clint Eastwood.

[/quote'] Nacka2006-12-12 07:41:25
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Rubysun, sua caixa de MP está cheia. Então vai aqui mesmo. 

 

Já fiz o pedido no site, e vou pagar o boleto na hora do almoço. O prazo de entrega é 2 dias úteis depois da confirmação de pagamento. Deve chegar no endereço na 3ª ou 4ª feira da semana que vem. Como não sabia seu nome, coloquei no meu mesmo: Jailton Rocha Cavalcante. É nesse nome que deve chegar.

 

Bem, é isso. Aproveite bem o seu filme.05
Jailcante2006-12-14 11:41:16
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Rubysun' date=' sua caixa de MP está cheia. Então vai aqui mesmo. 

 

Já fiz o pedido no site, e vou pagar o boleto na hora do almoço. O prazo de entrega é 2 dias úteis depois da confirmação de pagamento. Deve chegar no endereço na 3ª ou 4ª feira da semana que vem. Como não sabia seu nome, coloquei no meu mesmo: Jailton Rocha Cavalcante. É nesse nome que deve chegar.

 

Bem, é isso. Aproveite bem o seu filme.05
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Beleza!

 

obrigado, todos por terem participado (afinal, senão não teria jogo 06), e da organização.

 

que venham mais festivais desse tipo!
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Ontem eu vi um dos que listei como "Filmes com potencial": Eclipse Mortal (Pitch Black, 2000), de David Twohy.

 

PitchBlack.jpg

 

Não daria para colocá-lo na lista, nem como menção honrosa, mas o fato é que o filme tem muitas coisas interessantes, ainda que recicladas, e diverte. Pitch Black se inicia com um transporte espacial, com 40 pessoas a bordo, saindo de sua rota e caindo num planeta em órbita de três sóis, que se revezam no céu de forma a nunca haver escuridão, salvo quando um deles entra em eclipse (o que ocorre a cada 22 anos e está prestes a se repetir, para azar dos sobreviventes). Nesse momento, criaturas nada agradáveis saem de suas tocas e o filme ganha contornos sinistros.

 

 PitchBlack0021.jpg

 

Os personagens são risíveis e os atores que os interpretam, mais ainda (nem a Radha Mitchell se salva). Há alguns chavões bem questionáveis, como o fato de que entre as primeiras vítimas estão um almofadinha efeminado e muçulmanos praticantes, todos retratados de forma nada lisongeira, mas esse não é um filme a ser levado muito a sério. Melhor aproveitar o inspirado desenho de produção de Tim Lawrence e a fotografia do filme, um verdadeiro achado: na primeira metade é excepcionalmente brilhante, variando as tonalidades ao sabor dos sóis que estão no céu; na parte final, faz jus ao título e alterna toda aquela escuridão com a visão noturna das criaturas e do Riddick, o assassino (Vin Diesel, canastrão como ele só mas obviamente se divertindo - e nos divertindo - com o papel) que incorpora a tagline do filme - combater o mal com o mal. Pena que esse personagem deu origem a uma continuação tão ruim, A Batalha de Riddick.

 

PitchBlack0087.jpg

 

E o festival continua!

 
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  • 2 weeks later...
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FAHRENHEIT 451 

Dir. François Truffaut

 

Fahrenheit 451 é a temperatura no qual se queimam livros e serviu de inspiração para o nome de uma empresa ficcional destruidora de livros e, conseqüentemente, para o título do filme de François Truffaut (dirigido e escrito por ele, baseado no livro de Ray Brudbary). É uma ficção científica que mistura um pouco de realidade antiga (a ditadura, como a hitlerista, como na cena em que a personagem principal do filme saúda um colega de trabalho) com a presente (ainda que o filme fosse de 1966, o que o torna ainda melhor).

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Oscar Werner interpreta um dos ‘bombeiros’ futurísticos: que, ao invés de salvarem casas e vidas de incêndios, incendeiam livros proibidos na época. Até que, numa volta à sua casa, ele conversa com uma professora, vizinha sua (Julie Christie), e ela o instiga sobre a razão daquela queima. Como o próprio capitão dos bombeiros diz, os romances (todos reais, aliás, como Lolita – no qual Kubrick se baseou para fazer um dos seus primeiros filmes – e David Copperfield) são irreais e causam muita depressão nas pessoas; ou seja; não é nem uma questão de promover algo contra o governo: o problema é mesmo “mental” daquela sociedade que se recusa a ter alguns sentimentos (isso fica claro numa cena em que Doris – uma personagem secundária – chora quando a personagem de Werner lê para ela alguns trechos: dizendo que nunca teve tais sentimentos).

 

é%20fogo!

 

Werner, aliás, tem uma ótima atuação, até surpreendente: sua personagem passa toda a dúvida se deve ou não violar a “lei” e, quando passa do limite (ou seja, tem a oportunidade de ler os livros), dá todo o encanto necessário, ao mesmo tempo que ainda quer chegar numa promoção para um cargo maior. Julie Christie, contudo, ainda consegue ser melhor: representa dois papéis: o primeiro, a mulher de Werner, fria e insensível para com o marido, preocupa-se apenas em passar os dias diante de um televisor, que é a sua família (inclusive, lembrou-me muito as atuais telas planas – detalhe: o filme é de 1966), sendo capaz de entrega-lo para satisfazer seus próprios desejos (“eu já não agüentava”, diz ela, referindo-se aos livros). O segundo, a professora, simplória e o indicador para a descoberta de um novo mundo por trás de toda a ditadura.

  

O roteiro de Truffaut poderia ter ido mais além em relação ao próprio governo: é muito simplório e duvidoso como teria surgido aquilo tudo e o porquê. Contudo, no que se refere a questionar a sociedade humana, palmas (e muitas) para ele: muito original e, como já referi, acabou por previr algumas coisas atuais; incluindo ótimos discursos (detalhe para os do Capitão do bombeiro, no final, também, quando é queimado). Já aos termos técnicos, poderia ter sido um pouco mais trabalhada a edição (algumas cenas têm erros grosseiros); a trilha sonora tem bons momentos (como o começo), ainda que no sonho de Werner após a morte de uma senhora esteja forçada e as paisagens são bem encaixadas, com bons detalhes para um dos primórdios da ficção. O principal charme, porém desta parte técnica, está na fotografia, ambientando o fogo e o “terror” nas devidas situações.

 

Enfim, Fahrenheit 451 surpreendeu-me em todos os aspectos e torna-se um marco obrigatório para os fãs de ficção (e mesmo para os fãs de cinema).

 

Me vejo na obrigação de ressuscitar o tópico após ler a excelente resenha do It sobre Fahrenheit 451.

 

Após ter assistido, fiquei um tanto perplexo. Raramente assisto a um filme que intriga como este. Por incrível que pareça, esta produção funcionou como um perfeito interlocutor filósofo. Quer algo mais interessante do que o questionamento de meios comunicativos e manipulação?

 

É genial. Truffaut consegue regular entre o humor negro, o suspense, o drama, a ficção. O resultado é imperdível. Todo este brilhante roteiro é acompanhado de uma belíssima direção de arte, e sem contar nas atuações. Julie Christie está fenomenal ao criar duas personagens opostas, o que acaba por resultar em uma interessante interpretação: seriam as duas personagens, a consciência de apenas uma? Paradoxos. Anacronismos.

 

Não tenho dúvidas. É o melhor roteiro que já presenciei e o melhor exemplar de ficção. Já entrou no meu Top 10. Belíssimo. 10
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  • 8 years later...
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Longe de ser dos melhores, mas só pra sacudir um pouco o tópico parado há 9 anos... 

 

enders_game_ver12.jpg

 

Ender's Game: O Jogo do Exterminador (Ender's Game, dir. Gavin Hood, 2013) - 3/5

 

O discurso anti-guerra, a discussão sobre a doutrinação de crianças e jovens para serem amantes da guerra, toda a ética (ou a falta dela) por trás disso, tudo isso e muito mais diluído e pasteurizado num filme de condução rápida, onde as coisas acontecem rápido demais, deixando pontas soltas, situações mal resolvidas. Gavin Hood, saído daquele fiasco do filme do Wolverine mostra toda a sua falta de capacidade de abordar um material pujante com questões atuais e oportunas. Fosse apenas um filme descerebrado, seria uma bomba sem tamanho. Mas graças ao material original, ainda que espizinhado para caber em menos de 2 horas de duração, fica a impressão de um ótimo filme com potencial desperdiçado, que sabe onde quer chegar, mas que por razões alheias não consegue. E, claro, a Haille Steinfeld é uma graça. 

 

(visto em Netflix)

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De Volta ao Planeta dos Macacos (Beneath the Planet of the Apes, dir. Ted Post, 1970) - 3/5

 

Quase tudo aqui funciona para sabotar o conceito genial que continua com classe o conhecido filme de 1968. Da tradução em português do filme, que esmaga o intrigante título "Beneath..." passando pelo astronauta promovido a protagonista vivido pelo ilustre desconhecido James Franciscus, à duração apressada do filme que corre com a trama quase que em velocidade de dobra, não desenvolvendo a contento o que realmente está "por baixo do planeta dos macacos" entre outras questões fascinantes que o filme apenas propõe e fica por isso mesmo. Sobra pouco para o diretor Ted Post fazer a não ser conduzir seu espetáculo que desde o começo parece ter sido tesourado pelo estúdio até seu corajoso e audacioso final. E fica a lição: nem macacos, nem humanos prestam. Um mundo sem vítimas, só culpados. Uau... parece o nosso mundo. E quem diria que eu viveria para ver uma trilha sonora decente do Leonard Rosenmann que emula à perfeição a trilha curiosa do Jerry Goldsmith. 

 

(visto em DVD)

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De Volta ao Planeta dos Macacos (Beneath the Planet of the Apes, dir. Ted Post, 1970) - 3/5

 

Quase tudo aqui funciona para sabotar o conceito genial que continua com classe o conhecido filme de 1968. Da tradução em português do filme, que esmaga o intrigante título "Beneath..." passando pelo astronauta promovido a protagonista vivido pelo ilustre desconhecido James Franciscus, à duração apressada do filme que corre com a trama quase que em velocidade de dobra, não desenvolvendo a contento o que realmente está "por baixo do planeta dos macacos" entre outras questões fascinantes que o filme apenas propõe e fica por isso mesmo. Sobra pouco para o diretor Ted Post fazer a não ser conduzir seu espetáculo que desde o começo parece ter sido tesourado pelo estúdio até seu corajoso e audacioso final. E fica a lição: nem macacos, nem humanos prestam. Um mundo sem vítimas, só culpados. Uau... parece o nosso mundo. E quem diria que eu viveria para ver uma trilha sonora decente do Leonard Rosenmann que emula à perfeição a trilha curiosa do Jerry Goldsmith. 

 

(visto em DVD)

 

 Gostei muito desse quando eu vi. O final é realmente coisa de louco. Charlton Heston aparece por menos de dez minutos e literalmente destrói. Mas de fato, o filme tinha potencial pra ser bem mais do que é.

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  • 3 weeks later...
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Fuga do Planeta dos Macacos (Escape From the Planet of the Apes, dir. Don Taylor, 1971) - 4/5

 

Todo o tom apocalíptico e pessimista dos dois filmes anteriores muda radicalmente aqui, sendo trocado por um tom mais leve, cômico e por vezes farsesco. E esse tom é o ideal para o casal Kim Hunter e Roddy McDowall roubarem todas as cenas e dominarem as atenções. E é isso que, aliado às implicações filosóficas e morais que são marca registrada da série, torna esse filme tão especial. O resultado final é uma delícia de filme que, sendo parte da série "Apes", não pode deixar de ter o seu final chocante e extremamente triste que, poderia descompensar o tom leve do filme todo, mas a direção segura do Don Taylor amplifica o clímax angustiante, podendo rolar uma lagriminha no subir dos créditos no silêncio, também típico da série. Grande acerto.

 

(visto em DVD)

 

 

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A Conquista do Planeta dos Macacos (Conquest of the Planet of the Apes, dir. J. Lee Thompson, 1972) - 3/5

 

Volta o tom pesado e apocalíptico pela mão pesada de J. Lee. A continuidade da série permanece sendo respeitada, contudo a falta de recursos prejudica o desenvolvimento do todo e, tal qual o segundo filme, este aqui nunca aproveita todo o seu potencial. Roddy McDowall volta arrepiando como de costume, mas a pouca duração do filme impede que seu personagem tenha o tratamento que merece. O resultado é uma mudança brusca de comportamento que leva ao clímax explosivo no final. Como sempre, as implicações morais, filosóficas e antropológicas ganham destaque e se sobressaem diante das limitações técnicas impostas. E fica o grande alerta: o oprimido pode facilmente virar o opressor. 

 

(visto em DVD)

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A Batalha do Planeta dos Macacos (Battle for the Planet of the Apes, dir. J. Lee Thompson, 1973) - 3/5

 

E a saga chega ao final num filme esquemático, episódico, que, ainda que mantenha a atenção de quem vê, nunca sendo chato ou monótono (nem poderia, com sua pouca duração - 86 minutos), pouco oferece em quase todos os aspectos. No que diz à trama, trata-se de um filme que nem deveria ser feito, pois nada acrescenta ao que já tínhamos visto nos 4 filmes anteriores. Infelizmente, o baixíssimo orçamento impede que possamos ver realmente um conflito épico do jeito que o poster mostra, reduzido a uma pequena batalha campal com algumas dezenas de macacos e humanos que só se torna atrativo pela direção firme do Thompson que faz o que pode com os centavos liberados pela Fox. Roddy McDowall, por sua vez - e pra variar - domina todas as cenas que aparece e seu personagem é, talvez, o único atrativo do filme. No mais, como em quase todo filme com baixo orçamento, várias ideias fantásticas não desenvolvidas a contento ou não devidamente aproveitadas. Ainda que aquelas discussões filosóficas e morais ainda se façam presentes, vem tudo embalado numa comida com sabor amanhecido. Uma pena. 

 

(visto em DVD)

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