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Perdidos no Espaço


Nacka
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1 - Não mudaremos a quantidade de filmes da lista, serão os 20 propostos anteriormente. Como já apontaram, com 10 filmes não existiria desafio e eu não vou dar um dvd para qualquer um não, vai ter que merecer...portanto, caprichem.

 

2 - A definição de sci-fi pode ser complicada para alguns, mas antes que surjam alguns questionamentos já vou logo avisando, queremos a SUA lista dos 20 melhores filmes de sci-fi, na SUA opinião. Se alguém não gostar de 2001 porquê incluí-lo na lista? Só porque o filme é importante? É claro que os critérios que usaremos para avaliar a lista e o filme escolhido para a crítica será baseado na visão geralmente aceita do faz um filme ser sci-fi.

 

Captaram?
[/quote']

 

Um auto quote elucidativo...
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Querido Cavalca preciso mesmo lembrar que a lista DEVE ser mandada por MP e que só será conhecida quando eu a publicar? O parâmetro de sci-fi pode ser até pessoal, mas sugiro a você pensar em alguma coisa mais universal, digamos... 06
Nacka2006-11-10 18:01:41
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Não é a minha lista do sci-fi. É o meu TOP 2006. 05


06

 

Ah... bom, pensei que o tico e teco tinham entrado em curto... 06 Aproveitando, eu não assisti (bem que eu gostaria) Primer, então se por acaso alguém pensar em colocá-lo em seu top 20 e escolhê-lo como crítica, sinto muito...

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Não é a minha lista do sci-fi. É o meu TOP 2006. 05

 

 

06

 

Ah... bom, pensei que o tico e teco tinham entrado em curto... 06 Aproveitando, eu não assisti (bem que eu gostaria) Primer, então se por acaso alguém pensar em colocá-lo em seu top 20 e escolhê-lo como crítica, sinto muito...

[/quote']

Obrigado pelo alguém, Nacka...as ironias continuam quentes por aí, hein, seu chato? 0606

Agora, precisa ser um filme que você viu para escolhermos como crítica? 1906

06Enfim, nem sei se vai dar tempo de escrever crítica alguma, mas tenho a lista dos 20. 01

Mr. Scofield2006-11-10 18:34:26

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Infelizmente não poderei participar do Perdidos no

Espaço por falta de tempo para realizar os comentários e a crítica.

Desculpem-me. Quanto ao Nacka, peço para que não se zangue, pois

acredito que o principal objetivo do jogo foi cumprido: A ficção

científica ganhou um novo fã. 01

 

 

 

Talvez eu termine minha lista e poste-a aqui por diversão em Dezembro.

 

 

 

Abraços e espero ser desculpado.

 

 

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Vou admitir que as coisas deram um pouco errado aqui também. Não terminei todos os comentários, não fiz a crítica, acabei não conseguindo rever alguns dos filmes. Enfim, talvez ainda consiga mandar a lista no prazo. Se não conseguir, também a posto por diversão mais tarde.

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É... Cuidado para não virar. Eu mesmo estou com uma lista de 18 filmes, preciso colocar comentáriios sobre 8 ainda, acho que vou enviar um top 18 apenas, tem importância, Nacka? Se não, terei que apelar ainda mais para filmes razoáveis (tem uns 3 que eu nem gosto tanto na dada lista) ou outros que nem considero ficções científicas, tipo O Show de Truman. E a crítica deve ser impossível...

Enfim, acho que vou fazer, mas nada como que queria: o top incompleto, a crítica pequena e sem detalhes, etc... Quem sabe eu tenho algumas chances, afinal todos estão mandando incompletas.

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Resolvi participar também deste evento organizado pelo Nacka. Acabei de mandar minha lista comentada, inclusive com a crítica. Na verdade, minha intenção era rever "2001: Uma Odisséia no Espaço", e redigir uma nova crítica sobre ele. Porém, acabei deixando para última hora e, diante de uma semana bastante sobrecarregada (onde, por incrível que pareça, assisti apenas a 1 filme - primeira vez que isso ocorre em, sei lá, 5 anos...), acabei tendo que utilizar uma crítica antiga e um pouco medíocre que já tinha em meus arquivos. Mas tudo bem, o prêmio não me interessa. A oportunidade de expressar minha opinião não deixa de ser um prêmio bastante generoso.

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Infelizmente, não tenho o mesmo conhecimento e o tmepo não foi suficiente para montar um top completo. Fiz um top com 18 apenas. Sim, poderia ter botado filmes forçados que muitas listas consideram como ficção (Doutor Fantástico; King Kong; etc.) ou outros que considero apenas razoáveis (Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca); mas preferi não fazer. Certamente, a lista ficou bem feia comparada a de outros usuários competentes (ótimo duelo, como mencionou o Engraxador!); porém participei da maneira que pude e da forma que achei correta. Ah,e a crítica, peguei um rascunho velho solto por aqui e coloquei. Para o Nacka e outros leitores, talvez seja só uma lista feia, mas para mim, valeu. Ah, e tem um detalhe que coloquei em cada filme da lista, espero ser diferente, ao menos, nisso.

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Infelizmente' date=' não tenho o mesmo conhecimento e o tempo não foi suficiente para montar um top completo. Fiz um top com 18 apenas. Sim, poderia ter botado filmes forçados 1)que muitas listas consideram como ficção (Doutor Fantástico; King Kong; etc.) ou 2)outros que considero apenas razoáveis (Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca); mas preferi não fazer. Certamente, a lista ficou bem feia comparada a de outros usuários competentes (ótimo duelo, como mencionou o Engraxador!); porém participei da maneira que pude e da forma que achei correta. Ah,e a crítica, peguei um rascunho velho solto por aqui e coloquei. Para o Nacka e outros leitores, talvez seja só uma lista feia, mas para mim, valeu. Ah, e tem um detalhe que coloquei em cada filme da lista, espero ser diferente, ao menos, nisso.[/quote']

1) King Kong até entendo (embora o considere um drama), mas Dr. Fantástico?  Só não solto um "afff" aqui, porque o The Spartan disse que é coisa de gay.

 

2) Star Wars V razóavel? 1313

 

Aliás ... Estou ancioso por sua lista. Tenho fé de que pode ser algo bom, embora você se esforce tanto em desvalorizá-la.

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Ia quotar as mensagens mas vai assim mesmo:

1 - Itrhpsm - Vou aceitar sua lista, apesar de só constarem 18 filmes e certamente você teria potencial para garimpar os outros dois filmes que faltaram, se quiser pode fazer isso ainda e me enviar, acrescento lá...

2 - Cavalca é aquilo que já havia comentado. Sem os comentários e a crítica, posso dizer o mesmo que você: Não vai rolar...

3 - Não Rubysun, infelizmente recebi pouquíssimas listas... mas o propósito do tópico foi atingido pelas que recebi. Queria dizer que realmente é uma pena que a maioria não tenha se esforçado mais, não só pelo dvd que prometi de prêmio, mas porque o gênero de filme escolhido é bacana e nele certamente estão incluídos os filmes mais caros que um cinéfilo pode almejar assistir. Mas enfim, nem tudo que queremos por ser realizado né?

Começarei a publicar as listas à partir de hoje, 1 lista a cada 2 dias. Depois que todas (como já disse, não são muitas) forem publicadas, convocarei alguns usuários para me ajudarem escolher a melhor crítica sobre um filme preferido e aí seu autor receberá de brinde o dvd.

 
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A lista do Silva

 

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Antes de publicar a minha lista, faço algumas considerações:<?XML:NAMESPACE PREFIX = O />

 

1) Escolher apenas 20 filmes de um gênero tão vasto e prolífico como a ficção científica é uma tarefa ingrata, pois muitos filmes interessantes acabam ficando de fora. Sendo assim, escolhi apenas um filme de cada diretor, a fim de ter a maior diversidade possível. Por isso, alguns filmes não estão presentes nessa lista, o que irá gerar questionamentos, discussão e, principalmente, insastifação de algumas pessoas que lerão essa lista;

 

2)  Mais complicado do que escolher os 20 filmes (mesmo com as considerações descritas anteriormente) é ordená-los. Aliás, sempre tive uma enorme dificuldade em tentar ranquear filmes, por sempre achar que seria injusto com determinado filme. Sendo assim, os filmes não estão por ordem de preferência.

 

B)       Lista (sem ordem de preferência)

 

·         Metropolis (Metropolis); Diretor – Fritz Lang; Ano de Lançamento – 1928.

 

         Ver crítica abaixo

 

·         Robocop (Robocop); Diretor – Paul Verhoven; Ano de Lançamento – 1986

 

Um dos diretores mais injustiçados nos mostra uma cidade que, apesar dos avanços tecnológicos, não está muito distante da nossa, abrindo espaço também para a crítica contundente. Tudo isso sem poupar na violência gratuita.

 

·         Inimigo Meu (Enemy Mine); Diretor – Wolfgang Petersen; Ano de Lançamento – 1985

 

Aqui, temos, a partir da história de dois exploradores de planetas diferentes, uma bonita história sobre convivência entre as raças. Uma trama calcada essencialmente em personagens, com uma mensagem que é mais atual do que nunca (Palestinos contra Judeus, Estados Unidos na sua cruzada contra o terror). Tudo isso ainda com uma atuação formidável de Louis Gosset Jr.

 

·         Akira (Akira); Diretor – Katsumino Otomo; Ano de Lançamento – 1982

 

Um dos clássicos do cinema de animação japonês não poderia ficar de fora. Com visual arrebatador (que ainda impressiona), e uma história fabulosa, Akira é o grande cartão de visitas para conhecer a qualidade dos animes japoneses. O comentário social não é particularmente profundo ou filosófico, mas sobretudo um olhar crítico sobre a alienação da juventude, a ineficiência e corrupção do governo, e um sistema militarizado, desagradado com os compromissos da sociedade moderna.

·         Final Fantasy (Final Fantasy: The Spirit Within); Diretores - Hironobu Sakaguchi e Motonori Sakakibara; Ano de lançamento – 2001

 

Essa minha escolha vai gerar polêmica, com certeza. Mas, como fã assumido da série Final Fantasy (apesar de reconhecer as suas falhas do roteiro), adoro esse filme. Principalmente pelo visual arrebatador, e pela inovação de trazer personagens “reais” feitos por computação gráfica.

 

 

·         Os Caça Fantasmas (The Ghostbusters ); Diretor – Ivan Reitman; Ano de Lançamento – 1984

 

Pode-se dizer que ''Os Caça-Fantasmas'' foi, para a entrada dos anos 80, um equivalente a ''Guerra nas Estrelas'' nos 70, ou a ''Jurassic Park'' nos 90. São apenas exemplos, pelo menos do ponto de vista técnico, dos efeitos especiais. ''Ghostbusters'' não apenas mostrava um espetáculo visual, mas fazia com que os efeitos especiais sejam perfeitamente integrados e necessários à divertida narrativa. Essa escolha também têm uma questão pessoal bastante forte, pois foi o meu primeiro filme no cinema.

 

·         Gattaca – A Experiência Genética (Gattaca); Diretor – Andrew Niccol; Ano de Lançamento – 1997

 

Gattaca é outro exemplar raro da ficção – científica. Ao abordar, em um futuro próximo, uma nova forma de segregação ainda mais artificial e discriminatória (através do genoma), provoca vários questionamentos sobre a ética na ciência e sobre a discriminação, sendo, dessa forma, um filme com uma intertextualidade primorosa.

 

·         Matrix (Matrix); Diretor – The Wachovski Brothers; Ano de Lançamento – 1999

 

A indústria cinematográfica foi sacudida por um furação que colocava em um liquidificador cinematográficos várias referências vindo dos temas mais remotos (cyberpunk, animes, filmes de luta japoneses, filosofia, yin/yang, dentre vários outros), efeitos especiais corretíssimos (e que impressionam, ainda mais pelo fato de que grande parte deles não foi feito por computação) e um personagem principal que se tornou um ícone.

 

·         Os Doze Macacos (12 Monkeys); Diretor – Terry Gilliam; Ano de Lançamento – 1995

 

Outra pérola do sci – fi que trata de um futuro sombrio para a humanidade, e essa ambientação bizarra e totalmente dark permeia todo o filme (ambientação essa ajudada pelo trabalho primoroso de cenografia e pela bizarra, mas totalmente funcional, trilha sonora). Além de um roteiro complexo e de ótimas atuações, especialmente Brad Pitt (na sua melhor atuação).

  

·         Contato (Contact); Diretor – Robert Zemeckis; Ano de Lançamento – 1997

 

Baseado no romance de Carl Sagan (que também foi o produtor do filme). Ao falar sobre a busca de uma cientista em descobrir evidências de vidas em outro planeta, o filme aborda outros assuntos interessantíssimos, como a religião (e a fé), além de conseguir ser didático sem se tornar efadonho ou subestimar a inteligência do telespectador.

 

·         Cidade das Sombras (Dark City); Diretor – Alex Proyas; Ano de Lançamento – 1998

 

Um ano antes de Matrix, Alex Proyas nos concede essa pérola da ficção – científica (e que, infelizmente, não é tão conhecido quanto o seu “sucessor”). Combinando uma ambientação que mistura o estilo noir da década de 40 (na construção dos personagens) com o Expressionismo Alemão (na construção dos cenários), temos um ambiente soturno, claustrofóbico, perverso e, ao mesmo um dos mais belos e intrigantes da história do cinema.

 

·         O Planeta dos Macacos (The Planet of the Apes); Diretor - Franklin Schaffner; Ano de Lançamento – 1968

 

O que aconteceria se o Mundo na verdade fosse dominado pelos macacos e os serem humanos fossem escravos? Esse é o mote principal dessa pérola de Franklin Schaffner, que ainda tem Charlton Heston chutando bundas como sempre, e com um final que é um dos melhores do cinema!!!

 

·         Contatos Imediatos do 3º Grau (Close Encounters of the Third Kind); Diretor – Steven Spielberg; Ano de Lançamento – 1977

 

Durante um período de pelo menos 10 anos (de 1975 a 1985), Steven Spielberg filmou uma série de ótimos filmes. Este, de 1977, é um dos mais interessantes: envolvente, inquietante, intrigante e surreal às vezes. E todo o clima do filme é desenvolvido de forma sublime (O misterioso reaparecimento, no Deserto de Mojave, de uma esquadrilha de aviões desaparecidos na Segunda Guerra; o famoso Vôo 19; o surreal surgimento, no Deserto de Gobi, do navio S. S. Cotopaxi, desaparecido no Triângulo das Bermudas em 1925, entre outros fatos), culminando no clímax final com um show de efeitos especiais e sonoros (Exemplo: a forma de comunicação entre os extraterrestres e os humanos).

 

·         Blade Runner – O Caçador de Andróides (Blade Runner); Diretor – Ridley Scott; Ano de Lançamento – 1982

 

Sendo inicialmente mal recebido nas salas de cinema, cedo se tornou claro que a partir do filme é possível obter múltiplas leituras filosóficas ou religiosas sobre temas recorrentes: quem somos? de onde viemos? para onde vamos? o que nos torna humanos? Esta atracção, bem como o impacto visual de uma atmosfera cyberpunktipo filme negro, associada à música de Vangelis, cedo fizeram de Blade Runner um filme cult.

 

·         Mad Max 2 – A Caçada Continua (Mad Max II); Diretor – George Miller; Ano de lançamento – 1981

 

Nesse caso, a continuação é ainda melhor do que o original. Goerge Miller pegou tudo que deu certo no primeiro filme (o personagem principal, a completa sensação de insegurança e abandono) e, com uma injeção maior de dinheiro, tornou o filme ainda mais apocalíptico do que o anterior e criou um legítimo anti – herói. Tudo isso feito com uma linguagem pura e totalmente “suja”, algo incomum para o gênero.

 

·         Fuga de Nova York (Escape from New York); Diretor – John Carpenter; Ano de Lançamento – 1981

 

Outro diretor injustiçado, mas bastante criativo e original. Também retrata um futuro mais “próximo” a nossa realidade, mas nem por isso menos apocalíptico (com Nova York sendo uma prisão de segurança máxima), além de um personagem emblemático, Snake Pillssen. Isso sem falar em toda a crítica inserida na trama.

 

·         Scanners – Sua Mente Pode Destruir (Scanners); Diretor – David Cronnenberg; Ano de Lançamento – 1981

 

Decidir qual filme de David Cronenberg entraria foi um trabalho mais do que árduo, pois pelo menos quatro deles teriam total direito. Ao final, escolhi esse ótimo exemplar de 1981, onde Cronenberg mostra o que se pode fazer com poderes telecinéticos, efeitos de maquiagem soberbos, e uma pequena dose de uma mente ligeiramente insana (no bom sentido) por trás das câmeras.

 

·         Viagem a Lua (Le Voyage Dans la Lune); Diretor – Paul Schineider ; Ano de Lançamento – 1902

 

Esse filme, de 1902, produzido pelo francês George Méliès, que também desenhava os cenários, o guarda-roupa, criava os efeitos especiais e fotografava é considerado a primeira ficção científica do cinema. Dura 13 minutos e é inspirado nos romances de Julio Verne, sendo o marco histórico desse Gênero e, por isso merece ser lembrado. Seus efeitos podem ser considerados ultrapassados atualmente mas o seu conteúdo histórico e, até mesmo cinematográfico é notável.

 

·         2001 – Uma Odisséia no Espaço (2001 – A Space Odissey); Diretor – Stanley Kubrick; Ano de Lançamento – 1968

 

Enigmático. Primoroso. Genial. Qause perfeito. Efadonho. Chato. Insuportável. Complexo. Intelectualóide. Poucos filmes produziram reações tão díspares quanto esse. Mas o mais importante disso tudo é que, de uma forma ou de outra, ele provocou inúmeros questionamentos na mente de quem o assistiu.

 

·         Guerra nas Estrelas IV – Uma Nova Esperança (Star Wars IV); Diretor – George Lucas; Ano de Lançamento - 1977

 

Nesse caso, não têm como fugir do óbvio. Star Wars conquistou o público e a crítica, criou vários ícones mundiais, revolucionou, para o bem ou para o mal, a indústria cinematográfica, confirmou George Lucas como grande diretor e contador de histórias, alavancou a carreira de vários atores, enfim, ajudou a criar um padrão nos filmes do gênero e ao fazer com que a ficção – científica seja levada mais a sério.

 

METROPOLIS

Dir. Fritz Lang

 

 

metrop3m.jpg

 

Metropolis (Metropolis); Diretor - Fritz Lang; Roteiro –Thea Von Harbou; Ano – 1928; Com - Alfred Abel, Gustav Fröhlich, Rudolph Klein-Rogge, Brigitte Helm, Fritz Rasp, Theodor Loos, Heinrich George.

 

“O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração”. É a partir desse epigrama que se inicia “Metropolis”, um dos marcos iniciais da ficção – científica no cinema. Apesar desse gênero estar presente na história do cinema quase desde o seu início (com “Viagem a Lua”, produzido por George Méliès, sendo um dos mais lembrados dessa época), “Metropolis” consolidou o gênero como sendo de relevância para àquela arte ainda jovem na época do lançamento desse filme.

 

metrop2.jpg 

Aliás, a importância de “Metrópolis” vai além de um simples gênero; ele é considerado, por muitos, a pedra fundamental do “Expressionismo Alemão”, o que não deixa de ser um fato curioso, pois ele, ao mesmo tempo, representa, numa análise mais superficial, o “encerramento” dessa escola cinematográfica (digo “encerramento” entre aspas pois, assim como em qualquer forma artística, o início e o fim de um gênero não é bem delineado). Assim, o filme, ao mesmo tempo que representa para muitos o ápice do “Expressionismo”,  é também o canto de cisne desse mesmo gênero.

 

Em “Metropolis”, somos apresentados a uma cidade do século XXI (mais precisamente, do ano de 2026, exatamente um século após o início das filmagens desse filme). Enquanto os operários, vitais para o funcionamento das máquinas e da própria cidade (representando, assim, as “mãos” da cidade), vivem nas cidades subterrâneas de Metropolis, os Mestres (que, por sua vez, são a “cabeça” da cidade) vivem na superfície, levando uma existência de prazeres e despreocupação. É quando Freder, filho do poderoso Joh Fredersen, se apaixona por Maria, que é, na verdade, uma espécie de 'pregadora' dos operários, que se reúnem para ouvir seus discursos pacifistas. Joh Fredersen, percebendo isso, pede a Rotwang (Klein-Rogge) dê as feições de Maria ao robô que este acaba de construir, a fim de que ela possa incitar os operários à violência, permitindo que os Mestres ataquem-nos por sua 'insubordinação'.

 

rotwang_and_robot.jpg 

Logo na primeira cena percebemos toda a dispariedade existente entre essas duas classes: Nesta cena, temos os operários voltando de uma árdua e longa jornada de trabalho (de 10 horas), todos eles se encaminhando para os elevadores que levam às cidades subterrâneas. Todos eles se encaminham com passos marcados, lentos, cabisbaixos, desolados, esgotados física e psicologicamente, como se fossem soldados derrotados capturados pelas forças inimigas, se encaminhando para o pelotão de fuzilamento. Todo esse clima melancólico e tenebroso é contribuído por uma trilha sonora igualmente tenebrosa e triste. Em seguida, ao mostrar os “habitantes da superfície”, temos uma mudança radical de tom; temos vários jovens disputando uma corrida em um campo de atletismo, num cenário totalmente diferente do anterior, acompanhado por uma trilha sonora igualmente grandiosa. Essa diferença bastante evidente entre as duas classes principais é mostrada durante todo o filme.

 

Esse tema é também evidenciado pelos magníficos cenários do filme, resultando num cenário perturbador. A cidade da superfície, com seus prédios imponentes e enormes e ruas estreitas (chegando ao requinte de termos aviões sobrevoando os prédios), gera uma sensação claustrofóbica e de ansiedade ao espectador. Ao mesmo tempo, somos envolvidos justamente pela grandiosidade e pela arquitetura dos prédios (destacando a Torre de Babel e o seu teto de cinco pontas). Em contrapartida, as construções da cidade subterrânea são simples, “padronizadas”, com seus prédios rigorosamente iguais, dando a ela uma sensação de “cidade – dormitório”, própria apenas para alojar os trabalhadores na sua pequena jornada de descanso.

 

Outra construção que enche os olhos do espectador é a “Casa das Máquinas”. Ela é tão inteligentemente “construída” que os funcionários que trabalham nela o fazem em certos “nichos” onde os mesmo se alojam, como se fizessem parte de sua anatomia, gerando uma “quase – simbiose” entre o homem e a máquina. A cena onde contemplamos pela primeira vez essa construção, onde os operários trabalham nesses nichos, em movimentos compassados e sincronizados, “mecanizados”, o que evidencia cada vez essa simbiose “homem – máquina”, é impressionante, bem como a cena de sua destruição, quando um de seus funcionários sucumbe à exaustão. A seqüência da 'explosão', com funcionários sendo atirados do alto da máquina, é fantástica, surpreendendo até nos dias de hoje. A cena seguinte a explosão, onde Freder, ao observar “Casa das Máquinas” sendo explodida, têm uma alucinação durante a qual a máquina se transforma em uma espécie de monstro que devora os funcionários, representa uma metáfora daquilo que realmente acontece em Metropolis, no qual os homens , ao sucumbirem à tecnologia, tornando-se meros escravos das máquinas. Afinal, não são apenas os operários que dependem destas - os mestres também devem a elas a tranqüilidade de suas existências.

 

robot.jpg 

As atuações são um caso à parte: extremamente exageradas, pode – se dizer, em uma análise superficial, que elas são extremamente caricatas. Entretanto, por se tratar de um filme mudo (e, mais ainda, um representante legítimo do “Expressionismo Alemão”, onde a iluminação, os cenários e principalmente as atuações caracterizavam o “estado de espírito” dos personagens), podemos dizer que o exagero das atuações faziam parte do processo. Esse “estado de espírito” é também evidenciado pela configuração dos figurantes em várias cenas do filme (foram utilizados cerca de 30000): no início do filme estes andavam em blocos geometricamente dispostos, ilustrando com perfeição a subordinação à qual estes se viam obrigados. Já mais para o final da história, eles continuam a andar em blocos, mas sem qualquer tipo de padrão observável, ou seja: são, ainda, uma unidade - mas sem que tenham de sucumbir às ordens dos mestres.

 

Ainda temos ótimas metáforas nesse filme. Quando os trabalhadores (que obedecem fielmente as ordens da falsa Maria, sem nem ao menos desconfiar da sua mudança radical de atitude), provocam uma inundação na cidade subterrânea (gerando uma outra cena impressionante e forte), colocando os seus filhos em perigo, podemos interpretar como se as máquinas, em um determinado momento da história da humanidade, interferem radicalmente no futuro do Planeta.

 

Apesar de todas essas interpretações (que se mostram, nos dias de hoje, surpreendentemente atuais), o filme foi duramente criticado na época de seu lançamento, sobretudo por àqueles que não simpatizavam com o seu conteúdo político (entre eles, o escritor H.G. Wells). Outro fato curioso é que, Hitler, fascinado pela suntuosidade e grandiosidade do filme, pediu para que o seu braço-direito Goebbels convidasse Fritz Lang para assumir a 'chefia' da indústria cinematográfica alemã. O diretor agradeceu, recusou a proposta e partiu às pressas para Paris. No entanto, sua esposa (Thea von Harbou, autora do roteiro de Metropolis) não só ficou para trás, como também se tornou uma nazista.

 

Assim, “Metropolis” se confirma como um grande marco não só do Expressionismo Alemão” ou da ficção – científica, mas da própria história do cinema. Suas várias interpretações das conseqüências do avanço tecnológico e da dispariedade de classes que esse avanço provoca surpreende até hoje, tanto pela sua realização quanto pela sensibilidade de Fritz Lang de perceber que, quase 80 anos depois de sua obra, a “Metropolis” do filme está presente em quase todas as grandes cidades de forma mais intensa do que nunca.

 

 

 

Lista eclética e com escolha audaciosa para a crítica, filme mudo de 1920 brilhantemente dissecado, mas você não foi o único a ser audacioso Silva, como veremos mais adiante...
Nacka2006-11-14 13:17:22
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Que coisa, mais uma vez a minha lista e crítica foram escolhidas para abrir um festival aqui no fórum!!! Sinto - me extremamente lisonjeado e honrado por isso!!!05.gif

 

 

 

Vamos esperar os comentários do pessoal (acho que alguns filmes que eu escolhi irão gerar discussões - lê - se polêmica)!!!

 

 

 

Ah, e que bom que eu não fui o único audacioso, sinal de que, apesar da participação não tão intensa do pessoal, esse especial promete (ou talvez eu esteja entusiasmado demais06.gif )!!!   silva2006-11-14 09:24:16

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Estranho, aqui elas aparecem... alguém mais não está conseguindo visualizar?

 

Sobre as listas, poucas mais excelentes! O filme escolhido pelo Itrhpsm é... tão surpreendente quanto o seu Silva. Se eu tivesse grana, daria um dvd para cada crítica enviada, repito, todas muito boas.

 

Forasta, o que houve com sua lista? Travou? 06
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Estranho, aqui elas aparecem... alguém mais não está conseguindo visualizar?

 

1) Sobre as listas, poucas mais excelentes! O filme escolhido pelo Itrhpsm é... tão surpreendente quanto o seu Silva. 2) Se eu tivesse grana, daria um dvd para cada crítica enviada, repito, todas muito boas.

 

3) Forasta, o que houve com sua lista? Travou? 06
[/quote']

 

1) Uia!!! Agora eu fiquei curioso em saber qual filme que o ltrhpsm escolheu...Pelo menos eu tenho quase certeza que não foi mais antigo que o meu....06

2) Nacka, não precisa enviar para todos...Pode enviar só para mim, se quiser, não conto para ninguém...06

3) Se eu não me engano ele me disse que precisaria de mais tempo para destrinchar nos mínimos detalhes o filme que ele escolheria (De Volta Para o Futuro)

 

P.S.: Pena que até agora ninguém comentou a minha lista e/ou a minha crítica...Principalmente por quê escolhi alguns filmes incomuns, pensando justamente nisso...
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