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Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal


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Eu fiquei no meio termo com as declarações do Pablo já que ele disse que o filme presta uma boa homenagem a trilogia e tem os elementos básicos da trilha sonora,fotografia e direção mas se queixou do excessos dos efeitos visuais, coisa que nos anteriores e era algo raro e que bons atores não renderam oque deveriam(não vou citar) o negócio e simplismente assistir e ter sua própria opinião " EU NUNCA ASSITI UM INDIANA NO CINEMA" Mas vou com certeza ver este

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"Incluindo uma aparição-relâmpago da Arca da Aliança, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal representa uma experiência similar a um reencontro com um velho amigo depois de anos de separação: inicialmente, o prazer da reunião é contagiante, mas, depois de duas horas, ao constatarmos que todos os assuntos discutidos dizem respeito ao passado, acabamos percebendo que, afinal de contas, talvez a velha amizade funcione melhor como uma sensação de gostosa nostalgia e que não haja razões suficientes para que insistamos em mantê-la viva no presente."

 

Pablo não precisava ter dito mais nada. Só com isso deu para entender tudo muito bem.
Veras2008-05-21 14:36:00
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Mas ele disse:

 

'E por que Spielberg insiste em mostrar ágeis nativos que se escondem no templo e em outras ruínas se a natureza destes jamais é explicada claramente e eles não exercem qualquer efeito sobre o desenrolar da narrativa?'

:D
 
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Difícil de engolir essa crítica...nao existem filmes perfeitos....

Agora....Speed Racer está bem abaixo das afirmacoes do Sr. Pablo....

 

Na epoca do lancamento de Ultima Cruzada as reacoes foram as mesmas, tanto que em uma revista de cinema famosa na época deu famigeradas 2 estrelas para a producao e pesadas criticas...19 anos depois e tido como ótima aventura....a critica sera sempre pessoal e parcial....sempre dependera de seu estado de espirito no momento....

 

Haa e o pior, destacou apenas os momentos ruins do filme sem identificar se o filme é bom ou ruim.....assim como varias criticas anteriores...Sr. Pablo fica em cima da mureta...

 

Pra encerrar....na chamada para a leitura da critica no site esta: "Pablo se decepciona"...é diferente de "Indiana Jones decepciona"...é isso que faz a série ser tao querida e dividir opinioes a seu respeito...
crazy2008-05-21 14:54:22
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Acho que nossa geração envelheceu. Quando assistimos aos primeiros filmes, éramos outros em idade, espírito e aspirações.

Blanchett é caricata? E existe vilão mais caricato que o oficial nazista de "Cruzada?"

Feitos impossíveis? E o bote inflável de Templo da Perdição? Não houve naquela cena nenhum momento mostrando Indy estupefato por ter sobrevivido durante a descida no rio.

Alguns filmes restam como nostalgia, e isso é o legal no cinema: mesmo imperfeitos, estão lá para sempre. É o caso de "Ladyhawke", por exemplo, comigo. É o caso dos Indiana Jones, e não acredito que problemas com o vilão ou situações absurdas mudem meu conceito sobre Indy: havia isso em outras aventuras também.

Vamos até o cinema por ele. Não quero julgar o filme tecnicamente ou falar desse ou daquele vilão, ou desse ou daquele momento. Falaríamos isso se víssemos os outros filmes friamente ( em A Última Cruzada, Indy derruba dois inimigos com um soco só na cena inicial no navio...... ), quero apreciar. Sendo Indy, é meio caminho andado...
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Dreyer, replico aqui um comentário oportuno feito no tópico do próprio filme:

 

"Eles acham que os filmes precisam envelhecer com eles, ter uma seriedade que nunca pretenderam, só na superestimação deles próprios, quando na verdade eles é que precisam dar uma arejada na cabeça e voltarem a serem jovens, quando amavam estes filmes apenas pelo que são..."

 

A parte em negrito resume de forma perfeita a sensação que vejo em algumas críticas ao filme.
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Complementando meu post acima...

 

.... só com isso deu para entender muito bem o que O PABLO SENTIU A ASSISTIR AO FILME. Achei que foi muito bem traduzido nesse parágrafo. O que não quer dizer que o público vá sentir o mesmo. Ninguém aqui precisa ficar falando da subjetividade das críticas ou do entendimento de cinema por parte de cada um, certo? 03
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Como um grande fã de Indiana Jones, não tenho como dizer o que senti ao ver um dos meus ídolos de juventude no cinema, ídolo esse que por um período me fez ter interesse por arqueologia e tudo o mais e que só sente não poder ter visto os outros da mesma forma, droga Spielberg, 04.

 

Li a crítica e só posso imaginar que o Pablo estivesse em um péssimo dia, quando li a parte referente as formigas, logo imaginei uma cena digna de filme ZZZ, hiper mal feita, mas não foi o que aconteceu, uma cena extremamente bem feita e que fez muita gente no cinema em que estava (as 23:55 e com pessoas sentadas nas escadas) tremerem e murmurrarem, não porque era mal feita, mas porque estava ou com nojo ou com medo que as formigas pegassem os nossos heróis. Parece que essas sessões para críticos são feitas com 90% de pessoas que já vão para não gostar do filme, só pode.

 

Falar que o tudo o que sai da boca de John Hurt doi é mais do que certo, afinal, no filme ele está LOUCO e querer que um louco cite palavras coesas ou inteligentes é no mínimo um contrasenso.

 

Esse Indiana Jones trouxe o velho espírito de filmes de aventura de volta, espírito esse que foi tentou-se resgatar com A Múmia, que foi ótimo, mas foi um fiasco em sua contianção e seu derivado e com os dois legais, mas fracos A Lenda do Tesouro Perdido.

 

Dizer que a Cate é caricata, é como falaram acima, qual dos inimigos do Indy nos outros filmes não o era? dizer que é implausível as coisas desse filme, tá certo, então é plausível alguém arrancar o coração de uma pessoa ainda viva com as mãos e essa pessoa continuar viva até morrer queimada.

 

Como falaram acima tb, tem gente que parece que quer que os filmes envelheçam com elas, ainda bem que contra isso, temos uma eterna criança chamada Spielberg. 10

 

E para o Ford eu só posso dizer, é isso ai, vc faz filmes para mim e para os outros que pagam, para nos divertirem. 10
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Na epoca do lancamento de Ultima Cruzada as reacoes foram as mesmas' date=' tanto que em uma revista de cinema famosa na época deu famigeradas 2 estrelas para a producao e pesadas criticas...19 anos depois e tido como ótima aventura....a critica sera sempre pessoal e parcial....sempre dependera de seu estado de espirito no momento....[/quote']Off: Me chamem de herege, mas pra mim "A Última Cruzada" foi o melhor filme da trilogia. Sinceramente, nunca fui muito com a cara dos outros dois, especialmente o primeiro. 01

Maurílio-SE2008-05-22 11:12:11

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Na epoca do lancamento de Ultima Cruzada as reacoes foram as mesmas' date=' tanto que em uma revista de cinema famosa na época deu famigeradas 2 estrelas para a producao e pesadas criticas...19 anos depois e tido como ótima aventura....a critica sera sempre pessoal e parcial....sempre dependera de seu estado de espirito no momento....[/quote']Off: Me chamem de herege, mas pra mim "A Última Cruzada" foi o melhor filme da trilogia. Sinceramente, nunca fui muito com a cara dos outros dois, especialmente o primeiro. 01

 

 

Somos dois.

 

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Sobre Blanchett, a atuação me conveceu. Sem o peso de atuar para a Academia, ela entrega uma vilã manjada, mas nem por isso desinteressante. E olha que eu não gosto da atriz . Muito mais caricatural ela foi em "O Aviador" (and the Oscar...). No fim das contas, o vilão exagerado faz parte do léxico da série.

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Eu concordo com o Pablo com relação aos efeitos especiais. Seríamos capazes de lembrar pelo menos um cena de ação bacana dos outros filmes, aqui tudo é tão digital e artificial que atrapalha. O clímax, então, é uma caca.

 

Com relação a Cate Blanchett, ela está ótima, caricatural como deveria estar e parece se divertir com o seu sotaque carregado. Qto ao John Hurt acho que ele está bem divertido, o roteiro se dá ao luxo de usá-lo como alívio cômico, mas funciona. Com relação a Karie Allen concordo, achei ela deslocada, a química não rolou. O LaBeouf estava bem, mas não estava assim tão carismático como de costume.

 

Com relação à trama não é das melhores, mas também não me incomodou. Há um tempo maior do que de costume no começo até pq há uma figura nova (Mutt) que funciona como o espectador para entendermos a trama, mas no restante td se encaminha... misturando mitologia e ficção científica até que ela funciona de maneira satisfatória.

 

Embora eu tenha gostado e me divertido com o filme compartilho do sentimento da última frase ... ainda mais se vierem com essa idéia de usar o Mutt como principal da história ... por mais divertido que possa ter sido, este filme só me fez lembrar o quanto eu gosto dos outros três.
Thiago Lucio2008-05-22 23:44:54
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Complementando meu post acima...

 

.... só com isso deu para entender muito bem o que O PABLO SENTIU A ASSISTIR AO FILME. Achei que foi muito bem traduzido nesse parágrafo. O que não quer dizer que o público vá sentir o mesmo. Ninguém aqui precisa ficar falando da subjetividade das críticas ou do entendimento de cinema por parte de cada um' date=' certo? 03
[/quote']

 

Exatamente, Veras ... 10

 

Aliás, cada um vê o mesmo filme de maneiras diferentes ... não existe apenas uma forma de ver e sentir o filme. 03

 

E parece que o que sempre está em jogo é o "certo x errado". 07 
Thiago Lucio2008-05-22 22:36:33
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-Não há mais nada para ser comentado e/ou acrescentado neste tópico. Ao que parece, mesmo com as eventuais e inevitáveis discrepâncias entre alguns, todos chegaram praticamente na mesma conclusão 03

 

-Só uma coisa preciso, particularmente, reforçar: 'Nunca vi um Indiana Jones no cinema'. Eu era um desses até assistir ao 'Reino da Caveira de Cristal'. (Perdoem-me o palavreado, mas, ) Neste caso, FODA-SE se filme for mal de crítica e público ou não, é um INDIANA JONES que quem nasceu depois dos três originais (eu!) tem a chance de assistir no CINEMA.

16

 

-Por isso, merece ser visto. Pronto, discussão encerrada!
Ghuyer2008-05-23 01:08:54
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Crítica original com minhas considerações de vermelho e em negrito.

 

 

 

Escrito por David Koepp a partir de um argumento

concebido por George Lucas e Jeff Nathanson, o roteiro busca preencher, desde o

início, as lacunas deixadas por Connery (que se recusou a abandonar a

aposentadoria), Elliott (morto em 1992) e John Rhys-Davies (que cobrou demais)

ao criar substitutos óbvios e pouco imaginativos: o professor Oxley, que Hurt é

obrigado (obrigado?

Ele fez papel de um louco, o roteiro exigia isso, poderia ser qualquer ator, até

mesmo Sean Connery e nem por isso ele seria obrigado a desempenhar um papel que

ele foi contrado.) a interpretar de maneira distante, como num

transe, por quase todo o filme; o reitor que surge na ponta eficaz de Jim

Broadbent; (se a

ponta é eficaz, não deve ser obvia nem pouco imaginativa) e o mal

desenvolvido assistente vivido por Ray Winstone. (Por acaso o assistente anterior vivido por John

Rhys-Davies foi bem desenvolvido nos dois filmes que participou? Se ele

voltasse como seria explicada sua traição? Melhor mesmo um ajudante diferente.)

Enquanto isso, empalidecendo diante dos vilões dos filmes originais e

oferecendo a primeira atuação realmente ruim de sua carreira, Cate Blanchett

encarna a russa Irina Spalko de maneira absolutamente caricatural, jamais

soando ameaçadora e deixando que seu penteado, seu figurino e seu sotaque façam

todo o trabalho de “composição” da personagem. (Há algum vilão de Indiana Jones que não seja

caricato?)

 

 

 

Por outro lado, é inegável que Lucas teve uma boa

idéia ao trazer um jovem impetuoso como contraponto ao envelhecido

protagonista, o que, num mundo ideal, poderia recapturar a maravilhosa dinâmica

estabelecida por Ford e Connery em A Última Cruzada, oscilando apenas a

postura de Indiana para o lado carrancudo do espectro – e, de fato, este

esforço pode ser observado na cena em que Mutt, depois de uma ação ousada, olha com um

sorriso orgulhoso para Indy, que lhe devolve uma expressão mal-humorada

(exatamente como acontecera tantas vezes no filme de 89). Infelizmente, esta

dinâmica surge de maneira apenas pontual ao longo da projeção, que prefere

gastar mais tempo nas repetidas (e apenas ocasionalmente engraçadas)

referências à idade mais avançada do herói. (tenho certeza  que se a dinâmica pai x filho fosse usada

repetidamente, essa frase seria invertida.) Da mesma forma, o

retorno de Marion decepciona por não resgatar a química explosiva vista em Caçadores,

já que tudo aqui parece apenas uma imitação pouco inspirada do que ocorria no

original: as brigas do casal parecem forçadas, assim como o eventual (e

inevitável) romance – e o único momento em que o roteiro consegue recapturar aquela

maravilhosa dinâmica é na breve cena envolvendo areia movediça (que, por esta

razão – e sou capaz de apostar -, será aquela que levará o público às maiores

gargalhadas) (Os

dois não se vêem há quase 20 anos, isso não explica a falta de química

explosiva?).

 

 

 

Plenamente conscientes de estarem lidando com um

personagem que ganhou contornos míticos ao longo das últimas décadas, Spielberg

e Ford ao menos acertam na reverência com que tratam Indy: e o momento em que

este surge em cena pela primeira vez é construído com cuidado, revelando-o

gradualmente, já que, ao som do clássico tema composto por John Williams, vemos

primeiramente seu chapéu e o contorno de sua inconfundível sombra. Porém, ainda

que Ford mantenha a irreverência do arqueólogo (observem como ele ri,

incrédulo, ao perceber que Irina tenta ler sua mente), as tiradas oferecidas pelo

roteiro são geralmente frágeis – e, como se não bastasse, sua vulnerabilidade

característica é simplesmente abandonada, já que, em nenhum momento da

projeção, tememos realmente pelo destino de Indy ou de seus companheiros, ao

contrário do que ocorria nos filmes anteriores (não vi diferença entre os filmes anteriores.

Aqui Indy apanha talvez até mais que nos outros filmes e como sempre, sabemos

que ele se salvará). Aliás, Spielberg nega ao espectador até mesmo a

graça de vermos como o herói se espanta com a própria sorte: se antes o

arqueólogo se surpreendia ao perceber como seu carrinho voltava aos trilhos

depois de um longo salto ou percebia, confuso, como seus amigos o julgavam

morto após a queda do tanque no despenhadeiro, aqui o diretor não nos mostra

sequer o receio dos personagens ao caírem em três colossais cachoeiras (depois de três

filmes e 20 anos de aventuras, ele parou de se espantar com a própria sorte, a

cena inicial quando dois carros estão para bater de frente e o ajudante de

Jones diz ao soldado russo “você não conhece ele” já diz tudo.) – e,

ao manter sua câmera distante, Spielberg não apenas ressalta o absurdo de que

todos escapem vivos como ainda desperdiça o impacto que a seqüência poderia

gerar. (vemos

Marion, depois de cair, em estado de choque com o volante na mão e cara de

besta, o cinema todo riu. Pra mim essa cena funcionou muito bem.)

 

 

 

E se antes as missões de Indy eram explicadas de

maneira simples e objetiva, colocando a narrativa em movimento rapidamente,

aqui as buscas e as deduções dos heróis exigem um longo tempo - e o pior: nem

por isso se tornam mais claras. (A trama da Ultima cruzada é simples e objetiva? Alexandreta,

mapas, livros com charadas, não vi muita diferença com a trama desse filme nos

quesitos simplicidade e objetividade.) Além disso, embora haja um

aspecto católico simbólico óbvio na presença de 13 alienígenas (Cristo e os

apóstolos), a natureza daquele templo e os objetivos das criaturas jamais ficam

claros. (pra que

ficar claro? Aquilo está ali e não existem registros históricos suficientes, da

mesma forma que os outros filmes ocultaram certas explicações convenientemente)

Aliás, o fato é que a trama de O Reino da Caveira de Cristal é

simplesmente ruim (opinião)– e a insistência de Lucas em utilizá-la

é, provavelmente, o grande fator responsável pelo fracasso deste novo filme, já

que nem mesmo as motivações de Indy são explicadas satisfatoriamente: por quê,

por exemplo, ele insiste tanto em “devolver” a caveira como deseja Oxley? (poque ele entrou

em contato com a caveira na cena em que ele esta amarrado encarando-a na tenda,

da mesma forma que Oxley em algum momento anterior ao filme) E por

que Ox, depois de fracassar em seu primeiro esforço para entrar no templo,

retornou o artefato ao local no qual o encontrara em vez de guardá-lo para

tentativas posteriores? (para protegê-la dos malvados russos ou algum outro bandido,

ele conhecia o poder da caveira) E por que certa(s) criatura(s) agem

daquela forma diante do pedido de Irina? (eles podem ter lido a mente dela e descoberto suas intenções

ou ela pode realmente ter ido à outra dimensão, isso ficou aberto e não é

necessariamente ruim) Infelizmente, em vez de buscar refinar a

trama, Koepp tenta disfarçar os absurdos através de falas ridículas como “Eles voltaram para o espaço entre os espaços” (aliás,

praticamente tudo o que John Hurt é obrigado a dizer neste filme dói aos

ouvidos) (O

velho está louco durante quase todo o filme, e nessa frase ele quis somente

dizer que eles foram a alguma outra dimensão).

 

 

 

Contudo, o mais decepcionante em O Reino da

Caveira de Cristal é a maneira pouco imaginativa com que as seqüências de

ação são conduzidas – e, com exceção de uma perseguição de moto ainda no

primeiro ato, nada neste projeto nos faz lembrar de momentos geniais como Indy

e os caminhões nazistas (em Caçadores da Arca Perdida), a perseguição

nos trilhos subterrâneos (em Templo da Perdição) ou a luta envolvendo o

tanque (em A Última Cruzada). Sim, aqui há uma longa briga sobre jipes

na selva, mas o máximo que Spielberg consegue criar é uma gag batida de

Mutt sendo atingido entre as pernas pela vegetação local. (Indiana Jones é feito de gags batidas e

convenções existentes em filmes de ação, o filme inteiro é só isso, tanto que a

estrutura dos quatro filmes é praticamente idêntica, excetuando O templo da perdição.) Além

disso, a seqüência é orquestrada de maneira confusa, quase caótica, beirando a

preguiça quando, depois que a luta chega ao fim, novos veículos russos surgem

aparentemente do nada. (Nunca é explicado quantos veículos existem, se há reforços

ou alguma outra companhia atrás da primeira, pra mim não fez diferença) Da

mesma maneira, se a piadinha envolvendo a árvore que atinge os agentes

comunistas pendurados na rocha é até engraçadinha, é triste perceber que, logo

depois, aqueles mesmos capangas voltam a surgir ao lado de Irina, como se nada

houvesse acontecido. (sinceramente não percebi se realmente eram os mesmos

capangas) E por que Spielberg insiste em mostrar ágeis nativos que

se escondem no templo e em outras ruínas se a natureza destes jamais é

explicada claramente e eles não exercem qualquer efeito sobre o desenrolar da

narrativa? (obstáculos

para Indy, justamente como nos outros filmes. Será que aquela seita que protege

o cálice tem algum efeito no desenrolar da trama? Se eles fossem cortados ou

apenas citados não faria diferença em A

ultima cruzada.)

 

 

 

Mas o mais triste é perceber como a série Indiana

Jones se deixa contaminar, neste quarto capítulo, pela praga da computação

gráfica – e a insistência dos realizadores em afirmar que o recurso

praticamente não foi utilizado não é apenas traiçoeiro, mas mentiroso. (Só percebi

utilização de computação barra pesada no final do filme, o restante, se teve

foi bem pontual e discreto) Aliás, para constatar como isto

prejudica o filme, basta compararmos a cena das formigas gigantes com aquela de

Templo da Perdição na qual Willie (Capshaw) era coberta por insetos

nojentos: se aquele momento funcionava tão bem e provocava arrepios era porque sabíamos

que os bichos eram reais e que a atriz (ou uma dublê) realmente tivera que

senti-los percorrendo seu corpo. Já em O Reino da Caveira de Cristal, as

formigas digitais surgem artificiais, falsas, e o máximo que sentimos é o

incômodo por percebermos que tudo aquilo foi criado num computador. (Opinião! O cinema

todo veio abaixo com essa cena, pra mim e todos presentes na sessão, as

formigas foram repulsivas sim.) E o que dizer da cena desastrosa em

que vemos Mutt saltando nos cipós como Tarzan e acompanhado por um exército de

macaquinhos digitais? (finalmente concordo com você)

 

 

 

Apesar de todos os seus problemas, porém, Indiana

Jones e o Reino da Caveira de Cristal funciona ao menos como exercício de

nostalgia: é prazeroso, como cinéfilo, rever o logotipo da Paramount se

transformando em uma versão real que abre a aventura ou acompanhar o trajeto do

herói através da linha vermelha em uma mapa. Além disso, Spielberg é hábil ao

resgatar toda a linguagem dos filmes anteriores, desde os constantes travellings

que nos aproximam dos personagens em momentos dramaticamente relevantes até o

contra-luz ocasional que marca a (aqui, apenas suposta) força dos vilões. Da

mesma forma, o diretor de fotografia Janusz Kaminski faz um trabalho impecável

ao recriar o estilo do agora aposentado Douglas Slocombe, recapturando a

preferência deste por sombras e silhuetas, por planos que revelam apenas os

olhos dos personagens e pelo tom sépia elegante que confere ao filme um tom

clássico que, mesmo belo, não trai a homenagem às produções B feita pela série.

E como evitar um arrepio de reconhecimento diante da trilha icônica de John

Williams? (adicionando

aqui a textura do filme, há tempos não vejo um filme com essa cara de filme

antigo, textura, cores bem diferentes dos tipos lavados e limpos de hoje.)

 

 

 

Incluindo uma aparição-relâmpago da Arca da

Aliança, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal representa uma

experiência similar a um reencontro com um velho amigo depois de anos de

separação: inicialmente, o prazer da reunião é contagiante, mas, depois de duas

horas, ao constatarmos que todos os assuntos discutidos dizem respeito ao

passado, acabamos percebendo que, afinal de contas, talvez a velha amizade

funcione melhor como uma sensação de gostosa nostalgia e que não haja razões

suficientes para que insistamos em mantê-la viva no presente. (amizade antiga é

praticamente impossível de ser mantida viva, mas sempre é bom rever os antigos

amigos, promover encontros esporádicos para relembramos os velhos tempos, uma

sutil mudança de ponto de vista que muda tudo.)

dornas2008-05-23 09:30:35
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Exatamente.

 

 . Apenas alguns capangas foram atingidos pela árvore. Você até vê Spalko e alguns homens olhando para os caras caindo. 09

 

 . A Caveira de Cristal continuava ''viva'', isso é exemplificado quando ela ''fala'' com Indy. Ele viu tudo que Spalko pretendia e, por isso, deu-lhe o que ela ''queria'': Conhecimento absoluto. Tão absoluto que fez Kabum.
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