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Abismo do Medo


Daft Archer
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Pra quem viu nos cinemas' date=' qual é o final que está passando?

Se for o americano, o filme acaba perdendo (e muito).
[/quote']

 Eis o final que foi exibido na Mostra Indie-BH.

  SPOILER: "Numa cena pra lá de moralista, Sarah fere brutalmente a perna de Juno (após tê-la feito saber que ela - Sarah - descobriu o caso dela com seu marido...) e a deixa à mercê das criaturas que se aproximam. Então, Sarah foge em direção ao que seria a saída, mas cai num buraco.

 Desmaia e tem um pesadelo onde imagina estar saindo da caverna. Entretanto, logo em seguida se vê "perseguida" pelo fantasma de Juno. Daí, "acorda" numa alucinação (outra vez...) onde está frente à frente com sua filha: a menina agachada em frente à Sarah e no meio das duas um bolo de aniversário com velas acesas.

 A câmera muda o enquadramento para Sarah e vai se afastando lateralmente e aí percebemos que ela, na verdade, caiu num buraco sem saída e a luz que, à princípio (na alucinação) vinha das velas, na verdade vem da tocha improvisada que fez e estava caida no chão à sua frente...

 A câmera vai se afastando e Sarah olhando pra frente fixamente, enquanto vemos a dimensão da estrutura da caverna e o fato de que NÃO há uma segunda saída (como pensava uma das amigas dela)."FIM DO SPOILER

            

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É o final britânico...

Ainda bem.

 Daft, o finalzinho mesmo é pessimista e tenebroso, além de suscitar outras interpretações. Eu gostei muito. Entretanto, achei um LIXO o epílogo (o lance com a Juno...) bem como a "liçãozinha de moral" que Neil prega do 3º ato em diante. smiley11.gif 

 Ele não precisava daquilo...  smiley13.gif

 Ainda assim, gostei do filme. É MUITO melhor que muita porcaria lançada esse ano. 

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SPOILER

 

Não achei moralista, todo o "heroísmo" da Sarah no final é desconstruído pela ultima cena, que sucinta diversas interpretações: aqueles climax dela fugindo pode nunca ter acontecido - ou pior, a caverna no final seria uma metafora pra sua propria sanidade, que teria se perdido devido a sucessão de eventos tragicos, tanto pela perda da filha e do marido quanto aos acontecimentos da descida.

 

Por essas e outras que eu considero a Juno a verdadeira "heroína" do filme.

 

 

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SPOILER

Não achei moralista' date=' todo o "heroísmo" da Sarah no final é desconstruído pela ultima cena, que sucinta diversas interpretações: aqueles climax dela fugindo pode nunca ter acontecido - ou pior, a caverna no final seria uma metafora pra sua propria sanidade, que teria se perdido devido a sucessão de eventos tragicos, tanto pela perda da filha e do marido quanto aos acontecimentos da descida.

Por essas e outras que eu considero a Juno a verdadeira "heroína" do filme.
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 Entendo perfeitamente seu ponto de vista. E digo mais: SÓ não achei o filme uma merda, por conta dessa possibilidade que Neil deixa no ar (à despeito da hilária mudança de postura de Sarah após a "descoberta da verdade" sobre Juno...).

 Entretanto, uma coisa é o que podemos INFERIR sobre uma cena ou enquadramento e outra, BEM DIFERENTE, é o que podemos afirmar em função do que É mostrado "de fato". Acho que um filme merece aplausos e ser ovacionado de pé se, ALÉM de mostrar com imagens claras uma determinada mensagem, essa mesma mensagem possa ser "lida" de outros modos, possui camadas que levem o espectador a pensar e re-interpretar os fatos mostrados respeitando à coerência narrativa até o ponto considerado.

 Infelizmente, Neil Marshal (minha opinião, é claro...) não fez isso em "The Descent".      

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"Abismo do Medo"; dir: Neil Marshall - 8/10

É, gostei pra caralho. Ele deixa o filme se comportar como "só mais um" por um tempo e depois joga a coisa toda lá nas alturas. Gostei da direção, que pode até parecer óbvia num olhar largo (planões abertos antes da caverna X claustrofóbicos na caverna), mas dá um climão muito foda, isso evitando qualquer maior firulinha - são imagens e sons.

E "Dog Soldiers" é ainda melhor.

Serge Hall2006-9-16 11:58:38
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Vi ontem... Esperava mais. Tipo, a primeira hora de filme é, disparado, o melhor que o gênero terror produziu esse ano. Pensei que, como em O Iluminado, elas enlouqueceriam naquela caverna e matariam umas às outras... Mas daí o Neil coloca as criaturas e pensei 'iiih, vai ser mais do mesmo'... Mas em seguida, matutei 'vamos ver o que o cara consegue fazer com esse mais do mesmo' e, por um bom tempo, ele consegue... Cortes rápidos, as criaturas aparecendo de forma súbita, aumentando o pavor... Mas daí o nosso amigo diretor resolve dar uma de Jean Pierre Jeunet em Alien - A Ressurreição e mostra as criaturas perfeitamente, plenamente iluminadas até para que consigamos contar quantas manchas a pele delas têm... A partir daí é só descida (com o perdão do trocadilho páblico), culminando na cena patética envolvendo a loira Sarah e a heróina-quero-ser-Rambo-Ripley Juno... Felizmente o último plano tira o filme do fundo do poço (ou da caverna?) te dando um último suspiro de angústia...

***

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“The Descent” – 3' date='5\5,0

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Clautrofóbico e bem acima da média filme de terror com cavalares doses de suspense e gore. O time de atrizes é espetacular (tanto no talento como na beleza) com destaque para a dupla Shauna MacDonald (Sarah) e Nora-Jane Noone (Holly) – está última, debutou muito bem, mostrando a que veio no ótimo “Em Nome de Deus” que vi recentemente.

 

Neil Marshall faz um filme gráfico nas horas certas e não tem pressa alguma de criar todo o clima para o show de horror que vem à partir do 3º ato. Não sei se de propósito ou não, existem ao longo do filme várias citações à obras que vão de “Canibal Holocausto”, “Carrie, a Estranha”, “A Bruxa de Blair” e “Evil Dead” todas funcionando muito bem dentro do contexto narrativo.

 

Questões como vaidade, traição, lealdade e amizade são bem inseridas durante as desventuras vividas pelo grupo das 6 amigas que se vêem perdidas dentro de uma caverna desconhecida e, depois de determinado momento, passam a ser atacadas por seres que lá vivem; fora o contexto e crítica por trás do “mise em scène” em relação à auto-cobrança que as mulheres do mundo pós-moderno se vem vítimas e ao  mesmo tempo se impõem em relação à condições que são "normalmente" atribuidas aos homens (ações de grande exigência física, a necessidade de correr riscos, a independência de atos e a postura frente ao isolamento), seja por conta de se destacarem, seja por questões de sobrevivência. Aqui o diretor parece dizer a todo o momento, com mais destaque no desenrolar do 1º ato, que as mulheres são capazes dos mesmos atos, mas pelos motivos errados: ciúmes, inveja, orgulho, vaidade etc.

 

Por conta disso e por se levar muito à sério o filme não leva a nota máxima. Resumindo: é absurdamente machista e moralista (tô sem saber até agora se Marshall encerrou a participação de determinada personagem - quase no fim do longa - “de verdade” ou só de “sacanagem”, na mais safada e irônica brincadeira...). Isso sem falar numa mudança de personalidade de uma personagem chave que em alguns momentos fez a platéia da Sala 1 do Usina Unibanco de Cinema (Mostra Indie) dar gargalhadas e “bater palmas” frente às constrangedoras e engraçadas poses, "caras e bocas"... Hilário!! smiley36.gif Devo ressaltar também, que certas ações das criaturas são completamente inverossímeis frente a “certas características” que possuem, não se justificando frente à nenhuma análise ou abordagem. smiley11.gif 

 

Ainda assim, supera tranquilamente muita coisa realizada nesses dois últimos anos em matéria de horror, principalmente pela competência técnica (a fotografia, o design de cenários e a maquiagem são excelentes). Ainda estou esperando algo que supere "Dog Soldiers" (seu melhor até agora, com folga...), pois definitivamente, “The Descent” é que não é...   smiley2.gif

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Putz, concordo com absolutamente tudo! E ainda destaco a escolha do diretor em depois de um tempo, mostrar as criaturas em detalhes... Isso arruinou o pavor crescente que vinha se desenvolvendo desde então.

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Pra quem viu nos cinemas' date=' qual é o final que está passando?

Se for o americano, o filme acaba perdendo (e muito).
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 Eis o final que foi exibido na Mostra Indie-BH.

  SPOILER: "Numa cena pra lá de moralista, Sarah fere brutalmente a perna de Juno (após tê-la feito saber que ela - Sarah - descobriu o caso dela com seu marido...) e a deixa à mercê das criaturas que se aproximam. Então, Sarah foge em direção ao que seria a saída, mas cai num buraco.

 Desmaia e tem um pesadelo onde imagina estar saindo da caverna. Entretanto, logo em seguida se vê "perseguida" pelo fantasma de Juno. Daí, "acorda" numa alucinação (outra vez...) onde está frente à frente com sua filha: a menina agachada em frente à Sarah e no meio das duas um bolo de aniversário com velas acesas.

 A câmera muda o enquadramento para Sarah e vai se afastando lateralmente e aí percebemos que ela, na verdade, caiu num buraco sem saída e a luz que, à princípio (na alucinação) vinha das velas, na verdade vem da tocha improvisada que fez e estava caida no chão à sua frente...

 A câmera vai se afastando e Sarah olhando pra frente fixamente, enquanto vemos a dimensão da estrutura da caverna e o fato de que NÃO há uma segunda saída (como pensava uma das amigas dela)."FIM DO SPOILER

            

Não sei não... acho que preferiria o americano... smiley36.gif

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"Abismo do Medo"; dir: Neil Marshall - 8/10

É' date=' gostei pra caralho. Ele deixa o filme se comportar como "só mais um" por um tempo e depois joga a coisa toda lá nas alturas. Gostei da direção, que pode até parecer óbvia num olhar largo (planões abertos antes da caverna X claustrofóbicos na caverna), mas dá um climão muito foda, isso evitando qualquer maior firulinha - são imagens e sons.

[/quote']

Acontece aqui o mesmo que ocorreu comigo em Guerra dos Mundos: sim, são imagens e sons; sim, são arrebatadores e fodásticos... Mas infelizmente estão a serviço de uma narrativa equivocada. Não posso ignorar esse detalhe da narrativa e fingir que ele não existe. Não pude ignorar o final canhestro de Guerra dos Mundos bem como não pude ignorar o epílogo desconexo e absurdo de The Descent.

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"Abismo do Medo"; dir: Neil Marshall - 8/10

É' date=' gostei pra caralho. Ele deixa o filme se comportar como "só mais um" por um tempo e depois joga a coisa toda lá nas alturas. Gostei da direção, que pode até parecer óbvia num olhar largo (planões abertos antes da caverna X claustrofóbicos na caverna), mas dá um climão muito foda, isso evitando qualquer maior firulinha - são imagens e sons.

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Acontece aqui o mesmo que ocorreu comigo em Guerra dos Mundos: sim, são imagens e sons; sim, são arrebatadores e fodásticos... Mas infelizmente estão a serviço de uma narrativa equivocada. Não posso ignorar esse detalhe da narrativa e fingir que ele não existe. Não pude ignorar o final canhestro de Guerra dos Mundos bem como não pude ignorar o epílogo desconexo e absurdo de The Descent.

Caraca...tem gente que nunca fica feliz com nda...Achei o filme espetacular, muito bom mesmo...eu quero é me divertir e não ficar prestando atenção se tem nexo ou não tem...

 

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Você é adepto do "Menos é mais" em se tratando de criar medo?

Com certeza!! Sean S. Cunningham evitou mostrar quem era o assassino até o clímax de seu Sexta-Feira 13; Ridley Scott só mostrou o Alien de corpo inteiro na última cena do filme e mesmo assim foi extremamente rápido; Daniel Sanchez e seu parceiro NUNCA mostraram a bruxa em A Bruxa de Blair...

Em The Descent, deu a impressão que Marshall chegou num momento e pensou 'bom, agora que já deixei todo mundo roendo as unhas com suspense e tensão, vou apelar para o gore e mostrar tudo pois chega de suspense e tensão'...

Dook2006-9-19 22:10:50
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"Abismo do Medo"; dir: Neil Marshall - 8/10

É' date=' gostei pra caralho. Ele deixa o filme se comportar como "só mais um" por um tempo e depois joga a coisa toda lá nas alturas. Gostei da direção, que pode até parecer óbvia num olhar largo (planões abertos antes da caverna X claustrofóbicos na caverna), mas dá um climão muito foda, isso evitando qualquer maior firulinha - são imagens e sons.

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Acontece aqui o mesmo que ocorreu comigo em Guerra dos Mundos: sim, são imagens e sons; sim, são arrebatadores e fodásticos... Mas infelizmente estão a serviço de uma narrativa equivocada. Não posso ignorar esse detalhe da narrativa e fingir que ele não existe. Não pude ignorar o final canhestro de Guerra dos Mundos bem como não pude ignorar o epílogo desconexo e absurdo de The Descent.

Caraca...tem gente que nunca fica feliz com nda...Achei o filme espetacular, muito bom mesmo...eu quero é me divertir e não ficar prestando atenção se tem nexo ou não tem...

 

Parabéns... Se vc é adepto do 'desligar o cérebro e se divertir' ensine onde fica o botão On/Off...

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