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Forum Cinema em Cena

O Que Você Anda Vendo e Comentando?


Nacka
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Tron - Um Odisséia Eletrônica - 4.5/5

 

Um filme a frente de seu tempo, que acabou por pagar o preço de ser de vanguarda... Infelizmente, devido ao grande números de efeitos visuais, de parca qualidade (tudo bem que é 1982) envelheceram mal... A história, simplista, é a típica história de filme de "Sessão da Tarde", mas funciona maravilhosamente bem...
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Tarantino só acertou a mão no Pulp Fiction (e acertou pra valer, frise-se) e na primeira metade do Drink no Inferno (é um filmão até aparecerem os vamp).

 

 

 

Bastardos Inglórios é o tipo do filme que fica prometendo, prometendo, e toda hora parece que vai cumprir e não cumpre.

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Stradivarius' date=' pareceu interessante esse Catterpillar, é fácil de achar? Se quiser escrever mais a respeito, fica à vontade.

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Não tenho idéia... Se não me engano foi premiado em Berlim, então talvez entre em cartaz. Mas apesar da história parecer diferente, o filme é bem simples... As atuações acabam se sobressaíndo.
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Eu gosto do Tarantino e acho que Pulp Fiction e Kill Bill são excelentes. Por isso mesmo fiquei tremendamente decepcionado com Cães de Aluguel.

 

O que me incomoda no Tarantino é que muitas vezes ele tenta ser "cool" e "diferente" de forma exagerada e forçada, o que atrapalha a apreciação de seus filmes.

 

Tipo: pra quê fazer mistério sobre o nome da Noiva, se isso não tem a menor relevância na trama? Pra quê fazer mistério sobre a aparência do Bill, se  isso não tem a menor relevância na trama? Pra quê ficar numa disputa para ter os diálogos mais longos (e sem nexo com a trama) da história do cinema? Essas coisinhas às vezes até irrita.
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Tipo: pra quê fazer mistério sobre o nome da Noiva' date=' se isso não tem a menor relevância na trama? Pra quê fazer mistério sobre a aparência do Bill, se  isso não tem a menor relevância na trama? Pra quê ficar numa disputa para ter os diálogos mais longos (e sem nexo com a trama) da história do cinema?
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Para que você depois fique se perguntando o porquê exatamente como  está fazendo.

Mr. Scofield2010-11-27 07:51:18

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Visto:

 

The Other Guys (Adam McKay, 2010)

 

É um tipo de humor bem

peculiar, uns adoram e outros detestam. Eu acho que fico no meio termo.

Apesar do Ferrell, que eu detesto, e do Wahlberg, meio deslocado, o

filme tem algumas tiradas engraçadíssimas, misturadas com bobagens sem

graça.

 

Revisto:

 

Judge Dredd (Danny Cannon, 1995)

 

Esse vale pelo saudosismo e por

várias doses de humor semi-involuntário. Aliás, fica difícil de saber se

a intenção era ser engraçado ou não. Me parece que onde eles queriam

fazer graça, falharam e onde eles queriam ser sérios, foram hilários.

Acho que o Stallone estava meio surdo durante as filmagens, pois só fala

gritando.

 

 

 

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Eu gosto do Tarantino e acho que Pulp Fiction e Kill Bill são excelentes. Por isso mesmo fiquei tremendamente decepcionado com Cães de Aluguel.

 

O que me incomoda no Tarantino é que muitas vezes ele tenta ser "cool" e "diferente" de forma exagerada e forçada' date=' o que atrapalha a apreciação de seus filmes.

 

Tipo: pra quê fazer mistério sobre o nome da Noiva, se isso não tem a menor relevância na trama? Pra quê fazer mistério sobre a aparência do Bill, se  isso não tem a menor relevância na trama? Pra quê ficar numa disputa para ter os diálogos mais longos (e sem nexo com a trama) da história do cinema? Essas coisinhas às vezes até irrita.
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Eu vi Cães só depois de Pulp e Kill Bill e também acabei achando mais fraco.

 

Quanto a sua reclamação sobre Kill Bill ...nem concordo... acho uma curtição a maneira que o Tarantino esconde a face do Bill para criar um mistério...06
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A única não obra prima do Tarantino é Jackie Brown. E mesmo assim é melhor do que 99% do que tem por aí.

 

 

 

entao ce nao deve ter visto o episodio dirigido por ele em Grande Hotel.. 14.gif

 

 

 

É que eu tava me referindo a longas. A parte dele é um curta em Grande Hotel. Mas mesmo essa parte eu gosto, disparado a melhor coisa do filme. Mas claro que não é obra prima.

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Um Doce Olhar

Os turcos ultimamente tem arrasado com estupendas producoes e aqui nao é diferente, em se  tratando do manjado tema da "realidade cruel, perda da inocência sob os olhos de uma criança e blábláblá". No filme, o pequeno Yassuf, morador de uma vila remota na Turquia, comeca a se indagar dos "porquês" do sumiço do seu pai, um apicultor capiau. A sequencia do pequeno infante (estupendo, por sinal), analfabeto e gago, decorando um poema à exaustão pra professora pedir pra ele recitar outro na hora agá é de uma crueldade comovente nunca vista. 10/10

 

balAfisB.jpg
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Visto:

Toy Story 3: estou emocionado até agora. Como uma série pode resgatar tão bem a relação entre as crianças e seus brinquedos durante a infância. A fuga dos brinquedos na creche é espetacular. E o Andy no final apresentando os brinquedos é de fazer chorar qualquer Ogro que estiver assistindo.. Melhor filme do ano disparado.  Uma parcela do décimo-terceiro já está separada, quero esse filme na minha estante hoje ainda se der tempo.
leosabara2010-11-27 18:09:52
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Visto:

 

O crime do padre amaro

(Carlos Coelho da Silva,Portugal,2005)

essa adaptaçao portuguesa  (espero que fique claro) da obra de eça de queiros é uma grande piada.

A maior bomba- que eu lembre de ter visto- do cinema portugues.Lembra uma novela nacional de quinta categoria do sbt ou record adaptada para o cinema com um mix de cine band privé.

 

revisto:

O crime do padre amaro

(El Crimen del padre Amaro, Carlos Carrera,2002)

 

10,0 up

 

visceral,forte, tenso, angustiante, realista,e excelente.

Algumas palavras que caracterizam esse maravilhoso filme.

 

Na revisao alguns traços novos me chamaram a atençao em algumas cenas !
Calvin2010-11-27 19:15:44
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Revistos:

 

Apocalypto (Mel Gibson, 2006)

 

Não é nenhuma obra-prima, mas não

deixa de ser muito interessante que toda a ambientação maia sirva

meramente como pano de fundo para um filme puramente hollywoodiano, com

mocinhos, vilões e até espaço para comédia pastelão. O Gibson tem

talento, embora sua psicose atrapalhe às vezes.

Lethal Weapon 3 (Richard Donner, 1992)

 

Esse é um daqueles filmes

básicos de ação do início dos anos 90. Cenas razoáveis, focadas

principalmente em inúmeros tiroteios e perseguições. Mas o que salva são

os 4 atores principais, com ótima química e algumas tiradas bem

bacanas.

 

 

 

 

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O quarto é definitivamente o mehor, para mim disparado. É o mais engraçado ("They fuck you with cell fones" e o interrogatório do china com gás de riso), o que tem as melhores cenas de ação e o vilão mais foda de todos (Jet Li).

 

To com ele em mkv aqui pra rever.

 

 

kakoserrano2010-11-28 10:11:18

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Revisto:

 

Closer (Mike Nichols, 2004)

 

Esse é quase obra-prima. É incrível

como nenhum diálogo deste filme é disperdiçado, largado. Tudo que é

falado e maravilhosamente interpretado tem relevância para a espetacular

trama. Destaque absoluto para o Owen, que tem a melhor atuação de todas

como o corno nada manso do filme.

 

 

 

 

 

 

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Revisto:

 

Closer (Mike Nichols' date=' 2004)

 

Esse é quase obra-prima. É incrível

como nenhum diálogo deste filme é disperdiçado, largado. Tudo que é

falado e maravilhosamente interpretado tem relevância para a espetacular

trama. Destaque absoluto para o Owen, que tem a melhor atuação de todas

como o corno nada manso do filme.

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Gosto dos quatro, em Closer, mas prefiro Portman.

 

O filme é cruel e não sei quando vou ter coragem de rever.

 

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Dez (Ten)

Não existe forma melhor de retratar um ponto de vista complexo, de forma chamativa e elegante, seja ele voltado para um fim social, ou até mesmo político, do que envolver a arte nessa manifestação. De todas as vertentes que o conceito da "arte" pode nos oferecer, notamos que o cinema é um dos veículos que mais ganha importância, no cenário mundial. Partindo desse princípio, o realizador pode transmitir sua mensagem de forma clara, sucinta e instigante, sem precisar de técnicas aprimoradas, e muito menos de um investimento pesado. Abbas Kiarostami, grande nome do cinema iraniano, comprova cada palavra supracitada, em "Dez".

 

28-0842115391T.jpg

A globalização proporcionou uma troca rápida de informações, que ignora qualquer dificuldade gerada pela distância dos continentes. Com isso, notamos, diariamente, nos jornais, o dia a dia de diversos países, dando destaque para os conflitos que quase sempre estão presentes, seja pela disparidade dos ideais políticos, ou até mesmo por motivos que envolvem diferentes concepções de crenças religiosas. Por mais que as imagens sejam chocantes, o público acaba tendo uma posição passiva, mediante ao fato desses problemas serem corriqueiros, por mais incrível e irônico que seja. É neste exato momento, que a arte entra em campo para dar um tapa na cara das pessoas que assistem a esse confronto pusilânime, sem ao menos esboçar uma preocupação pelo povo que morre, e pelas famílias que sofrem, afinal de contas, o nosso luxo está garantido, todas as manhãs.

"Dez", belíssima produção de Abbas Kiarostami, mesmo não sendo uma obra-prima, consegue transmitir tudo o que o diretor queria passar, principalmente, por atingir o espectador de uma forma que qualquer noticiário, jamais vai conseguir fazer, mesmo abordando aspectos semelhantes. Usando apenas dois enquadramentos, Abbas Kiarostami nos mostra a vida de uma mulher iraniana, e as suas relações, com diversas pessoas, dentro de um carro. A utilização desse único ambiente é proposital, por criar uma proximidade maior entre personagem e espectador. A lente da câmera, usando esse plano fechado, foca apenas no que é fundamental: o ser humano e o seu comportamento.

A intenção de trazer um caráter semelhante a de um documentário, é justificada pela tentativa de estreitar os laços entre a ficção e a realidade, afinal de contas, cada passageiro ilustra uma questão social diferente, que acaba confrontando a personagem principal, que não passa de uma alegoria do universo feminino, numa sociedade preconceituosa e destruidora. Divórcio, prostituição, religião, e submissão, são alguns dos pontos principais, que são apresentados por cada personagem que senta no banco do passageiro. Por vezes, ouvimos o diálogo, mas uma das pessoas não está sendo mostrada pela câmera. O efeito causado por essa técnica faz com que o espectador dê mais valor às palavras, do que à própria imagem. Essa visão intimista defende a mulher, que, frente à sociedade, sempre é julgada pela imagem, e não pelo que ela realmente é.

28-0842128303T.jpg

 

O desfecho arrebatador demonstra, em apenas uma frase, que a personagem conheceu todos esses fatores antagônicos, e que tudo isso vai se repetir, num ciclo interminável, até a sociedade se conscientizar. O diretor Abbas Kiarostami traz a realidade para o cinema iraniano, que, sem dúvida alguma, vem crescendo muito, nos últimos anos. Num jogo de alegorias e sentimentos pesados, Abbas mostra o verdadeiro lado cruel da sociedade, que não vemos nos noticiários. Não dessa forma. Terrivelmente emocionante.

Nota: 8

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Dez (Ten)

Não existe forma melhor de retratar um ponto de vista complexo, de forma chamativa e elegante, seja ele voltado para um fim social, ou até mesmo político, do que envolver a arte nessa manifestação. De todas as vertentes que o conceito da "arte" pode nos oferecer, notamos que o cinema é um dos veículos que mais ganha importância, no cenário mundial. Partindo desse princípio, o realizador pode transmitir sua mensagem de forma clara, sucinta e instigante, sem precisar de técnicas aprimoradas, e muito menos de um investimento pesado. Abbas Kiarostami, grande nome do cinema iraniano, comprova cada palavra supracitada, em "Dez".

 

A globalização proporcionou uma troca rápida de informações, que ignora qualquer dificuldade gerada pela distância dos continentes. Com isso, notamos, diariamente, nos jornais, o dia a dia de diversos países, dando destaque para os conflitos que quase sempre estão presentes, seja pela disparidade dos ideais políticos, ou até mesmo por motivos que envolvem diferentes concepções de crenças religiosas. Por mais que as imagens sejam chocantes, o público acaba tendo uma posição passiva, mediante ao fato desses problemas serem corriqueiros, por mais incrível e irônico que seja. É neste exato momento, que a arte entra em campo para dar um tapa na cara das pessoas que assistem a esse confronto pusilânime, sem ao menos esboçar uma preocupação pelo povo que morre, e pelas famílias que sofrem, afinal de contas, o nosso luxo está garantido, todas as manhãs.

"Dez", belíssima produção de Abbas Kiarostami, mesmo não sendo uma obra-prima, consegue transmitir tudo o que o diretor queria passar, principalmente, por atingir o espectador de uma forma que qualquer noticiário, jamais vai conseguir fazer, mesmo abordando aspectos semelhantes. Usando apenas dois enquadramentos, Abbas Kiarostami nos mostra a vida de uma mulher iraniana, e as suas relações, com diversas pessoas, dentro de um carro. A utilização desse único ambiente é proposital, por criar uma proximidade maior entre personagem e espectador. A lente da câmera, usando esse plano fechado, foca apenas no que é fundamental: o ser humano e o seu comportamento.

A intenção de trazer um caráter semelhante a de um documentário, é justificada pela tentativa de estreitar os laços entre a ficção e a realidade, afinal de contas, cada passageiro ilustra uma questão social diferente, que acaba confrontando a personagem principal, que não passa de uma alegoria do universo feminino, numa sociedade preconceituosa e destruidora. Divórcio, prostituição, religião, e submissão, são alguns dos pontos principais, que são apresentados por cada personagem que senta no banco do passageiro. Por vezes, ouvimos o diálogo, mas uma das pessoas não está sendo mostrada pela câmera. O efeito causado por essa técnica faz com que o espectador dê mais valor às palavras, do que à própria imagem. Essa visão intimista defende a mulher, que, frente à sociedade, sempre é julgada pela imagem, e não pelo que ela realmente é.

 

O desfecho arrebatador demonstra, em apenas uma frase, que a personagem conheceu todos esses fatores antagônicos, e que tudo isso vai se repetir, num ciclo interminável, até a sociedade se conscientizar. O diretor Abbas Kiarostami traz a realidade para o cinema iraniano, que, sem dúvida alguma, vem crescendo muito, nos últimos anos. Num jogo de alegorias e sentimentos pesados, Abbas mostra o verdadeiro lado cruel da sociedade, que não vemos nos noticiários. Não dessa forma. Terrivelmente emocionante.

Nota: 8

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show de bola sua critica cara, parabens!10 

 

Retratou o filme com precisao...

 

 

vi "dez" no mês passado...

 

 

Gostei um pouco ...  nao funcionou muito comigo por não ter muita fluidez. Não defendo a obrigatoriedade de nao ser assim, arte é isso aí ,manifestação, independente do publico.

 

reconheço que a sensação de claustrofobia ( o filme se passa na sua totalidade dentro de um carro) funciona, porem torna-o um tanto quanto cansativo e angustiante--acredito que propositalmente.

 

No entanto, é muito bem feito pois consegue captar com toda economia de recursos ( um só plano de câmera integralmente do inicio ao término do filme  ) ao mesmo tempo dispensando narrador e trilha sonora as nuances e o drama da historia baseado sobretudo em diálogos e expressões apenas. Achei interessante que essa crueza explicita o realismo e torna o filme bem cru, visceral.Em certo ponto lembra um pouco de Haneke até.

Calvin2010-11-28 15:07:44
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Dez (Ten)

Não existe forma melhor de retratar um ponto de vista complexo, de forma chamativa e elegante, seja ele voltado para um fim social, ou até mesmo político, do que envolver a arte nessa manifestação. De todas as vertentes que o conceito da "arte" pode nos oferecer, notamos que o cinema é um dos veículos que mais ganha importância, no cenário mundial. Partindo desse princípio, o realizador pode transmitir sua mensagem de forma clara, sucinta e instigante, sem precisar de técnicas aprimoradas, e muito menos de um investimento pesado. Abbas Kiarostami, grande nome do cinema iraniano, comprova cada palavra supracitada, em "Dez".

 

A globalização proporcionou uma troca rápida de informações, que ignora qualquer dificuldade gerada pela distância dos continentes. Com isso, notamos, diariamente, nos jornais, o dia a dia de diversos países, dando destaque para os conflitos que quase sempre estão presentes, seja pela disparidade dos ideais políticos, ou até mesmo por motivos que envolvem diferentes concepções de crenças religiosas. Por mais que as imagens sejam chocantes, o público acaba tendo uma posição passiva, mediante ao fato desses problemas serem corriqueiros, por mais incrível e irônico que seja. É neste exato momento, que a arte entra em campo para dar um tapa na cara das pessoas que assistem a esse confronto pusilânime, sem ao menos esboçar uma preocupação pelo povo que morre, e pelas famílias que sofrem, afinal de contas, o nosso luxo está garantido, todas as manhãs.

"Dez", belíssima produção de Abbas Kiarostami, mesmo não sendo uma obra-prima, consegue transmitir tudo o que o diretor queria passar, principalmente, por atingir o espectador de uma forma que qualquer noticiário, jamais vai conseguir fazer, mesmo abordando aspectos semelhantes. Usando apenas dois enquadramentos, Abbas Kiarostami nos mostra a vida de uma mulher iraniana, e as suas relações, com diversas pessoas, dentro de um carro. A utilização desse único ambiente é proposital, por criar uma proximidade maior entre personagem e espectador. A lente da câmera, usando esse plano fechado, foca apenas no que é fundamental: o ser humano e o seu comportamento.

A intenção de trazer um caráter semelhante a de um documentário, é justificada pela tentativa de estreitar os laços entre a ficção e a realidade, afinal de contas, cada passageiro ilustra uma questão social diferente, que acaba confrontando a personagem principal, que não passa de uma alegoria do universo feminino, numa sociedade preconceituosa e destruidora. Divórcio, prostituição, religião, e submissão, são alguns dos pontos principais, que são apresentados por cada personagem que senta no banco do passageiro. Por vezes, ouvimos o diálogo, mas uma das pessoas não está sendo mostrada pela câmera. O efeito causado por essa técnica faz com que o espectador dê mais valor às palavras, do que à própria imagem. Essa visão intimista defende a mulher, que, frente à sociedade, sempre é julgada pela imagem, e não pelo que ela realmente é.

 

O desfecho arrebatador demonstra, em apenas uma frase, que a personagem conheceu todos esses fatores antagônicos, e que tudo isso vai se repetir, num ciclo interminável, até a sociedade se conscientizar. O diretor Abbas Kiarostami traz a realidade para o cinema iraniano, que, sem dúvida alguma, vem crescendo muito, nos últimos anos. Num jogo de alegorias e sentimentos pesados, Abbas mostra o verdadeiro lado cruel da sociedade, que não vemos nos noticiários. Não dessa forma. Terrivelmente emocionante.

Nota: 8

[/quote']

 

show de bola sua critica cara, parabens!10 

 

Retratou o filme com precisao...

 

 

vi "dez" no mês passado...

 

 

Gostei um pouco ...  nao funcionou muito comigo por não ter muita fluidez. Não defendo a obrigatoriedade de nao ser assim, arte é isso aí ,manifestação, independente do publico.

 

reconheço que a sensação de claustrofobia ( o filme se passa na sua totalidade dentro de um carro) funciona, porem torna-o um tanto quanto cansativo e angustiante--acredito que propositalmente.

 

No entanto, é muito bem feito pois consegue captar com toda economia de recursos ( um só plano de câmera integralmente do inicio ao término do filme  ) ao mesmo tempo dispensando narrador e trilha sonora as nuances e o drama da historia baseado sobretudo em diálogos e expressões apenas. Achei interessante que essa crueza explicita o realismo e torna o filme bem cru, visceral.Em certo ponto lembra um pouco de Haneke até.

 

 

Valeu, Calvin. Voltando ao seu comentário, também achei que o filme fica meio maçante, por vezes, devido ao fato do ambiente ser limitado. No entanto, não dá pra negar que a proximidade é muito interessante. Meu amigo teve a mesma reação que você teve, e concordo em cada palavra, também. Se o Abbas conseguisse ampliar mais ainda o foco do filme, tenho certeza que teria agradado muito mais.

 

Sem dúvida alguma, lembra Haneke. Falando nisso, fiquei com vontade de rever "Tempos de Lobo". Já assistiu? Não é nenhuma obra-prima, mas a crítica, em cima da sociedade, é bem construída.
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