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O cinema atual está em crise de criatividade?


Plutão Orco
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  1. 1. O cinema atual está em crise de criatividade?



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Remake, per si, não é sinônimo de falta de criatividade, nunca foi. Alguns dos melhores filmes de determinados diretores são remakes. O que é estranho é a QUANTIDADE de remakes atualmente, TONELADAS deles e é isso que eu vejo um certo problema, uma vez que filmes com roteiro original ficam cada vez mais raros já que a indústria prefere apostar naquilo que, de alguma forma, já foi visto por milhões... Parece que a única coisa que vende hoje e tem 99% de chance de receber sinal verde dos estúdios é remake ou reboot. Ontem mesmo li que estão, na surdina, fazendo remake de mais dois filmes do Hitchcock: Suspeita e Rebecca. São filmes menos famosos do mestre - pelo menos pelo grande público que não acessa fóruns e vai aos cinemas ver o último lançamento adaptado de HQ - que talvez gerem alguma coisa interessante. O que nos leva a outro problema: quem vai dirigí-los. Entendo todo o ponto do Tensor e concordo apenas quando se percebe que o diretor contratado tem a intenção de fazer algo diferente... Do contrário, fico com as sábias palavras do Sean Connery: "por que não relançar o original nos cinemas?"

 

Bom post este teu, Dook. Gostaria, entretanto, de fazer algumas observações. O aumento na quantidade de remakes me parece uma coisa natural com o "envelhecimento" do cinema. Ao longo de várias décadas, a sétima arte se apoiou diretamente sobre a literatura, que era uma forma de narrativa popular e bem desenvolvida. Basta ver que os dois filmes do Hitchcock que tu citaste são adaptações de livros. Fica até a questão, estão-se fazendo remakes do Hitchcock ou novas adaptações das obras literárias? Na medida em que o cinema construiu suas próprias fundações, passou a ser combustível para si mesmo, e me parece que é nessa região que a discussão está orbitando. Acho que todos concordamos (ou pelo menos todos os que contam) que o fator crucial é se o enfoque é diferenciado, se o diretor está trazendo algo novo para o cinema ao abordar uma estória, mesmo que batida (claro, quem enxerga o cinema como a arte de contar estorinhas não vai perceber as nuances que existem aqui).

 

Vou aproveitar a oportunidade para digredir sobre a refilmagem de King Kong (2005): a estória, grosso modo, é a mesma do clássico da década de 30 (ao contrário da versão da década de 1970, que tem várias diferenças, apesar de apoiada no mesmo "esqueleto"). Em princípio, se poderia pensar que o único propósito dessa versão atualizada é recontar a estória utilizando as ferramentas tecnológicas que não estavam disponíveis tantas décadas atrás. Mas há um pequeno detalhe que, pra mim, justifica o filme novo: o personagem do Jack Black. Foi muito falado e é bem óbvio que ele é uma referência ao comportamento obsessivo do Orson Welles. A dimensão humana dada ao personagem, algo que não é tão claramente desenvolvido no filme antigo, me cativou completamente. Pode parecer pouco, mas pra mim é mais do que o suficiente.

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Eu ainda acho que o que acontece, é que quanto mais o tempo passa, mais obras tornam-se pilares do cinema.

 

Deturpando um pouco, seria como a história do "Meia Noite em Paris". O Atual nunca será considerado o melhor. A crítica de hoje quer tentar reviver ou ver algo que já fora desbravado. Pra acontecer isso de novo é muito complicado. Não é só uma safra de bons diretores que precisam aparecer. Toda uma questão política/econômica do país/mundo, ajudam no contexto.

 

Você pega uma década da liberdade, do uso da minissaia, das drogas, do Rock, pós- "libertação" feminina, fim do racismo, etc, borbulhando pra ser explorado de inúmeras maneiras.

 

O que você tem hoje? O novo iphone? O Facebook? Algo do gênero.

 

Os exemplos do passado ainda existem, só que não possuem o romantismo de serem do passado, o que fazem bastante gente torcerem o nariz.

 

Bom post este teu tb.

 

A tua primeira frase, sobre os filmes tornarem-se pilares do cinema, vai ao encontro do que eu falei acima, sobre o "envelhecimento" do cinema. Quanto mais filmes são feitos, mais fácil é achar um que já tratou de um determinado tema. E gostei de como "sacaste" Meia Noite em Paris. Eu me apaixonei pelo filme, dentre outros motivos, por essa visão ampla sobre o cinema (e a arte, em geral, e mesmo a vida, em geral).

 

Mas, respondendo as teus questionamentos sobre o que temos hoje:

 

- 11 de Setembro: Vôo United 93

- Crise econômica: Margin Call - O Dia Antes do Fim

- Facebook: A Rede Social

- Tsunami: Além da Vida

 

Isso sem contar novas visões, como os zumbis rápidos. Na sua representação cinematográfica clássica, o zumbi representava a mentalidade de massa. Hoje, adicionou-se, através de filmes como Extermínio, o fator da vida acelerada que as pessoas levam, sem tempo para pensar, para buscar alternativas. Apenas correria e raiva.

 

De forma cristalina - como em United 93 - ou de forma sutil - como em Extermínio - o cinema muda sim com a época, e se alimenta da mudança para produzir, no meio de muita mediocridade, algumas pérolas que, se o tempo quiser, serão reconhecidas e respeitadas no futuro.

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Eu acho que o King Kong do PJ algo tão fora do comum que nem sei se posso chamar de remake... O cara pega a mesma história, mas não o mesmo filme - se é que me entendem - e faz um troço delicioso de 3 horas de duração com o personagem do Black, sim, ele mesmo, sendo o aio da coisa toda... Priceless.

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Ora como assim não pode chamar de remake? não´é isso que um bom remake deve ser? Pegar a mesma historia e fazer outro filme? Ao meu ver, a fórmula de um bom remake é justamnete essa. são duas regras básicas ao meu ver 1) Respeitar o material Original 2) Buscar a propria identidade.

 

Os três KING KONG são otimos exemplos, pois são três filmes bem diferentes um do outro. E não estou falando de fatores técnicos.

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Putz, não tenho uma opinião tão bem definida sobre isso. Acho que continuam sendo feitos filmes fantásticos, talvez não na mesma quantidade que antigamente, mas isso não tenho como medir. Ao mesmo tempo, me preocupa o número de sequências, reboots, remakes, adaptações de séries, etc. Todos os dias ouço falar de um novo e não acho que isso seja normal. Só olhando a página de notícias do CeC agora, sem procurar muito, vi 8 deles que estão pra chegar (O Demolidor, Todo Mundo em Pânico 5, Kick Ass 2, The Wolverine, Branca de Neve e o Caçador 2, Soldado Universal 4, The Equalizer e até Doom 2), o que chega a ser bizarro. E, olhando bem, percebe-se que a maioria nem é de filmes bons ou cuja bilheteria justifique uma continuação. Acho também que há menos diretores geniais trabalhando (nem me venham com Nolan, por favor) e uma parcela considerável dos que há já estavam por aí desde os anos 70.

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  • 1 month later...
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Putz, não tenho uma opinião tão bem definida sobre isso. Acho que continuam sendo feitos filmes fantásticos, talvez não na mesma quantidade que antigamente, mas isso não tenho como medir. Ao mesmo tempo, me preocupa o número de sequências, reboots, remakes, adaptações de séries, etc. Todos os dias ouço falar de um novo e não acho que isso seja normal. Só olhando a página de notícias do CeC agora, sem procurar muito, vi 8 deles que estão pra chegar (O Demolidor, Todo Mundo em Pânico 5, Kick Ass 2, The Wolverine, Branca de Neve e o Caçador 2, Soldado Universal 4, The Equalizer e até Doom 2), o que chega a ser bizarro. E, olhando bem, percebe-se que a maioria nem é de filmes bons ou cuja bilheteria justifique uma continuação. Acho também que há menos diretores geniais trabalhando (nem me venham com Nolan, por favor) e uma parcela considerável dos que há já estavam por aí desde os anos 70.

 

concordo com este com.

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Eu acredito que o cinema como qualquer coisa tenta atingir um público, e as pessoas hoje em sua maioria procuram coisas superficiais, em reflexo disso, Hollywood principalmente, tenta conquistar as massas produzindo filmes cheios de grandes efeitos especiais e explosões, deixando pouco espaço para criatividade. Visto que a maior parte dos filmes hoje são o mesmo arroz e feijão. E não digo só dos de ação, posso dizer também das comédias que abordam os mesmos temas a muito tempo, vez ou outra se encontra uma comédia diferente do que se vê hoje em dia. Mas quando cito que o cinema esta em crise de criatividade como leigo falo do cinema popular internacional, dos filmes que realmente ganham a mídia geral. Em contrapartida acho que essa falta de criatividade da chance para as produções independentes se destacarem mais.

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Acho que o maior problema do cinema ocidental atual não é bem os remakes, que são realmente problemáticos quando desnecessários, mas sim o medo que a industrial adquiriu. As produtoras parecem ter medo de fazer franquias novas, buscarem rostos novos ou ter ideias originais que talvez não de tanto lucro. Parece que eles estão numa zona de conforto onde eles preferem fazer filmes medíocres que deem lucro a arriscar algo original.

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  • 1 year later...
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O pessoal nesse oba oba de remake vai levar o cinema pipoca a derrota. Chega de figurinha repetida! Isto prova simplesmente uma coisa que já venho notando e falo aqui ganancia dos estúdios, falta de criatividade gerou a nova crise do cinema anos 60 em Hollywood. Isso mesmo Hollywood está em crise com falta de ousadia e originalidade. Hoje a TV é original e mais ousada e superou o cinema e cinema virou TV. Se o cinema anos 80 era ousadia e a tv um bastião de conservadorismo os papeis se inverteram esse cinema agora é conservador e tv é mais liberal. Veja as séries com sangue, violência mesmo e peitinhos coisa que o cinema hoje não faz mais com raras considerações. Não que violência, nudez e sexo é algo inovador ou melhor e sim que a TV agora não tem medo de fazer algo pensando só em público e bilheteria. Eles ligam o fodas como nos anos 80 no cinema. E sim cinema europeu é o que tem de melhor agora, pois sempre foi ousado e não tem medo de ariscar algo novo ao invés de repetir a formula ad-infinitum como o americano que é só ladeira abaixo de criatividade.

 

Acabei de ouvir um podcast muito bom sobre o assunto :          http://cinemacomrapadura.com.br/rapaduracast-podcast/8068/rapaduracast-280-ta-na-hora-do-remake/#comment-286883

 

cast280-capa.jpg

 

Enquanto que nos anos 60 época da crise de Hollywood e 70 plena guerra fria tínhamos filmes que ousam criticar o sistema lá nos EUA. Agora isto até virou até tabu. Me dizem um filme que foi foda criticando a guerra dos EUA contra o mundo árabe como EUA e Vietnã. Um Apocalipse Now. Sabe porque não tem? É medo, uma censura velada lá. Coisa que não tinha algum tempo atrás e que eu admirava essa capacidade de autocrítica que só existe agora mais na TV com desenhos polêmicos American Dad, South Park e Family Guy. A NSA , o WikiLeaks (Watergate do nosso tempo) alguém ousou fazer um filme bem crítico e digno. Não vamos nos bitolar só em filmes de super heróis, livros e ficção e coisas de outra época . Olha eu gosto de HQ e essa indústria do entretenimento, mas gosto de questionar o mundo em que vivemos e o mundo está desmoronando em outra guerra fria e em conspirações para quem vai dominar ou destruir o planeta. E a indústria do cinema está se cagando para isto sendo que em outras épocas ela não tinha esse medo.

 

 

Cadê nosso Doutor Fantástico? Só vejo mediocridade um cinema sem consciência uma casca oca.

 

http://www.youtube.com/watch?v=KdJS1iatxmY

 

Não é só eu e alguns que dizem isto e sim pessoas de lá de dentro que migraram para a TV. Aqui a notícia:

 

A TV encolheu o cinema

Enquanto Hollywood vive uma longa crise criativa, a TV dos EUA nunca esteve tão bem. Por que a telinha roubou o brilho e a ousadia do cinema mais lucrativo do mundo?
 
 

Franthiesco Ballerini

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Robert Mckee é uma espécie de guru dos roteiristas de Hollywood. Em seu portfólio, alunos seus já levaram mais de 50 estatuetas do Oscar e 170 prêmios do Emmy. Entre seus ex-alunos está, por exemplo, Peter Jackson (O senhor dos anéis). Em resumo: quando os produtores de Hollywood estão em apuros, chamam Robert Mckee – hoje com 71 anos – para ajudar a melhorar os roteiros de filme.

No entanto, é justamente esse guru do cinema norte-americano que vem bradando, nos últimos anos, a ideia de que Hollywood está em crise de criatividade e que a TV dos EUA vive sua era de ouro. Isso mesmo, o centenário cinema norte-americano – responsável por clássicos memoráveis como Cidadão Kane (1941) e O poderoso chefão (1972) – é hoje menos importante do que a “telinha”, voltada exclusivamente para o lucro e o sucesso de audiência. Quando e por que Hollywood inverteu a posição com a TV nos Estados Unidos? A resposta é mais longínqua do que a própria existência da televisão. E um dos primeiros “culpados” disso se chama Charles Chaplin.

 

Chaplin foi uma dos primeiros profissionais ditos “completos” de Hollywood. Ele era ator, diretor, roteirista na maioria das vezes e, mais importante, produtor de seus próprios filmes. Isso quer dizer que ele controlava a ideia (roteiro), a transformação da ideia em audiovisual (direção), a grana do filme (produtor) e ainda executava de frente tudo isso (ator). Quando criou seu tipo memorável, Carlitos, antes mesmo do surgimento do som, fez tanto sucesso com o personagem que decidiu repeti-lo em novas situações. Estava, talvez sem querer, solidificando o conceito de franquia no cinema: um produto (personagem) repetido diversas vezes em novas embalagens (história, cenários, coadjuvantes distintos). Mas embora ele tenha feito isso nos anos 1910, as franquias em Hollywood só foram entrar com força nos anos 1970, especialmente a partir de Star Wars (1977), de George Lucas.

 

E o que a franquia tem a ver com a crise criativa de Hollywood? Tudo. Se um estúdio – ou todo o sistema hollywoodiano – passa por uma crise, já que Hollywood visa o lucro e seus diretores não recebem ajuda do governo – como nos países cujo cinema é subsidiado, como o Brasil –, os produtores de Hollywood tendem a concentrar seus recursos financeiros nos projetos com menor risco possível, ou seja, nas franquias. E como Hollywood até agora não se recuperou totalmente da crise financeira de 2008, são as franquias que explicam por que temos visto tão poucos roteiros originais no cinema e muitos Se beber não case 2, Kung fu panda 2, Harry Potter 8, Madagascar 3 etc. Afinal de contas, se deu certo uma vez, por que não daria certo novamente? E então a franquia é explorada à exaustão – a ponto de se dividir um livro em dois para lucrar mais, como ocorreu com Harry Potter e Crepúsculo.

 

Robert Mckee já citou, em algumas entrevistas, que acha que Hollywood está demasiadamente politicamente correto, com medo de ofender – um receio que a arte não comercial, é ela quem tem tentado, nos EUA, abarcar vários níveis sociais e seus complexos gostos. Ele diz que os roteiros para TV no país não têm limitação de assuntos, pode-se falar de política, sexo, religião e corrupção de forma ousada, pois como a competitividade entre as produtoras de conteúdo para TV é alta nos EUA, todos querem fisgar o público alheio. Ganha aquele que seduzir o público logo nos primeiros episódios, evitando o cancelamento da série e, se seu ritmo continuar surpreendente, garantindo contratos para mais e mais temporadas.

 

Time de roteiristas

 

Mas essa não é, de fato, a principal razão do sucesso da TV nos EUA, afinal de contas, os estúdios de Hollywood também competem entre si toda semana. O que explica, então, tantos astros do cinema quererem migrar para a TV – um movimento antes impensável até os anos 1990 – e, inclusive, diretores e roteiristas abandonarem a telona e irem para a telinha? Uma das razões pode ser o ego.

Enquanto o cinema alimenta o glamour profissional – graças ao sucesso comercial, de crítica e de festivais como o Oscar – nas séries de TV, o ego do roteirista deve ser deixado em segundo plano. Não se faz o que quer na TV, aliás, não se faz sozinho. Enquanto os filmes são escritos quase sempre por um roteirista e alguns assistentes, as séries de TV nos EUA são escritas a seis, oito e até dez mãos, todas de pesos iguais. Um time de roteiristas pensando junto nos detalhes de cada minuto, nas reviravoltas da trama e dos personagens.

 

Além disso, o tempo está a favor da TV e contra o cinema. É preciso tempo para dar profundidade à personalidade dos personagens principais, só que o cinema tem pouco mais de duas horas para fazer isso – e quase nunca faz, uma vez que a linguagem norte-americana privilegia a ação e a aventura, nem sempre a densidade do personagem. Já a televisão tem tempo de sobra para ter tudo isso. Além de oferecer o prato preferido do público norte-americano – cenas de ação –, as séries também viciam o telespectador, pois, em vez de duas horas, ele acompanha a “vida” dos personagens por quase 100 horas – dependendo do número de temporadas de uma série. Resultado: se a série tem um bom time de roteiristas, eles serão capazes de brincar com o tempo como se fosse um jogo de xadrez (Lost), imaginar o fisicamente inimaginável nas mãos humanas (Fringe), envolver o público no passado conturbado do protagonista (Mad Men), acompanhar amigos e a interação de suas personalidades ao longo dos anos (Friends), ou mesmo não falar sobre nada especificamente (Seinfeld). As chances de sucesso então são altas, pois é como se o público se sentisse “íntimo” de quem eles conhecem tão bem porque ficaram “perto” por horas.

 

O Brasil vive uma situação quase inversa. Enquanto é no cinema que vemos ousadia de linguagem, como em Cidade de Deus (2002), Amarelo manga (2002), Jogo de cena (2007) e, recentemente, O som ao redor (2012), as novelas brasileiras minguam audiências cada vez menores. As razões podem ser muitas: o medo de chocar e afugentar o público – o beijo gay que até hoje não saiu na TV Globo – o sistema de escrita das novelas – calcadas na mão de um único autor e alguns assistentes de peso menor – ou talvez porque toda a produção fica nas mãos de poucos (Globo e Record), sufocando a saudável competitividade das produtoras norte-americanas, ávidas para emplacar seus produtos no horário nobre televisivo de lá.

 

Ainda assim, nem mesmo a televisão brasileira pode mais se dar ao luxo de fazer o público esperar nove meses para descobrir “quem matou Odete Roitman”. É muito pouco, quase nada, para quem dedica tantas horas em frente a um produto. É onde as séries norte-americanas arrasam: matam personagens principais no meio da temporada, a gravidez esperada vem no segundo episódio, a união do casal está logo ali e os mistérios são desvendados ao longo de todos os episódios. Com muitas mãos, dinheiro, sede de ousar e menos egos, as séries televisivas dos Estados Unidos justificam, quase sempre, o simples ato de ficar em casa.

 

Franthiesco Ballerini é jornalista e coordenador geral da Academia Internacional de Cinema

 

Link:  http://revistacult.uol.com.br/home/2013/12/a-tv-encolheu-o-cinema/

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  • 1 month later...
  • 4 months later...
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Só uma coisa que quero entender, muitos aqui são defensores de que a direção é o elemento mais significativo de um filme, certo? Que quando criam um roteiro, o que realmente deixa vocês empolgados ou não é quem vai dirigi-lo, certo? Sai do forno o roteiro de Transformers e descobrimos que o Spielberg vai dirigi-lo "eeeeeee \o\". Sai do forno o roteiro de Transformers e descobrimos que o Michael Bay vai dirigi-lo "ahhhhhh =( ". É assim que funciona normalmente, né? Então qual é o problema? E olha que estamos falando de um roteiro já pronto e apenas a direção como elemento diferenciado, o que não é o caso de remakes, reboots ou o que seja, e por isso não sou nada contra eles.

 

Por exemplo, vocês podem ver como falta de criatividade ou sei lá o que o Spike Lee querendo criar a versão dele de Oldboy. Eu vejo algo do tipo "essa história é do caralho, eu preciso mostrar a MINHA versão dela!". Pra mim uma história, a mesma história, são 1 milhão de histórias diferentes se passarem nas mãos de 1 milhão de diretores diferentes. Eu vi Vício Frenético nas mãos de um Abel Ferrara que conta a história de um policial corrompido e devorado pelos mais diversos vícios. Eu vi Vício Frenético nas mãos do Werner Herzog que conta a história de um policial corrompido e devorado pelos mais diversos vícios. E a semelhança se encerra aí. Apesar de dividirem essa premissa básica, os filmes são absolutamente diferentes. Foi gratificante ter os dois pontos de vista, e seria mais ainda se outros diretores talentosos também se interessassem e tivessem algo a acrescentar (pq o Herzog acrescenta, não copia o que o Ferrara fez). Claro que quando mais versões tu faz, mais dificil passa a ser tu criar algo legal em cima do que ainda não foi mostrado. Mas isso é com eles e não é a discussão, tudo depende da criatividade e a vontade de contar essa história.

 

No final das contas tudo não passa de um "eu vi primeiro". Eu vi primeiro essa história foda e quero filma-la. Um grande sucesso, baita filme. Outro diretor assiste esse filme, absorve essa história e pensa "hmmm, que história foda, eu poderia fazer algo bem diferente com isso aí que vale a pena compartilhar". Então esse remake é outra coisa, ser remake é apenas um rótulo insignificante. Agora um diretor assiste esse filme e pensa "hmmm, que história foda, eu poderia fazer algo bem semelhante a isso com algumas pequenas mudanças", daí ele é realmente um fdp que colabora pra essa má imagem que remakes, reboots, etc, carregam.

 

Eu vi trailers desse Vingador do Futuro e parece ser um filme bem ruim. Vou ver, se for bom, ótimo, se for ruim, é apenas mais um filme ruim. Mas pelo menos eu vi um propósito nele, ele realmente é DIFERENTE, ele realmente é uma outra visão, ele realmente é um filme inédito (pelo menos aparentemente, claro). Então não vejo problema (se for ruim, repetindo, é apenas mais um filme ruim).

 

Mas é só um gatilho, um fragmento de uma história. Se inicialmente sair algo foda dali não quer dizer que outros diretores também não possam tentar a sorte. E se sair uma bosta que ninguém mais deve tentar.

 

Pra mim remake nunca vai ser sinônimo de falta de criatividade. Dependendo da situação, muito pelo contrário. Imagina tu pegar filmes já elogiados como Guerra dos Mundos, Scarface, Vicio Frenético, etc, e conseguir fazer com aquilo algo diferente e ótimo (muitas vezes melhor)? Não é tarefa fácil.

 

Vida longa aos remakes.

O problema é que muitos filmes filmes, principalmente estrangeiros, não precisam de remake ou de novas visões. Não se sabe explicar bem o motivo, mas simplesmente não precisam. Ou se precisam fazem apenas em nome do dinheiro, como esse remake de Oldboy que todo mundo achou uma bosta.

 

Mas não sou sou necessariamente contra remakes. Existem idéias que podem ser reaproveitadas, seja agora, seja com tempo. Os filmes de terror são assim. Os filmes com monstros como Frankenstein e Drácula também.

 

Podem me chamar de herege, mas eu gostaria de um remake de O Senhor dos Anéis, não agora, mas daqui a uns 20 anos talvez. A trilogia do Jackson foi muito boa, mas o tema pode ser vivenciado por novas visões e talvez até render filmes melhores (improvável, mas não impossível).

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