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Forum Cinema em Cena

Vigilante do Amanhã - Ghost in the Shell


Jailcante
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Sabem o que me irrita? O material base, seja anime ou manga, é tão inteligente, mexia décadas atrás com tópicos que hoje começaram a ser controversos, visualmente excitante, trilha sonora brilhante...

 

O filme? Scarlett não é japonesa...

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  • Administrators

Pra vc ver o público japa nem ligou pra esse papo de não terem escalado uma asiática. É como bem disso o cidadão abaixo na saída do.cinema. Seria diferente se escalassem uma japonesa-americana pra fazer o papel ? Seria pior.

 

"I heard people in the U.S. wanted an Asian actress to play her," he said. "Would that be OK if she was Asian or Asian-American? Honestly, that would be worse, someone from another Asian country pretending to be Japanese. Better just to make the character white."

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  • 3 months later...
  • Members

O filme é um grande exercício de intertextualidade do diretor, claramente um fã do material base, cria painéis maravilhosos, muitos vindo direto da fonte... Mas o resultado é um corpo sem o ghost. A ação é mediana, sem nada de excepcional.

Fogo de palha, o filme vem e vai sem deixar rastro nenhum, diferente do original, um dos sci-fi mais influentes das últimas décadas.

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Justo ou injusto, acho que eu teria gostado do filme caso não fosse uma adaptação ou tivesse menos laços ao anime... Fosse este um novo sci-fi, fortemente inspirado por Ghost In The Shell e outros, ideias em sci-fi se repetem bastante de qualquer forma, acho que eu teria gostado - não muito pois ainda seria uma trama tediosa, porém já teria achado algo positivo.

Deveria julgar filme no vácuo? Talvez... Meu problema é que Ghost in The Shell, ao contrário de se divorciar das suas origens como Blade Runner ou The Shining, tenta fazer o anime/manga desesperadamente. Ainda sim, também não é próximo o suficiente como The Martian ou Watchmen, pois bebe das diversas formas do material base (anime, manga, TV), não é uma adaptação "literal". É uma estranha quimera de intertextualidade, tal qual os remakes Disney do Jungle Book e Beauty and The Beast.

Além disso, também achei um filme um tanto "frio". Não dei a mínima pra Major de Scarlett, todo seu passado trágico vem de exposição forçada, o começo com a Juilette Binoche pareceu algo de video-game ruim, a cutscene começa, agente recebe um tanto de exposição e quando a informação foi depositada, fade-to-black... Corta para famosa cena em que Major pula do prédio e fica invisível.

No anime, ouvimos quase nada, Major inspeciona sua arma com paciência, observa o horizonte da cidade com uma pausa, quando ela se joga da beirada há close-up no seu rosto, cresce um sorriso de satisfação, vemos sua perspectiva de ponta cabeça, antes de dar fatality no político safado, ela arrisca uma tirada.

No filme live-action, a mesma cena precisa ser turbinada pela música de ação clichê, um passo rápido e certa tensão com o personagem do Kitano. Major é muito fria, estoica... O mesmo close-up na sua face não revela nada. Robótica, por falta de palavra melhor. Faltou a pausa, o cuidado com a arma, o sorriso e a satisfação, essas coisas são mais personagem que despejo expositório da Binoche.

E uma pena, pois Scarlett tem um sorriso muito bonito.

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  • 3 weeks later...
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On 19/07/2017 at 3:57 AM, Mozts said:

Justo ou injusto, acho que eu teria gostado do filme caso não fosse uma adaptação ou tivesse menos laços ao anime... Fosse este um novo sci-fi, fortemente inspirado por Ghost In The Shell e outros, ideias em sci-fi se repetem bastante de qualquer forma, acho que eu teria gostado - não muito pois ainda seria uma trama tediosa, porém já teria achado algo positivo.

Deveria julgar filme no vácuo? Talvez... Meu problema é que Ghost in The Shell, ao contrário de se divorciar das suas origens como Blade Runner ou The Shining, tenta fazer o anime/manga desesperadamente. Ainda sim, também não é próximo o suficiente como The Martian ou Watchmen, pois bebe das diversas formas do material base (anime, manga, TV), não é uma adaptação "literal". É uma estranha quimera de intertextualidade, tal qual os remakes Disney do Jungle Book e Beauty and The Beast.

Além disso, também achei um filme um tanto "frio". Não dei a mínima pra Major de Scarlett, todo seu passado trágico vem de exposição forçada, o começo com a Juilette Binoche pareceu algo de video-game ruim, a cutscene começa, agente recebe um tanto de exposição e quando a informação foi depositada, fade-to-black... Corta para famosa cena em que Major pula do prédio e fica invisível.

No anime, ouvimos quase nada, Major inspeciona sua arma com paciência, observa o horizonte da cidade com uma pausa, quando ela se joga da beirada há close-up no seu rosto, cresce um sorriso de satisfação, vemos sua perspectiva de ponta cabeça, antes de dar fatality no político safado, ela arrisca uma tirada.

No filme live-action, a mesma cena precisa ser turbinada pela música de ação clichê, um passo rápido e certa tensão com o personagem do Kitano. Major é muito fria, estoica... O mesmo close-up na sua face não revela nada. Robótica, por falta de palavra melhor. Faltou a pausa, o cuidado com a arma, o sorriso e a satisfação, essas coisas são mais personagem que despejo expositório da Binoche.

E uma pena, pois Scarlett tem um sorriso muito bonito.

 

 

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Okay, bebi umas ou duas ou trezuas e vou divagar...

O que acho mais lindo é que além da interpretação oferecida pelo nerdwriter1, no anime ainda resta um buffet self-service de ideias. As mais comuns são notadas imediatamente pelos fãs de sci-fi: Trans-humanismo, inteligencia artificial, vida como cyborgs, memórias artificiais, blá blá blá... Em muitas obras isso seria o pacote inteiro, mas para Ghost in The Shell é só uma premissa, a superfície do assunto.

Argumentaria que o anime não é sobre "identidade na cidade" como diz o nerdwriter1, mas sim "identidade na tecnologia". A cidade foi somente o construto tecnológico mais bonito e mais fácil de moldar no visual orgástico, contudo o roteiro não para de comparar e definir humanos baseado na tecnologia. Até mesmo um dos parceiros da Major, aquele que dirige a van, é definido baseado no seu revolver, e ele sequer é um cyborg. Análogo, vejo como certas máquinas mudaram rumo da sociedade. O barco a vela definiu as fronteiras, armas definiram as guerras, o fogo definiu o homo sapiens nas cavernas... Para por nome chique na coisa: Ghost in The Shell é sobre determinismo tecnológico.

Olhemos hoje, como guardamos informações, como limiar de atenção decresce, o impacto da tecnologia na sociedade nos últimos 100 anos foi do caramba, tudo mudou, o que isso vai junto nossa forma de pensar e resolver problemas. Pro martelo, todos parecem pregos. O meu muleque, um menino de 8 anos, cresceu com internet, por exemplo. Ele não vai raciocinar ou guardar informações como eu, jovem-velho dos anos 90, e muito menos como meus pais, dos anos 50/60. Eu e ele poderíamos muito bem ser um cyborg, pois a primeira coisa que fazemos na dúvida, é procurar na máquina a resposta. Pra criança hoje parece uma coisa INSANA esperar a hora do desenho começar, ora bolas, tenho Netflix, assisto o desenho quando quiser e ainda pauso para ir fazer xixi.

Ghost in The Shell GRITA esse tipo de "determinação tecnológica" na protagonista. Ela é literalmente feita de máquinas e não consegue se definir, sentir-se completa além da sua condição de cyborg. Ao final do filme ela acha um certo tipo de catarse emocional se "mesclando" com uma tecnologia, uma inteligencia artificial. Sci-fi comumente fazem o contrário, tentam definir humanidade através da rejeição da máquina, ou quando há aceitação, existe clara diferença entre robôs e humanos, no máximo ocorre um equilíbrio "maquina x humanos". Ghost in the Shell pega nossa protagonista e só lhe deixa em paz quando ela se torna um misto de humanidade com tecnologia, não somente no nível corporal - isso já acontece torto e direito no filme - mas também no mental. O seu "ghost" torna-se uma máquina, além da sua "shell" que já era uma.

A própria inteligencia artificial do filme aparece esclarecendo para protagonista como "não existe pessoa individual, somente o conjunto". Momentos atrás a câmera mostraria um puta dum tanque destruindo uma árvore evolucionária, a árvore da evolução em que somos o rei da cocada preta, nossa espécie, história anciã e DNA, sendo superado pela máquina humana.

GITS_8x6.jpg

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On 19/07/2017 at 3:57 AM, Mozts said:

Justo ou injusto, acho que eu teria gostado do filme caso não fosse uma adaptação ou tivesse menos laços ao anime... Fosse este um novo sci-fi, fortemente inspirado por Ghost In The Shell e outros, ideias em sci-fi se repetem bastante de qualquer forma, acho que eu teria gostado - não muito pois ainda seria uma trama tediosa, porém já teria achado algo positivo.

Deveria julgar filme no vácuo? Talvez... Meu problema é que Ghost in The Shell, ao contrário de se divorciar das suas origens como Blade Runner ou The Shining, tenta fazer o anime/manga desesperadamente. Ainda sim, também não é próximo o suficiente como The Martian ou Watchmen, pois bebe das diversas formas do material base (anime, manga, TV), não é uma adaptação "literal". É uma estranha quimera de intertextualidade, tal qual os remakes Disney do Jungle Book e Beauty and The Beast.

Além disso, também achei um filme um tanto "frio". Não dei a mínima pra Major de Scarlett, todo seu passado trágico vem de exposição forçada, o começo com a Juilette Binoche pareceu algo de video-game ruim, a cutscene começa, agente recebe um tanto de exposição e quando a informação foi depositada, fade-to-black... Corta para famosa cena em que Major pula do prédio e fica invisível.

No anime, ouvimos quase nada, Major inspeciona sua arma com paciência, observa o horizonte da cidade com uma pausa, quando ela se joga da beirada há close-up no seu rosto, cresce um sorriso de satisfação, vemos sua perspectiva de ponta cabeça, antes de dar fatality no político safado, ela arrisca uma tirada.

No filme live-action, a mesma cena precisa ser turbinada pela música de ação clichê, um passo rápido e certa tensão com o personagem do Kitano. Major é muito fria, estoica... O mesmo close-up na sua face não revela nada. Robótica, por falta de palavra melhor. Faltou a pausa, o cuidado com a arma, o sorriso e a satisfação, essas coisas são mais personagem que despejo expositório da Binoche.

E uma pena, pois Scarlett tem um sorriso muito bonito.

Faço minhas, suas palavras... E vc usou um adjetivo que me incomodou muito durante toda a projeção: frieza. Ao final do filme, pensei: "Legal." e fui dormir. Period. Uma pena, pois material tinha de baciada... 

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