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Cineclube em Cena


Nacka
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Enxak...uns bons filmes para o Cineclube seria A VILA hein?hehehehe

 

Beleza Americana' date=' Titanic, Encontros e Desencontros, 2001, Laranja Mecânica, AI, Alexandre.... tantos "polêmicos" e "discutíveis".

[/quote']

"A Vila" com certeza renderia um bom debate,sempre rendeu...Mas eu sinceramente já cansei de falar desse filme,estou louco mesmo é para ver "A Dama Na Água",esse promete ser bastante "discutível" tbm.Já esses outros não sei,são todos meio que intocáveis (tirando "Titanic","AI" e "Alexandre" (esse eu ainda não vi),que poderiam gerar discordancias).

 

Bom...um filmes que dividem opiniões que vieram na minha cabeça agora são MOULIN ROUGE!,  Matrix Revolutions, Crash(hehehe), Uma mente brilhante....

 

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Vi há certo tempo "A Lista de Schindler", não posso armar um comentário mais eficaz, até porque na ocasião, estava com muito sono, o que não o impediu de ser um dos filmes que forma, atualmente, o meu top 10. Obra-prima, perfeito em todos os sentidos; em relação ao final, não o achei dramalhão ou forçado, pelo contrário quase me leva às lágrimas (ao contrário de E.T.). A parte técnica que mais me chamou atenção foi a fotografia e, ao contrário de muitos, achei Ralph Fiennes o melhor participante no elenco, inclusive por sua personagem.

Sobre o Spielberg em si, já não agüento mais botar tops dele. smiley36.gif Mas o favorito é mesmo "A Lista de Schindler" e o mais fraco "Guerra dos Mundos"(um filme que daria bons comentários por aqui), pau a pau com "O Terminal''. Preciso rever A.I. (outro também interessante a se debater, aliás do Spielberg há vários; outro é Munique).

Pretendo alugar amanhã, No Rastro da Bala para poder participar com mais intensidade das próxima discussão. Depois, coloco algumas sugestões aqui para outras discussões.

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Já pode falar sim' date=' Jailcante...Aliás, esse primeiro filme foi proposital, pois eu imaginava que você iri advinhar logo de cara. Além disso, eu o vi recentemente (só tinha visto uma vez, e há muito tempo atrás), e não me lembrava que era tão bom assim (tanto é que se tornou um dos meus preferidos desse diretor)..

Se quiser comentar um pouco sobre ele também, fique á vontade...

[/quote']

Ok, então, 1º filme do Enigma:

Frenesi

Nota 5/5

194967_4.jpg

Dados Técnicos:

Título Original: Frenzy

Gênero: Suspense

Origem/Ano: UK/1972

Direção: Alfred Hitchcock

Elenco:

Jon Finch...
Alec McCowen...
Barry Foster...
Billie Whitelaw...
Anna Massey...
Barbara L.-Hunt...
Bernard Cribbins...
Vivien Merchant...
Michael Bates...
Jean Marsh...
Clive Swift...
John Boxer...
Madge Ryan...
George Tovey...
Elsie Randolph...

transp.gif 45 bytesRichard Blaney
transp.gif 45 bytesInspetor Oxford
transp.gif 45 bytesRobert Rusk
transp.gif 45 bytesHetty Porter
transp.gif 45 bytesBabs Milligan
transp.gif 45 bytesBrenda Blaney
transp.gif 45 bytesFelix Forsythe
transp.gif 45 bytesMrs. Oxford
transp.gif 45 bytesSarg.Spearman
transp.gif 45 bytesMonica Barling
transp.gif 45 bytesJohnny Porter
transp.gif 45 bytesSir George
transp.gif 45 bytesMrs. Davison
transp.gif 45 bytesMr. Salt
transp.gif 45 bytesGladys

Sinopse: Londres se vê sob o domínio de um assassino serial Bob Rusk (Barry Foster), dono de uma loja de frutas, que usa gravatas para estrangular suas vítimas após estuprá-las. Quando Bob recebe a visita do amigo Richard (Jon Finch) que está desempregado, percebe a chance de incriminá-lo e assim tirar os tiras de sua própria cola. Perseguido pela polícia e sem emprego, tem que usar todas as suas forças para provar sua inocência e prender o verdadeiro assassino.

Duas seqüencia de humor especialmente negro: a abertura da fita, com um cadáver boiando no Rio Tâmisa enquanto um político discursa no palanque sobre a poluição das águas, e as cenas em que Bob esconde uma de suas vítimas num saco de batatas e, ao lembrar que deixou junto uma pista de sua identidade, se esfola todo para recuperá-la.

Distribuição em DVD: Universal

Comentário sobre o filme: Não tenho muito o que comentar senão que  Frenesi figura na lista de meus filmes preferidos de todos os tempos. Tem momentos bem tensos como só o Hitch sabia fazer, como cena da revelação do assassino logo no começo do filme (cena angustiante); a cena no caminhão de batatas (onde a gente inevitavelmente acaba por torcer para o assassino consiga pegar o objeto); e o final. Tudo recheado com o bom humor inglês (as cenas do policial que não consegue comer a comida da mulher são hilárias, sem cair no escracho). Enfim, Hitch estava no máximo aqui, no seu penúltimo filme (o último foi Trama Macabra que eu ainda não vi).

Dos filmes do Hitchcock, já assisti 6: Psicose, Frenesi, Janela Indiscreta, Festim Diabólico, Um Corpo que Cai e Os Pássaros. Tenho todos esse em DVD, todos são ótimos e todos já são clásicos. Frenesi foi o 3º filme dele que assisti depois do Psicose e Um Corpo que cai.

Duas colocações:

1) Fizeram uma vez um enquete aqui sobre os filmes do Hitch e não colocaram Frenesi e alguém me disse que não é um filme muito conhecido dele. Uma grande injustiça já que este é um dos melhores dele.

2) Não tem ficha técnica desse filme no adorocinema.com!!! Que absurdo! smiley7.gif Tive que procurar no site de busca...smiley18.gif

Jailcante2006-8-31 18:21:16
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Só agora tive tempo para passar por aqui, mesmo fazendo parte da equipe... Me desculpem...

 

Li a crítica do Foras inteira... Fiquei sem folego... Não só pq ela foi muito bem escrita e trouxe para nós uma visão inteiramente pessoal de alguém que saiu realmente abalado após ver o filme, mas também pq ela acabou tornando-se excessivamente longa ao meu ver... Sei que a intenção é se fazer uma avaliação completa... O problema é que algumas vezes acaba se tornando um tanto enfadonho o excesso... Mas, bom... já tenho fama de chato...smiley36.gif

 

Foras... Meus parabéns pelo sua vitória no "O Cinéfilo"... Merecida... A sua evolução durante o programa foi enorme...

 

Abraços,

Sunderhus

 

 

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tio kub ixprica:

Já vi A Lista de Schindler e esse não é um filme sobre Holocausto; é um filme sobre 400 pessoas que se salvaram dele.



O que não diminui em absolutamente nada sua importância cultural ou alcance de seu enredo.
Espero que Kubrick soubesse disso ao soltar a frase dúbia - do contrário' date=' não passaria de uma constatação imprecisa e tola.
[/quote']

acho que kubrick foi equilibrado ao fazer essa colocação. o filme como metonímia parte/todo não serve, realmente. acho que o que ele quis dizer é que como spielberg é um cineasta de tanta importância, deveria ter optado por prioridades e teria um "dever moral" (principalmente sendo judeu) de esclarecer ou contemplar essa chacina que foi a segunda guerra. spielberg falhou nesse sentido e é lamentável.

Não, não é. E essa mania de enxergar "deveres" em todo filme que aborda o Holocausto é irritante, vnida de Kubricks e Godards ou não. No Cinema, antes de "deveres", o próprio Cinema. Sempre.

Primeiro que as prioridades foram outras, e ele tem esse direito, enquanto artista. Segundo que, pra mim, ele não deixa de fazer isso, nem que seja indiretamente. Terceiro que, de certa forma, é algo tão historicamente enorme que se esclarece já por nome e conceito - o que é ótimo, permite inúmeros olhares.

Por esse lado, podemos pegar "O Pianista" e ver que o Polanski não fez "muito" além do que Spielberg. Apenas optou por leitura diferente, mas, pelo seu prisma, teria cometido as mesmas "falhas", embora decida por traços emocionais mais duros e passivos, bem ao estilo do cineasta. Não deixa, porém, de ser tão maravilhoso quanto "A Lista de Schindler", parecidos em algumas porções, distintos em algumas frações.

Serge Hall2006-8-31 20:7:22
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Enxak...uns bons filmes para o Cineclube seria A VILA hein?hehehehe

Beleza Americana' date=' Titanic, Encontros e Desencontros, 2001, Laranja Mecânica, AI, Alexandre.... tantos "polêmicos" e "discutíveis".
[/quote']

"A Vila" com certeza renderia um bom debate,sempre rendeu...Mas eu sinceramente já cansei de falar desse filme,

Dois... A Vila já deu o que tinha que dar, sem mencionar que vez ou outra aparecem espertinhos (ou ignorantes, tanto faz) com as mesmas questões estapafúrdias e lá vamos nós de novo explicar tudinho mais uma vez...

smiley18.gif 

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tio kub ixprica:

Já vi A Lista de Schindler e esse não é um filme sobre Holocausto; é um filme sobre 400 pessoas que se salvaram dele.



O que não diminui em absolutamente nada sua importância cultural ou alcance de seu enredo.
Espero que Kubrick soubesse disso ao soltar a frase dúbia - do contrário' date=' não passaria de uma constatação imprecisa e tola.
[/quote']

Sem querer meter o bedelho, já que A Lista é um dos meus crimes cinematográficos, já que não o vi, mas o comentário do Katsushiro tem a sua relevância... basta lembrarmos de Crash, um filme que se diz sem papas na língua com relação ao preconceito, mas que reforça estereótipos, segregação e - ironia - mais preconceito.

Se o Holocausto versa sobre milhões que morreram sob as mãos dos nazistas e é feito um filme sobre não sei quantos que sobreviveram, será que podemos dizer que A Lista versa sobre o Holocausto?

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tio kub ixprica:

Já vi A Lista de Schindler e esse não é um filme sobre Holocausto; é um filme sobre 400 pessoas que se salvaram dele.



O que não diminui em absolutamente nada sua importância cultural ou alcance de seu enredo.
Espero que Kubrick soubesse disso ao soltar a frase dúbia - do contrário' date=' não passaria de uma constatação imprecisa e tola.
[/quote']

Sem querer meter o bedelho, já que A Lista é um dos meus crimes cinematográficos, já que não o vi, mas o comentário do Katsushiro tem a sua relevância... basta lembrarmos de Crash, um filme que se diz sem papas na língua com relação ao preconceito, mas que reforça estereótipos, segregação e - ironia - mais preconceito.

Se o Holocausto versa sobre milhões que morreram sob as mãos dos nazistas e é feito um filme sobre não sei quantos que sobreviveram, será que podemos dizer que A Lista versa sobre o Holocausto?

Por um lado, sim. Há histórias e histórias no Holocausto. É resumido e conceituado como "milhões morreram", mas lá também houveram aqueles que se salvaram, sejam eles judeus em uma lista ou pianistas solitários guiados pela sorte.

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tio kub ixprica:

Já vi A Lista de Schindler e esse não é um filme sobre Holocausto; é um filme sobre 400 pessoas que se salvaram dele.



O que não diminui em absolutamente nada sua importância cultural ou alcance de seu enredo.
Espero que Kubrick soubesse disso ao soltar a frase dúbia - do contrário' date=' não passaria de uma constatação imprecisa e tola.
[/quote']

acho que kubrick foi equilibrado ao fazer essa colocação. o filme como metonímia parte/todo não serve, realmente. acho que o que ele quis dizer é que como spielberg é um cineasta de tanta importância, deveria ter optado por prioridades e teria um "dever moral" (principalmente sendo judeu) de esclarecer ou contemplar essa chacina que foi a segunda guerra. spielberg falhou nesse sentido e é lamentável.

Não, não é. E essa mania de enxergar "deveres" em todo filme que aborda o Holocausto é irritante, vnida de Kubricks e Godards ou não. No Cinema, antes de "deveres", o próprio Cinema. Sempre.

Primeiro que as prioridades foram outras, e ele tem esse direito, enquanto artista. Segundo que, pra mim, ele não deixa de fazer isso, nem que seja indiretamente. Terceiro que, de certa forma, é algo tão historicamente enorme que se esclarece já por nome e conceito - o que é ótimo, permite inúmeros olhares.

Por esse lado, podemos pegar "O Pianista" e ver que o Polanski não fez "muito" além do que Spielberg. Apenas optou por leitura diferente, mas, pelo seu prisma, teria cometido as mesmas "falhas", embora decida por traços emocionais mais duros e passivos, bem ao estilo do cineasta. Não deixa, porém, de ser tão maravilhoso quanto "A Lista de Schindler", parecidos em algumas porções, distintos em algumas frações.

ok. se você gosta dessa abordagem do tema, o problema é seu. agora, não me venha dizer que o filme é SOBRE o HOLOCAUSTO ou SOBRE a SEGUNDA GUERRA, o filme pode se PASSAR na segunda guerra. mas como kubrick disse "é sobre 400 pessoas que se salvaram".

como já disse, esse filme é tão ruim quanto um Jarhead, por exemplo, que sendo um dos primeiros filmes sobre a guerra do iraque, aborbou o tema de forma convencional, sem o devido teor político que exigia, demonstrando uma certa covardia por parte do Mendes (quem odeio, só pra constar).

Lista de Schindler se finge de grande, mas na verdade é um filme moralista que esconde a verdade (ou se aproveita dela pra vender seu moralismo). perdi 30 pessoas da minha família nessa guerra (sim, sou judeu) e esse filme não me traz emoção (assim como pianista menos ainda... aliás pianista < lista), só angústia e decepção pelo que ele podia ter sido, mas não foi.

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tio kub ixprica:

Já vi A Lista de Schindler e esse não é um filme sobre Holocausto; é um filme sobre 400 pessoas que se salvaram dele.



O que não diminui em absolutamente nada sua importância cultural ou alcance de seu enredo.
Espero que Kubrick soubesse disso ao soltar a frase dúbia - do contrário' date=' não passaria de uma constatação imprecisa e tola.
[/quote']

Sem querer meter o bedelho, já que A Lista é um dos meus crimes cinematográficos, já que não o vi, mas o comentário do Katsushiro tem a sua relevância... basta lembrarmos de Crash, um filme que se diz sem papas na língua com relação ao preconceito, mas que reforça estereótipos, segregação e - ironia - mais preconceito.

Se o Holocausto versa sobre milhões que morreram sob as mãos dos nazistas e é feito um filme sobre não sei quantos que sobreviveram, será que podemos dizer que A Lista versa sobre o Holocausto?

Por um lado, sim. Há histórias e histórias no Holocausto. É resumido e conceituado como "milhões morreram", mas lá também houveram aqueles que se salvaram, sejam eles judeus em uma lista ou pianistas solitários guiados pela sorte.

A afirmação do Kubrick ou foi infeliz demais, ou foi pega-trouxa demais. Quando alguém diz que 'não é um filme sobre o Holocausto, e sim sobre 400 pessoas que se salvaram dele', ele denota que houve perigo.

Spielberg retrata Auschwitz no filme e uma parte dos horrores cometidos. Mostrar o sofrimento daqueles que não morreram não é uma maneira de retratar o Holocausto? Aliás, o que norteia estes personagens que se salvaram é a fuga, não é? E até onde sei, fuga é uma forma de representar algo extremamente ruim.

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tio kub ixprica:

Já vi A Lista de Schindler e esse não é um filme sobre Holocausto; é um filme sobre 400 pessoas que se salvaram dele.



O que não diminui em absolutamente nada sua importância cultural ou alcance de seu enredo.
Espero que Kubrick soubesse disso ao soltar a frase dúbia - do contrário' date=' não passaria de uma constatação imprecisa e tola.
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Sem querer meter o bedelho, já que A Lista é um dos meus crimes cinematográficos, já que não o vi, mas o comentário do Katsushiro tem a sua relevância... basta lembrarmos de Crash, um filme que se diz sem papas na língua com relação ao preconceito, mas que reforça estereótipos, segregação e - ironia - mais preconceito.

Se o Holocausto versa sobre milhões que morreram sob as mãos dos nazistas e é feito um filme sobre não sei quantos que sobreviveram, será que podemos dizer que A Lista versa sobre o Holocausto?

Por um lado, sim. Há histórias e histórias no Holocausto. É resumido e conceituado como "milhões morreram", mas lá também houveram aqueles que se salvaram, sejam eles judeus em uma lista ou pianistas solitários guiados pela sorte.

A afirmação do Kubrick ou foi infeliz demais, ou foi pega-trouxa demais. Quando alguém diz que 'não é um filme sobre o Holocausto, e sim sobre 400 pessoas que se salvaram dele', ele denota que houve perigo.

Spielberg retrata Auschwitz no filme e uma parte dos horrores cometidos. Mostrar o sofrimento daqueles que não morreram não é uma maneira de retratar o Holocausto? Aliás, o que norteia estes personagens que se salvaram é a fuga, não é? E até onde sei, fuga é uma forma de representar algo extremamente ruim.

smiley36.gif ótima interpretação da frase.

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tio kub ixprica:

Já vi A Lista de Schindler e esse não é um filme sobre Holocausto; é um filme sobre 400 pessoas que se salvaram dele.



O que não diminui em absolutamente nada sua importância cultural ou alcance de seu enredo.
Espero que Kubrick soubesse disso ao soltar a frase dúbia - do contrário' date=' não passaria de uma constatação imprecisa e tola.
[/quote']

acho que kubrick foi equilibrado ao fazer essa colocação. o filme como metonímia parte/todo não serve, realmente. acho que o que ele quis dizer é que como spielberg é um cineasta de tanta importância, deveria ter optado por prioridades e teria um "dever moral" (principalmente sendo judeu) de esclarecer ou contemplar essa chacina que foi a segunda guerra. spielberg falhou nesse sentido e é lamentável.

Não, não é. E essa mania de enxergar "deveres" em todo filme que aborda o Holocausto é irritante, vnida de Kubricks e Godards ou não. No Cinema, antes de "deveres", o próprio Cinema. Sempre.

Primeiro que as prioridades foram outras, e ele tem esse direito, enquanto artista. Segundo que, pra mim, ele não deixa de fazer isso, nem que seja indiretamente. Terceiro que, de certa forma, é algo tão historicamente enorme que se esclarece já por nome e conceito - o que é ótimo, permite inúmeros olhares.

Por esse lado, podemos pegar "O Pianista" e ver que o Polanski não fez "muito" além do que Spielberg. Apenas optou por leitura diferente, mas, pelo seu prisma, teria cometido as mesmas "falhas", embora decida por traços emocionais mais duros e passivos, bem ao estilo do cineasta. Não deixa, porém, de ser tão maravilhoso quanto "A Lista de Schindler", parecidos em algumas porções, distintos em algumas frações.

ok. se você gosta dessa abordagem do tema, o problema é seu. agora, não me venha dizer que o filme é SOBRE o HOLOCAUSTO ou SOBRE a SEGUNDA GUERRA, o filme pode se PASSAR na segunda guerra. mas como kubrick disse "é sobre 400 pessoas que se salvaram".

como já disse, esse filme é tão ruim quanto um Jarhead, por exemplo, que sendo um dos primeiros filmes sobre a guerra do iraque, aborbou o tema de forma convencional, sem o devido teor político que exigia, demonstrando uma certa covardia por parte do Mendes (quem odeio, só pra constar).

Lista de Schindler se finge de grande, mas na verdade é um filme moralista que esconde a verdade (ou se aproveita dela pra vender seu moralismo). perdi 30 pessoas da minha família nessa guerra (sim, sou judeu) e esse filme não me traz emoção (assim como pianista menos ainda... aliás pianista < lista), só angústia e decepção pelo que ele podia ter sido, mas não foi.

Claro que o problema é meu. É minha opinião, minha visão. O outro lado é problema seu, a forma como você vê e lida com isso. Estou expondo minha discordância aqui, independente do que você pensa disso.

E, sim, eu "vou te dizer" que, sim, "A Lista de Schindler" é sobre o Holocausto. De uma forma distinta do conceito, do que se toma por definição, mas não deixa de ser. Não para mim.

"Jarhead" acho ótimo. Gosto muito de Mendes, só pra constar. E a impessoalidade do filme, a meu ver, é uma de suas maiores riquezas. Não exigia teor político algum. E se exigisse, o "não tomar partido" já é tomar partido de algo. Sempre foi. Em "Jarhead", acredito que isso funcione muito bem.

Sempre achei engraçado "moralista" ser dado tão bem a Capra e, hoje em dia, tão mal a Spielberg, a meu ver também um dos mais talentosos a trabalhar com moralidades e emoções vinculadas a tais. Seu desfecho, potencialmente piegas nas mãos de "n" diretores, e talvez ainda piegas aqui também, é arrebatador, destruidor, pegada na guarda baixa.

"A Lista de Schindler" não esconde verdade alguma. Ele apenas não a exibe, o que é estrondosamente diferente. Sua moral é bem apresentada, executada e difundida. Não vejo mal algum nisso, e adoro quando um cineasta é talentoso o bastante para driblar meu cinismo, situação a qual não me sinto desconfortável em assumir, muito menos para filmes como "A Lista de Schindler". Se ele "se finge de grande", é outro de todas as questões de interpretação/opinião.

Quanto a você "não se emocionar, mesmo sendo judeu e perdido 30 parentes na tragédia", isso é, claro, um problema seu e seu somente. Eu também não me emociono de chorar em "A Lista de Schindler". Aliás, me emociono menos do que a imensa maioria de seus adoradores. Sou perfeitamente capaz, contudo, de considerá-lo uma obra cinematográfica maravilhosa sem que "me emocione" com ela, mesmo que seu autor assim deseje claramente. Mas talvez eu me emocione ainda mais por razões cinematográficas, não humanas (embora também), por ver filmes assim diante de meus olhos.

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E como todos sabem, Kubrick era fã de Spielberg. Acredito que a discordância do tom, sobre ser "otimista demais", apresentada no "Imagens de uma Vida", é de um respeito tremendo, mais para "eu teria feito diferente".

--------------------

E só pra constar:

"A Lista de Schindler" - 10/10
"O Pianista" - 10/10
"Jarhead" - 8/10

Serge Hall2006-8-31 21:30:33
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Me metendo um pouco no papo do Serge e do Katsushiro,só não quotei pelo tamanho que ficaria o post.

Independente do gênio que foi,acho a afirmação de Kubrick extremamente infeliz,discordo profundamente dela.Spielberg mostra em A Lista de Schindler uma riqueza de informações enorme,que nos permite ter uma idéia bastante abrangente daquilo que se passava no período retratado,exatamente por isso a comparação com Jarhead é absurda.Jarhead não tem nenhuma intenção de passar informações políticas porquê não se faz necessário,já que Mendes quis mostrar a guerra pelos olhos dos combatentes e não estabelecer um painel didático dela.Sendo assim,até valeria estabelecer um paralelo estético entre Jarhead e O Pianista,que também mostra um determinado assunto,no caso o holocausto,apenas pelos olhos de uma pessoa (Szpilman/Brody),mas com A Lista de Schindler? De jeito nenhum.

Em tempo,vale apenas eu dizer que considero Sam Mendes um cineasta bastante superestimado,pois tanto em Estrada para a Perdição quanto em Jarhead ele conseguiu resultados apenas medianos,não reeditando o talento mostrado anteriormente em Beleza Americana.

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Me admirei quando retornei a esse tópico e vi que a discussão sobre o escopo do filme de Spielberge ainda rende. Parece óbvio que o Katsushiro projetou expectativas e desejos bastante pessoais em relação a Schindler e não os satisfez, o que sempre pode acontecer com qualquer um. Mas daí a dizer que um determinado filme falhou totalmente porque não alcançou objetivos que seu diretor não almejou vai uma distância enorme.

Podemos seguir em frente?

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Essa discussão entre o Katsushiro e o Serge me lembrou um assunto que discutido a esmo aqui no fórum: "O Quanto a Expectativa gerada pela publicidade de um filme, ou até mesmo por suas crenças e desejos pessoais podem ajudar ou atrapalhar na apreciação de um filme ou até mesmo no seu discernimento cinematográfico." Caso clássico (e já discutido também aos borbotões): "A publicidade em torno de A Vila, dando a entender que seria um filme com um final surpreendente".

O Alexei resumiu muito bem a ótica dessa discussão: O Katsushiro projetou os seus desejos pessoais em relação ao filme, em virtude do mesmo abordar uma época que trouxe lembranças nada agradáveis para a família dele (ato esse perfeitamente plausível de acontecer com qualquer um de nós), o que acabou, de certa forma, provocando uma insatisfação quanto a maneira que o tema foi abordado.

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Ok. Parece que as coisas aqui andaram boas... e tendem a ficar melhores. O engraçado é que apesar de alguns acharem que é chover no molhado falar de A Lista de Schindler (eu pra falar a verdade, nem achava que aquele final incomodava tanta gente) o filme rendeu muitos e bons comentários, de qualquer forma acho que todos podemos nos congratular com o tópico. Falem, falem bastante e melhor vejam (Dook conserte essa mancha na sua biografia de cinéfilo) ou revejam o filme. Vale a pena.

Ainda no domingo teremos outro biscoito fino para apreciar e aqui acho que confirmaremos uma das funções do tópico: Descobrir pequenas jóias relegadas a balcões empoeirados das locadoras: 

No Rastro da

Bala - Direção de  Wayne Kramer - Com Paul Walker, Vera Farmiga e Cameron Bright e Chazz Palminteri

scared_2006_img_4_grande.jpg

Crítica por Mr. Scofield

PS: Aqui peço especial ajuda aos demais usuários, mandem mp para qualquer um da Equipe com sugestões de filmes e nomes para para a crítica, todos serão avaliados e preparem-se para o QUIZ estamos aceitando candidatos, semana que vem já teremos novidades... o primeiro filme do enigma do avatar já foi descoberto pelo Jailcante e os demais, quem se habilita? Teste seus conhecimentos cinematográficos...

 

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O Alexei resumiu muito bem a ótica dessa discussão: O Katsushiro projetou os seus desejos pessoais em relação ao filme' date=' em virtude do mesmo abordar uma época que trouxe lembranças nada agradáveis para a família dele (ato esse perfeitamente plausível de acontecer com qualquer um de nós), o que acabou, de certa forma, provocando uma insatisfação quanto a maneira que o tema foi abordado.

[/quote']

Spielberg certamente colocou muitas impressões pessoais no filme (normal isso) e independente dele tocar ou não no assunto (espinhoso sobre qualquer aspecto) de maneira eficiente, precisamos lembrar que A Lista... é uma obra com elementos ficcionais e portanto sujeita às mais variadas interpretações é claro que quem teve um envolvimento mais pessoal (Katsushiro) se sentirá mais afetado. No entanto, não creio ser função de um filme esgotar o assunto a que se propôs expor... ainda mais tratando-se de algo como o holocausto. Só lembrando, a guerra do vietnam continua, décadas depois, a render filmes excelentes... alguém acha que esgotou o assunto?

Spielberg voltaria a tocar de novo na ferida holocausto com a série Band of Brothers... de maneira igualmente contundente. 

 

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O Alexei resumiu muito bem a ótica dessa discussão: O Katsushiro projetou os seus desejos pessoais em relação ao filme' date=' em virtude do mesmo abordar uma época que trouxe lembranças nada agradáveis para a família dele (ato esse perfeitamente plausível de acontecer com qualquer um de nós), o que acabou, de certa forma, provocando uma insatisfação quanto a maneira que o tema foi abordado.

[/quote']

Spielberg certamente colocou muitas impressões pessoais no filme (normal isso) e independente dele tocar ou não no assunto (espinhoso sobre qualquer aspecto) de maneira eficiente, precisamos lembrar que A Lista... é uma obra com elementos ficcionais e portanto sujeita às mais variadas interpretações é claro que quem teve um envolvimento mais pessoal (Katsushiro) se sentirá mais afetado. No entanto, não creio ser função de um filme esgotar o assunto a que se propôs expor... ainda mais tratando-se de algo como o holocausto. Só lembrando, a guerra do vietnam continua, décadas depois, a render filmes excelentes... alguém acha que esgotou o assunto?

Spielberg voltaria a tocar de novo na ferida holocausto com a série Band of Brothers... de maneira igualmente contundente. 

Exatamente Nacka!!! Acredito que, até mesmo se Spielberg quisesse "esgotar" o assunto, ele não conseguiria, em virtude das várias interpretações e visões que o cinema ( e seus realizadores - produtores, diretores, atores) pode nos proporcionar...Cabe a gente lembrar que cada um de nós somos únicos, nos pensamentos e nas interpretações e que, por mais parecida que uma opinião possa parecer em relação a outra, as mesmas terão nuances diferentes, variações sobre um mesmo tema...e essa é uma das coisas que fazem com que o cinema (e as discussões acerca desse assunto) seja a maravilha que é!!

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Esta questão das expectativas é fundamental para entender o modus operandi de como a informação passa do diretor para o espectador, Silva. Acho que todos já vimos o teaser de A Dama na Água e, pelo que pude ler até agora, o filme deve ser algo completamente diferente. O pobre do diretor vai ter seu conto de fadas assistido por gente que espera um Sexto Sentido ou algo do gênero, e os impacientes vão se exasperar.

Nacka, vide mp.

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Particularmente' date=' não acho Schindler o filme mais maduro de Spielberg, porque aqui ainda se vê traços da manipulação de emoções que sempre foi sua marca registrada (...)

(...) Por fim: Munique é um contraponto mais que indispensável a Schindler e, possivelmente, bem mais provocador (...)

[/quote']

Isso mesmo,acho exatamente isso,era começando por isso que eu íniciaria meu texto.Spielberg demonstra-se mais maduro,calejado,duro até,em Munique,sem sua famigerada propensão à manipulação "barata" das emoções,coisa que em "A Lista" ele acerta a mão até os 45 minutos do segundo tempo.

Aquele final (SPOILER) com o Liam Neeson recebendo o anel feito com os dentes de ouro dos sobreviventes e desesperando-se,numa cena (como o Rubysun bem disse) até meio constrangedora,por desfigurar a postura que o personagem apresentara até então sempre me pareceu desnecessário.Fica parecendo exagerado,apelativo,sempre achei isso.Não me incomoda tanto o final no cemitério,só acho que poderia ser também menos melodramático e mais..."artístico".

Sei que é péssimo e equivovado entrar nesse campo das comparações entre estilos de diretores numa discussão sobre um filme em específico,mas Kubrick jamais terminaria um de seus filmes com elementos "reais",com pessoas de verdade de mãos dadas com o elenco do filme,isso sempre me desceu arranhado na garganta também.

Isso até a reassistida,anteontem.Talvez eu estivesse mais suscetível,não sei,mas o final me pareceu...Justo.Afinal com toda aquela atrocidade apresentada durante toda a projeção,chegamos às 3 hosras de exibição com um nó na gargante,e o choro de Oscar Schindler acaba sendo mesmo a válvula de escape oferecida.Talvez não no momento certo (talvez por isso a sensação de estranhamento),pois a essa altura já nos sentimos até meio que inertes,e a única emoção que realmente nos toca é a da vingança,ao vermos o personagem do Ralph Fiennes (puta atuação embasbacante) sendo enforcado.

Mas então porque apesar de Munique demonstrar um amadurecimento de Spielberg nisso que eu sempre considerei sua maior "falha",ainda continuo considerando A Lista infinitamente superior? Talvez porque essa "falha" seja a identidade do Spielberg,a identidade com a qual nos acostumamos,desde E.T,Contatos Imediatos,etc.Sabemos que ele deveria pegar menos pesado no "chora se não te bato" em alguns de seus filmes,mas ao mesmo tempo,quando ele arranca isso,sentimos falta.É como um afago que sempre foi dado antes de dormir e que deixa de ser dado pela nossa mãe,pois estamos grandinhos demais pra isso.

A Lista de Schindler é a Obra-Prima do Spielberg.Funcionaria nas mãos do Scorsese (a quem o filme foi inicialmente cogitado)? Provavelmente sim,muito.Mas não seria A Lista de Schindler,seria um outro filme.

O sentimento melodramático é piegas, para quem é autista como Kubrick.smiley36.gif

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Kubrick era autista? Hmmm...Meu conceito para com os autistas subiu muito,de forma gigantesca...smiley36.gif

Me admirei quando retornei a esse tópico e vi que a discussão sobre o escopo do filme de Spielberge ainda rende. Parece óbvio que o Katsushiro projetou expectativas e desejos bastante pessoais em relação a Schindler e não os satisfez' date=' o que sempre pode acontecer com qualquer um. Mas daí a dizer que um determinado filme falhou totalmente porque não alcançou objetivos que seu diretor não almejou vai uma distância enorme.

Podemos seguir em frente?

[/quote']

Acho que esse post fechou o assunto,pelo menos pra mim.

Falar que um filme onde tudo acontece em torno das atrocidades do holocausto,da fuga dos judeus,com direito a tiro na cabeça de judeu maneta,e de muitos e muitos outros mortos assim,crianças se refugindo para não morrerem (outras morrendo),uma pilha enorme de judeus mortos sendo queimados NÃO É UM RETRATO do Holocausto (lembrem-se que num retrato não cabe muita coisa),é demais,não acham?

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Essa discussão entre o Katsushiro e o Serge me lembrou um assunto que discutido a esmo aqui no fórum: "O Quanto a Expectativa gerada pela publicidade de um filme' date=' ou até mesmo por suas crenças e desejos pessoais podem ajudar ou atrapalhar na apreciação de um filme ou até mesmo no seu discernimento cinematográfico." Caso clássico (e já discutido também aos borbotões): "A publicidade em torno de A Vila, dando a entender que seria um filme com um final surpreendente".

O Alexei resumiu muito bem a ótica dessa discussão: O Katsushiro projetou os seus desejos pessoais em relação ao filme, em virtude do mesmo abordar uma época que trouxe lembranças nada agradáveis para a família dele (ato esse perfeitamente plausível de acontecer com qualquer um de nós), o que acabou, de certa forma, provocando uma insatisfação quanto a maneira que o tema foi abordado.

[/quote']

 Isso sem falar que ajudaria muito ele decidir, afinal de contas, se considera o filme imoral ("Bom, pra mim o filme é imoral (se fosse amoral, seria muito mais interessante, hehe)." ) ou moralista ("Lista de Schindler se finge de grande, mas na verdade é um filme moralista...").

 Ou quem sabe uma revisada no conceito do que venha a ser "moral"!? smiley2.gif  

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