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  1. Questão

    19 Dias de Horror

    Não tive vontade ver esse "Os Orfãos", e olha que não sou remake Hater, mas "A Volta do Parafuso" já teve tantas versões (até uma brazuca, que também não assisti) e a original OS INOCENTES de 1960 é tão boa que tem que ter um ótimo chamariz pra me incentivar. Esse ano, O Mike Flanagan vai lançar mais uma versão, inclusive, em forma de minissérie pela Netflix, e essa eu devo conferir, pois gostei muito de A MALDIÇÃO DA RESIDÊNCIA HILL que o diretor fez ano passado. O primeiro já é ruim o suficiente pra mim. Hehehehe Visto PREDADORES ASSASSINOS Na trama, Haley (Kaya Scodelario) é uma jovem nadadora afastada de seu pai Dave (Barry Pepper) desde que este se divorciou de sua mãe. Quando uma grande tempestade atinge a sua cidade, a jovem vai checar se o seu pai está bem, apenas para encontrar Dave ferido no porão inundado de sua casa de infância. A coisa piora quando a jovem descobre que crocodilos ferozes invadiram o porão, e que a força cada vez mais devastadora da tempestade prendeu ela e o pai em casa. Agora, pai e filha precisam por as suas diferenças de lado para sobreviverem a tempestade e aos crocodilos sanguinários, que se tornam ainda mais perigosos na medida em que a casa alaga. Dirigido por Alexandre Aja, responsável por filmes como VIAGEM MALDITA, HORNS e A NONA VIDA DE LOUIS DRAX, e escrito por Michael e Shawn Rasmussen, que escreveram ATERRORIZADA para John Carpenter, PREDADORES ASSASSINOS é um survival horror que até possui alguns méritos, mas falha no principal nesse tipo de narrativa, que é manter o publico preso na situação desesperadora enfrentada por seus personagens principais. Aja não é exatamente novo em contar histórias de terror que giram em torno do isolamento, vide o ótimo VIAGEM MALDITA, remake do clássico de Wes Craven que foi o primeiro projeto do diretor francês em Hollywood. Infelizmente, o filme de Aja falha em criar real tensão ou pungência emocional, apesar de conseguir um ou outro bom momento de ação, devido ao bom trabalho na criação dos lagartões assassinos, em uma boa mistura de CGI e efeitos práticos. Não ajuda também que o roteiro escrito a quatro mãos seja esquemático em demasia e o texto seja expositivo e piegas, embora não chegue a ofender a inteligência do espectador. PREDADORES ASSASSINOS entretanto, tem um grande trunfo na figura da jovem Kaya Scodelario. De ascendência brasileira, a atriz ficou conhecida por fantasias de gosto meio duvidoso e aventuras Teen, como o remake de FURIA DE TITÃS e os filmes da franquia "Maze Runner", mas tem aqui a chance de mostrar o seu domínio de cena ao demonstrar grande entrega física e intensidade nas cenas de maior tensão, em uma atuação que lembrou trabalho semelhante realizado por Blake Lively no (muito melhor) AGUAS RASAS, outro survival horror envolvendo uma fera aquática. No fim das contas, PREDADORES ASSASSINOS é um bom passatempo, mas do tipo que se esquece logo em seguida, o que se torna ainda mais decepcionante, já que Alexande Aja já se mostrou capaz de bem mais. Visto HORAS DE MEDO Na trama, uma família de classe média se muda para uma nova casa em um condomínio isolado. Mas o que deveria ser uma noite tranquila, onde o maior drama era o desejo da filha adolescente Isa (Manuela Velles) de ir a uma festa ao invés de ter o primeiro jantar em família na casa nova, se transforma em um pesadelo quando a casa é invadida por três criminosos. Enquanto o patriarca Jaime (Fernando Cayo) é levado pelo líder do grupo para esvaziar as contas da família nos caixas eletrônicos, as mulheres ficam em casa sob a guarda dos criminosos restantes, mas eles são extremamente instáveis. Este Home Invasion espanhol se destaca muito mais por sua boa direção do que por seu roteiro, que embora simples, acaba sendo também um pouco apelativo e gratuito. comandado por Miguel Angel Vivas, que também escreve o roteiro ao lado de Javier Garcia Arredondo, HORAS DE MEDO tem como grande destaque a escolha estética de ser filmado através de vários planos sequência. Isso poderia fazer do longa metragem um mero objeto de exibicionismo de seu diretor, mas a direção de Vivas é elegante sem chamar a atenção demais para si mesma, nos puxando para dentro da história e de todo o calvário que está sendo enfrentado por aquela família, intensificando assim o suspense e a angustia presentes na narrativa. O elenco tem carisma, e consegue dar naturalidade as relações e conflitos existentes naquela família O roteiro, entretanto, não sabe dar qualquer significado maior a sua violência, ando a ela apenas valor de choque. Claro, não estou aqui criticando a violência em um filme de terror, o que seria incoerente, mas sinto que sequências como a do estupro de uma personagem ou mesmo o desfecho absolutamente niilista da obra não parecem colaborar com nenhuma espécie de arco dramático de qualquer personagem, e o filme se leva a sério demais para ser divertido. No fim das contas, HORAS DE MEDO é um filme interessante por suas escolhas estéticas e de direção, mas de resto, foi apelativo demais para o meu gosto. Visto A CAÇADA Na trama, doze desconhecidos acordam no meio do campo sem fazer ideia de onde estão ou como chegaram lá. O que o grupo não sabe é que todos eles foram escolhidos por membros de uma rica elite liderados pela psicótica Athena (Hillary Swank) para serem caçados como animais, inclusive recebendo armas para tornar a disputa mais emocionante. Enquanto a luta de classes assume contornos mortais, a misteriosa Cristal (Betti Gilpin) começa a perceber evidências de que podem não ter sido escolhidos ao acaso, ainda que ela não se importe muito com isso. A CAÇADA despertou certa polêmica antes de seu lançamento devido a ter sido criticado pelo Presidente Trump e ter sido adiado devido a uma das várias tragédias armadas que ocorrem nos Estados Unidos. Mas a tal polêmica inclusive usada no material de marketing é totalmente inexistente no filme dirigido por Craig Zobel, pelo menos em um nível amplo pois a tal guerra de classes presente na premissa serve também de metáfora para o conflito entre democratas e republicanos nos Estados Unidos, mas isso não é aprofundado o suficiente para gerar qualquer tipo de discussão mais séria, o que não é um problema. De fato, o roteiro escrito pela dupla Nick Cuse e Damon Lindelof, recentemente premiados por seu trabalho na minissérie WATCHMEN da HBO se apresenta como uma sátira politica, que mesmo superficial, é extremamente divertida, que se utiliza da violência insana e quase cartunesca para tecer críticas para todos os lados, seja a cultura armamentista e xenófoba do atual governo americano, mas também a hipocrisia existente na cultura do "politicamente correto". O 1º ato do filme também é digno de nota pela forma como estabelece a imprevisibilidade da narrativa ao apresentar falso protagonista atrás de falso protagonista até estabelecer a real personagem principal. No geral, A CAÇADA não deve ficar na memória de ninguém, mas tem algumas tiradas satíricas muito boas, e se não funciona totalmente como terror social, funciona como Terrir de ação.
    2 points
  2. Tenet: Por que Nolan vai explodir sua mente de novo no filme com Pattinson Tenet, de Christopher Nolan, gira em torno da ideia de inversão do tempo, ou mais claramente, a reversão do tempo, que é a abordagem mais ambiciosa do diretor no cenário de filmes de ficção científica das viagens no tempo até hoje. Tenet, que Nolan escreveu e dirigiu, é ambientado no mundo da espionagem, embora grande parte de seu pré-lançamento tenha sido envolto em segredo.Além de seu impressionante elenco, liderado por John David Washington, cujo personagem é até agora conhecido apenas como Protagonista, pouco se sabe sobre o filme, e os dois trailers não revelaram muito. O principal impulso da narrativa é a luta para salvar o mundo inteiro, com uma possível Terceira Guerra Mundial no horizonte – e o Protagonista de Washington é o encarregado de evitá-la, embora tudo o que ele tenha recebido para continuar seja a palavra “Tenet”. Com a ajuda de Robert Pattinson, ele precisa descobrir os segredos do que está acontecendo – de alguma forma misteriosamente conectados a um indivíduo russo – e como usar a mecânica de viagens no tempo de Tenet para garantir a sobrevivência da humanidade. Como se tornou típico nos filmes de Christopher Nolan, a maneira como o tempo se relaciona com a história de maneira tão intrínseca é um dos maiores ganchos de Tenet e garante que ele se destaque de qualquer outro filme de espionagem antes dele. Aqui está o que é a inversão e a reversão do tempo em Tenet, como funciona e como isso será fator na narrativa sinuosa do filme. O que é inversão e reversão de tempo Em vez da ideia relativamente mais direta de viagem no tempo vista em filmes semelhantes, em que os personagens realmente se movem para trás ou para a frente no tempo e o público os segue nessa jornada, Tenet está usando a inversão ou reversão de tempo. Essa é uma abordagem bastante diferente e uma distinção importante, porque a viagem no tempo ainda segue as regras gerais da física, pelo menos na medida em que permanece uma causa e efeito em toda ação.A inversão do tempo, no entanto, como o nome do filme deixa claro, inverte ou reverte isso, com eventos, movimentos e o próprio tempo se movendo para trás em vez de para frente. Isso significa que, em vez de causa e efeito, o que será mostrado é mais como efeito e depois causa. O palíndromo Tenet também diz ao público que o que também está sendo usado aqui é a ideia de uma invariância de inversão de tempo, que é onde os eventos podem ocorrer da mesma maneira para a frente ou para trás, e é difícil dizer qual deles você está assistindo. A cena em que Washington e Pattinson escalam um prédio, por exemplo, é um exemplo possível: começa com eles no chão e depois avançam para cima, mas é possível ver a cena como se também estivessem descendo.A questão de como o tempo está progredindo e em que ordem os eventos estão acontecendo é definida como outro elemento central da abordagem de contar histórias de Tenet. Como funciona a inversão no universo de Tenet No segundo trailer de Tenet, existem alguns exemplos claros de inversão e reversão do tempo em jogo: o carro virando, os buracos de bala, o protagonista de Washington “disparando” a arma, com a bala voltando para a câmara. Além de dar um significado totalmente novo ao termo “tempo da bala”, as sequências também oferecem algumas pistas sobre como a técnica será usada em Tenet.A maior vantagem nesse sentido é a presença de uma luva verde usada por Washington quando ele está interagindo com objetos que se revertem no tempo. A mecânica exata da luva não é clara, mas seu uso no trailer revela que é uma parte necessária para controlar a reversão do tempo, pois é usado para interagir com os objetos nas bandejas, e Washington também o usa ao disparar a arma. Provavelmente, quando a luva, um objeto de viagem no tempo invertido, é usada com outro objeto invertido, é assim que o tempo ou o item em questão – como uma bala – se move ao contrário.No entanto, a luva não explica tudo tudo em Tenet – já que ainda existem outros momentos, como o carro ou os buracos de bala, onde não há sinal claro disso e certos momentos que parecem estar fora de sincronia. Isso sugere que, embora seja possível controlar a inversão do tempo, também está afetando a realidade em uma escala maior, à medida que o tempo flui de maneira diferente para os eventos que estão acontecendo: por exemplo, os buracos de bala são descobertos hoje, mas os tiros não serão disparados até amanhã, então o futuro (o efeito) afeta o passado (a causa). Dada a ideia da Terceira Guerra Mundial, o poder do tempo é algo que pode ser armado, e o Protagonista de Washington é quem pode impedir que isso aconteça. Tudo isso está ligado ao modo como Washington e sua equipe, incluindo Pattinson, estão usando a viagem no tempo inversa. Embora o tempo em si pareça maleável de alguma forma, a inversão é uma tecnologia a ser usada.Isso significa que, quando isso acontece, é localizado – portanto, embora o tempo possa estar revertendo onde Washington está, como ao inspecionar os buracos de balas, fora disso as coisas estão se movendo como “normais”. Indo além, é plausível que Washington e Pattinson estejam trabalhando para retroceder para resolver o mistério, mas o tempo fora deles avança. Como a inversão se encaixa na história de Tenet O núcleo da história de Tenet é a luta para impedir a Terceira Guerra Mundial, embora tudo o que se tenha dito sobre o evento cataclísmico seja que é pior que o Armagedom. Novamente, há a ideia de que o tempo será armado e que o personagem de Washington é quem tem o poder de evitá-lo.O personagem de Kenneth Branagh aparentemente possui ao mesmo tempo inverter a tecnologia, o que o coloca como o potencial vilão de Tenet – tornando-a uma batalha não contra o tempo, mas com o tempo. Isso leva a inversão do tempo a ser a chave para Tenet: isso não é apenas um truque para servir a história, mas a inversão do tempo é a própria história, em termos de como o enredo funciona, mas também de como a história avança (ou anda para trás). Enquanto o marketing de Tenet mantém as coisas misteriosas, é possível especular com base nisso. Se a Terceira Guerra Mundial será causada pela tecnologia de inversão do tempo, o protagonista de Washington é a pessoa que precisa aprender a controlá-la para impedir que isso aconteça.É claro que, como o tempo não está se movendo de maneira linear, é possível que a Terceira Guerra Mundial já tenha acontecido (ou não) – o efeito. As ações de Washington no filme são a causa e, portanto, ele precisa cumprir algo já determinado, mas que ainda não sabe, criando um tipo de loop de tempo com causa-efeito-causa. Como a inversão de Tenet se compara aos outros filmes de Christopher Nolan sobre viagens no tempo Como mencionado, Christopher Nolan não é estranho ao uso de dispositivos de viagem no tempo em seus filmes, embora Tenet se destaque do resto. Em Amnésia, os eventos ocorreram cronologicamente (as imagens em preto e branco) e não cronologicamente (as imagens em cores).Em A Origem, os mundos afetados estão em grande parte dentro dos sonhos, onde as leis da física não se aplicam. Interestelar permite que os personagens viajem na velocidade da luz através de um buraco de minhoca. Finalmente, Dunkirk, semelhante a Amnésia, brinca com a cronologia, com cada história ocorrendo em uma linha do tempo diferente – uma hora (aérea), um dia (marítima) e uma semana (terrestre) -, mas editadas juntas para fazer o espectador acreditar que estão acontecendo ao mesmo tempo.O que é mais interessante sobre a abordagem de Tenet, e a maior diferença para os filmes anteriores relacionados a viagens no tempo de Nolan, é que ela está alterando mais diretamente o fluxo do tempo em si. Os filmes de Nolan brincam com o tempo, mas o que eles mais estão fazendo é mudar a percepção de tempo do público, mas apresentar eventos de maneiras diferentes e não lineares. Tenet está indo muito além disso, aparentemente tendo o tempo revertendo em alguns cenários, e dando aos personagens um nível de controle sobre isso também – é semelhante à abordagem de A Origem, mas como se esses eventos de sonho fossem possíveis no mundo real. Tudo isso faz com que Tenet seja o filme mais ambicioso de Nolan. Tenet pode chegar aos cinemas em 16 de julho.
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