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Forum Cinema em Cena

Progger58

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Everything posted by Progger58

  1. Há exceções, portanto não vamos generalizar. Você classificar a obra de um Sivuca ou de um Dominguinhos de mal feita seria demais também, né?
  2. Para mim, rap/hip hop. Não existe coisa pior, pois nem música isso é. Apesar de que, a bem da verdade, funk carioca, axé, pagode e heavy metal (principalmente os subgêneros black, death e thrash metal ) também não ficam muito atrás não, são porcarias da pior espécie também. Progger582007-06-23 16:33:42
  3. Também estou achando que não... Também acho. Não vejo sentido algum nisso, apenas uma inútil utilização de espaço no servidor do forum.
  4. Esta também é bastante constrangedora: Progger582007-05-25 17:24:59
  5. Estas aqui também são constrangedoras: http://www.youtube.com/watch?v=rX_1pGRWWN0 http://www.youtube.com/watch?v=VUNeqx77B1k
  6. Poxa, para um melômano como eu, que passa o dia inteiro escutando música, 10 músicas prediletas eu teria só num único dia. No dia seguinte já poderiam ser outras dez completamente diferentes, no outro dia mais dez, e assim por diante, de forma que seria realmente impossível para mim contribuir para este tópico (a não ser que eu postasse aqui todo santo dia as minha top 10).
  7. Minha sugestão de hoje: Grupo: JAZZ MANDOLIN PROJECT Título: Jungle Tango Ano: 2003 Origem: USA Gênero: Jazz / Fusion The Jazz Mandolin Project tem em seu núcleo permanente os músicos Jamie Masefield (mandolin, mandola), Danton Boller (baixo - upright bass) e Ari Hoenig (bateria), contando neste disco com os músicos convidados Gil Goldstein (piano, acordeon) e Chris Lovejoy (percussão). Jungle Tango, lançado em 2003, é um disco absolutamente fantástico da primeira à última faixa. Jazz com uma sonoridade atual, enérgico e empolgante, procurando explorar, como se depreende do exposto acima, a utilização de instrumentos não muito convencionais, tais como mandolin, mandola e acordeon, em perfeita harmonia com instrumentação tradicional como baixo, piano e bateria. Uma das melhores descobertas que fiz nos últimos tempos. Demétrio.
  8. Progger58

    Black Metal

    Oooops... Progger582007-05-18 15:01:46
  9. Interessante como é essa coisa de gosto pessoal. Achei o segundo trabalho do Keane bem mais maduro que o primeiro. O primeiro é pop/meloso demais, chega a enjoar depois de repetidas audições; já o segundo é mais consistente, tem mais personalidade. Demétrio.
  10. Progger58

    Black Metal

    Bem, respeito o (mau)gosto de quem gosta, mas acho uma merda. Sem estresse, apenas respondendo à indagação do tópico.Progger582007-05-18 15:03:15
  11. Lembrei-me de outro disco que eu adoro ouvir nestas horas: PALLAS - Beat the Drum A música "Blood & Roses" é demais: "I keep your picture in my head The way you move, the way you smile But blood lies around A rose lies broken on the ground Choose a moment to leave the room Cut this feeling with a knife Swollen tears roll down, down A thread has broken on this life I will follow you down I will follow you down into a deep deep sleep I keep your picture in my heart The way you move me with your smile Try to stop the tears roll down I'll be with you in a while I will follow you down I will follow you down I will follow you I will follow you down into a deep deep sleep"
  12. Pois é, há dias em que nos sentimos exatamente assim, não é mesmo? E é aquele tipo de sensação que não chega a ser algo ruim. Até pelo contrário, é algo que poderíamos perfeitamente chamar de doce melancolia. Pois bem, nessas horas o que queremos ouvir mesmo é música que combine com esse espírito (pelo menos comigo é assim que acontece, ou seja, não adianta tentar remar contra a maré e colocar pra rodar um disco alegre, pois não irá funcionar). Então a questão é: o que botar pra rodar no player nestas horas?... Alguns prediletos meus: ALBINONI - Adagio ANATHEMA - A Fine Day to Exit PORCUPINE TREE - In Absentia ROGER WATERS - Amused to Death AREKNAMÉS - Areknamés SLOWDIVE - Pygmalion SIGUR RÓS - Agaetis Byrjun THE CHURCH - After Everyting Now This ULRICH SCHNAUSS - A Strangely Isolated Place SOUL WHIRLING SOMEWHERE - Eating the Sea JULEE CRUISE - Floating Into the Night E quanto a vocês, heim?
  13. Aos que realmente apreciam música de boa qualidade, não deixem de checar esta magnífica sugestão: Grupo: THE TREY GUNN BAND Título: The Joy of Molybdenum Ano: 2000 País: USA Gênero: Fusion / Progressivo Uma das feras da formação atual do King Crimson, o baixista/guitarrista Trey Gunn uniu esforços com os também magníficos Tony Geballe (guitarras, saz) e Bob Muller (bateria, percussão) para formar a TREY GUNN BAND, que já conta com alguns discos lançados. Em The Joy of Molybdenum, lançado em 2000, além de baixo e guitarra, Trey Gunn também responde por mellotron, theremin e outros instrumentos. A música é uma deliciosa mistura de Fusion com Rock Progressivo, recheada de muito punch, muita dinâmica realmente, associada com uma qualidade de áudio simplesmente extraordinária. Sem dúvida alguma uma das melhores gravações do gênero. ALTAMENTE RECOMENDADO!!! Demétrio.
  14. Sugestão para uma tranqüila tarde de Domingo: <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /> Grupo: M83 Título: Before the Dawn Heals Us Ano: 2005 Origem: França Gênero: Post-Rock Som bonito o desse duo francês!!! Post-Rock instrumental maravilhoso, com elementos que nos remetem à sonoridade de grupos como Sigur Rós, Air e Explosions in the Sky!! Demétrio.
  15. Minha sugestão de hoje: Quem me conhece suficientemente bem sabe que tenho uma certa mania de remar contra a maré, por isso, quando decidi iniciar a exploração da prolífica discografia desse gênio chamado Miles Davis, eu também decidi que começaria por aquela fase de sua carreira que muita gente adora execrar: a fase dita "moderna", dos anos 80. Até agora não me arrependi do que fiz. Comecei com Doo-Bop, em seguida Aura, e no momento tenho encomendado o Tutu. Aura, gravado em 1985, é na verdade um projeto de autoria do compositor dinamarquês Palle Mikkelborg, originalmente concebido como um tributo ao Miles Davis e levado a cabo por ele próprio, contando com participações importantes como a do guitarrista John McLaughlin e de orquestra. Este é exatamente o tipo de disco que eu adoro escutar. Nada de monotonia, nada de mesmice, nada a ver com os padrões estabelecidos do chamado jazz tradicional, mas sim uma paleta extremamente diversificada de variações e estilos, tendo como base o jazz. Excelente!! Demétrio.
  16. Minha sugestão de hoje é um clássico do rock progressivo: Grupo: MARILLION Título: Misplaced Childhood Ano: 1985 Origem: Inglaterra Gênero: Neo-Progressivo Um dos grandes representantes do gênero Neo-Progressivo, o Marillion (inicialmente batizado como Silmarillion, nome inspirado em uma obra de J.R.R.Tolkien) foi formado no final dos anos 70, só vindo porém a lançar seu primeiro registro fonográfico em 1982 (o mini-álbum Market Square Heroes), iniciando uma carreira de muito sucesso e que é comumente separada em duas fases bastante distintas: a primeira de Market Square Heroes a Clutching at Straws (1987), com Fish nos vocais, fortemente influenciada por Genesis (fase Gabriel), e a segunda do álbum Season's End (1989) até os dias de hoje, com o vocalista Steve Hogarth, caracterizada por uma levada mais pop rock (embora com magníficos trabalhos nesta segunda fase também). Misplaced Childhood, terceiro trabalho de estúdio da banda, foi lançado em 1985, com a seguinte formação: Fish (vocais), Steve Rothery (guitarra), Mark Kelly (teclados), Pete Trewavas (baixo) e Ian Mosley (bateria). Trata-se de um disco conceitual, de certa forma inspirado num drama pessoal vivido pelo próprio Fish na época, mergulhado que estava em problemas com o álcool e em profunda depressão por conta de um relacionamento amoroso em declínio. Assim, partindo de uma temática figurativa sobre a perda da inocência, ou infância perdida (misplaced childhood), Fish e banda compuseram este magnífico trabalho, evocando temas como solidão e isolamento ("Pseudo Silk Kimono"), sofrimento pela perda do primeiro amor – aquele que achamos que vai durar para sempre ("Kayleigh") e a necessidade do indivíduo de renascer, de reconstruir, de redescobrir-se a si mesmo diante de uma grande perda. As faixas neste álbum são interligadas, constituindo duas grandes partes ou suítes: a primeira formada pelas faixas de 1 a 5 e a segunda pelas faixas de 6 a 10. A seqüência inicial com as faixas "Pseudo Silk Kimono" (1), "Kayleigh" (2) e "Lavender" (3) forma um dos trechos musicais mais lindos que eu já tive a grata oportunidade de ouvir (seja dentro do gênero rock progressivo ou fora dele), com performances arrebatadoras de teclados e seção rítmica, solos inspiradíssimas de guitarra do Rothery, além de uma participação vocal igualmente inspirada do Fish (a faixa 2 dessa seqüência, "Kayleigh", viria a transformar-se no maior hit da banda). "Bitter Suite" (faixa 4), dividida em três partes, tem uma atmosfera bastante sombria e melancólica, com interessantes reminiscências de Pink Floyd e Genesis ao longo de seu desenvolvimento, enquanto que "Heart of Lothian" (faixa 5), dividida em duas partes, apresenta uma sonoridade bem mais enérgica, com ótima presença de guitarra. A segunda metade do disco abre com "Waterhole" (faixa 6), com sua pegada bastante frenética e roqueira, progredindo para a faixa seguinte, "Lords of the Backstage", ainda com uma boa dose roqueira também, o que viria a dissipar-se na belíssima e melancólica "Blind Curve" (faixa 8), repleta de riffs inspirados de guitarra ao longo de seus cinco movimentos, o mesmo acontecendo na faixa subseqüente a esta, "Childhood's End?", onde o Rothery brilha uma vez mais. "White Feather", faixa de encerramento, também apresenta uma levada mais roqueira, constituindo liricamente uma leve incursão deste trabalho em temas de cunho político-social também. Demétrio.
  17. Minha sugestão de hoje: Grupo: KOOP Título: Waltz for Koop Ano: 2001 Origem: Suécia Gênero: Electrojazz Koop é um duo sueco formado por Oscar Simonsson e Magnus Zingmark. Oscar é músico de formação jazzística, enquanto Magnus trabalhava antes como DJ, de forma que, quando se conheceram, estava formada a excelente parceria que viria a se tornar o Koop. Um aviso aos puristas: não se deixem enganar pelo caráter "eletrônico" do som do Koop. Na verdade, quando se escuta o disco pela primeira vez, quase não se percebe a presença de texturas eletrônicas no som desse duo. O que se escuta logo de cara é um jazz suave e envolvente, interpretado por duas vozes belíssimas chamadas Cecilia Stalin e Yukimi Nagano (as quais nos remetem imediatamente ao melhor do gênero Bossa Nova, bem ao estilo Astrud Gilberto, além de texturas melódicas também fortemente reminiscentes desse gênero musical, bem como de outras vertentes jazzísticas), bem como de algumas intervenções de vocais masculinos também. Ou seja, apenas ao sabermos que, à exceção dos vocais e de alguns instrumentos como vibrafone, flautas, bongos e baixo, todos os demais instrumentos e orquestrações são na verdade "sampleados", é que nos damos conta realmente desse detalhe, do qual voltamos novamente a nos esquecer tão-logo botamos o disco pra rodar novamente. Demétrio.
  18. Mais uma excelente sugestão: Artista: NILS PETTER MOLVAER Título: Er Ano: 2005 Origem: Noruega Gênero: Electro-jazz Um dos maiores representantes do chamado "novo jazz europeu" (também Euro-jazz ou jazz eletrônico), o trompetista norueguês Nils Petter Molvaer iniciou sua carreira como membro do grupo de jazz norueguês Masqualero (do qual também fazia parte outro nome importante da cena jazzística européia atual, o baixista Arild Andersen), além de participações importantes em trabalhos de outros artistas do lendário selo alemão ECM, vindo efetivamente a também lançar seus dois primeiros trabalhos (os excelentes Khmer, em 1997, e Solid Ether, em 2000) através deste selo. Er, seu álbum de 2005, incorpora de forma absolutamente impecável todos aqueles elementos que bem caracterizam a música do Molvaer e sua "nova concepção do Jazz": solos hipnóticos e elegantes de trompete, embalados ao ritmo de uma bateria vigorosa, excelente trabalho de percussão, baixo e guitarras e de batidas eletrônicas de trance, house, trip-hop e drum 'n' bass, além de uma pletora de efeitos eletrônicos como loops e samples e de elementos de música ambiente. À guisa de comparação, algo como que uma mistura de Miles Davis com Brian Eno, Bill Laswell e Thievery Corporation. Este é, como se pode deduzir do exposto acima, um trabalho para quem não teme inovações, portanto se vanguarda musical também é a sua praia, não perca tempo: corra atrás deste e de outros trabalhos do Molvaer que puder encontrar, pois são realmente sensacionais. Basta ter em mente que não se trata aqui de uma simples fusão de música eletrônica com elementos de jazz, mas sim de jazz da melhor estirpe incorporando, de forma bastante parcimoniosa, interessantes elementos da música eletrônica e de outras vertentes musicais como o rock progressivo e a world music, numa paleta bastante diversificada de influências onde o contraste de sonoridades parece ser a tônica dominante. []'s Demétrio.
  19. Minha sugestão de hoje: Grupo: VAST Título: Nude Ano: 2004 Origem: USA Gênero: Electro-rock Típica banda-de-um-homem-só (apesar de diversas participações de músicos convidados em seus trabalhos), VAST é na verdade um projeto do compositor e multi-instrumentista californiano Jon Crosby, que lançou seu primeiro disco, o aclamadíssimo "Visual Audio Sensory Theater", em 1998. Nude, lançado em 2004, traz novamente o Jon Crosby à frente de quase todos os instrumentos, bem como produção e vocais, contando com a colaboração de diversos bateristas (Norm Block, Chuck Treese, Dave Allen, Has e Charlie Benante), do veterano baixista Thomas Froggatt em algumas faixas e do saxofonista Dan Myers, além de arranjos e condução a cargo de Suzy Katayama. A exemplo de seus dois trabalhos anteriores, neste também encontramos uma interessante fusão de rock alternativo, pop e industrial com interessante utilização de recursos eletrônicos. Algo como que uma fusão de Nine Inch Nails com Enigma e U2 (a voz do Jon Crosby é muito parecida com a do Bono). Demétrio.
  20. Como é que vocês deixam um tópico como este esquecido lá na página 2? A fim de evitar tamanha maldade, estou ressuscitando o tópico com mais uma boa sugestão: Grupo: NIACIN Título: Time Crunch Ano: 2001 Gênero: Fusion / Progressivo Niacin é um trio norte-americano de Jazz-Rock Fusion instrumental, composto por três virtuoses em seus respectivos instrumentos: Billy Sheehan (baixo), John Novello (teclados) e Dennis Chambers (bateria). A título de curiosidade, "NIACIN" é o nome técnico pelo qual se conhece a vitamina B3, portanto uma clara alusão ao órgão Hammond B3, instrumento de destaque no som desta banda. Apesar dessa sutil predominância de órgão Hammond no contexto geral, a música do Niacin é na verdade um somatório dos três virtuoses acima, num resultado absolutamente extraordinário. A exemplo de seus trabalhos anteriores, neste também predomina um certo peso ao longo das composições, uma pegada realmente notável por parte dos três instrumentistas. A única faixa mais suave neste disco é a 8 ("Glow"), as demais são pura energia musical realmente. Um dos grandes destaques do álbum é a releitura do clássico "Red", do King Crimson (faixa 4). São 8 minutos de puro deleite musical, numa performance verdadeiramente à altura de uma das melhores músicas do Crimson. Este é indubitavelmente um dos melhores trabalhos do Niacin, inclusive no que concerne ao aspecto técnico também, já que se trata de uma gravação com qualidade acima da média dentro do gênero. Demétrio.
  21. Tendo passado todo o dia de hoje curtindo a música contagiante do Chris Rea, segue então minha sugestão do dia através de outro sensacional disco seu: Artista: CHRIS REA Título: Auberge Ano: 1991 Origem: Inglaterra Gênero: Pop / Blues-Rock Auberge, lançado em 1991, completa a trilogia de melhores trabalhos do Chris Rea (pelo menos dentre os que eu tive a grata oportunidade de conhecer até agora), juntamente com os magníficos The Road to Hell, de 1989, e Dancing With Strangers, de 1987. Aqui aparecem como convidados os músicos Max Middleton (Rhodes, grand piano, arranjos de cordas), Robert Ahwai (baixo) e Martin Ditcham (bateria, percussão), além de orquestra conduzida por Gavin Wright, enquanto Chris Rea responde por toda a parte vocal, órgão Hammond, harmônica e, claro, sua especialidade, as magníficas intervenções de guitarras (notadamente slide guitar). A exemplo de outros trabalhos do artista, este também apresenta uma paleta bastante diversificada de estilos: levadas roqueiras em "Auberge" e "Red Shoes", reminiscências blueseiras em "You're Not a Number" e "Set Me Free", e até uma levada meio reggae em "Every Second Counts", além das deliciosamente tranqüilas "Gone Fishing", "Heaven", "Sing a Song of Love to Me", "Looking for the Summer", "And You My Love" e "The Mention of Your Name". Todas excelentes, mas se eu tivesse que escolher apenas duas estas seriam com certeza as faixas "Heaven" e "Looking for the Summer". Simplesmente arrasadoras. Comparado com outros trabalhos do artista lançados na mesma época, Auberge é um disco mais introspectivo, nostálgico, melancólico. Um disco perfeito para relaxar depois de um longo e extenuante dia de trabalho ou para curtir durante sua próxima viagem de carro. Tecnicamente este disco também é um primor, apresentando, dentre outros atributos, uma incrível transparência e ótimo palco sonoro. Um disco, portanto, digno de constar em qualquer boa coleção audiófila, com qualidade técnica à altura de bons sistemas de áudio. []'s Demétrio.
  22. Minha sugestão de hoje: Artista: CHRIS REA Título: Dancing with Strangers Ano: 1987 Origem: Inglaterra Gênero: Pop / Blues-Rock Na estrada desde o final dos anos 70 (na verdade ingressou na música em meados daquela década, ao substituir David Coverdale numa banda chamada Magdalene, lançando-se em carreira solo a partir de 1978), o compositor, cantor e guitarrista britânico Chris Rea é um dos artistas mais perfeccionistas de que tenho notícia. Alguns de seus discos são referências em termos de qualidade sonora, denotando extremo apuro e cuidado nos elaborados arranjos, bem como na sua execução e processo de gravação propriamente dito. Ele também é considerado um virtuose em seu principal instrumento, a guitarra (notadamente a slide guitar), com uma técnica bastante apurada. Dono de um timbre vocal inconfundível, sua voz é meio rouca, soando como um misto entre Mark Knopfler (Dire Straits) e Bruce Springsteen – mas canta melhor que os dois. Dancing With Strangers, lançado em 1987, conta com os músicos convidados Kevin Leach (órgão, piano), Eoghan O'Neil (baixo), Martin Ditcham (bateria, percussão), David Spillane (guitarra, gaita-de-foles, whistles) e Jerry Donahue (guitarra, gaita-de-foles, whistles), enquanto Chris Rea responde por toda a parte vocal, banjo, acordeon, harmônica, cordas, piano, teclado e, claro, sua especialidade, as magníficas intervenções de guitarras (notadamente slide guitar). Como convém a todo e qualquer trabalho musical de qualidade, este também apresenta uma paleta bastante diversificada de estilos: levadas blueseiras e roqueiras em "Joy of Christmas", "Gonna Buy a Hat", "Curse of the Traveller" e "Donahue's Broken Wheel", faixas cheias de suingue em "Windy Town" e "Let's Dance", elementos de música celta na etérea "Josie's Tune" e de sonoridades caribenhas na dançante "Que Sera", além das belíssimas baladas "Loving You Again" e "September Blue", da folk "I Don't Care Any More" e da instrumental "Danielle's Breakfast". Todas excelentes, mas se eu tivesse que escolher apenas duas estas seriam com certeza as faixas "Curse of the Traveller" e "Loving You Again". Arrasadoras. Comparado com outros trabalhos do artista lançados na mesma época, Dancing With Strangers é um disco de características um pouco mais pop e, na minha opinião, um dos melhores trabalhos de sua carreira (no mesmo nível, por exemplo, dos também extraordinários The Road to Hell, de 1989, e Auberge, de 1991), afinal aqui também estão presentes todos aqueles ingredientes que fazem da música do Chris Rea um verdadeiro bálsamo para os nossos ouvidos: melodias cativantes e arrebatadoras, magnífica interpretação vocal e solos maravilhosos de slide guitar, além do habitual apuro e cuidado nos elaborados arranjos, na sua execução e gravação em estúdio. Um disco perfeito para levantar o astral depois de um longo e extenuante dia de trabalho ou para curtir durante sua próxima viagem de carro. Demétrio.
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