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Forum Cinema em Cena

Indiana Jones

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Everything posted by Indiana Jones

  1. Yes, yes! \o/ Me lembrou as VHSs antigas dos filmes do Burton, nostalgia total! Vou usar de capa personalizada quando tiver o BD. PS: reparem na típica duração errada da fita, 244 minutos.
  2. De Niro está ótimo no filme. Não é seu melhor papel e talvez não merecesse estar entre os 5 indicados. Mas dar 3 Oscars para Day-Lewis e deixar um titã como De Niro chupando o dedão? Não desmerecendo Lewis, mas não creio que seja sua melhor atuação. Nem mesmo é a melhor entre os indicados. Na verdade, daria fácil um terceiro Oscar para Denzel Washington. Vocês têm noção do que é alcoolismo? Não é a atuação excessiva de sempre de um Jack Nicholson da vida ou de qualquer outro ator consagrado. É uma vergonha, uma vida de mentiras e de falsas aparências. Washington consegue tudo isso (e mais) em uma performance forte e precisa. Seus surtos de violência (menos física do que verbal) não caem no ridículo do excessivo. Pena que o ator tem poucas chances, mas ainda prefiro claramente ao Lincoln de Lewis (levemente caricato, agora que refleti mais sobre o filme...).
  3. Na boa? Torço por uma premiação surpreendente. Cansei dessa supremacia dos Guild Awards e seus filmes nem sempre muito bons (e dá-lhe Argo pela centésima vez). Ou alguém acha mesmo que aquele filme é o melhor do ano? O Oscar, indo contra todas as previsões, esnobou (merecidamente) Ben Affleck, mesmo com a fraca qualidade dos demais indicados. Novamente, espero que isso influencie na derrota desse filme "bom", 3 estrelas, nada de especial, apesar de muito competente. Fazia tempo que não odiava tanto um favorito ao Oscar, especialmente um que eu gostei. Mas o favoritismo de Argo é ilógico, patético. Dá para citar, na boa, uns 15 trabalhos de direção (e os próprios filmes) com qualidade superior no ano passado, incluindo um ou outro outro blockbuster (sempre esnobados, independente se serem claramente superiores aos filmes "sérios"). Mas... Ben Affleck e George Clooney são os indicados a melhor filme. Acho difícil para aquele povinho votar em mais um produtor "desconhecido", especialmente com esses dois indicados e o próprio favoritismo do filme.
  4. O forte, além do roteiro sólido, é a direção de Kazan. Poderia ter resultado em um drama pesado e langoroso. Ao contrário, o longa é supreendentemente acessível. Há um sutil cinismo permeando toda a obra. A opressão imposta sobre os personagens é um tanto absurda, assim como o surto da protagonista. Vejo como uma evolução plausível da excessiva repressão sexual abordada na obra, ainda que não seja completamente realista.
  5. O que tem me preocupado mais é: quem ganha Melhor Diretor? Tirando Zeitlin, acredito que todos tenham uma chance razoável. Creio que o filme de O. Russell não tenha forças suficientes para abocanhar essa categoria. Seria estranho um filme ganhar o Oscar de Melhor diretor apenas, ou com mais outra categoria (até porquê, não é favorito a Melhor Filme). Ficaria como? Melhor Diretor e Melhor Atriz? Ou ator coadjuvante? Estranho, mas não impossível. Haneke? Pode surpreender, mas não creio que muita gente tenha visto o filme. Ang Lee. As Aventuras de Pi parecem ter perdido muito fôlego. Provavelmente vencerá apenas nas categorias técnicas (incluindo a fotografia CGI, que tenho vontade de vomitar cada vez que vejo a indicação). Steven Spielberg. Querido, extremamente competente e de volta à boa forma (na opinião geral, não a minha). Ainda acho que seja o provável vencedor. Mas premiá-lo por um filme que, relativamente, empalidece diante de sua filmografia? Ou apenas uma última oportunidade de coroá-lo permanentemente? Se vencer, apesar da força de Argo na categoria principal, não descartem a força do próprio Lincoln. O filme me cheira a um "sleeper agent", esperando a hora certa para dar o bote. Sim, Apollo 13 2: A Missão. Nesse raciocínio, aposto ainda no Oscar de montagem para Argo, além do provável roteiro adaptado (apesar de as palavras de Kushner terem uma qualidade indiscutível, e não descataria sua vitória). Ainda sobre o roteiro, pode servir de consolação para Silver Linings Playbook (alguém me explica esse título?). Em resumo, Lincoln (com direito a entrada direta no panteão dos esquecidos com Out of Africa e Shakespeare Apaixonado).
  6. Se for considerar o Metacritic e o Rotten Tomatoes (ugh) o filme do Batman não foi tão mal recebido assim. Acho que o que pesou mesmo foi que o filme anterior (supostamente) atingiu o ápice. Não conheço ninguém que goste mais do terceiro filme que do segundo. Além do mais, o hype em 2008 estava nojento. Elevaram um ótimo filme (até mesmo excelente) ao patamar de obra-prima. E a Academia comprou, como podemos ver pelas absurdas (ainda que interessantes) indicações em direção de arte (!), montagem, fotografia e maquiagem (!!). O hype também foi intensificado pela morte de Ledger, que criou um culto ao ator, ao personagem, sua performance e ao filme. Rises teve seu hype, mas não o fator Ledger (ou Coringa). Os próprios espectadores (e incluam aí os membros da Academia) parecem ter sentido uma broxada, com a duração excessiva e o sem número de personagens e subtramas do filme. Foi bem de bilheteria (considerem ainda a inflação do período), mas ficou claramente abaixo do anterior. Creio que seja o motivo principal da esnobada nas premiações principais. Skyfall, pelo contrário, é bem sucedido e vários aspectos. Ao invés de fazer um filme cheio de gordura, pouco acessível e falsamente épico, Mendes, como todo bom diretor, simplesmente conta a história, da melhor forma possível. Não é pretencioso, é relativamente leve e apresenta um trabalho quase artesanal em todos os seus aspectos técnicos e narrativos. O talento nato de Mendes como contador de histórias, combinado à fotografia cuidadosa de Deakins, resulta em um trabalho de arte em estado puro. É um filme de Bond, um "blockbuster pipoca" (ODEIO essas expressões) e também Cinema de primeira linha. Se Nolan não tivesse deixado seu ego extrapolar em Rises, talvez teríamos um filme digno de premiações (ou indicações).
  7. Sindicato de Ladrões = 9,0 Clamor do Sexo = 9,0 Uma Rua Chamada Pecado = 8,5 Diretor competente. Preciso explorá-lo mais. Streetcar me irrita pela histeria constante, acentuada pela performance datada de Vivien Leigh. Clamor tem o forte na sua abordagem de temas polêmicos (até hoje, diga-se de passagem), surpreendentemente ousada para um filme dessa época.
  8. Adoro ver as novinhas quebrando a cara. Riva é Riva, não tem ninguém no nível dela na competição. Uma pena se perder o Oscar (como provavelmente ocorrerá).
  9. Millennium do David Fincher por 24 e uns quebrados na Fnac física.
  10. http://www.hollywoodreporter.com/news/steven-spielbergs-lincoln-gets-tweaked-412843 Na verdade, a versão americana que começa direto com a cena da batalha.
  11. Para efeito de comparação, cito os filmes históricos de Ridley Scott. Conheço historiadores que elogiam seus filmes. Os descrevem como obras de arte + entretenimento + máquinas do tempo para as épocas abordadas. São pessoas inteligentes, que entendem que são FILMES, não biografias longas sobre figuras históricas (função dos documentários e livros de história/biografias). Reconhecem que o Colombo de 1492 é completamente fictício, mas defendem a visão histórica do filme. 1492 mostra como aquelas pessoas viviam na época, os temores de uma expedição e as tentativas desastrosas de estabelecer uma colônia. Quem assiste é praticamente transportado para a época, mesmo que o filme não seja fiel à história real. Até mesmo o pensamento moderno dos personagens deve ser relevado. Imaginem a chatice que seria ver um filme sobre a Grécia antiga mostrando os protagonistas maltratando seus escravos com a mesma tranquilidade que dirigiriam um carro em 2013. Os filmes históricos seriam inacessíveis. Para aprender algo, veja um documentário. Para vivenciar a época, fique com a ficção. Aliás, os malvados cumprem o papel de expor o pior do comportamento da época, que também seria o do mocinho da época retratada, mas isso é algo que não funciona necessariamente no cinema de ficção. Lincoln, de maneira brilhante, mostra (ainda que discretamente) o lado podre e racista do presidente, mas sem forçar a barra, e incluindo um certo pensamento moderno em seu protagonista (aproximando-o do público atual). Aliás, ainda suspeito do racismo atribuído a Lincoln (o histórico e o do filme), já que demonstrar racismo era crucial para angariar o apoio da bancada democrata ou republicana-conservadora da época. Um gênio político como ele não teria receio de se utilizar de tal artifício para atingir algo maravilhoso como o fim da escravidão (independente de sua motivação para tal). Vemos isso ser utilizado até hoje pelos políticos, bons ou ruins. * Outro ponto: a obra não é inacessível ao público não-americano. É um filme sobre manobras políticas, não um Telecurso 2000 sobre a Secessão. Além dos mais, Spielberg tem foco, a emenda. Mesmo sem o letreiro introdutório (exclusivo dos mercados internacionais), somos suficientemente apresentados à Guerra Civil e seus oponentes. Com naturalidade, o diretor (e Kushner) nos apresenta, em seguida, às ideias e ideais de seus protagonistas. Com raciocínio lógico, sem jamais ser enfadonho, o roteiro de Kushner expõe a solução do presidente e seu gabinete para acabar com a guerra, atendendo, também, a seus anseios morais quanto à escravidão (a emenda). Dois coelhos em um só golpe. Tudo isso em apenas 30 minutos de filme (aproximadamente, claro; não fico cronometrando no cinema). Daqui em diante, com o tabuleiro posto e analisado, assistimos às manobras arriscadas dos políticos para atingir seus objetivos. Lembrem-se também que é uma narrativa in media res. Os eventos que levaram àquela situação são apresentados com tranquilidade no decorrer do primeiro ato, sem recorrer a flashbacks (ainda que abusando do vaivém da montagem deliciosa de Michael Kahn, como nas ações dos lobbystas comandados por James Spader). * A não ser, claro, que você seja o Pablito, que acredita que o "Partido" deve governar sozinho com seus políticos puros, sem fazer alianças e troca de favores. Sua crítica de Lincoln denuncia sua ingenuidade política, apesar das tentativas pífias de ele próprio tentar transformar seu blog e twitter em uma referência na área (e, apesar de concordar com boa parte de sua opinião política, reconheço sua fraca retórica quando fala de política e sociedade).
  12. Trecho bacana citado por Lucas há 30 anos. Pode sugerir o fim da série de uma vez, com 9 episódios (mais os possíveis spin-offs): "If the first trilogy is social and political and talks about how society evolves, Star Wars is more about personal growth and self realization, and the third deals with moral and philosophical problems. The sequel is about Jedi knighthood, justice, confrontation, and passing on what you have learned." http://starwars.wikia.com/wiki/Sequel_trilogy
  13. Taí uma coisa que eu nunca entendi. Fett era um coadjuvante bacana em O Império Contra-Ataca, e nada além disso. Ganhou um culto fiel e inexplicável ao longo dos anos, talvez o primeiro de um coadjuvante na série. De coração, espero que esse spin-offs afundem.
  14. Apostas arriscadas mas, por hora, aposto em algo parecido também. Não descartaria uma vitória de De Niro (2 Oscars), que não é indicado há mais de vinte anos e já foi injustamente derrotado (ou sequer indicado) em outras ocasiões. Parece uma regra da Academia não premiar excelentes performances de atores que já venceram duas vezes. Ridículo. Meryl Streep conseguiu algo inacredítavel ao ser indicada por qualquer porcaria (ainda que competente) ao longo dos anos. Claro, temos escrotices indizíveis nos anais da Academia, como as inexplicáveis quatro vitórias de Katharine Hepburn e as três de Ingrid Bergman. Chegariam De Niro e Day-Lewis no mesmo patamar de Walter Brennan e Jack Nicholson? Provariam os votantes não entender bulhufas de atuação ao premiar Jennifer Lawrence? Não ficaria surpreso de Lewis fosse derrotado. Seu Lincoln extremamente contido poderia pesar, em comparação com Hugh Jackman (que chora), por exemplo. Lewis tem um performance assustadora, ainda que não seja a melhor de sua carreira, e é o franco favorito. O que traria um certo incômodo ao compararmos com outros deuses do cinema (claramente superiores, na minha opinião) que receberam apenas dois Oscars, como De Niro e Brando (sem contar Pacino, com uma única vitória, em sua última indicação, por Perfume de Mulher). Seu terceiro Oscars seria diferente da vitória de Streep ano passado (votaria fácil em Mara, ou até mesmo Close), que é tida como a melhor atriz viva (e talvez de todos os tempos). Alguns dizem o mesmo de Lewis, mas isso parece uma opinião prematura, baseada apenas no fato de terem visto somente as atuações mais viscerais do ator (Sangue Negro e Gangues de Nova York, basicamente). ************************************* Não descartem John Williams também. Para efeito de comparação, Alan Merken é também compositor e tem 8 Oscars não merecidos. Não é o trabalho mais inspirado do Mestre, mas serviria como um belo epitáfio, e como consolação depois da derrota em Tintin ano passado (em um trabalho primoroso). Meu problema com a trilha de O Artista é que ele prova que você tem um sério problema com ela quando se dá conta de que a melhor composição da obra é... o Love Theme de Vertigo (que, por sua vez, já bebia na fonte de Richard Wagner). Lembrando que o trabalho de Desplat em Argo é assustadoramente fraco para seu alto padrão. Novamente, se os votantes entendessem o mínimo de Cinema+Música poderiam considerar a trilha de Skyfall, que surge de forma orgânica e coesa com a obra. E Thomas Newman já foi suficientemente humilhado (assim como Roger Deakins) ao longo dos anos, o que poderia, talvez, pesar em sua vitória (acompanhando o quase certo Oscar para Adele). Outra bela escolha seria Mychael Danna, mas não pela canção (aquele gemido lá).
  15. O problema é que usaram o cara mais parecido com o Ledger para interpretar o Robin no último filme...
  16. 2010 foi um ano interessante. Poucas vezes que importei tão pouco com a vitória do meu favorito, já que a qualidade dos demais indicados, em geral, era bem alta. PS: e continuo preferindo a vitória de Operação França sobre Laranja Mecânica em 72.
  17. Notei a ausência de A Lista de Schindler... ****************************************************** Top atualizado: Jurassic Park - O Parque dos Dinossauros = 10,0 A Lista de Schindler = 10,0 E.T. - O Extraterrestre = 10,0 Contatos Imediatos do Terceiro Grau = 9,5 Indiana Jones e a Última Cruzada = 9,5 Tubarão = 9,5 Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida = 9,5 Munique = 9,0 Prenda-Me Se For Capaz = 9,0 O Resgate do Soldado Ryan = 8,5 Encurralado = 8,5 Império do Sol = 8,5 Lincoln = 8,5 A Cor Púrpura = 8,5 Cavalo de Guerra = 8,5 Guerra dos Mundos = 8,0 Indiana Jones e o Templo da Perdição = 8,0 Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal = 8,0 As Aventuras de Tintim = 8,0 O Terminal = 8,0 Minority Report = 8,0 O Mundo Perdido - Jurassic Park = 8,0 Louca Escapada = 8,0 Amistad = 7,0 1941 - Uma Guerra Muito Louca = 7,0 A.I. - Inteligência Artificial = 6,5 Além da Eternidade = 6,5 Hook - A Volta do Capitão Gancho = 6,0
  18. Falem o que quiser, não insistirei no óbvio ululante. Spielberg continua sendo um mestre da narrativa. E um mestre absoluto. Acabo de voltar da sessão de Lincoln e, apesar no frágil desfecho, fiquei surpreso com o filme. As críticas quanto à suposta "santificação" de Lincoln são incabidas. Como apreciador da História e do próprio Lincoln, me surpreendi com a franqueza que o personagem é retratado. Não há momentos de glorificação gratuita nem de higienização dos momentos mais dúbios do presidente. Spielberg nos mostra com sinceridade que Lincoln não planejava a inclusão do sufrágio universal para os negros, por exemplo. Ademais, somos apresentados a um verdadeiro gênio político, capaz de manobras arriscadas para alcançar seus objetivos. Não dá para reclamar também sobre a decisão de não mostrar o lado podre do presidente (que, aliás, TODO governante tem), já que o foco do roteiro é claro: a aprovação da 13ª emenda. Lincoln, apesar de protagonista óbvio, não é o verdadeiro cerne do filme. Não é um filme sobre os problemas humanísticos da escravidão, mas um drama-thriller político sobre a aprovação da emenda e como Lincoln manobrou o congresso (com a ajuda de inúmeros assistentes, todos bem representados no filme) para conseguí-lo. Não importa também se todos os detalhes da História estão certos, já que isso é cinema (mas, sim, o filme é suficientemente correto). PS: Destaque para a decisão de deixar Lincoln, em geral, nas sombras, ou filmando-o apenas de perfil, ressaltando sua timidez e fragilidade que, de forma brilhante, se contrapõem a sua força e inteligência políticas. Lincoln parece sempre dominado pelos raivosos assessores à sua volta para, com facilidade assustadora, dominar novamente o ambiente em questão de segundos e fazer prevalecer sua vontade, calcada numa lógica fácil de acompanhar. Lincoln, apesar da timidez, jamais se deixa fragilizar o suficiente para ser dominado por seu gabinete.
  19. Verdade. Hollywood = "herói". Tinha me esquecido desse detalhe.
  20. Sobre o "favoritismo" Argo. A premiação dos sindicatos, apesar de apresentar um padrão confiável, não é uma aposta completamente segura. Isso se exemplifica na quebra do padrão dos indicados ao Oscar desse ano, com a esnobada a Argo. Vejamos, portanto, as indicações a melhor diretor. Lembrem ainda das quebras nos padrões citadas no tópico (Apollo 13; Conduzindo Miss Daisy) que são exatamente isso, anomalias. São acontecimentos raros, motivados por diferentes razões. Podem acontecer novamente, mas não acredito que isso ocorra. O mais provável é que aconteça o mesmo que no filme de Ron Howard em 96, mas não confio em absoluto nisso. Não se esqueçam também da hipótese do terceito vencedor, com os dois filmes mais cotados dividindo votos e um terceito surgindo como vencedor (o "Efeito Crash"?). O conservadorismo repulsivo da premiação também pode influenciar numa divergência dos demais prêmios-termômetro; nesse cenário, melhor esperar o prêmio dos diretores para termos certeza de quais serão os favoritos com chances. Nesse aspecto da premiação "segura", conservadora, acredito que Lincoln possa surgir como uma alternativa ao Argo sem sal (que gostei, mas continuo vendo problemas demais para ser o favorito à estatueta; parece mais uma tentativa estapafúrdia de se mostrarem "moderninhos"). *********** Algo que acredito que possa influenciar a derrota de Argo é que o filme carece de uma performance principal mais dramática. Affleck não chora, não emociona, nem dá a alma (no conceito dos votantes) pelo papel. Nem os demais personagens do núcleo "Irã". São todos meio parecidos, pouco ou nada desenvolvidos. Não estou criticando o filme, é apenas uma comparação com os demais vencedores da década. É um filme frio, quase sem sentimentos. Isso é diferente de ter elementos de frieza no filme, ou de o filme não ter um ator principal de alto nível. Também é extremamente frio. Na última década, lembrando dos mais esquecidos, temos: o histérico Chicago; a visceralidade de O Retorno do Rei; o melô e que toma conta de Crash depois de certo momento; o desenvolvimento psicológico brutal de Onde os Fracos Não Têm Vez e Os Infiltrados; o emocional Slumdog Millionaire; Renner dando a alma em Guerra ao Terror. Todos os últimos filmes premiados tem uma alma, um fator emocional ou psicológico forte. É disso que Argo carece, e que pode pesar no prêmio principal, ao meu ver. É o cinema que não desenvolve seus personagens, em que tudo é em função da trama (em geral, política), e que acabou matando as chances (desconsiderando premiações-termômetro) de obras JFK e Todos os Homens do Presidente no passado. Argo é puramente político e frio, e seu clímax alegrinho (pontuado pela pavorosa trilha de Desplat) não é o suficiente para aquecer o coração de quem o assiste. Argo e A Hora Mais Escura são desses filmes que me parecem frios demais (não vi todos); Lincoln, O Lado Bom da Vida, As Aventuras de Pi e Os Miseráveis fazem o biotipo básico dos vencedores; Django Livre seria favorito em um mundo justo, mas é violento de forma exagerada (pro coraçãozinho dos votantes); Indomável Sonhadora é muito pequeno para ter chances reais; e Amor é falado em francês (aquele povinho tem asco a legendas). Considerando as poucas chances de Os Miseráveis e A Hora Mais Escura, fico de olho em Argo, Lincoln, As Aventuras de Pi (pelo apelo emocional, não pelas premiações) e O Lado Bom da Vida, nessa ordem.
  21. Sobre Argo... George Clooney e Ben Affleck estão indicados. Influencia alguma coisa na votação para melhor filme?
  22. Só por curiosidade: vocês estão vendo os screeners ou moram no exterior (quanto aos filmes que não foram lançados por aqui)? Já condenei os screeners no passado, mas hoje compreendo a situação de quem mora em locais com programação péssima ou sem cinemas.
  23. Para quem quiser comprar Lincoln com a realidade, apresento um texto breve mas curioso do History: http://www.history.com/news/5-things-you-may-not-know-about-lincoln-slavery-and-emancipation Não é difícil entender porque Spielberg se interessou justamente pela reta final da vida do presidente, que contém as principais mudanças em relação às suas ideias. Além do mais, é menos complexo não tratar do lado "escuro" do presidente, que defendia apenas em parte a abolição da escravatura (a chave da guerra civil, lembrem-se) no início. Considerando ainda que, se tivesse defendido abertamente o fim da escravidão desde o início, não teria sido eleito para presidente. Isso é política: você precisa parecer mediano para conseguir o maior apoio possível. É pura estratégia. Outro tema que uma biografia decente não pode escapar é que Lincoln era mais motivado por questões morais quanto à escravidão do que econômicas e políticas. Seu background religioso (ainda que racional) foi responsável por isso, pelo menos em parte. Lembrando ainda que a escravidão (e os motivos pelas quais ela devia ou não continuar) não foi a única causa da guerra civil, mas abordar tudo num só filme seria impossível, considerando a complexidade do tema. PS: ainda não vi o filme.
  24. Remoendo o filme durante todos esses meses (ainda não revi). O que me incomoda continua sendo o desfecho, que praticamente joga no lixo a essência do Batman. Na cena do jatinho de Batman Begins, citada por Nolan como a gênese do final, Wayne chega à conclusão de que precisa se transformar num símbolo. Ok, maravilhoso, não é? O problema é que Nolan deixa claro (assim como nos filmes de Burton e nos melhores momentos do personagem em outras mídias) que a verdadeira persona não é o Batman, que seria a resposta mais "legal", mas Bruce Wayne (mas não o playboy que ele mostra a todos). É sua humanidade e integridade que tornam o Batman algo mais que um mero justiceiro. O Batman é um símbolo sim, mas não algo que possa ser passado a outras pessoas. Não é necessário ele se sacrificar e passar o manto para um policial sem qualificações nenhumas para isso. Lembremos também do árduo treinamento e dos sete anos (algo em torno disso) de treinamento físico e mental de Wayne. São todas essas qualificações (únicas de Bruce Wayne) que o tornam Batman. Consideremos também que é de uma irresponsabilidade tamanha passar o manto para o Robin, já que isso jogaria mais uma vez no lixo seu "sacrifício" final por Gotham. Ou ninguém se sentiria enganado por uma pegadinha do Mallandro quando Blake aparecesse mais uma vez como Batman? "Ops, ele não tinha morrido? O otário enganou todo mundo!". Fora que Wayne foi de uma canalhice sem precedentes ao se aposentar e deixar a cidade (que parece ser um chamariz de vilões bizarros) à mercê de futuras ameaças ("ah não, agora todo mundo aprendeu com o exemplo dele"). O que me faz pensar que talvez Nolan deveria voltar à série, com Wayne percebendo que é único no posto, consertando essa burrada. Ideia impossível a minha, claro (e estamos na Era dos Reboots, com lixo atrás de lixo). PS: lembremos ainda do modelo máximo utilizado pelo filme: Rocky III. Tem a porra da estátua no final.
  25. Pra quem se interessa (o que não é o meu caso), o Pablito detonou Lincoln no twitter. Chamou de hagiográfico e blá blá blá. Claro que ele já tinha uma concepção prévia do filme, por simplesmente parecer cool e intelectual ao meter o pau no Spielberg.
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