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Forum Cinema em Cena

Bob Harris

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  1. Fui o único que apreciou o filme? Abaixo o meu comentário.

     

    A reestréia de uma produção é sempre vista com bons olhos: ora esta foi indicada ou premiada em algum evento ora faz homenagem a alguma personalidade contida na fita. "Crash - No Limite", graças às suas 6 indicações ao Oscar (Incluindo Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original), volta para as salas dos principais cinemas de São Paulo. E para quem não teve a oportunidade de conferir, ela surge novamente.


    A indicação da película ao Oscar de Melhor Filme foi uma surpresa e causou certo impacto, já que foi responsável pela retirada de "Johnny & June" da categoria. Quem assume a direção é Paul Haggis, consagrado pelo roteiro de "Menina de Ouro" que acabou sendo o suficiente para elevar o escritor ao cargo tão desejado. Apesar de ser seu filme de estréia como diretor, Haggis prova ter talento, o que resultou na indicação ao Oscar de Melhor Diretor, e, a partir de agora, podemos esperar belos trabalhos.


    Quem assina o envolvente roteiro é o próprio diretor revelando ser versátil em diversos aspectos do filme. Com a ajuda do também estreante Robert Moresco, Haggis constrói uma atmosfera dificilmente vista em um drama Hollywoodiano, ou seja, a não utilização de um protagonista, mas sim de vários personagens secundários envolvidos em uma temática bastante polêmica, o racismo. Tudo se inicia quando Jean Cabot (Sandra Bullock), rica e mimada esposa de um promotor, tem seu carro roubado por dois assaltantes negros em Los Angeles, Califórnia. O roubo acaba por aproximar habitantes de diversas origens étnicas e classes sociais de Los Angeles: um veterano policial racista, um detetive negro e seu irmão traficante de drogas, um bem-sucedido diretor de televisão e sua esposa, e um imigrante persa e sua filha. Bastante provocativa, a história faz diversas insinuações à ignorância da sociedade americana.


    No elenco se encontram atores conhecidos. Sandra Bullock ("Velocidade Máxima"), Brendan Freaser ("A Múmia"), Matt Dillon ("Quem vai ficar com Mary?") e Don Cheadle ("Hotel Ruanda") são os protagonistas de histórias paralelas bastante emotivas e realizam um trabalho politicamente correto. Matt Dillon é um dos indicados ao Oscar de Melhor ator Coadjuvante, porém, atua corretamente e nada além disso, uma indicação bastante desnecessária. Interessante é a intolerância retratada por cada um dos personagens, afinal, vivemos em um mundo hipócrita e controlar as emoções é difícil e isto é essencialmente trabalhado por todos os atuantes no filme.


    A produção é de uma magnitude que há cinco nomes, Don Cheadle, Paul Haggis, Mark R. Harris, Cathy Schulman e Bob Yari, na equipe de produtores. A cinematografia está excelente, e a câmera é utilizada de maneira exemplar e encantadora, principalmente nas cenas em câmera lenta responsáveis por suavizar cenas intensas. Outro fato interessante é o foco da imagem, ou seja, enquanto o personagem é focado, o fundo entra em desfoque, destacando ainda mais a expressão facial de cada ator. Destaque também para a belíssima trilha sonora, que acompanha todas as tramas de maneira elegante.


    A realização de um drama competente é, certamente, difícil. Evitar chavões e clichês é um desafio, e "Crash" consegue quebrar barreiras. Para os mais ávidos fãs de dramas, a película funciona perfeitamente bem, enquanto para os que não gostam tanto, pode parecer um pouco arrastada e enfadonha. O que realmente torna a produção em um triunfo é o roteiro imprevisível e inesperado. Aliás, que acirrada disputa será a categoria Melhor Roteiro Original, afinal, estão concorrendo "Ponto Final - Match Point", "Syriana", "Boa Noite, e Boa Sorte", "Crash - No Limite" e "A Lula e a Baleia". Aguardo ansiosamente o resultado.

     

    Veredicto: smiley10.gifsmiley10.gifsmiley10.gifsmiley10.gif e 0.25 | 9 | B+

     

    Abraços,


     

    _Hen_Ri_Que_2006-2-20 22:0:1
  2. Orgulho e Preconceitosmiley10.gifsmiley10.gifsmiley10.gif

    Um filme simpático' date=' esteticamente indefectível e com um elenco primoroso (destaque ao casal Knightley e McFadyen e à participação do veterano Donald Sutherland). Alguns risos e muitos suspiros, é basicamente como posso descrever o filme. Nada pra ser levado muito a sério, mas  é, de fato, competentíssimo quanto à delicadeza e o bom gosto.

     

    SPOILER>>>>>>>>>>>>>& amp; gt;>>>>

    Eu baixei o filme numa versão FYC e não sei se é  versão com 8 minutos a mais. Pra quem viu no cinema, como termina o filme?smiley5.gif

    [/quote']

    Os 8 minutos a mais exibidos nos EUA envolvem cenas de beijos e algumas mais sensuais. Na versão que veio para o cinema Brasileiro e Inglês, não há, em momento algum, uma cena de beijo.

    Abraços,

  3. Bom. Antes quero esclarecer como já tive a oportunidade de conferir esse filme. Ontem teve uma Pré-Estréia Especial do filme no Cinema da minha cidade. O amigo do meu pai, lojista do complexo, acabou por receber alguns convites e, desta forma, não hesitei em aceitar. Enfim, confiram uma pequena Impressão do filme "Orgulho e Preconceito" ("Pride and Prejudice", de Joe Wright. Indicado a 4 estatuetas no Oscar):

    Mrs. Bennet & Mr. Darcy

    Pois é. Ultimamente, as histórias de vários apaixonados tem sido traduzidas para o cinema, como por exemplo, "Tristão & Isolda", "Romeu & Julieta", e até "Jack Twist & Ennis Del Mar" ("Brokeback Mountain"). Finalmente, chega a vez do casal "Orgulho & Preconceito", digo, "Mrs. Bennet & Mr. Darcy".

    "Orgulho e Preconceito", livro escrito pela autora Jane Austen de "Sense and Sensibility" (Este último foi dirigido por Ang Lee em 1995), já havia ganho algumas versões cinematográficas e televisivas, mas nenhuma carregava um elenco de peso e eram, também, obras bastante restritas. Finalmente, em 2004, o novato e pouco experiente Joe Wright, aceitara rodar o filme.

    Adaptar uma obra literária nem sempre é fácil, já que é preciso agradar à fãs e os que não tinham conhecimento sobre a obra. Para tal tarefa, a novata Deborah Moggach assina o roteiro, com a ajuda da atriz Emma Thompson. A formalidade deste é tão rebuscada, que algumas pessoas podem sentir dificuldades correlação à legenda, mas nada que atrapelhe para contar a narrativa. A sinopse já é responsável por atrair olhares curiosos: As cinco irmãs Bennet - incluindo Elizabeth (Keira Knightley), de fortes convicções, e a jovem Lydia (Jena Malone) - foram criadas pela mãe (Brenda Blethyn) tendo somente um propósito na vida: casar-se com um bom marido. Quando um rico solteiro compra uma mansão na vizinhança, as irmãs Bennet entram em polvorosa. Quando Elizabeth conhece o belo, porém esnobe, sr. Darcy (Matthew Macfadyen), começa uma engraçada batalha entre os dois.

    A película carrega um elenco de peso e MUITO talentoso. Keira Knightley, ao entrar em cena, encanta o espectador, e isso resultou na sua indicação ao Oscar de Melhor Atriz. A garota possui um talento de emocionar qualquer um. Matthew Macfayden é o típico ator que não precisa falar muito para transmitir as emoções. Ele e Knightley fazem um dos casais mais belos da história do cinema. No elenco ainda se encontram Donald Sutherland, Judi Dench e Brenda Blethyn que realizam um trabalho digno e politicamente correto.

    Quem assume a belíssima produção é Tim Beaven ("Simplesmente Amor"). Fotografia e cinematografia são encantadoras e emocionantes e proporcionam imagens inesquecíveis, principalmente no final do filme. O figurino e a maquiagem estão riquíssimos e a caracterização dos personagens não poderia ser melhor. Destaque para a direção de Arte, responsável por propiciar belíssimos cenários, desde a sala de estátuas de Will Darcy, até a humilde casa da família Bennet. Enfim, uma perfeição técnica que não esperava de jeito algum. Destaque também para a trilha sonora, que reproduz as emoções e os sentimentos dos personagens.

    Fevereiro é conhecido como um dos melhores meses correlação à filmes de qualidade. Influência do Oscar, é claro. "Orgulho e Preconceito", se revela um filme arrebatador, assim como "Munique" e "O Segredo de Brokeback Mountain". Regulando entre o romance e o drama, e com uma pitada de humor sutil, o resultado não poderia ser melhor. Um filmes agradabilíssimo para se assistir, e um dos melhores desta safra. Interessante mesmo é a ousadia do diretor, já que, por ser um romance de época, não haver uma cena de beijo e/ ou sexo. Pois é. Quem disse que para contar uma belíssima história de amor precisa de beijos na boca e tudo mais? Enfim, confiram por sua divertida e encantadora história e pelo seu perfeccionismo técnico, uma combinação perfeita e bastante rara.

    Veredicto: smiley10.gifsmiley10.gifsmiley10.gifsmiley10.gifsmiley10.gif

    Abraços,

    _Hen_Ri_Que_2006-2-9 16:48:14
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