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Forum Cinema em Cena

Alexei

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Everything posted by Alexei

  1. Eu até já expliquei, então é só por consideração mesmo, Sall: não, eu não votaria no Aécio Neves. Mas entre ele e o Serra, que disputaram as prévias do partido... Talvez até o Aécio tivesse alguma proposta concreta para o Brasil. O Serra, que acha que aumentar salário mínimo e dar décimo-terceiro salário para o Bolsa Família são propostas, não tem. Alexei2010-10-13 00:51:39
  2. É a refilmagem de um filme do Romero, sobre uma pequena cidade cujos habitantes são acometidos de ataques violentos de loucura e sobre a desastrada intervenção das instituições públicas quando isso acontece. Não vi o original, mas gostei desse, que tem a Radha Mitchell - sempre excelente - e um ator chamado Timothy Olyphant (que fez O Apanhador de Sonhos). Do meio pro final, o filme vira um pesadelo à luz do dia, com a desesperança fustigando os personagens o tempo todo.
  3. Tô falando do personagem. Em relação ao elenco, além da Sandra Bullock, também gostei do Terrence Howard e, como você, da Thandie Newton.
  4. Reclama do Serra, vai votar Dilma e torcia pelo Aécio Neves. Melhor eu nem comentar... Eu disse que torci para que o Aécio Neves fosse escolhido pelo PSDB para representar a legenda ao invés do Serra, pois qualquer coisa é melhor que o José Serra. Da próxima vez, leia com mais atenção. Marina Silva e Cristovam Buarque, fracos? Por que você pensa assim? Alexei2010-10-13 00:29:28
  5. Torci muito por candidatos melhores para o Brasil nesse ano. Aécio Neves, pelo PSDB, e Cristovam Buarque pelo PDT, por exemplo. Do PT eu nem sei quem gostaria de ver candidato. Talvez a própria Marina Silva, se não tivesse saído do partido. Mas essa "safra" de 2010 eu não achei legal.
  6. E daí que isso é ruim. O Fernando Henrique Cardoso fez mais mal que bem ao Brasil. Eu voto no menos ruim sim, voto na Dilma. Ela não é a candidata ideal de jeito nenhum, muito pelo contrário, mas eu consigo suportar seus inúmeros defeitos melhor que os do outro candidato. O Serra é dos políticos mais asquerosos que eu já vi em toda a minha vida. Não tem ética, não tem projeto social para o Brasil, não tem propostas, não tem porra nenhuma. Alexei2010-10-12 08:59:46
  7. No cinema: Bom filme, melhor que muita coisa que o Oliver Stone tinha feito recentemente. Só que os últimos vinte ou trinta minutos são confusos, com soluções esquisitas e apressadas. É como se o diretor não conseguisse fechar as coisas direito, e terminou na base do "não tem tu, vai tu mesmo". Ainda assim, gostei. A melhor atuação no filme é do Frank Langella. Ele não tem muito tempo na tela, mas quando aparece, a domina completamente. Grande ator, esse.
  8. Pra finalizar minha opinião sobre esse assunto: é bom quando um jornal, uma revista, declara abertamente que apóia este ou aquele candidato, como o Estadão fez. Isso existe em muitas democracias e aqui não deveria ser diferente. Ruim é quando esse mesmo apoio vem mascarado de isenção, de "cobertura de imprensa", como o Estadão (e outros, tanto para um lado, quanto para o outro) também o fizeram. O problema, nesse caso, é que se o apoio é declarado, a credibilidade cai. e isso é o que os jornais e revistas com posição política menos querem.
  9. Eu discordo em partes, Dead. As atividades dos meios de comunicação são de interesse público e, por isso mesmo, estão sujeitas a regras específicas. Tanto é assim que o art. 224 da Constituição prevê a criação de um Conselho de Comunicação Social para investigar e coibir ameaças à independência técnica dos jornalistas. Agora, que o jornal tem todo o direito de demitir a jornalista, não tenho dúvida, você está absolutamente certo. Ele também poderia ter esclarecido que a opinião da articulista não é a do jornal, o que seria ainda mais legítimo, inclusive sob a perspectiva do ofício da imprensa. Mas, como estamos em época de eleição... Por isso é que a versão dela, de que houve, de fato, uma censura, tem um bom fundo de verdade. Independentemente disso, na minha opinião, o texto "Dois pesos" é bom pra cacete. Vai ver, aí está o problema, visto ter sido publicado onde foi.
  10. Agora, a versão dela sobre o artigo e a demissão: Maria Rita Kehl: "Fui demitida por um 'delito' de opinião"<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /> Bob Fernandes A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida pelo Jornal O Estado de S. Paulo depois de ter escrito, no último sábado (2), artigo sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres. O texto, intitulado "Dois pesos...", gerou grande repercussão na internet e mídias sociais nos últimos dias. Nesta quinta-feira (7), ela falou a Terra Magazine sobre as consequências do seu artigo: - Fui demitida pelo jornal o Estado de S. Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião (...) Como é que um jornal que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua? Veja trechos do artigo "Dois pesos". Leia abaixo a entrevista. Terra Magazine - Maria Rita, você escreveu um artigo no jornal O Estado de S.Paulo que levou a uma grande polêmica, em especial na internet, nas mídias sociais nos últimos dias. Em resumo, sobre a desqualificação dos votos dos pobres. Ao que se diz, o artigo teria provocado conseqüências para você... Maria Rita Kehl - E provocou, sim... - Quais? - Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião. - Quando? - Fui comunicada ontem (quarta-feira, 6). - E por qual motivo? - O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que, por causa da repercussão (na internet), a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram. - Você chegou a argumentar algo? - Eu disse que a repercussão mostrava, revelava que, se tinha quem não gostasse do que escrevo, tinha também quem goste. Se tem leitores que são desfavoráveis, tem leitores que são a favor, o que é bom, saudável... - Que sentimento fica para você? - É tudo tão absurdo... A imprensa que reclama, que alega ter o governo intenções de censura, de autoritarismo... - Você concorda com essa tese? - Não, acho que o presidente Lula e seus ministros cometem um erro estratégico quando criticam, quando se queixam da imprensa, da mídia, um erro porque isso, nesse ambiente eleitoral pode soar autoritário, mas eu não conheço nenhuma medida, nenhuma ação concreta, nunca ouvi falar de nenhuma ação concreta para cercear a imprensa. Não me refiro a debates, frases soltas, falo em ação concreta, concretizada. Não conheço nenhuma, e, por outro lado... - ...Por outro lado...? - Por outro lado a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o dono do Maranhão (senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs ao jornal O Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir alguém apenas porque expôs uma opinião? Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua? - Você imagina que isso tenha algo a ver com as eleições? - Acho que sim. Isso se agravou com a eleição, pois, pelo que eles me alegaram agora, já havia descontentamento com minhas análises, minhas opiniões políticas.
  11. A Maria Rita Kehl escreveu um artigo sobre o Bolsa Família que foi publicado no Estadão e, segundo ela própria, causou sua posterior demissão. Eis o texto: Dois pesos...<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /> 02 de outubro de 2010 | 0h 00 Maria Rita Kehl - O Estado de S.Paulo Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro. Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola. Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por "uma prima" do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola. Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da "esmolinha" é político e revela consciência de classe recém-adquirida. O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de "acumulação primitiva de democracia". Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano. Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos. Alexei2010-10-07 17:11:19
  12. Vi na semana passada. Confesso que foi uma experiência até melhor do que eu estava esperando, mas o elenco e, principalmente, a direção de atores, é um desastre quase completo (eu disse quase porque gostei do ator principal em alguns momentos). A edição de imagens e os diálogos, muito artificiais, também não ajudam. Só que não dá pra avaliar o filme só por tais bases. Ele tem uma agenda tão forte que todo o resto, na concepção de quem o realizou, é meramente acessório. O que importa mesmo aqui é a mensagem, e não o veículo pelo qual ela se manifesta. Sob esse prisma, o do conteúdo apenas, o filme é honesto e bonito.
  13. E, por acaso, eu disse que é só por causa de problemas de logística que o Bolsa Família é feito por meio de dinheiro, e não de bens ou serviços? E inocência, se eu acabei de dizer que, independentemente das distorções serem a maioria ou a minoria dos casos (Você sabe a resposta a essa questão? Quais são seus indicadores?), eu penso que o programa tem seu valor? Isso é ser inocente? Ou é, apenas, discordar do que você mesmo pensa, o que te levou a escolher o caminho da ironia só pra desvalorizar meu pensamento? "Acredita no Bolsa Família, então só pode ser um inocente!" Cara, você tem um problema grave, grave mesmo, de interpretação de textos, e não é de hoje. Igualmente grave, tua leitura é totalmente setorizada (ou seja, você só lê e destaca apenas o que você quer), sem falar nas tentativas de reducionismo das opiniões alheias ("tu é petista e discutir com petista é inútil"), de modo que é difícil, pra mim, querer prolongar um diálogo nestas condições. Melhor parar por aqui.
  14. O recado que esse post me passa é o seguinte: "os pobres - que também são burros - que se fodam, não é culpa minha eles terem nascido assim. E tem mais: como os ricos sonegam impostos, os pobres é que vão pagar por isso, já que não é justo tirar da classe média, até porque esta não está disposta a ter qualquer responsabilidade social. É melhor deixar tudo como está, não tem solução mesmo". É isso? Se a resposta for positiva, isso é tão contrário ao que eu penso que deve ser a atuação estatal que não há razão para comentar nada, seria absolutamente inútil tentar trocar qualquer idéia com você. É melhor deixar quieto, então. No entanto, você não respondeu a minha pergunta, e nesse ponto eu vou insistir: onde está a inocência no meu texto, se eu admiti que há distorções na aplicação do Bolsa Família?
  15. Mas é claro que precisa ler mais. O que o Tulkas escreveu tem muito fundamento, aliás. A necessidade de reforma política que ele mencionou no último parágrafo é algo que cientistas políticos do Brasil inteiro vêm comentando há muito tempo.
  16. Não entendi. Onde está a inocência no texto, se eu admiti que há distorções na aplicação do Bolsa Família? O que eu quis dizer foi que, a despeito destas distorções - pois o programa não é perfeito e nenhum o será - o Bolsa Família faz mais bem à sociedade do que mal. Nunca afirmei a "correção do povo brasileiro".
  17. E só pra enriquecer a discussão e agregar conhecimento, pessoal, esclareço que não é a Casa da Moeda quem emite dinheiro, e sim a União, por meio do Banco Central do Brasil. A Casa da Moeda é apenas responsável pela produção física das cédulas e moedas que representam o dinheiro, o que equivale a apenas 10% de toda a riqueza em circulação no país (em outras palavras, 90% do dinheiro que circula no Brasil é moeda escritural, ou seja, existe apenas como um registro contábil, não chegando a ser expresso por meio de papel-moeda).
  18. Essa hipótese de o Bolsa Família gerar inflação, seja a curto, médio ou longo prazo, não é verdade. Os recursos que são usados no custeio dele são retirados do próprio processo produtivo, ou seja, retira-se o potencial de consumo de um lado para aumentá-lo no outro. Ele é, afinal de contas, um programa de transferência de renda. Geração de inflação haveria se, como o comunista lembrou, o governo simplesmente emitisse moeda para bancá-lo. A propósito desse programa, eu continuo sendo um grande defensor dele. Não estou com muito tempo pra falar acerca do assunto agora e entendo - e respeito - as opiniões contrárias, mas o Bolsa Família, mesmo com todas as suas imperfeições e riscos de distorção (e eles existem, não nego isso), representa apenas o começo do pagamento de uma dívida social gigantesca que o Brasil tem com as camadas mais baixas da população, que passaram décadas - seja na época da ditadura, seja nos anos Collor- Itamar, seja durante o governo FHC - completamente alijados de qualquer política social minimamente relevante. Foram, até bem pouco tempo, marginais à sociedade, na exata acepção da palavra. Por isso é que eu discordo, veementemente, quando se fala que o Bolsa Família existe apenas pra ajudar vagabundo ou para comprar votos. Essas distorções podem existir sim, é até natural - infelizmente, o bicho homem é falho mesmo - que isso ocorra. Mas isso não exclui, de forma alguma, o bem que ele fez em termos de inclusão social e de cidadania.
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