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Forum Cinema em Cena

Alexei

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Everything posted by Alexei

  1. Acabei de conferir no cinema. É bom, de uma maneira até surpreendente. Não conhecia esse diretor, Nimród Antal, mas deu pra perceber que o cara sabe fazer uns planos muito legais, bem acima da média. Vou até procurar saber mais da filmografia dele. Predadores é tenso - eu tive aquela sensação de "imersão" que é fundamental em filmes desse tipo - e, de uma maneira geral, muito bem filmado. O confronto final é meio fraquinho, mas os primeiros 3/4 do filme mais que compensam essa falha.
  2. Essa parte é interessante, realmente. Mas o vazio de Grenouille foi o que mais me chamou a atenção. Ele é como uma taça de cristal de transparência perfeita, na qual a luz passa sem qualquer dificuldade. Um sujeito sem conteúdo algum, marcado apenas pela total ausência de moralidade.
  3. Vi e revi alguns filmes por esses dias, mas tô com a maior preguiça de comentar todos, por isso vou ficar apenas com um: Vocês devem conhecer a estória, é sobre um rapaz nascido em Paris, num ambiente completamente abrutalhado - e o diretor passa bem direitinho essa idéia -, que é dotado de um olfato excepcional, ao mesmo tempo em que ele próprio não exala cheiro algum. Essa anormalidade o torna alvo de inúmeros desrespeitos e também o transforma num tipo de ave de mau agouro, que leva o infortúnio por onde passa. Depois, ele próprio causará os infortúnios, tornando-se o assassino do título. Eu gosto do estilo do Tom Tykwer, que fez Corra, Lola, Corra, e esse aqui não é diferente. Mas o verdadeiro responsável pelo sucesso do filme é o ator Ben Winshaw, que interpreta o protagonista Jean-Baptiste Grenouille. Vendo esse filme a gente entende o que deve ser a essência da psicopatia, a ausência total de limites morais. O Grenouille de Winshaw é um monstro miserável e também algo digno de pena. E que cartaz, hein? Alexei2010-07-24 00:22:45
  4. Kate B., você é a Kah? A Kahzinha do BBB, aliada do Bat e minha adversária nas votações (bem, nem tanto assim)? Agora é que eu fiquei sabendo, olha como sou desinformado. Um beijo! Realmente, o texto ficou um barato, bem divertido. Um fechamento bacana, descontraído, para um excelente festival.
  5. Uma última mensagem acerca do God is an Astronaut. Esse link tem a música que abre o primeiro álbum da banda, de 2002, e uma rápida descrição - em inglês -, inclusive mencionando algumas das razões pelas quais eles provocam tanta adoração entre os poucos que o conhecem: Como a Shy, eu não consigo parar de ouvi-los desde que os conheci, há uns 2 meses. E ainda estou nos dois primeiros álbuns, são cinco ao total, se não me engano.
  6. Ibanez, você não vai se arrepender. Legal que você gostou, Shy! Cheque sua caixa de mensagens...
  7. Sea alguém quiser ouvir a música, aliás, aí vai um link pra curtir com um bom fone de ouvido: Cada acorde eu considero uma obra de arte.
  8. Ando ouvindo uma banda irlandesa chamada God is an Astronaut: É uma banda de post-rock, com guitarras processadas sobre bases eletrônicas, sem quaisquer vocais. O resultado é muito bonito, conheçam se possível. A música que dá nome a esse álbum, All is Violent, All is Bright - todos os títulos se referem a fenômenos cósmicos como supernovas, quasares etc. -, é um verdadeiro espetáculo. Imperdível mesmo.
  9. Thiago: Valeu! Dook, Jail e Vicking: disponham, o tópico é pra isso mesmo.
  10. Foi muito bom que os filmes do Abel Ferrara e da Kathryn Bigelow aperecessem de novo, os dois são muito recomendáveis. O Bat e o Tensor mencionaram - e eu concordo com eles - o fato de que O Vício não tem uma abordagem do vampiro similar àquela vista no cinema na maior parte das vezes, que é a do sujeito com caninos crescidos, olhos injetados e que pode ser destruído por estacas e água benta. Ao contrário, é o aspecto psicológico que importa, e é por isso que Kathleen é mostrada enfiando o pé na jaca e, depois, pagando um preço bem alto por isso. Pra mim, o maior barato do filme é o fato de que ele faz um loop completo: no começo, todo o conhecimento de Kathleen é adquirido por meio de terceiros (livros, professores), ficando as experiências dela própria em plano muito secundário; ao virar vampira, ela passa a acreditar que tudo o que importa para o seu crescimento é sua sede de sangue (ou seja, ela mesma); ao final, ela vai ter a chance de, talvez, mesclar as duas coisas. Quanto a Quando Chega a Escuridão, que saiu de novo, é um senhor filme mesmo. Se o pessoal que viu Entrevista com o Vampiro curtiu a vampira mirim Claudia, esperem até ver o Homer do Joshua John Miller (no meio da foto de baixo, fumando e jogando pôquer), que eu considero um personagem ainda mais intenso. Ele tem algumas das melhores cenas e falas do filme. Alexei2010-06-30 11:43:25
  11. Dentões! Haha Bondade sua, mas obrigado pelo elogio, meu querido. De qualquer forma, acredito que cada um deve ter uma experiência muito pessoal com esse filme, eu penso. Ele vai nas entranhas mesmo. Ademais, divulgar o Ferrara é sempre bom, não é?
  12. Ninguém. É claro que sempre tem um ou outro post que pode chatear um pouco, mas isso acaba passando.
  13. Minha relação com o Fórum CeC é meio sazonal, às vezes eu estou bem próximo, outras vezes fico mais distante, como agora. Independentemente da fase, tem uns usuários que eu gosto e procuro ler o que escrevem, dentro do possível: - Nacka: Criador e mantenedor do Cineclube em Cena, e isso significa muito pra mim. O Cineclube é o que mais me motiva a vir aqui e o Nacka é o símbolo disso. - Dook: O Daniel é uma figura. Ele é bem turrão aqui no Fórum e dificilmente dá o braço a torcer, mas se você estender a mão em sinal de paz, ele vai apertar na primeira oportunidade. Gosto muito dele. - Vicking (hoje Stradivarius): Cara culto, que sabe se expressar e é paciente (muito mais que eu, aliás). - Jailcante: O Jail criou um dos melhores tópicos da história desse fórum, o 19 Dias de Horror e Suspense. Além do mais, é muito afável, gente boa mesmo. Embora eu ande muito afastado dele agora ( não só dele, aliás), o Jail sempre vai contar comigo se e quando precisar. - Beckin: Excelente moderador, calmo e ponderado. E manja de cinema, hein... - Deadman: Minha amizade com ele começou a partir de sua entrevista no Cozinha do Inferno, quando fizemos as pazes após um debate meio feio. O Dead pode ser bem agressivo em seus posts, mas é sempre muito amigável comigo e eu com ele. Sem falar que ele tem bastante conteúdo e um ótimo gosto em matéria de cinema (salvo pela Paixão de Cristo, que é trash mesmo. Hah!). - Ltrhpsm: Vi esse garoto pequenininho, ó! Falando sério agora, o Ltr sempre me surpreendeu pela densidade de seus posts, mesmo sendo tão jovem. Ele continua por aí, amadurecendo e agregando ainda mais consistência às suas palavras. É outro que eu sempre vou querer muito bem. - Gago: Dessa minha lista aqui, o Gago é uma espécie de hors concours. Tive a chance de conhecê-lo pessoalmente em Sampa, foi muito legal. Pessoa inteligente, gentil e que tem uma grande percepção de cinema. Aliás, o Gago entende mais de cinema que a grande maioria dos críticos que eu conheço e, ainda assim, se mantém humilde. Além desses, tem o pessoal do primeiro BBB CeC, com quem eu criei uma certa intimidade: Kah, Dark_Angel, Sith, Bat, Tensor, Jail (que eu já citei)... Tenho saudades daquela época. O pessoal do cCc eu sempre vou gostar, mesmo que eles já não me queiram bem. O episódio que culminou com minha saída de lá foi mais falha minha do que qualquer outra coisa, por mais válidos que tenham sido meus motivos. Fui inábil na conversação (assim como fui com o Sapo e com o Thico - de quem eu continuo gostando, por mais que ele me odeie agora - em outros momentos) e deveria ter sido mais paciente, menos intolerante. Espero ter aprendido. Há outros usuários, mais recentes - já sou meio velhinho aqui - que podem render coisas boas no futuro. Não sou exatamente a melhor pessoa pra tomar a iniciativa em se tratando de amizades, e meu tempo de resposta é lento. Mas quem sabe... Por fim, tem um pessoal que faz muita falta nesse fórum: Garami, Rubysun e especialmente Noonan. Grande Nonô! É isso aí. Se eu esqueci alguém, vou editando.
  14. Legal que você também curte. Penso que eu mesmo nem precisaria de 10 filmes pra incluí-lo, bastaria um top 5. Fecharia com a lista com Deixa Ela Entrar, que também é sensacional. Ficaria assim, então: 1. Nosferatu 2. O Vício 3. Quando Chega a Escuridão 4. A Sombra do Vampiro 5. Deixa Ela Entrar
  15. Peço desculpas pelo atraso, pessoal. Minha lista está em ordem crescente. Aí vai: Blood Festival - Alexei 3. Quando Chega a Escuridão (Near Dark, 1987), de Kathryn Bigelow Em Near Dark, quando Caleb conhece uma jovem forasteira bonita e muito estranha, chamada Mae, ele é um filhote já em idade de sair do ninho. Mae se aproveita disso e, decidindo fazer dele um vampiro igual a ela, o apresenta à sua nova família, completamente desfuncional e quase desprovida de regras. Mas a insistência de Caleb em não abraçar novos hábitos pode causar sua ruína, levando a reboque os que estão ao seu redor.<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /> Um dos muitos trunfos deste filme excepcional – que é estruturado por meio de sequências grandiosas graças ao talento de Kathryn Bigelow e à sua singular capacidade de transcender questões de gênero e compreender tanto o universo masculino quanto o feminino – é a compreensão de que não é apenas a vida de Caleb que muda a partir do encontro com Mae; ele mesmo é um agente de mudança, um explosivo detonado quando sua antiga família, a funcional, encontra a nova. Dessa intersecção entre mundos tão diferentes – o do amor e o da quase ausência dele – cria-se uma espécie de juízo final em miniatura, no qual aqueles passíveis de redenção terão sua chance, enquanto que os irrecuperáveis encontrarão seu destino. 2. O Vício (The Addiction, 1995), de Abel Ferrara O Vício, obra do diretor norte-americano Abel Ferrara, é uma espécie de pacote completo. Nele se pode encontrar um argumento rico, direção de atores competente, excelência estética e, principalmente, um diretor inteligente e que quer, de fato, dialogar com o espectador. Desse conjunto foi criado o melhor filme sobre vampiros que, ao mesmo tempo, não é exatamente sobre o vampirismo. O Vício é o modus operandi da predação em todas as escalas, assim como da presença ou ausência de moralidade que a constrói. Aqui, o rato de laboratório é Kathleen – a grande Lili Taylor, que frequentou as câmeras de Robert Altman nos Anos 1990 –, transformada numa vampira após ser mordida por uma estranha num beco. O nascer da sede de sangue – o vício do título – leva Kathleen a negar a maior parte das lições aprendidas em aulas de filosofia. “Aquela frase de Santillana, ‘os que não aprendem História estão condenados a repeti-la’, é uma mentira, pois não existe história; o que somos está sempre conosco”. Ou seja, tudo o que importa é o agora, o vício e a ausência de culpa ao satisfazê-lo. Nada mais. O grande dilema de Kathleen e da sua nova disciplina do sangue é que ela não traz a iluminação almejada. Ao contrário, Kathleen se torna um mero veículo para a desgraça e Ferrara mostra sua queda ao fundo do poço por meio de sequências bem indigestas, embora embaladas por uma fotografia em preto-e-branco que é nada menos que antológica. O predador que transfere a responsabilidade pela matança à vítima – “olhe-me nos olhos e me diga para ir embora”, diz ela antes de um de seus muitos ataques – não serve ao crescimento da coletividade e nem a ele mesmo, e Kathleen só percebe isso após um frenesi alimentar que, certamente, vai assombrar o espectador por muito tempo. No meio de todo esse pessimismo, no entanto, há espaço pra esperança. De tanto buscar a morte definitiva ou o renascimento – e se algum desses objetivos é alcançado ou não ao final do filme é algo a se discutir –, Kathleen terá a chance de aprender que ela estava enganada desde o começo. Sua disciplina do sangue é menos auto-indulgência e mais controle, menos potência e mais vivência, mais processo que resultado. Afinal de contas, como afirmou Neil Gaiman, “o que seria dos que habitam o Inferno se não tivessem a capacidade de sonhar com o Céu?" 1. Nosferatu (Idem, 1922), de F. W. Murnau Tanto já foi dito sobre Nosferatu - o arquétipo do vampiro, o ser amaldiçoado que carrega o fardo de precisar matar seus semelhantes para simplesmente existir - que escrever algo mais seria redundante. Nosferatu é dor, solidão, terror e morte. E o belo texto do Scofa também. Uma única menção honrosa, que eu vou comemorar se aparecer em alguma lista: A Sombra do Vampiro (Shadow of the Vampire, 2000), de E. Elias Merhige Esse filme, que não entrou na lista porque simplesmente não havia mais espaço, foi um dos meus preferidos no ano em que foi lançado nos cinemas. Merhige, a pretexto de mostrar como poderia ter sido a filmagem de Nosferatu (de Murnau, o primeiro lugar da minha lista) caso o diretor tivesse usado um vampiro verdadeiro, cria uma verdadeira opera gótica, uma tragédia cujo protagonista é um velho vampiro (Willem Dafoe, que está extraordinário) que insiste em ser o que é - um monstro do passado, uma relíquia - num mundo que não tem mais lugar para ele. É um filme cômico, trágico e muito bonito, tudo ao mesmo tempo. Alexei2010-06-21 08:42:06
  16. Hoje à noite posto minha lista.
  17. Nosferatu é muito bonito, isso sim. E o texto do Scofa ficou bem legal. "Compromisso de fazer concreto o não dito", trecho inspirado! Lost Boys eu vi faz uma vida inteira, nem me lembro direito. Mas curto A Hora do Espanto, que é um filme gostosamente B e cafajeste.
  18. Me diverti muito. Ri pra cacete com a estória das avestruzes e gostei da empatia que rola entre a Gemma Arterton e o Jake Gyllenhaal, ambos ótimos, aliás. Tem várias passagens em que o filme me lembrou muito Caçadores da Arca Perdida, aquela coisa toda de o individual ser a engrenagem que pode decidir o futuro de uma espécie inteira, para o bem e para o mal. Se foi uma homenagem proposital ou uma chupação descarada, não sei dizer. De qualquer forma, tô com a Veras. O filme é muito gostoso de se ver.
  19. Realmente, ouvi falar muito mal desse aí, mas qualquer dia eu confiro. Vai saber...
  20. 2/4 O mote de O Trem de Carne da Meia Noite é de primeira - pessoas começam a desaparecer nos trens do metrô de Nova York e isso desperta em um fotógrafo mórbido uma curiosidade que, depois, vira obsessão - mas o resultado é apenas regular. A foto é boa, tem um belo uso de filtros e os enquadramentos são interessantes. Sou fã do material original que deu origem ao filme, tanto que releio meus exemplares dos Livros de Sangue com alguma regularidade. Grande Clive Barker! Alexei2010-06-10 15:53:52
  21. Boas menções as do Nacka. Quando Chega a Escuridão possivelmente entrará nas minhas três indicações também, é um grande filme. Já Fome de Viver funciona comigo mais como um retrato da geração "Bela Lugosi is Dead". Que eu curto, aliás. Filmes podem ser belos instantâneos do contexto político-social, e nesse caso em particular eu gosto mais dessa conotação do que do resultado do filme em si. E tem Nosferatu. Filmão!Alexei2010-06-10 15:44:27
  22. Julianne Moore é fantástica mesmo. Grande atriz.
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