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Forum Cinema em Cena

Muviola

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Posts posted by Muviola

  1. É foda... o cara passa o ano inteiro acompanhando a temporada. Viu cada movimento, cada jogada política das produtoras, viu cada um dos indicados a todas as categorias torcendo pra que fossem o melhor filme do ano "in disguise". E no fim percebemos que, de fato, Mad Max é o melhor filme do Oscar. Então chega a semana da premiação e alguém, que viu só os indicados a melhor filme na última semana, solta: "Mas Mad Max só é bom pros prêmios técnicos". Dá uma vontade grande de voar no pescoço. 

     

    O que mais me deixa puto é ver aquilo de "Mad Max não tem roteiro". 

     

    Número 1: roteiro não é fala. Boa parte das pessoas confunde isto aí. Em Gravidade era a mesma coisa. Havia um milhão de camadas e subtextos ali, mas só enxergavam a pontinha do iceberg

     

    Número 2: a construção de um filme está muito além de sua trama. é difícil encontrar pessoas que saibam que Montagem é mais importante que o próprio roteiro. Até por isto, para os grandes mestres é na montagem que se passa boa parte da produção do filme. Kubrick, Eisenstein, Malick que o saibam

  2. Achei Cartel Land tecnicamente impecável, mas alguma coisa ali me incomodou: no final, a ideia central pra mim pareceu que o grande problema do narcotráfico é relacionado aos mexicanos cruéis. Há muito julgamento para os milicianos mexicanos, mas muito pouco para os milicianos debilóides americanos ali da fronteira. E pouca, muita pouca coisa se trata sobre um dos principais culpados da ação de grupos narcotraficantes: os próprios EUA. Pareceu muito mais um "aqueles selvagens do sul querendo nos invadir" do que a reflexão sobre a guerra em si. 

     

    Ainda assim, prefiro este ao Winter on Fire e ao da Nina SImone. 

  3. "Winter on Fire: Ukraine`s Fight for Freedom":

     

     Fiquei o tempo todo me questionando como passei vários meses acompanhando pela CNN e outras redes tal conflito e mesmo assim não deu para ter a dimensão do acontecido, senão por este documentário. Ele não é uma conversa de diplomatas ou homens de poder, ao contrário, a câmera está com o povo da praça Maidan. Nesse ponto de vista, trata-se de um documentário de molde clássico, regido pela imediaticidade, preocupado em mostrar os fatos quando estão acontecendo, pegando fogo. Os depoimentos são usados, mas são apenas complementares às imagens que estamos vendo. Daí a importância da coragem do diretor de estar sempre no meio do levante. Vale a pena ser visto. Netflix, manda mais!!!

     

     Documentário é sempre a categoria de nível mais parelho. Quase sempre todos os indicados seriam justos merecedores da estatueta. O favorito é o "Amy", mas esta produção poderia correr por fora.

     

    Meu lado economista fica perplexo em constatar que em 2015 o Brasil quase conseguiu ter uma recessão pior que a desta Ucrânia em guerra. Quase. Todavia, em 2016, teremos a proeza de crescer menos do que ela. 

     

    Vai vendo.

     

    Eu não gostei tanto assim. Na verdade, não que não gostei, mas achei que o outro documentário que a Netflix fez sobre "Revoluções", o The Square tinha muito mais camadas a ser exploradas. Achei claro uma denúncia muito relevante sobre autoritarismo e opressão policial (oi PM), mas é isto. Não acho que deveria ter ocupado o lugar que poderia ser de Going Clear, Best of Enemies ou Listen to Me Marlon.

  4. Queria muito que o DGA fosse pro Miller e o SAG pra Spotlight pra nós termos a temporada mais embolada de todos os tempos !! hahahaha

     

    Tenho a impressão que uma vez mais o vencedor de Montagem vai definir o vencedor geral!

  5. Sim, se você mostra personagens racistas/misóginos não quer dizer que o filme é racista/misógino. O que me incomoda no plano final, é que os lados distintos "dão as mãos" com aquela imagem da Daisy ao fundo. Enfim, acho a discussão longa. Só que como falei, não é apenas pelo fato do filme parecer misógino pra mim que me desagrada, mas principalmente a sua construção como um todo. Aquelas incursões do narrador (o Tarantino tem que aparecer de alguma forma, né) são absolutamente inúteis e não fazem sentido. Qualquer diretor mais habilidoso ou menos ególatra não precisaria de nada daquilo. 

  6. Vi ontem e que filme misógino, senhor Tarantino! Meu deus, o que aconteceu contigo? Já não havia gostado muito de Django, mas agora o nível baixou ainda mais. E assim, nem se a parte misógina tivesse me incomodado, eu não teria gostado do filme como obra. Sniper Americano tem um argumento final escroto, mas é excelente como obra narrativa. Os Oito Odiados é verborrágico ao extremo, longo sem necessidade, mal montado, pouco cinema. Infelizmente, tenho a impressão que a irreparável perda da Sally Menke tem muito a ver com isto. Tenho a impressão que ele segurava o rojão. Ficarei feliz se o Moriconne ganhar por trilha, mas é só isto mesmo

  7. Não há como levar a sério o Oscar. Não há como levar a sério uma premiação que menospreza assim o trabalho do Todd Haynes. Dos mais elegantes que vi em muito tempo. O carinho dele com luz, cenografia e movimentação de câmera é algo fenomenal. Meu único ponto de discórdia é que eu trocaria as nomeações de atriz e coadjuvante. Sim, ambas são potencialmente principais, mas claramente o ponto-de-vista é de Therese.

     

    Outra coisa que me chamou a atenção. Não sou o melhor ouvido do mundo, mas a música do filme me lembrou muito a de As Horas em algumas passagens. Enfim, dedo do meio para o Oscar. De novo.

  8. Não havia reparado, mas os únicos indicados de Creed e Straight outta Compton são homens brancos. O jantar dos indicados vai parecer de novo uma convenção do Donald Trump.

    Alicia Viklander ser indicada por Garota Dinamarquesa e não por Ex-Machina mostra mais uma vez como os votantes têm uma cabecinha pequena.

    Jennifer Lawrence pode fazer um filme inteiro latindo que ainda assim vai ser indicada. Não vi o filme, claro, mas deixar Charlize Theron de lado é zuado.

    Fiquei surpreso com a esnobação a Going Clear. Será que o lobby da Cientologia é forte por lá?

  9. O amiguinho anota todas as coisas de cultura dos húngaros, se esquecendo que a Hungria foi dos lugares na Europa que mais oprimiram na entrada dos refugiados sírios. Lembra-se daquela câmera que passou o pé naquele pai com a filha? Pois bem

    O amiguinho usa o termo "primeiro perdedor" pra falar de cinema. Jesus amado.....e vem me falar de cultura

    O amiguinho vê resenha no Youtube e fala em cultura...

    O amiguinho provavelmente está sofrendo porque não vai conseguir ir pra Miami

    O amiguinho sofre porque provavelmente nunca será capaz de fazer qualquer tipo de obra no mínimo relevante, em qualquer tipo de meio

    Amiguinho, foda-se 

  10. Vocês realmente tão incomodadinhos com a escolha dele? "Vai fazer piada com negros"

     

    Vocês claramente não entendem do que o humor do cara se trata! 

     

    "Este cara tem um humor grotesco, infantiloide, bobo..." Eu espero que tenha falado isto com ironia. "Ai ele fala coisas feias de brancos. Que feio.."

     

    Foda-se, ele foi o escolhido! Aguentem agora!

  11. Não assisti ainda, mas desde sempre eu via este filme como a versão americana do filme ficcional lá do Bastardos Inglórios. 

     

    Acho engraçada a carreira do Eastwood, ele notadamente é um bastião da direita americana desde a Dirty Harry. No entanto, com os anos passando nós poderíamos ver claramente um cineasta que trabalhava em uma paleta bem mais cinza de questões morais. Os Imperdoáveis, Sobre Meninos e Lobos, Menina de Ouro e Conquista da Honra e Cartos de Iwo Jima nos colocam numa linha tênue entre lei e justiça. Mas estranhamente a partir do Meninas de Ouro, seus filmes ficaram bem unilaterais (além de fracos narrativa e tecnicamente) e os questionamentos são só sobre seu reacionarismo. Pelo menos, este Sniper Americano parece um filme mais bem finalizado em técnica e narrativa.

  12. olha eu não tomaria a opinião do Pablo para filme algum, mas eu considero o Nolan o cara mais supervalorizado do cinema desde o Spielberg. O único filme dele que é impecável é o The Dark Knight. Nos outros, a sua necessidade de se explicar para o público gera experiências totalmente não-satisfatórias.

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