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Forum Cinema em Cena

Faéu

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Everything posted by Faéu

  1. Os Melhores Filmes do Semestre Semestre excelente, óbvio, a pessoa aqui só foi ver os filmes que achava que valeriam a pena. Assisti a coisas interessantíssimas em DVD, o que compensou e muito. Muito também vem da lerdeza na exibição de filmes em CAMPINAS-SP. Bom, vamos a listinha. Empate técnico nas primeiras colocações. Indecisão a ser resolvida com revisão; 01 Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Man) – Sangue Negro (There Will Be Bloody) – Wall E (idem) 04 Apenas Uma Vez (Once) 05 4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias (4 luni, 3 saptamâni, 2 zile) 06 Speed Racer (idem) 07 Desejo e Reparação (Atonement) 08 Homem de Ferro (Iron Man) 09 Cloverfield (idem) 10 Fim dos Tempos (The Happening) Não entraram na lista “Condor” (**), “Death of a President”(**), “Horton Hears a Who”(***), “I am Legend” (***), “Irina Palm”(*), “La Señal”(**), “Meu Nome Não É Johnny” (**) e “O Signo da Cidade” (***). Na esperança de ver: “3:10 to Yuma”, “Away From Her”, “Before Devil Knows You’re Dead”, “Cassandra’s Dream”, “Control”, “Eastern Promises”, “Falsa Loura”, ”I’m Not There”, ”La Question Humaine”, “Onde Andará Dulce Veiga?”, “Paranoid Park”, “Serra da Desordem” e alguns outros mais.
  2. Nome Próprio, de Murilo Salles (2008) A princípio “Nome Próprio” é promissor. O diretor sabe dar ao longa adaptado livremente de livros-coletânea (e posts do próprio) de blog alguma profundidade, algum mérito ou alguma linha que será seguida. Na liberdade de um longa independente, ousar escrever (literalmente) na tela as palavras pensadas para expressar o sentimento da blogueira. Filma claro no que é aquilo: após tempo suficiente, a blogueira Camila já fala como escreve. Bizarro, mas a personagem de (excelente) Leandra Leal é autora que se deixou tomar pela obra; notoriamente é meticulosa, calculista com cada frase que expressa em seu blog, e repete os feito em diálogos carne-e-osso. E durante os primeiros 40 minutos o diretor sabe mostrar bem o caos (ou ordem segundo ela) que cabe à vida da garota, e em uma das melhores cenas, com ótima posse de câmera e perfeito exame de montagem, filma magistralmente a teoria a respeito do adultério da garota. Mas estranho e que depois de certo ponto o diretor parece abandonar o estilo e assumir uma livre narração de um blog, e segundo ela, “se não gostou: não lê”. Bom, eu não gostei. A vida de Camila é daquela tipicidade de viver loucamente, como quiser, sem interferência do meio: o tipo de pseudo-único, que hoje é comum, típico ridículo. Mesmo que haja cenas boas, situações interessantes, essa são elementos disfocais, rotineiros, e assim são apresentados. Embora a idéia seja promissora, o resultado não saiu dos melhores. Bom, há Leandra Leal. Em certo momento, também está uma inspirada Rosanne Mulholland, mas “Nome Próprio” se deve à Leandra Leal, atriz que vem calçando uma carreira genial, em papéis que prepara cada vez melhor. O roteiro do longa é recheado de frases feitas que você encontra na blogosfera, a estilização boca-suja e os verbetes pretensos únicos, a necessidade pedia á atriz dar força a essas pronuncias de um forma difícil: não parecer calculada e parecer calculada. Dar normalidade aos diálogos, mas deixá-los soar forte como uma marca registrada, robótico. E de fato consegue, é possível ver no próprio trailer do filme, um dos melhores “Merdas” já pronunciado. Leandra Leal ainda esculpe bem os tiques da garota e deixa-a parecer em outro plano, como se Camila tivesse saído da rede para visitar o mundo físico com data marcada para voltar. Momento quebrado apenas em um boa cena: “Não quero te conhecer de verdade, você vai estragar a imagem que eu já criei na minha cabeça”. Ao fim “Nome Próprio” vai se tornando vazio, culmina na cena final com algo á dizer que é óbvio, mas que assim como faz Camila, adquiri profundidade pseudo. '
  3. Nome Próprio Nome Próprio Direção: Murilo Salles Roteiro: Murilo Salles Elenco: Leandra Leal (Camila), Milhem Cortaz, Rosanne Mulholland (Paula), Juliano Cazarré, Munir Kanaan, Reginaldo Faidi, Alex Didier Sinopse: "Nome Próprio" conta a história de uma jovem mulher que dedica a vida à sua paixão, escrever. Camila é intensa, complexa e corajosa. Para ela, o que interessa é construir uma trajetória como ato de afirmação. Sua vida é sua narrativa. Construir uma existência complexa o suficiente para se escrever sobre ela. "Nome próprio" é um filme sobre a paixão de Camila. De sua busca por redenção. Quer a literatura como ato de revelação. Para tal, cria vínculos. Carente, os destrói. Por excesso. Por apego. Por paixão. "Nome Próprio" é o olhar sobre uma personagem feminina que encara abismos e, disso, retira a força que necessita para existir. Para Camila, a vida floresce das cicatrizes de seu processo de entrega absoluta e vertiginosa.
  4. Um Tiro na Noite, de Brian de Palma (1981) Se inicia dentro de um filme B e de sua projeção, e parece nunca ir tão longe dessa classificação. Por conta das básicas estripulias cinematográficas do diretor, de um uso forte de metalinguagem e de seu elenco exagerado (e excelente em seus postos), recebe sempre o tom de brincadeira. Mas a câmera e a decupagem dos planos estão sob comando de Brian De Palma, o que lembra uma inconstância provável na seqüência de gêneros. Jack Terry (Travolta) é sonoplasta, e sua profissão chave da narrativa e máxima dos adereços que o longa propõe e dá o alternativo e a unicidade deste suspense. Na primeira vez que vemos De Palma “brincar”, usa uma alternância entre trilha sonora e silêncio, cria suspense. Mais interessante é esta culminar no riso. Ou seja, em menos de minuto existe oscilação de pânico e cômico. A minha “melhor cena”. Também estão lá as divisões de tela (Split Screen), que ganham gradientes, se acoplando à cena, se tornando um único quadro. Na cena do “blow out” ganha mais um momento antológico, onde também presente os efeitos de som, cria um momento que pode ser chamado de exibicionista, mas o conteúdo apresentado é algo que vale apreciar. Ganha muito também com a fotografia, de “sotaque” noir, de luzes noturnas distorcidas. Belíssima, mais marcante na cena final que é pura obra de arte. No primeiro da trilogia-homenagem à Hitchcock, ressuscita a brincadeira das aparições do diretor através das citações: Hitchcock pode ser estilismos e nítidas imagens recriadas a partir de seus clássicos, ou mesmo das mais obscuras películas de sua filmografia. “Um Tiro na Noite” também é aquela verdade clichê de “amor ao cinema”, e por mais que queira-se evitar esse senso comum, a declaração funciona, a prova: o brilho nos olhos do cinéfilo apaixonado que a assiste. Não somente de beleza visual classifica-se grande “Um Tiro na Noite”: o roteiro é meticulosamente arquitetado, de qualidade narrativas exemplares. Trata a narrativa a respeito da conspiração de modo tênue, em voz de certeza, enquanto parece desleixada demais para realmente ser tão forte. Bastante interessante e agravante a graduação de um personagem que se torna aos poucos assassino serial, com aparições preciosas e memoráveis. Além da morte principal, magistralmente filmada, ”Um Tiro na Noite” se encerra com um final surpreendente da melhor maneira a se imaginar. Completamente fora do eixo, problematizando o que parecia ser apenas confete. Genial.
  5. O atropelamento em TUDO SOBRE MINHA MÃE
  6. Laranja Mecânica revisto. Bem ruinzinho
  7. Olha... o Daniel é de Campinas Decidido e vai ser de Laranja Mecânica mesmo. Mando no fim de semana .
  8. WALL-E! Sem pensar! Lista completa aqui: http://01h58m28s.wordpress.com
  9. Chegou ontem meu duplo de Laranja Mecânica... quem sabe. Mas Kubrick dói
  10. THE HAPPENING, EUA 2008 Acaba sendo comum assitir às obras de Shyamalan subestimando-as. Até mesmo quem conhece o diretor, o aprecia, vê sempre o viez do suspense como máxima. Erra. Cada vez com mais força o diretor indiano aprofunda seus filmes tendendo teorias sociológicas, que nem sempre são imagináveis em sinopses como a dessa obra. Em “The Happening”, a natureza depois de assitir por tempos o homem se auto-extinguindo, resolve salvar-se, dando um ‘empuranzinho’ à população que a está levando junto, inutilizando o extinto humano de auto-preservação. O roteiro do longa faz caricatura. Generaliza e dá forças: o homem está se matando, inutilizado o sentido que o previne disso, o resultado é o suicídio em massa. O instinto máximo do homem vem se tornando a busca pela unicidade (sim, física) no mundo. “Perdemos contato. Com quem? Com todos.” O homem em escala desevolutiva. Shyamalan desenvolve em seus personagens destacando que dentro do homem permance a animalidade e toda a fraqueza escondida atrás da racionalidade. O homem inerte frente ao que não controla, as ações dos personagens são como criaturas mínimas indo de um lado ao outro, em desespero, pela simples sobrevivência. Há adição de comicidade no contexto. Como depois de anos inerte, o monstro levantasse, mostrando então a superioridade. Cômico ver a irônia de se fugir do vento ou pedir clemência à uma planta (de plástico). O longa parece conter cada uma das vulnerabilidades do mundo humano. O que dizer quando, depois de inúmeros corpos se atirarem de um prédio, alguém olha para cima, olhando, talvez não, mas clama: “Meu Deus”. A fraqueza do homem frente a possibilidade de estar sozinho. Existem deslizes: se em um momento é sútil e áspero dizendo “olha, é tudo falso” em outro é totalmente dispensável e panfletário quando diz “vocês mereceram tudo isso”. E se em uma cena sabe chocar deixando o subconsiente formar a imagem, no outro utiliza recursos de som para ‘atenuar’, estragando algo que provavelmente era brilhante. Mas as sutilezas parecem somar mais. Na última cena citada, Shyamalan já se remenda. Depois do choque, o diretor contempla o pânico (o que prova que aquele recurso foi um dos mais infeliz de sua carreira) dentro de um carro, mas muito diferente do restante de sua filmografia, os passageiros sentem-se seguros trancados ali. Shyamalan eleva a câmera, um furo no isolamento humano dentro de suas invensões. John Leguizamo, ótimo, tenta acalmar mas está no seus olhos o que virá. Sutíl e áspero, triste. E defendo que John Leguizamo não esteja sozinho na excelência do elenco apedrejado. A personagem caricatural e exagerada de Deschanel, culpada por um tiramissu. Mais seria só mesmo um tiramissu? O mundo ruiu antes que outra coisa acontecesse. E quando pondera suas ações, também não é pálida. Wahlberg me agrada muito. O ser-humano entra em certo desconserto frente ao perigo. Não seria estereótipo demais se fosse o esperado? Certo que não é seu melhor momento, mas de ruim está longe. Talvez sua interpretação tenha um ponto máximo em um momento do filme, que talvez seja pura bobagem, a resposta ao tiramissu seria real ou apenas um perdão? Assim sendo a atuação de Mark Wahlberg não estaria excelente naquele momento? Me corrói um pouco os momentos finais. Mas os inúmeros elogios que fiz, me faz repensar inúmeras vezes a respeito desse. Provavelmente, “The Happening” é mais um filme de Shyamalan que irei rever várias vezes e descobrirei sempre o novo. O Sergio Alpendre, do Chip Hazard, disse um ótima verdade na sua resenha desse mesmo filme. Poucos como Shyamalan nos fazem pensar tanto em suas obras nos dias de hoje. São pinturas à se reparar não na superfície, mas em cada pincelada. E isso não é ótimo? THE HAPPENING M. NIGHT SHYAMALAN: Lady In The Water Unbreakable The Happening Signs The Sixth Sense The Village
  11. THE HAPPENING, EUA 2008 Acaba sendo comum assitir às obras de Shyamalan subestimando-as. Até mesmo quem conhece o diretor, o aprecia, vê sempre o viez do suspense como máxima. Erra. Cada vez com mais força o diretor indiano aprofunda seus filmes tendendo teorias sociológicas, que nem sempre são imagináveis em sinopses como a dessa obra. Em “The Happening”, a natureza depois de assitir por tempos o homem se auto-extinguindo, resolve salvar-se, dando um ‘empuranzinho’ à população que a está levando junto, inutilizando o extinto humano de auto-preservação. O roteiro do longa faz caricatura. Generaliza e dá forças: o homem está se matando, inutilizado o sentido que o previne disso, o resultado é o suicídio em massa. O instinto máximo do homem vem se tornando a busca pela unicidade (sim, física) no mundo. “Perdemos contato. Com quem? Com todos.” O homem em escala desevolutiva. Shyamalan desenvolve em seus personagens destacando que dentro do homem permance a animalidade e toda a fraqueza escondida atrás da racionalidade. O homem inerte frente ao que não controla, as ações dos personagens são como criaturas mínimas indo de um lado ao outro, em desespero, pela simples sobrevivência. Há adição de comicidade no contexto. Como depois de anos inerte, o monstro levantasse, mostrando então a superioridade. Cômico ver a irônia de se fugir do vento ou pedir clemência à uma planta (de plástico). O longa parece conter cada uma das vulnerabilidades do mundo humano. O que dizer quando, depois de inúmeros corpos se atirarem de um prédio, alguém olha para cima, olhando, talvez não, mas clama: “Meu Deus”. A fraqueza do homem frente a possibilidade de estar sozinho. Existem deslizes: se em um momento é sútil e áspero dizendo “olha, é tudo falso” em outro é totalmente dispensável e panfletário quando diz “vocês mereceram tudo isso”. E se em uma cena sabe chocar deixando o subconsiente formar a imagem, no outro utiliza recursos de som para ‘atenuar’, estragando algo que provavelmente era brilhante. Mas as sutilezas parecem somar mais. Na última cena citada, Shyamalan já se remenda. Depois do choque, o diretor contempla o pânico (o que prova que aquele recurso foi um dos mais infeliz de sua carreira) dentro de um carro, mas muito diferente do restante de sua filmografia, os passageiros sentem-se seguros trancados ali. Shyamalan eleva a câmera, um furo no isolamento humano dentro de suas invensões. John Leguizamo, ótimo, tenta acalmar mas está no seus olhos o que virá. Sutíl e áspero, triste. E defendo que John Leguizamo não esteja sozinho na excelência do elenco apedrejado. A personagem caricatural e exagerada de Deschanel, culpada por um tiramissu. Mais seria só mesmo um tiramissu? O mundo ruiu antes que outra coisa acontecesse. E quando pondera suas ações, também não é pálida. Wahlberg me agrada muito. O ser-humano entra em certo desconserto frente ao perigo. Não seria estereótipo demais se fosse o esperado? Certo que não é seu melhor momento, mas de ruim está longe. Talvez sua interpretação tenha um ponto máximo em um momento do filme, que talvez seja pura bobagem, a resposta ao tiramissu seria real ou apenas um perdão? Assim sendo a atuação de Mark Wahlberg não estaria excelente naquele momento? Me corrói um pouco os momentos finais. Mas os inúmeros elogios que fiz, me faz repensar inúmeras vezes a respeito desse. Provavelmente, “The Happening” é mais um filme de Shyamalan que irei rever várias vezes e descobrirei sempre o novo. O Sergio Alpendre, do Chip Hazard, disse um ótima verdade na sua resenha desse mesmo filme. Poucos como Shyamalan nos fazem pensar tanto em suas obras nos dias de hoje. São pinturas à se reparar não na superfície, mas em cada pincelada. E isso não é ótimo? THE HAPPENING M. NIGHT SHYAMALAN: Lady In The Water Unbreakable The Happening Signs The Sixth Sense The Village
  12. THE HAPPENING, EUA 2008 Acaba sendo comum assitir às obras de Shyamalan subestimando-as. Até mesmo quem conhece o diretor, o aprecia, vê sempre o viez do suspense como máxima. Erra. Cada vez com mais força o diretor indiano aprofunda seus filmes tendendo teorias sociológicas, que nem sempre são imagináveis em sinopses como a dessa obra. Em “The Happening”, a natureza depois de assitir por tempos o homem se auto-extinguindo, resolve salvar-se, dando um ‘empuranzinho’ à população que a está levando junto, inutilizando o extinto humano de auto-preservação. O roteiro do longa faz caricatura. Generaliza e dá forças: o homem está se matando, inutilizado o sentido que o previne disso, o resultado é o suicídio em massa. O instinto máximo do homem vem se tornando a busca pela unicidade (sim, física) no mundo. “Perdemos contato. Com quem? Com todos.” O homem em escala desevolutiva. Shyamalan desenvolve em seus personagens destacando que dentro do homem permance a animalidade e toda a fraqueza escondida atrás da racionalidade. O homem inerte frente ao que não controla, as ações dos personagens são como criaturas mínimas indo de um lado ao outro, em desespero, pela simples sobrevivência. Há adição de comicidade no contexto. Como depois de anos inerte, o monstro levantasse, mostrando então a superioridade. Cômico ver a irônia de se fugir do vento ou pedir clemência à uma planta (de plástico). O longa parece conter cada uma das vulnerabilidades do mundo humano. O que dizer quando, depois de inúmeros corpos se atirarem de um prédio, alguém olha para cima, olhando, talvez não, mas clama: “Meu Deus”. A fraqueza do homem frente a possibilidade de estar sozinho. Existem deslizes: se em um momento é sútil e áspero dizendo “olha, é tudo falso” em outro é totalmente dispensável e panfletário quando diz “vocês mereceram tudo isso”. E se em uma cena sabe chocar deixando o subconsiente formar a imagem, no outro utiliza recursos de som para ‘atenuar’, estragando algo que provavelmente era brilhante. Mas as sutilezas parecem somar mais. Na última cena citada, Shyamalan já se remenda. Depois do choque, o diretor contempla o pânico (o que prova que aquele recurso foi um dos mais infeliz de sua carreira) dentro de um carro, mas muito diferente do restante de sua filmografia, os passageiros sentem-se seguros trancados ali. Shyamalan eleva a câmera, um furo no isolamento humano dentro de suas invensões. John Leguizamo, ótimo, tenta acalmar mas está no seus olhos o que virá. Sutíl e áspero, triste. E defendo que John Leguizamo não esteja sozinho na excelência do elenco apedrejado. A personagem caricatural e exagerada de Deschanel, culpada por um tiramissu. Mais seria só mesmo um tiramissu? O mundo ruiu antes que outra coisa acontecesse. E quando pondera suas ações, também não é pálida. Wahlberg me agrada muito. O ser-humano entra em certo desconserto frente ao perigo. Não seria estereótipo demais se fosse o esperado? Certo que não é seu melhor momento, mas de ruim está longe. Talvez sua interpretação tenha um ponto máximo em um momento do filme, que talvez seja pura bobagem, a resposta ao tiramissu seria real ou apenas um perdão? Assim sendo a atuação de Mark Wahlberg não estaria excelente naquele momento? Me corrói um pouco os momentos finais. Mas os inúmeros elogios que fiz, me faz repensar inúmeras vezes a respeito desse. Provavelmente, “The Happening” é mais um filme de Shyamalan que irei rever várias vezes e descobrirei sempre o novo. O Sergio Alpendre, do Chip Hazard, disse um ótima verdade na sua resenha desse mesmo filme. Poucos como Shyamalan nos fazem pensar tanto em suas obras nos dias de hoje. São pinturas à se reparar não na superfície, mas em cada pincelada. E isso não é ótimo? THE HAPPENING M. NIGHT SHYAMALAN: Lady In The Water Unbreakable The Happening Signs The Sixth Sense The Village
  13. Ou então por maior número de notas mais altas. Exemplo A - 10 10 8 8 0 B - 9 9 9 9 0 A venceria...
  14. Ok, era um texto sobre a beleza de de FAR FROM HEAVEN. Mas no final não foi tão ruim, houve quem amou muito e quem odiou completamente. Mas não foi muito agradável ouvir que meu texto diz nada. E Calvin, o que disse sobre Juno foi muito infeliz. Não eram aqueles os motivos pelo qual não gosto, mas acabou ficando por isso.
  15. batgody, a respeito do texto estar deveras enfeitado, ok. Mas dizer nada em 4 parágrafos? Não fiquei ofendido, mas fala-se sim. Explicito no 2º e 3º, como exemplo, é a respeito das interpretações de Moore e Quaid, ponto. A respeito do 1º, é o que acredito como síntese do longa. O 3º posso até ter mal me expressado com "papel de caligrafia". Enfeitado demais? Ok, talvez. Mas ininteligível ou vazio? PS.: hayneS, anotado Faéu2008-06-29 18:58:57
  16. MATCH POINT, UK 2005 Créditos inicias, em preto e branco, ordem alfabética. Sorte. Alguns minutos, um close no mais famoso livro de Dostoévsky: é um subtítulo que não entendemos à primeira vista, irônico. Mas tudo é raso, é um pano no fundo, algo mais acontece à frente com Chris Wilton. Woody Allen cria um de seus personagens mais complexos, o aprofunda extremamente e bem. Por mais auto-indulgente que seja, o personagem de Rhys Meyers (excelente, como ser-humano comum, como vilão pastel, como falso melodramático, como um Ripley) está sempre deixando-se levar, o que facilita entender seus atos. Depois de uma teorização através de um roteiro assustadoramente bom, menos importa ação, mais importa o que irá ocorrer com o casal principal, fechado com uma Scarlet Johansson tão talentosa quanto linda, de femme fatalle à adolescente apaixonada - força demonstrada no ódio ao apertar sutilmente mais forte uma taça até exageros inconscientes como roer unhas e puxar os cabelos. O Woody Allen Diretor aparece aqui também em um de seus melhores trabalhos (provavelmente um de seus três melhores trabalhos). Maniqueísta como seu personagem, após compor seus coadjuvantes, usa-os como marionetes, nenhum acaso ocorrerá ali, tudo muito óbvio, como se nenhum deles realmente pudesse manifestar ação além de aguardar o que a vida lhes reserva. E ali Allen decupa maravilhosamente bem cada quadro, atenuando nossa visão aos agentes modificadores da vida de Chris e Nola: focalizando a sogra de Chris por detrás da cabeça de seu sogro, então entedemos que algo virá através de um olhar; atenuando a abrangência dos quadros junto com a fotografia, mais vívida, para filmar uma das mais tórrida cenas de sexo da década (brilhantemente, também uma das menos vulgares); utilizando rimas visuais em duas cenas onde engana o espectador que facilmente pensa identificar o fim da trama; inúmeros elementos que nunca havíamos visto em sua filmografia, aqui aguçam os sentidos como se por mais óbvio que parecesse o pessimismo habitual, não existisse aqui. E existe? Pautável sob as lentes desse Match Point. O ato final é brilhante. O frio com que Londres é filmada, as sombras que atenuam aos poucos, mas que jamais encobrem os cenários por completo, o charme por detrás do que não se vê e a crueza que as substitui. O diretor também filma seu elo de forma um bocado hitchcock. Os atos de Chris são sempre acompanhados de uma tensão por algo que não ocorre, o diretor adere a sorte às cena, a trilha sonora lembra tragicidade, nos engana (e novamente, engana?). Já comentei as duas atuações principais. Mas comentei pouco ao que merecem. São impressionantes na realidade, nunca exasperadas, transitam para chegar no ponto ideal, nunca alterações brucas. Os dois atores são calmos no que fazem, por isso fazem bem. Talvez por saírem do estereótipo são tão reais, não são um leque de possibilidades, as afetações que os ocorrem são desenhadas sempre iguais em seus rostos. Match Point é bom o suficiente para poder ser ambíguo sem ser ruim. O julgamento não parte das mãos de Woody Allen, incrível, também não parte das nossas. Vilão e mocinha são potenciais, os personagens são apolares, multilaterais. São duas pessoas que sempre nos farão pensar a seu respeito, analisaremos, mas a conclusão será sempre mutável. MATCH POINT
  17. Queria ter escrito um texto especialmente para aqui, mas não deu. Vai meu texto sobre a beleza de FAR FROM HEAVEN: FAR FROM HEAVEN, EUA, TODD HAYNESS Há muita beleza em “Far From Heaven”; de sobra. Visualmente é mágico, cores vivas alcançam algo novo em cada utilização: um campo de flores e árvores que inexistem em sua beleza; roupas muito bem desenhadas, mas que só ganham destaque, vida e importância sobre Julianne Moore; as sombras que vezes furam a beleza estética daquela sociedade perfeita, para se sair do melodrama e adentrar um noir pessimista e, quando nenhum dos dois, é fantasia, com brilho e contraste de um sonho. Há sem dúvidas Julianne Moore. Há em todos os lugares e em lugar nenhum. Se espanta ver que a atriz é Cathy Whitaker até as vísceras, espanta igualmente a capacidade de fazer com que sua performance se neutralize meio ao filme. O “Sr. Magnatech”, Dennis Quaid, surpreende, mesmo que seu personagem seja construído mais por fragmentações. Frank é um telefonema, uma citação em um bate-papo ou em matéria de revista. Essa não-presença deixa o personagem de Quaid sempre como algo há ser revelado. Quando surge em cena o ator surpreende alcançando com exatidão a polarização de características de seu personagem. Hora expressa nada, um vulto em meio ao glamour “50’s”, hora é poço de emoções contidas. Melhor: não decepciona em nenhum dos dois. Os movimentos de câmera são líricos, a decupagem feita sobre papel de caligrafia. No momento em que vemos Cathy como anfitriã de uma festa (abordada desde o princípio no roteiro), a câmera se movimenta de forma que parece estarmos entrando em um baile de contos-de-fada, embalada por um azul aveludado. Melhor que isso é a edição que segue o plano, do quintal para a sala. Montagens como essa ocorrem diversas vezes e são alívios visuais sempre bem-vindos no longa de Todd Hayness. Outras memorabilidades cênicas vem de momentos peculiares onde visivelmente vemos a família perfeita ruir. A cena da descoberta de Cathy sobre um outro lado de seu marido e outra onde tenta-se contorná-la, são filmadas completamente distorcidas em relação ao resto do longa. A última citada se torna ainda mais bela se depois de visto o longa dermos uma olhada na referência de melodrama que Hayness se inspirou. Como última coisa a falar sobre, “Far From Heaven” toca leve na ferida do preconceito racial (leve demais; às vezes conseqüências são apenas justificações do roteiro que, em um melodrama, é coisa bastante dispensável). Mas uma cena é simplesmente genial em sua técnica, e uma das melhores dessa década. Em um cenário praticamente aberto, onde não existem portas que escondam segredos e as paredes nada mais são que ouvidos, constrói-se toda uma cena por olhares impiedosos ao vilão daquela sociedade. Os cortes secos não só afligem ao personagem como a nós, é como se realmente estivéssemos presenciando um crime e ficássemos estáticos e em silêncio. Melhor fica a cena com sobreposições feitas com um diálogo sobre divindade dois personagens que parecem participar de outro plano. “Far From Heaven” é sonho-pesadelo de Cathy, sempre alterna a personagem entre prisão e liberdade. Mas ao fim, temos mesmo não sonho ou pesadelo, mas realidade. Realidade cinza, que depois é contraposta por uma pintura novamente colorida, seria a única saída do real: esperança.
  18. As críticas do Pablo me lembram aquelas senhoras de shopping reclamando da falta de classe de quem frequenta o mesmo ambiente que elas. "ver um grupo de personagens tentando fugir do vento é absurdo demais para não despertar risos de incredulidade" (sim, porque o Pablo em um momento desses provavelmente meditaria ou repetiria um mantra ao inves de procurar qualquer explicacao, por mais imbecil que fosse, para sobreviver.) “inativa o instinto de auto-preservação das vítimas, levando-as ao suicídio” (oh, Deus...)" é provavelmente tão (oh, Deus...) quanto " aburrice da moça que supostamente deveria resolver o tal enigma provavelmente representa a maneira com que Shyamalan enxerga seu público" "cuja personagem oscila entre a caricatura e o Framboesa de Ouro ", nossa... que variacao "uma subtrama envolvendo a esposa desaparecida do personagem do desperdiçado John Leguizamo (algo que logo é abandonado) " e o Pablo nao prestou a atencao devida "deduzir que o próximo projeto de Shyamalan será melhor do que este Fim dos Tempos porque sabemos que ele (ou qualquer outro cineasta) dificilmente seria capaz de fazer algo pior" , é, o Pablo ja disse isso a respeito de A Dama na Agua. E ele pelo menos errou. Errou porque provavelmente nao viu os filmes que citou ( O Terror Veio do Espaço e Os Espartalhões)Faéu2008-06-22 00:12:06
  19. pronto, faltando ver apenas FIM DOS TEMPOS 01 - A DAMA NA ÁGUA ***** 02 - CORPO FECHADO **** 03 - O SEXTO SENTIDO *** 03 - SINAIS ** 05 - A VILA **
  20. Vour rever Sinais agora. Ontem assisti 15 minutos e tive uma reação completamente contária a que eu tinha antes, mas estava com sono, então não vale.
  21. UNBREAKABLE, EUA 2000 Imagem retirada de ihavehiddenyourkeys.com David Dunn é literal inquebrável, sobrevivente de um acidente de trem fatal a todos, senão ele. Pouco depois do peculiar incidente conhece Elijah Price, seu completo oposto, tem falta de uma substância nos ossos que o torna propício a fraturas. Assisti “Corpo Fechado” (Título BR) sabendo restritamente isso e acredito que a experiência tenha sido beneficiada por ir totalmente contrária ao que se imagina. O roteiro é um dos mais bem desenhados pelo indiano. Se encontro diversos problemas na inclusão de elementos no roteiro de “O Sexto Sentido”, aqui Shyamalan superou esse seu déficit; o filme desenrola-se em tom coerente, sempre lento, como os movimentos da câmera, e acompanhado de uma fotografia que parece sempre fria mesmo no mais quente dos dias, o diretor deixa sempre algo a acontecer, e nesses momentos inclui algo relativamente importante. Cita algo que não sabemos e aguça nossa curiosidade. A trama de “Unbreakable” flui mesmo que percorra caminhos sempre impensáveis, sua resolução não foge à regra das reviravoltas de M. mas, contida como seus subtextos, é apenas outra coisa que descobrimos, em um roteiro tênue, enxuto, cuja sobressalências não fazem desmerecer o restante da película. A direção do indiano é como sempre, um primor no suspense. Aqui ativa sensoriais dificílimas de alcançar em algumas cenas que fascinam: Ao início, dentro do citado trem, como se espiássemos Bruce Willis, Shyamalan fica fazendo movimentos que chegam a irritar, indo e vindo em espaços entre os bancos dos passageiros enquanto cria alguma tensão entrando e saindo de túneis. Mas o efeito nos deixa psicologicamente dentro do trem, o que faz funcionar, nos momentos que antecedem o acidente, o desespero, como o último suspiro; outro momento, novamente usando a iminência da situação, na única vez que utiliza a vulnerabilidade de Samuel L. Jackson para tensão, a excelente equipe de som do longa se alia ao diretor para arrepiar a espinha como se fossemos nós que sentissemos cada nervo do corpo se rompendo; e meu último momento é relativamente curto, um elemento normalmente apresentando uma liberdade à filmes, aqui ganha uma produção que dá um excelente momento de claustrofobia. “Unbreakable” é sem dúvidas o mais longe que M. Night Shyamalan chegou de sua megalomania, e mesmo que pareça sempre faltar força na narrativa, isso talvez causasse uma mudança de gênero no qual se tornaria apenas mais um. E o despeito, confesso, é algo provavelmente mutável em uma revisitada. UNBREAKABLE Faéu2008-06-15 19:22:16
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