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Forum Cinema em Cena

SisterJack

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Posts posted by SisterJack

  1. FILADÉLFIA (Philadelphia' date=' 1993)
    - Diretor: Jonathan Demme[/quote']

     

    Horrível.


    ALMAS GÊMEAS (Heavenly Creatures, 1994)
    - Diretor: Peter Jackson

     

    Ótimo.

    PROCURA-SE AMY (Chasing Amy, 1997)
    - Diretor: Kevin Smith

     

    Kevin Smith (i.e., meio tapado).

     

     

    O melhor filme envolvendo homossexualismo é Mal dos Trópicos (2004), de Apichatpong "Joe" Weerasethakul. O segundo melhor é Safe (1995), de Todd Hanyes. O terceiro melhor é O Rio (1997), de Tsai Ming-Liang. Vá atrás desses.
  2. Fla sério!! comédia vagas e errantes? allen? que isso. há ótimos filmes dele como O escorpião de Jade' date=' Dirigindo no Escuro e o subestimado Melinda e Melinda.[/quote']

     

    Eu não disse "vagas" e "errantes" negativamente. É só uma descrição (bem óbvia) do estilo dele. Eu não vejo como alguém pode discordar que as narrativas dele costumam ser divagantes.

     

    Eu geralmente gosto das comédias dele, embora os exemplos que você citou sejam alguns dos filmes mais fracos que ele já fez. Assista Annie Hall, ZeligA Última Noite de Boris Grushenko, Desconstruindo HarryA Rosa Púrpura do Cairo. E olha que eu nem vi Manhattan ainda, o que tudo indicar ser o melhor dele.

     

    para mim as atuações de Match são um espetáulo a parte.

     

    Sim, se observar madeira pode ser considerado um espetáculo.
    SisterJack2007-01-07 10:45:47
  3. 68. Bem divertido, e depois de anos de comédias neuróticas vagas e errantes, é impressionante ver o Woody criar uma trama de suspense bem estruturada e direta. É uma pena que o diálogo e as atuações saíram mais duros e achatados que aquele gato vagabundo que ousou atravessar a BR116.
  4. Puxando pela memória existe um livro (que virou um filme muito bacana escrito por um CIENTISTA - Carl Sagan) chamado "Contato" que pode ser resumido no seguinte: tudo é uma questão de "experimentação/experienciação". Existem aquelas que podem ser reproduzidas e/ou ter seus efeitos inferidos' date=' medidos de modo indireto pela observação (experimentações científicas). Outras, não (experienciações pessoais).[/quote']

     

    Eu gosto do Carl, eu não li o livro ainda, mas se por "experienciações pessoais" você está falando do fato de que a Ellie não pôde provar para o mundo que ela realmente fez a viagem, então aquela fita com 17 horas de gravação foi só uma piada? (Eu ainda me irrito com o filme por ele ter deixado essa evidência tão clara jogada de lado, convenientemente dando espaço pra questão de fé que ele queria lidar).

     

    Mas eu suspeito que o livro seja diferente. Um amigo me falou (se eu não estou me confundindo) que há algo envolvendo a descoberta de um código escrito na própria matemática que seria prova irrefutável da existência de Deus. Parece interessante.

     

    Boa lembrança. Salvo engano' date=' nem mesmo Occam se sentiu confortável para aplicar sua Navalha na discussão sobre a existência ou não de Deus[/quote']

     

    É porque o Occam aparentemente fumava crack:

     

    "[Occam] apparently considered Christianity to be outside the scope of his rule, once writing, "No plurality should be assumed unless it can be proved (a) by reason, or (B) by experience, or © by some infallible authority." The last clause "refers to the Bible, the Saints and certain pronouncements of the Church" (Hoffmann 1997)."

    (Wikipedia)

     

    17

     

    Mas a Navalha dele é geralmente usada pra apoiar a crença na não existência de Deus:


    "Within the framework of scientific rationalism one arrives at the belief in the nonexistence of God, not because of certain knowledge, but because of a sliding scale of methods. At one extreme, we can confidently rebut the personal Gods of creationists on firm empirical grounds: science is sufficient to conclude beyond reasonable doubt that there never was a worldwide flood and that the evolutionary sequence of the Cosmos does not follow either of the two versions of Genesis. The more we move toward a deistic and fuzzily defined God, however, the more scientific rationalism reaches into its toolbox and shifts from empirical science to logical philosophy informed by science. Ultimately, the most convincing arguments against a deistic God are Hume's dictum and Occam's razor. These are philosophical arguments, but they also constitute the bedrock of all of science and are not dismissed as non-scientific. The reason we put our trust in these two principles is because their application in the empirical sciences has led to such spectacular successes throughout the last three centuries."
    (Wikipedia)

    PS: Eu não estou usando citações do Wikipedia como uma confirmação conveniente; é que ele simplesmente evita a minha necessidade de ter que escrever.


    PPS: Voltando pra O Grande Truque...
    SisterJack2007-01-03 17:28:42
  5. a) Pessoas não perdem a fé pq descobrem que o homem veio do macaco ou que o universo surgiu de uma explosão;

     

    Mude isso para "Pessoas que não são as pessoas que o SisterJack conhece".


    Confie em mim: eu conheço uns dois caras que pararam de acreditar em Deus ao ler o (excelente) The Blind Watchmaker' date=' um livro sobre evolução do Richard Dawkins. O resto dos meus amigos ateus também perderam qualquer possibilidade de crença em Deus ao conhecerem mais e mais sobre explicações científicas.

     

    Só o fato de alternativas baseadas em lógica/razão ficarem disponíveis há alguns séculos atrás já facilitou imensamente o crescimento de pessoas que evitam recorrer a religião para explicar o mundo.

     

    Pra clarificar: uma pessoa perder a fé não acontece facilmente. Se uma pessoa acredita em Deus com convicção, ela raramente vai parar de fazer isso. O oposto é mais comum. Quando eu falo que em O Grande Truque, a ciência está diminuindo o efeito da fé, eu digo no sentido de estar proporcionando alternativas racionais/concretas para a compreensão do mundo.

     

    É provável que a maioria dos ateus nunca realmente acreditou em Deus (especialmente depois da infância), mas apenas o aceitou como uma explicação -- até ver que essa explicação não era satisfatória.

     

    B) As pessoas não acreditam em Deus devido a coisas inexplicáveis. A crença se deve a fatores muito mais complexos e interessantes do que isso.

     

    Desde que alternativas científicas começaram a surgir. Medo da morte; criação num ambiente familiar altamente religioso; uma forma de se sentir parte de um grupo de apoio; inconformação com a dureza da realidade: vários fatores que são e sempre foram influencia forte na crença (ou a vontade de crer) em Deus.

     

    Mas antes de explicações alternativas ficarem disponíveis, acessíveis e aceitáveis, mesmo pessoas que não tinham fé provavelmente se contentavam em aceitar que os outros estavam certos.

     

    Um exemplo extremo: um homem dos tempos pré-históricos vê um raio caindo. Ele pensa que é um deus dos trovões. Um homem hoje vê um raio e sabe que é uma descarga elétrica. Etc.

     

    Quando eu digo que os truques de mágica em O Grande Truque são uma "ilusão de Deus", eu não digo que a platéia se sente fascinada simplesmente pela falta de explicação (embora isso seja sim um fator), mas porque elas inconscientemente associam esse magia inexplicável com a idéia de que há uma "corrente sobrenatural" no mundo, que há algo além da banalidade da realidade, que há a possibilidade de vida após da morte, entre outros.

     

    PS: Para um filme excelente sobre um garoto que fica maluco ao tentar interromper a sua crescente compreensão de que Deus possivelmente não existe, assistam Donnie Darko.
    SisterJack2007-01-03 15:03:52
  6.  

    Mas vou desenhar bunitinho: não existe do quê discordar sobre o crescimento de ateus e agnósticos pois ele é evidente... Entretanto' date=' acho que discordamos a respeito das causas deste crescimento.[/quote']

     

    Se não são os avanços da ciência a causa principal disso, qual seria? Não to pegando no seu pé, é uma real curiosidade.

     

     

    Talvez a implosão de dogmas imbecis criados por líderes de igrejas somado à falência do modelo de instituições religiosas anteriormente utilizado?

     

    Certamente são algumas das causas, mas elas não parecem estar diretamente ligadas na idéia de pessoas perdendo a fé ou um senso de espiritualidade. A desilusão de uma crescente compreensão de que o sistema que você utiliza para estruturar sua fé é falso/problemático pode ser algo forte, mas eu não acho que seja tão forte quanto explicações alternativas baseadas em razão/lógica. Eu fui criado católico, e no meu caso (e das outras pessoas que eu conheço) foi a segunda alternativa.

     

    E (como eu já disse várias vezes) acreditar que a primeira alternativa é a razão principal não impede de ver o auto-sacrifício de Borden e Angiers como uma tentativa de criar a "ilusão de Deus/Magia/Mistério" pra uma platéia cada vez mais desiludida (independente do motivo). Como aquele financiador diz quando Angiers o mostra o truque do "Homem Transportado": "Faz um bom tempo que eu não via magia de verdade."
  7. Mas vou desenhar bunitinho: não existe do quê discordar sobre o crescimento de ateus e agnósticos pois ele é evidente... Entretanto' date=' acho que discordamos a respeito das causas deste crescimento.[/quote']

     

    Se não são os avanços da ciência a causa principal disso, qual seria? Não to pegando no seu pé, é uma real curiosidade.

     
    Nacka2007-01-03 14:04:33
  8. Nacka, você parece não estar entendendo a situação. Você faz um afirmação maluca sem a menor argumentação, e quando questionado (repetidamente) sobre a validade de tal afirmação, você prefere fugir de fininho. Isso faz parecer que você nem sabe como explicar o que falou (o que não me surpreenderia). Nós só queremos entender.

     

    "A impossibilidade do consenso torna a discussão estéril" = A Fantástica Viagem na Maionese.
  9. Eu ainda não vi o que há de errado com os comentários do Kain, Nacka. Se você puder explicar (e finalmente contribuir com algo útil pra discussão), seria uma maravilha. Eu também já fiz alguns comentários sobre porque eu acho que a sua afirmação não fez o menor sentido; dê uma procurada.

  10. Discussões sobre "Deus" costumam ser discussões filosóficas humanas' date=' diretamente ou indiretamente. Como não se pode definir o que é "Ele", costumam explorar e analisar seus efeitos na humanidade.[/quote']
    Não. Gosto das discussões sobre o comportamento humano.

     

    Mas acreditar/apreciar em Deus é uma parte extremamente importante do comportamento humano, não? Muitas pessoas ainda são religiosas, e a religião tem uma influência enorme no mundo inteiro. Parte do nosso código moral (como lidamos com os outros) vem de ensinamentos religiosos (ou pelo menos é o que muita gente ainda acha).

     

    E você realmente acha que não existam pessoas religiosas dispostas a entrarem em discussões saudáveis sobre religião e seus efeitos no mundo?

    Sim' date=' acredito que exista. E com elas vale a pena discutir.[/quote']

     

    Então qual é o problema de fazer um filme sobre isso?

     

    E mais: eu não consigo imaginar como esse filme seria uma afronta à religiosidade de ninguém' date=' independente de suas crenças. O filme não afirma em momento algum que Deus não existe, ou fala sobre Sua natureza. Aliás, como o Deadman apontou, o filme é praticamente a favor do tal senso de "mistério" que a idéia de um Deus cria.[/quote']
    Não disse que o filme era uma afronta a religiosidade de alguém. Disse que, para mim, o filme seria mais interessante se tratasse do comportamento humano do que sobre Deus.

     

    Mas ele trata de comportamento humano. Ele não trata de "Deus" (como eu já disse, seria meio inútil tentar fazer um filme sobre Deus por si só). A crença da platéia na ilusão e no senso de mistério do mundo (i.e. "Deus") faz parte do comportamento humano. Assim como o auto-sacrifício dos dois/três protagonistas também é comportamento humano. Assim como a vaidade do Angiers, e o desejo da glória, é comportamento humano.

     

    Mas porque a questão do "mistério" se relaciona tão intimamente com a idéia de Deus? Não é uma visão obrigatória. Quer dizer então que ateus não podem se divertir com mágica porque acreditar no mistério dela o leva conclusivamente a querer acreditar em algo semelhante a Deus?

     

    Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Pra mim, o filme não é sobre mágica (como eu já expliquei). Ele usa a mágica pra simbolizar algo incompreensível que fascina as pessoas. Esse "algo" você pode chamar de Deus, de Magia, de Espiritualidade, de Mistério do mundo, de uma fuga da simplicidade da vida.

     

    Ateus podem se divertir com mágica (o que não é relevante a discussão). Ateus/agnóticos também podem desejar acreditar nessa "espiritualidade" e na idéia de que há coisas no mundo que são além da compreensão humana. Alguns desejam (tipo eu), outros não se importam (Ristow, por exemplo, embora eu suspeito que seja uma minoria). Mas nós não conseguímos fazer isso, pois enxergamos o mundo de um jeito lógico/material/científico.

     

    Nós fazemos parte do materialismo representado no filme, naquela discussão que eu citei onde o Cutter insiste ao Angiers que não há magia no truque do "Homem Transportado" de Borden; há uma explicação lógica pro que aconteceu (um dublê, ou como dito no filme, um irmão gêmeo). Não é que nós queremos acreditar em "algo mais". É que não conseguimos.

     

    É pra isso que eu vejo filmes. Por 2 horas, eu "acredito" em praticamente qualquer coisa, desde que seja bem apresentada.


    A ciência não torna mais difícil a crença em Deus sobre nenhum aspecto para mim. Só o reafirma a cada nova descoberta.
    Pra mim, a ciência só faz aumentar o mistério do mundo. Afinal, a cada nova conclusão da ciência, surgem ainda mais e mais questões.

     

    Ainda existem mistérios para a ciência, claro; mas se (pra continuar o meu exemplo anterior) você pegar uma pessoa que foi ensinada que a aurora boreal era o espírito de guerreiros mortos, e depois explicar pra ela o que realmente causa essas luzes no céu, eu não consigo imaginar tal pessoa sentindo sua fé ou crença reafirmada.

     

    O mesmo para o evolucionismo, os avanços da genética, e pesquisas sobre psicologia evolucionária, etc.


    A primeira vez que essa idéia dos avanços do homem estarem eliminando o mistério do mundo apareceu pra mim, foi há vários anos atrás, quando eu li em algum lugar sobre como praticamente todos os lugares do mundo já foram explorados pelo homem. A 100, 200 anos atrás, não era o caso. Ainda haviam terras desbravadas e desconhecidas. Isso representa bem essa idéia pra mim, se não levado muito literalmente.

     

    Agora veras cita mensagens onde eu estava supostamente "induzindo" a pessoas a acreditar em mim:

     

    Duvido muito que a intenção dos Irmãos Nolan (ou do livro do Priest) foi afirmar que "Rivalidade Intensa Só Leva à Coisas Ruins". Não só essa tese é furada e falsa (rivalidade intensa foi um dos fatores que ajudou a colocar o homem na lua' date=' etc), mas há várias outras motivações dos personagens (muito mais relevantes) claramente expostas no filme.[/quote']

     

    Não vejo nada de errado com isso daí. Eu realmente não acho que "Rivalidade Intensa Só Leva à Coisas Ruins" é uma leitura que faça sentido no filme. Você tem o direito de tê-la, mas não quer dizer que eu vou achá-la válida. Nesse post, eu argumentei que eu não acho.

     

    Pra deixar claro, como eu já disse antes: eu não acho que qualquer leitura é valida. Eu acho que deve haver evidências suficientes na tela pra torná-la coerente. Se essa tese aí foi a idéia principal do filme, então o filme basicamente nega ela, já que a rivalidade dos dois trouxe um senso crescente de mistério/magia para todas as milhares de pessoas que assistiram os truques deles. Isso é algo muito bom, não ruim.


    O fato do Nolan usar ficção científica é totalmente justificado tematicamente. É essencial para o ponto que ele quer fazer

     

    Aqui eu estou falando da minha interpretação. Nada de errado. Aliás' date=' tudo que eu falo nos meus posts é subjetivo. Eu só não tenho saco pra ficar colocando "eu acho" e "na minha opinião" o tempo todo.

     

    Adicione o "eu acho que" implícito no começo de cada frase e de repente tudo parece normal, não é?


    Eu não consigo imaginar como isso não ficou pelo menos vagamente claro pra quem viu o filme, a não ser que assistiram dormindo ou com o cérebro desligado.

     

    Eu não estou "induzindo" ninguém a aceitar minha leitura, eu só estou dizendo que há evidências claras no filme que apoiam ela. Posso ter colocado isso de uma forma meio agressiva, mas ela não nega nenhuma outra interpretação. Me perdoe se ficou confuso.

     

    A agressividade veio da minha irritação com você achando que a minha interpretação não fazia sentido (quando pra mim, e para outras pessoas, ela estava clara). E você ainda continuou zombando dela, e sem a menor tentativa de contra-argumentar, mesmo depois deu ter apresentado evidência e apoio de outras pessoas. 

     

    Releia os seus posts lá e veja quem está agindo com uma mente fechada, veras. Sem ofensas; eu sei que (agora) você aceitou que a minha leitura também é válida, então vamos deixar essas confusões para trás.


    Então você prefere filmes que não lidam com idéias/questões profundas e relevantes? Que não tenha nada na cabeça?

     

    Isso não tem nada a ver com "induzir" interpretações. Eu simplesmente estava respondendo ao post do Dook onde ele parecia ter dito que não gostava de filmes que lidavam com idéias profundas. Obviamente' date=' ele clarificou depois que isso não é o caso, mas se fosse, eu ainda teria achado meio ridículo sim.


    Mas inicialmente sua postura era a mostrada nos quotes acima.

     

    Eu estava tentando provar que a minha interpretação era válida, não que era a única. Só.
    SisterJack2007-01-02 15:22:17
  11. 2º--> pq considero mais interessante as discussões filosóficas humanas [aquelas sobre o comportamento e o pensamento humano]

     

    Discussões sobre "Deus" costumam ser discussões filosóficas humanas' date=' diretamente ou indiretamente. Como não se pode definir o que é "Ele", costumam explorar e analisar seus efeitos na humanidade.

     

    1º --> cada qual tem bem definida sua posição com relação ao assunto e normalmente nenhuma viva alma permanece aberta à aceitação e à discussão com relação ao pensamento [também bem definido] do outro;

     

    Então não vale a pena falar sobre o racismo na arte já que pessoas racistas tem suas posições definidas e não estão abertas à aceitação e à discussão?

     

    E você realmente acha que não existam pessoas religiosas dispostas a entrarem em discussões saudáveis sobre religião e seus efeitos no mundo?

     

    E mais: eu não consigo imaginar como esse filme seria uma afronta à religiosidade de ninguém, independente de suas crenças. O filme não afirma em momento algum que Deus não existe, ou fala sobre Sua natureza. Aliás, como o Deadman apontou, o filme é praticamente a favor do tal senso de "mistério" que a idéia de um Deus cria.

    2º --> normalmente as pessoas se estressam imensamente quando Deus e religião entram nas discussões...

     

    Mais motivo ainda pra fazer arte sobre isso. Um assunto polêmico, interessante e extremamente relevante.

    [acho que alguém em algum lugar não aprecia ouvir seu nome em discussões banais rs]

     

    Eu acho que "Ele" gostou de O Grande Truque. Ele provavelmente odeia O Juízo Final, infelizmente.

     

    Concordo com o que está de azul. Agora... o azul não induz o comentário vermelhinho... A pessoa pode ... de alguma forma... interpretar a história de modo que... o comentário em azul case-se com vermelho... Mas eu não acho isso.  Pra mim, eles se sacrificam o tempo inteiro para vencer um ao outro.. e pra mim, nenhum deles pensou em Deus, propôs Deus ou utilizou-se de alguma metáfora em Seu nome.

     

    Ninguém fala de "Deus", obviamente. Ficaria muito descarado, perderia a elegância. Mas voce diz que a motivação era querer vencer o outro, e já no final o Angiers diz uma fala que contradiz isso. "Você nunca entendeu, Borden... Era o olhar em suas faces." Essa era a motivação. "O olhar em suas faces" sendo o momento que o povo vê algo aparentemente inexplicável que os tiram da realidade simples e concreta. Eu não consigo ver "vingança" nessa fala.

    Inclusive, a história do chinês eu interpretei diferente. Quando Borden diz o "pra fugir disso", para mim ele estava falando da forma "mesquinha" como eles faziam os truques... ele defendia truques mais vistosos que gerassem mais polêmicas e mais dinheiro, mesmo que arriscando a própria vida em alguns momentos. [ele se sacrificaria pelos truques, para ter nome. O sacrifício era em nome daquilo que ele gostava de fazer... ele queria crescer com isso a qualquer custo]

     

    Essa é a primeira vez que eu vejo essa leitura dessa cena. E eu ainda não entendi direito como bater a mão na parede e dizer "pra fugir disso" pode significar "fazer algo que ele quer fazer" ou "pra ter mais polêmica." Parece (pra mim) que o gesto de bater na parede se refere especificamente à fugir da "realidade concreta", o que se encaixa com o que o Nolan falou sobre o filme.

     

    Mas cada um com sua leitura.


    A morte da mulher do Angier serviu de impulso para ele iniciar uma competição com Borden.

     

    Sim, serviu de impulso, mas tem um momento excelente no meio do filme, onde o Angiers está discutindo com a Scarlett Johansson sobre alguma coisa, ela menciona a esposa morta dele, e ele diz "Eu não me importo com a minha esposa, eu só me importo com o truque!". Logo depois de dizer ele meio que se recompõe, percebe o que acabou de dizer e fica envergonhado. Esse momento claramente dá o sinal de que a morte da mulher dele já deixou de ser uma grande preocupação (provavelmente no momento em que ele viu o truque do "Homem Transportado" do Borden, que foi o que fez ele entender o que o Borden estava falando na cena do chinês).

     

    Como eu já disse antes, há motivos pra acreditar que parte da motivação do Angiers (e talvez do Fallon) fosse receber o "Prestígio" da platéia. A glória de receber aplausos, meio que a "vaidade" que você se refere. Inclusive, há um momento no filme onde o Borden diz "Será que ele gosta de receber seus aplausos debaixo do palco", se referindo ao problema de usar um dublê. Mas isso não nega de forma alguma a outra motivação; pelo contrário, ambas dão a ênfase necessária para o constante auto-sacrifício dos dois (ou três) mágicos.

     

    Azul [off topic]: concordo plenamente com o Dook... Pra mim, a ciência nunca eliminou Deus. [para alguns pode ter até eliminado... mas pra mim não]

     

    Eu não disse que a ciência "eliminou" Deus. Isso é, como eu já falei pro Dook, uma distorção do que eu disse.


    O que eu falei é que a ciência está tornando mais difícil a crença em Deus baseada em eventos inexplicáveis (já que tais eventos estão sendo explicados). Em outras palavras, a ciência está tirando o "mistério" do mundo (lembram quando eu repeti isso umas 3 vezes no tópico? pois é). Isso pra mim está evidente. Basta olhar o número de ateus/agnósticos/indecisos 100 anos atrás, e olhar o número agora.

    O moço quis induzir a idéia dele como certa

     

    Nunca fiz isso. Gostaria que você citasse o momento específico em que eu fiz isso. "Induzir" é um eufemismo de "manipular". Nenhuma das citações que você fez me mostra querendo "induzir" nada. Aliás, na própria citação eu digo que o filme não está induzindo nada (nem eu), mas sim argumentando a favor de tal idéia/tese. É bem diferente, né?

     

    PS: Como a veras já disse, nós já nos entedemos por MP e faremos o possível pra manter a discussão calma e interessante.
    SisterJack2007-01-02 10:50:55
  12. O Deadman já disse tudo, mas deixa eu me enfiar:

     

    Deus é indiscutível a partir do momento que é IMPOSSÍVEL se chegar a um consenso sobre Ele...

     

    Como já foi dito' date=' isso não faz sentido. A idéia de Deus representa uma força enorme na humanidade, entretanto é impossível chegar a um consenso sobre ele -- isso parece justamente o tipo de assunto que gera mais discussão do que qualquer outro.

     

    Aliás, não só parece. Basta olhar os trilhões de livros e filmes e canções sobre a idéia de Deus e sua influência na humanidade.

     

    Nesse sentido, foquemos as nossas atenções em algo que pode ser discutido e que gere crescimento argumentativo para ambos os lados, o que infelizmente não ocorre quando Deus é a pauta da discussão

     

    Eu já nem entendo mais como isso se aplica à discussão de O Grande Truque.

     

    Deixe-me resumir o que eu vi ocorrer aqui:

     

    - Veras reclama que a Máquina de Tesla não se encaixa no filme.

     

    - Eu argumento que a Máquina se encaixa perfeitamente justamente pelo filme se tratar (intencionalmente, muito provavelmente) do senso de magia* desvanescendo do mundo, e o sacrifício de dois personagens para recriá-lo.

     

    - Dook discorda que o senso de magia está desaparecendo do mundo (??!!). Aparentemente, ele acredita que não houve nenhum crescimento na quantidade de ateus/agnósticos nos últimos 100 anos, nem mudanças no jeito que o ser humano enxerga a religião/fé, e nem avanços científicos significantes.

     

    - Eu argumento que 1) filmes não precisam concordar com suas idéias para serem admiráveis, desde que apresentem suas idéias (as do filme) de uma forma inteligente, interessante e etc (veja o post do Ristow para um exemplo disso: ele diz que discorda que o "senso de magia e mistério" é algo necessário/bom, mas ele ainda adorou o filme e admirou sua temática); 2) mesmo não achando que o mundo está mais lógico/científico do que 100 anos atrás (???!!!), a idéia de dois mágicos querendo criar uma "ilusão de Deus" para a platéia ainda funciona perfeitamente no filme.

     

    - Depois a discussão implodiu.

     

    *Note que eu usei a palavra "magia" ao invés de "Deus". O sentido é o mesmo. Quando eu me referi a Deus antes, eu não estava falando de um conceito exato (isso não faria sentido), mas sim a idéia do que ele representa, o Sobrenatural, etc.

     

    PS: Eu acho que o Deadman mencionou algo sobre não existirem "interpretações pobres". Eu discordo. Acredito que uma leitura deve ter um mínimo de evidências na tela para ser válida (pelo menos pra mim). Caso contrário, qualquer pessoa pode ler qualquer coisa em qualquer filme. Daqui a pouco A Paixão de Cristo é uma metáfora para o governo do Fernando Collor.
    SisterJack2007-01-02 15:28:37
  13. alguém acha que o Rock atual, quando alguma banda do estilo supostamente "inova", vale alguma coisa???

     

    Sim.

     

    Acho que há consenso entre os admiradores do bom Rock, de que  a maioria das bandas que existem no Rock atual, é de qualidade duvidosa, e certamente, modinha ultra-relâmpago radiofônica...

    Você não deve estar procurando o suficiente. A não ser que com "Rock" você esteja falando estritamente de "Hard Setentista/Clássico" ou coisa do tipo. Caso contrário, temos provavelmente tantas bandas excelentes hoje em dia quanto já tivemos em qualquer outra década.
    SisterJack2006-12-29 20:50:00
  14. Rubysun citou Shyamalan. Gosto muito dos filmes dele. "O Sexto Sentido" é um filme memorável.

    Quem souber onde encontro filmes de outro diretor indiano' date=' desta vez de clássicos, por favor me informe. O nome dele é Satyajit Ray. Seus filmes são uma raridade. O Telecine Classic exibiu alguns, creio que o ano passado. Não pude gravar porque assino outra operadora de TV por assinatura, e não a Net ou Sky.

    171717
    [/quote']

     

    No eMule tem. Ele é realmente muito bom. Se for pegar, baixa o Pather Panchali primeiro.
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