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Forum Cinema em Cena

Carlos Santos

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  1. Como fã, depois de anos confesso que foi emocionante comprar umingresso para assistir um novo filme de Jornada nas Estrelas (Ou Star Trek, como queiram). Numa avaliação emocionalmente comprometida, posso dizer que gostei do resultado final, mas com ressalvas. Quando começo a pensar sobre o sobre o filme, a primeira coisa que me vem à cabeça é o espetáculo visual que ele proporciona. As primeiras cenas na Narada e a Kelvin são muito boas e causam um estrago e tanto. A Adrenalina sobe, deixando o espectador a mercê do que está por vir. A cena do nascimento de James Kirk em Batalha, certamente vai ser amada por uns e odiada por outros. No meu caso, não vi grandes problemas e acho que ele funciona razoavelmente bem, embora eu não entenda bem o que a esposa de “Kirk Father” fazia a bordo da Kelvin, mas deixemos isto de lado. No geral, o filme tem um roteiro simples, carregado de lugares comuns (o vilão então é o clichê do clichê). Vá lá, não dava para esperar um “Yesterday Enterprise” (segmento da Nova Geração que tem uma tematica parecida, mas muito mais eficiente) mesmo, mas o filme escorrega varias vezes em conveniências demais: A nave de Nero dá de cara logo com a nave do pai de Kirk, o cara resolve ficar pacientemente esperando a chegada de Spock, assim sem mais nada para fazer, a própria Narada em sim nas mãos de pacatos mineradores, o encontro “casual” do “OldSpock” com Kirk e Scotty, o famigerado tele transporte em dobra de Delta Vega para dentro da Enterprise, Kirk chegando a doca da Frota Estelar um dia após a ser espancado numa briga de bar no melhor estilo Tom “Maverick” Cruise, Sulu pisando na bola para permitir que e Enterprise se salvasse, os milagres de tele-transporte salvando a pele de nossos heróis no ultimo minuto, etc, etc, O filme também se utiliza de “Soluções” de diversos Segmentos da Jornada dos nossos pais (aquela que J.J. dizia não ser a igual a esta) , quando conveniente, como Jornada nas Estrelas O Filme, e o ataque misterioso a uma Armada Klingon, o citado Nero/Shinzon e a Narada/Nemesis (do horroroso Nemesis) , e outros menores. Não sei se dá para chamar de homenagem, e em muitos momentos da a nítida impressão de que Orci e Kurtzman são mesmo “Fan-boys” de Jornada. Sob estes aspectos, é preciso desligar um pouco o cérebro e ativar o modo de suspensão de descrença ao Maximo, com imensa dose de boa vontade, senão a coisa complica, mas eu estava disposto a fazer isto. Além do que, o filme avança tão rápido que não dão mesmo muito tempo de se atentar a estas coisas. O ritmo acelerado da produção ajuda a encobrir muitos de seus problemas Sob os atores, houve um bom esforço de fornecer uma parcela de funções relevantes a todo o cast principal. Destaque para Karl Urban (McCoy ) e Zoe Saldana (Nyota Uhura) Bruce Greenwood (Christopher Pike), que conseguiram passar mais credibilidade aos seus personagens. Os outros também não comprometem, mas acho que o exagero em ser demasiado “engraçadinho” compromete alguns trabalhos, principalmente o de Chris Pine (Kirk) e Simon Pegg (Scotty). Nada que não tenha salvação, mas seria muito mais produtivo se o próximo filme (ser vier mesmo) tivesse um diretor com mais bagagem para poder ajudar os atores nesta tarefa, deixando a Abrahams as funções de produtor, algo que ele conhece bem, pelo jeito. Já o Nero/Shinzom de Eric Bana simplesmente não existe como nada além de um dispositivo de trama. O maior pecado é a utilização de Nimoy também como dispositivo de trama. Embora ele consiga tirar emoção de uma bula de remédio, a sua presença em tela tem única a intenção de dar alguma legitimidade a produção de Abrahams, nada mais, nada menos, uma vez que ser ou não ser Spock a voltar no tempo não mudaria nada na historia. O Spock de Nimoy tem este poder, mas a gambiarra que foi armada em torno dele é muito pouco inspirada. Enfim, nada que desabone nem o personagem nem o ator, mas também não agrega nada a tudo que já foi feito por ele. Se por um lado o filme tem um punhado de referencias a Serie Clássica espalhadas por todo lado, por outro não tem nenhuma ligação com a “alma” da Jornada nas Estrelas que conhecemos principalmente na TOS, TNG e DS9. A relação da Jornada de Abrahams com a “de nossos pais”, pelo menos até, meramente nos visual e nos nomes dos personagens, nada mais. Algumas sacadas interessantes, como visão da Terra e seus habitantes, coisa muito rara na Jornada de nossos pais, o visual bem menos clean dos cenários e mesmo o interior d Enterprise, embora este ultimo eu tenha achando confuso, para dizer o mínimo. O cenário da ponte sempre me pareceu muito com o remake de perdidos no espaço, mas nada disto chega a comprometer muito o resultado final do filme e em muitos casos o ambiente mais claustrofóbico ajuda nas cenas de batalha. O filme tem muito apelo visual e os efeitos funcionam a contento, dando a “obra” uma grandiosidade que ele não sustentaria se dependesse somente do roteiro, e a trilha sonora embora convencional, funciona bem dentro de seus termos, mas anda quase no mesmo compasso do roteiro. “Star Trek” é puro “Setup” e sua importância só poderá ser realmente definida com a existência de um segundo filme, que apare estas arestas e aprofunde mais a idéia (qualquer idéia) que esta nova versão possa ter para contar alguma historia relevante. Até que funciona como reboot, com a função de apresentar uma realidade alternativa que abra as portas para Abrahans possa fazer o que bem entender daqui para frente e trás um time de atores que se melhor orientados parece ser capaz de fazer um bom trabalho. Não me decepcionei, pois não esperava nada muito diferente disto, e confesso que o filme me manteve atento, mas como obra cinematográfica em si, é pouco mais que um bom filme de ação e aventura e precisa de uma seqüência que o credencie a ser mais do que isto. Não chega sequer a arranhar a The Wrath of Khan, The Undiscovered Country, ou First contact, mas passa longe de ser um desastre total, e funciona com entretenimento. 3/5 na minha modesta opinião. Abraços Carlos Santos2009-05-11 17:49:51
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