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Forum Cinema em Cena

edubassani

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  1. Vamos lá. Nunca me interessei por ver Crepúsculo porque já imaginava a melação emo que seria depois de tudo que ouvi e li. Não assisti, não me interessei por nada até estrear na TV a cabo e eu me permitir assistir alguns minutos só para ver do que estavam falando. Sempre concordei com as críticas do Pablo, também sou muito crítico com "incoerências" dos filmes. Mas, vamos ao filme. Me surpreendeu. Não é um filme bom, é claro. Mas, dado que você saiba que: 1 - É um filme sobre romance, amor, não sobre vampiros ou ação. 2 - É um filme para garotas adolescentes o filme não é tão ruim quanto eu esperava. Claro, é um Sessão da Tarde, não é nada que se destaque na história do cinema, mas para quem veio sem nenhuma expectativa, o que posso dizer é que dá pra assistir o filme sem se entediar. Na minha opinião dá pra se envolver com o casal principal e torcer pelos dois, fato que, como disse o Pablo na crítica do Lua Nova, é o básico que se precisa conseguir para entregar um filme de romance. Consegui acreditar no romance deles e não me incomodei muito durante o filme com as falhas de o Pablo e outros aqui no forum apontam: 1- Efeitos especiais : não é nada elaborado mas também não é tão tosco assim. Tem muito filme com criaturas computadorizadas que se sai muito pior. 2 - Falta de ação: o filme não é de ação, e pra falar a verdade, acho a ação do filme na dose certa. Nem prolongam demais a perseguição e a luta dos vampiros, que ira tirar o foco do filme, nem concentram o filme exclusivamente na relação Bella/Edward, que o tornaria arrastado e meloso demais. Além disso, pra mim a resolução do embate foi ótima, pois em outros filmes o que fazem é colocar o mocinho em situações adversas absurdas para então ele tirar forças não se sabe de onde e também contar com a sorte para derrotar o vilão. Aqui estava bem claro que os sete levariam vantagem contra os vilões e portanto, assim que os parentes de Edward chegam, a luta acaba na hora, sem mais acrobacias e malabarismos de lutas inverossímeis. 3 - Propósito do vilão: A explicação do filme me convenceu o suficiente, e não me incomodou como incomodou ao Pablo. O James é meio doido, um caçador, e o sangue humano é quase para eles como crack. Quando o James sente o cheiro da Bella ele fica tão fissurado quanto um viciado de quem se toma sua droga favorita, e ao ver a reação de proteção do Edward, ele fica "puto" com este porque para um vampiro comum é inconcebível que outro proteja um humano, em vez de dividi-la com seus iguais. Para mim a explicação é plausível. 4 - Indecisão do Edward: Também não vi muitos problemas aí, e na verdade acho que este é o charme do filme. Como não conhecia nada na história, era esta indecisão que dava a tensão do filme, por não saber se eles terminariam juntos ou não. Para mim está bem claro que o Edward QUER ficar com a Bella, mas FINGE que quer se afastar, apenas por: a) mostrar a Bella que ele é responsável e forte, tomando a decisão correta de quem realmente se importa com a segurança e bem-estar dela; notar a reação dela, se ela aceitaria fácil o fato ou se continuaria lutando por ele. Mais, o filme não contradiz sua lógica interna, já que o roteiro sabe destas idas e vindas. Quando Edward volta a procurar Bella no refeitório, na cena que o Pablo critica, ela diz "estou cansada de suas mudanças de humor" ou algo do tipo e ele responde "Eu disse que PRECISÁVAMOS nos afastar, não que eu QUISESSE". Isto é explicação sufieciente para mim. Ele nunca quis de fato se afastar, mas ele precisa dizer só pra mostrar que ele sabe que está sendo irresponsável ao fomentá-la. Do mesmo modo, no quarto do hospital, remoído de culpa por quase tê-la matado, ele diz que precisam se afastar (para ver a reação dela), mas ao ver a reação desesperada dela, ele volta atrás e diz o que de fato SENTE (que não conseguiria). Ele quer que ela se afaste, porque ele já não consegue mais. 4 - Feminismo: Bom, isso é posição ideológica do Pablo, e acho que não cabe aplicá-la ao filme. Filmes mostram mafiosos, gangsters, e todos os tipos de gente segundo seus pontos de vista e não os criticamos por sua falta de ética. Porque deveríamos criticar um filme que mostra o ponto de vista de uma adolescente apaixonada? Ela é o que é, e talvez, por ser escrito por uma mulher, talvez seja isto mesmo que elas queiram, e o discurso feminista seja apenas discurso. E, como o Pablo disse, pela amostra da população que conhecemos, provavelmente é este mesmo o caso, então, fazer o quê? 5 - Atores: Realmente o Pattinson não tem grande talento, mas acho que funciona. 6 - Diálogos: Fossem postos na boca de pessoas de 30 anos, soaria ridículos, mas, considerando que são uma adolescente que se apaixona pela primeira vez e um vampiro que, apesar de velho, aparentemente também se permite pela primeira vez uma relação romântica, sinceramente, acho que são diálogos que se esperaria nesta situação sim... Bom, com isso não estou dizendo que o filme é bom, mas que dá para assisti-lo sem se torcer na cadeira, e isto já o coloca no categoria de passatempo razoável (3 estrelas). Para mim a falha do filme é que, apesar de escrito por uma mulher, esta não pércebe o quanto ele tenta fazer Bella perfeitinha demais: ela é a esperta e madura, em clara oposição a todos seus colegas na escola, que são todos mongóis; apesar disso, ela é admirada por todos os homens da escola e da cidade (e até da cidade vizinha), mesmo com seu ar blasé; os homens vivem só pra ela (o Edward tem mais de 100 anos e bastou olhar para ela para se apaixonar pela primeira vez, aparentemente?!?!?!?!); até as meninas a adoram, todas são amiguinhas dela; quando ela chega com Edward, ela é o centro da atenção da escola (vira automaticamente a mais popular, agora que fisgou o homem que todas consideravam inatingível) etc etc. Ou seja, o filme é a Cinderela moderna, o sonho das adolescentes, e é nisso que ele falha, não necessariamente pelos motivos que o Pablo listou. Mas, considerando que TODOS já sabem o tipo de filme que é, não dá pra se decepcionar tanto quanto se esperaria. É isto.
  2. Nunca concordei tanto com uma crítica do Pablo (na verdade já concordei sim, muitas vezes, a diferença é que normalmente leio a crítica primeiro, e desta vez já saí do cinema pensando absolutamente tudo que viria a ler aqui). Li o conto do Scott Fitzgerald postado no site e logo percebi que o filme teria que ser feito do zero, pois o conto dá no máximo o argumento do homem que nasce velho e rejuvenesce até morrer bebê, mais nada. É bem insosso e um tanto sem lógica. Mas a história tinha um potencial incrível, e pelo que vi do trailer, esperava um grande filme dramático, bem emocionante. Saí do cinema comentando com minha esposa que o filme parecia uma mistura de Titanic com Forrest Gump. A velha nos tempos atuais contando a história para sua filha, com o flashback sempre se fundindo à voz da atriz nos dias de hoje, é Titanic. O resto é Forrest Gump, não lembrei de todas as semelhanças citadas pelo Pablo, mas agora me veio mais uma: o problema nas pernas quando "criança". A parte do barco é bem óbvia. O furo dos eventos que levam ao incidente também é claro, e não tem razão para estar ali. Que diferença aquilo faz? Aquele tipo de cena encaixa bem em um filme como Magnólia, mas não tinha nada a ver aqui. Mas as duas coisas que mais me deixaram decepcionado quando sáí do filme foram, como você citou, a falta de "personalidade" do Benjamim e sua decisão estúpida. A premissa do filme é tão interessante que te mantém curioso fosse qual fosse o desenrolar da história, mas é impressionante como um imenso potencial pode ser desperdiçado em futilidades. Nós simplesmente não vemos Benjamim por dentro, é apenas um sujeito vivendo sua vida indiferentemente, narrando seus casos ao estilo Forrest Gump, mas o Forrest Gump era bem mais intimista. Pódíamos sentir sua tristeza quando desprezado pela amada. Aqui nunca sabemos o que realmente se passa. Afinal, como Benjamim realmente encara sua condição? Para ele é algo bom ou ruim? Quando ele começa a ficar realmente bem jovem (depois que ele se separa da Daisy) como ele aproveita sua juventude? Ele sofre pela perda dos seus queridos e por saber que o fim de sua vida está chegando ou decide aproveitar tudo que o vigor da juventude proporciona? Nada. O filme nem precisava tocar no tema do racismo, como Pablo falou, realmente seria desnecessário caso a história estivesse focada na vida do Benjamim adulto (no meio de sua vida). O Katrina também é dispensável, mas não faz diferença, é apenas para pontuar que a história se passa em New Orleans e estamos na década de 2000, como disse outro forista. Mas o íntimo de Benjamim Button, isso precisávamos conhecer. Por fim, a decisão que mata o filme. Por quê ele decide se afastar do amor de sua vida, com quem vivia feliz e estava formando uma família, sob o pretexto da filha precisar de um pai, não de um coleguinha? Além da estupidez, egoísmo e imaturidade citados pelo Pablo, isto é também um furo do roteiro, já que nesta época o Benjamim deveria ter uns 30 e poucos anos e tinha plenas condições de criar sua filha até eles terem idade aproximada, quando então a filha já seria uma pré-adulta (e ele sabia disso). Aquilo simplesmente não tem lógica dentro do filme. Se ninguém, nem a Daisy, questiona sua condição, por que que ele se preocuparia com a filha, quando esta já estivesse quase independente? Poderia aceitar muito bem também. Outro furo é seu fim de vida. Como ele rejuvenesce, todo seu corpo vai ficando mais jovem e saudável, apesar de sua mente acompanhar sua idade. Ora, a demência não é um problema da "mente", esta é intangível. Ela se manifesta na mente, mas tem a ver com a deterioração do cérebro, suas células, e ligações etc. Como menino com cérebro e neurônios novinhos em folha, ele não deveria apresentar demência, mesmo que sua "mente" fosse idosa. Enfim, bom roteirista, bom diretor, e a impressão que ficou é que muitos outros conseguiriam fazer uma história MUITO melhor e mais dramática/emocionante com o argumento que tinham em mãos.
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