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Forum Cinema em Cena

andreimachado

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  1. Eu gostei. Apenas achei que as referências ao cinema foram exageradas e claras demais. Mesmo que as fizesse em mesmo número, poderia fazer de forma mais, digamos, sutil. Mas discordo quanto à expressão "esterelidade emocional". Pois vejo que o Tarantino supre qualquer exagero em narrativa (o que na minha opnião constribuiu muito para desenvolver a personalidade dos personagens) com um recurso muito mal utilizado (e pouco explorado) hoje em dia: Trilha sonora. Ele a combina de uma forma espetacular com as cenas, fazendo com que uma simples cena em slowmotion te dê toda a tensão necessária para a sensação que o personagem deva estar sentindo entrar em sua mente; graças à música (que Tarantino sempre soube usar de forma excepcional - e inovadora). Um exemplo? A cena onde o alemão heróico se dirige ao Tenente Aldo. Não precisou de nenhum diálogo para você se sentir na pele do personagem. Puramente estético? Entendo sua visão, mas será que aí não pesou o olhar do crítico? Olha, eu acho que acho que a estética bem usada contribui tanto quanto diálogos bem fundamentos. Gerry, por exemplo (extremo, mas exemplo). E uma coisa sobre a qual você não comentou e achei interessante. A forma pela qual foi dissecada a personalidade dos Bastardos Inglórios. A impressão que se tem no começo é que são aqueles matadores arrasta-quarteirões, legendários, imbatíveis... mas depois se mostram apenas pessoas fracas com uma vontade. Uma raiva no coração. Não são imbatíveis; muito pelo contrário, são uns bobões (palavra horrível, mas adequada; Aldo falando italiano, por exemplo, hahaha). E quando você acha que a bobagem tomou conta do personagem interpretado por Brad Pitt, na última cena ele mostra o porquê da má fama. E você se sente empolgado de novo, por estar vendo o personagem cruel que você esperava. Eu cheguei a ficar preocupado, pensando "Poxa, e os escalpos? Vai dar só nisso?" Gostei da forma que Tarantino usou para explorar a "fragilidade" de absolutamente todos os personagens (desde os nazistas - passando pelo herói do filme estrelado por si mesmo - aos matadores de nazistas). Na minha opnião, senti que ele quis passar uma mensagem de que, mesmo sendo mostrados de forma elegante, ninguém ali é imortal ou perfeito (o que se costuma fazer ao construir a personalidade de um protagonista, por exemplo). Não achei o filme vazio, nem tão pouco puramente estético. Mas concordo que é um filme um tanto (e bota tanto nisso) quanto pretensioso e até, sei lá, megalomaníaco? E acho que, enquanto os personagens foram muito bem desenvolvidos, a história acabou sobrando. Não que seja ruim, pelo contrário, mas a dedicação exagerada ao lado Tarantino (nesse ponto concordo com você, a estética não justifica deixar a história de lado) acabou deixando a trama com alguns furos. Confesso que fiquei perdido algumas vezes, tentando encaixar peças. Mas nada disso não prejudicou a minha admiração pelo filme. Eu avalio um filme pela experiência que ele me faz passar. Pelo que me fez sentir. É complicado sentar e analisar. Até parar de verdade pra pensar (o que só tive coragem de fazer ao ler sua resenha - muito boa, por sinal) eu tinha achado o filme perfeito. Acho que é isso que vale, né? andreimachado2009-10-09 23:33:29
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