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Forum Cinema em Cena

KarinaMarinho

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  1. < ="Content-" content="text/; charset=utf-8">< name="ProgId" content="Word.">< name="Generator" content="Microsoft Word 12">< name="Originator" content="Microsoft Word 12"><> SPOILER (ao menos possivelmente) Sei que a critica e o filme jà são quase antigos, todo mundo jà viu e comentou, mas so ontem consegui ver “Deixa Ela Entrar”. E fiquei pensando: E se... Eli nunca existiu. O filme trata do processo de construção mental de um psicopata. Os abusos na escola, a ausência dos pais, a vida em uma sociedade regrada ao extremo (um dos personagens diz, no bar, que eles têm leis demais), todas as clàssicas explicações para a psicopatia. Eli é o alter ego de Oskar, no melhor estilo “Clube da Luta”, sua justificativa para ser violento, porque é mais facil conviver com o fato de que é preciso matar do que com o fato de que se sente prazer em matar (uma das falas de Eli remete a isto). Ninguém, a não ser Oskar, vê Eli. Todos que a vêem o fazem de relance e dizem se tratar de uma criança que ataca. Eli tem a mesma idade de Oskar! Não seria estranho, além disto, uma criança viver sozinha em um apartamento, sem nem ir à escola, sem que ninguém faça questionamentos a respeito? O apartamento em que Eli vive é, na verdade, um apartamento desocupado, dai o papel que obstrui a janela. Quem resolve o cubo màgico é Oskar (um esteriotipo cinematogràfico, clichê, mesmo, é a inteligência do psicopata). Quem mata os garotos na piscina é Oskar, com sua faca mostrada insistentemente (mas não a toa) pelo filme. Os garotos da piscina não foram decaptados, foram esfaqueados. A decaptação é o exagero da mente perturbada de Oskar, como o são , também, outras cenas do filme, como Eli subindo pelas paredes do hospital ou sangrando diante de Oskar. Além disto, o filme se passa nos anos de 1970, mas isto é mostrado sutilmente (modelos de automoveis, decoração da casa de Oskar, roupas, foto de moda no apartamento abandonado de Eli, poster do The Clash, que teve seu auge nesta década, menção à guerra fria). Por que? Para se concluir que hoje Oskar é um adulto. Um psicopata jà formado, com seus 35 ou 40 anos de idade. O filme e seus exageros de decapitação são as memorias desta mente em sofrimento. Em suas memorias, Oskar não é abusado exclusivamente pelo bulling dos colegas de escola. Ele também sofre abusos sexuais. A cena com o amigo do pai não està là por um acaso. Oskar é abusado sexualmente com a conivência do proprio pai, dai a troca de olhares entre os dois homens. O abuso é condição para que Oskar tenha a atenção do pai. E abuso sexual é outro elemento clàssico da formação da mente psicopata, ao menos para o cinema. Quando Oskar vê Eli nua, ele vê, rapidamente, o que parece ser um membro castrado. Eli é Oskar. Um Oskar castrado sexualmente pelo abuso sofrido com a conivência paterna. Por isto Eli diz mais de uma vez não ser uma garota. Durante os abusos, Oskar é tratado como uma garota e mutilado em sua masculinidade. < ="Content-" content="text/; charset=utf-8">< name="ProgId" content="Word.">< name="Generator" content="Microsoft Word 12">< name="Originator" content="Microsoft Word 12"><> Finalmente, quando Oskar parte, ele leva um grande caixa com Eli dentro. E ele so consegue arrastar aquilo porque a caixa està vazia. Assim, o fato de Eli se mudar para uma cidade tão pequena não é um buraco de roteiro. Oskar nasceu là, assim como sua psicopatia. “Deixa Ela Entrar”, deixa a psicopatia entrar, porque é preciso deixar que a perturbação tome conta da mente. Mas Oskar é socializado demais, vive em uma sociedade regrada demais para se admitir um assassino. E preciso jogar esta responsabilidade adiante. Mais sutil e inteligente do que “Clube da Luta”, Tomas Alfredson não explica tudo tim tim por tim tim como o faz David Fincher. Obs: Ah, vi na internet que em hebraico, Eli significa Jeovà, ou elevação, enquanto Oskar em escandinavo significa força ou lança divina.
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