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Forum Cinema em Cena

leomaran

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Everything posted by leomaran

  1. Meu preferido é Peixe Grande, mas seu melhor filme é provavelmente Edward Mãos de Tesoura, que é um filme fantástico, classicão. Se a questão fosse Direção de Arte, o que mais me chamou a atenção foi Alice no País das Maravilhas. Porém, o roteiro é tão decepcionante que seus méritos acabam ficando apagados.
  2. O Piano (1993) - 2/ 5 Não sei como um filme tão sem empatia, tão conceitualmente falho conseguiu ganhar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme. Parece haver uma tentativa de mostrar um grande amor, que na verdade é basicamente carnal e sem qualquer tipo de comunicação (no caso, nem gestual, já que a protagonista é muda). A voz interior da mulher muda só é utilizada em duas ocasiões e de forma totalmente inútil na tentativa de criar alguma emoção. Sua personagem é antipática, assim como a dos dois homens que a rodeiam e que funcionam, de certa forma, como sua iniciação à sexualidade e à vida. O piano provavelmente simboliza a sua inocência. Na verdade, a procura de um significado mais profundo pra coisa toda vem da insignificância da história em si, que não consegue se firmar nem em seu momento de explosão de violência incoerente e descontextualizada. O final tenta apelar pra uma emoção que, tecnicamente, não existe. Enfim, muito ruim. Esperava bem mais.leomaran2011-03-23 19:58:42
  3. Não me Abandone Jamais foi um filme que achei bom, mas me deixou com uma sensação de que já tinha visto toda aquela história antes, em mais de um lugar. E o roteiro é uma espécie de armadilha, que dificilmente escaparia do sentimentalismo comum e do final absolutamente previsível. Mesmo assim, gostei do trabalho de direção, que dá uma atmosfera meio idílica pra coisa toda e que passa a impressão de algo do passado e não de um mundo futurista. Apesar de a história em si não ser surpreendente, é esse clima que dá uma força meio melancólica ao filme.
  4. O Homem Elefante (1980) - 4,5/ 5 David Lynch faz um retrato interessante de um homem que nasceu com o corpo quase totalmente deformado. Abusando menos da fantasia, ele consegue fazer um filme até sóbrio, mas ainda assim comovente. Um dos principais méritos é do ator John Hurt, que interpreta John Merrick com uma voz inocente e ingênua, tornando-se doce aos nossos olhos, apesar da grande feiúra (a maquiagem é impecável). A maldade e cinismo humanos são mostrados de maneira implacável, primeiro pelos que pagam para assisti-lo no circo, e depois, pela alta sociedade, que sente que fez uma ação maravilhosa por mostrar alguma bondade com ele. Mesmo seu grande benfeitor o ajuda inicialmente apenas para subir na carreira. A postura de John em relação à vida é fantasiosa, mas muito bem conduzida. O final é uma das cenas mais bonitas. Até agora, meu filme preferido do Lynch.leomaran2011-03-15 12:52:23
  5. Na verdade estou listando as atuações que mais gosto e não as atrizes. 1 - Marion Cotillard (Piaf) 2 - Bette Davis (O que terá acontecido a Baby Jane?) 3 - Elizabeth Taylor (Quem tem medo de Virginia Woolf?) 4 - Fernanda Montenegro (Central do Brasil) 5 - Vivien Leigh (E o vento levou) 6 - Meryl Streep (O Diabo Veste Prada) 7 - Mo'Nique (Preciosa) Odeio o filme, mas a atuação dela é foda 8 - Ellen Burstyn (Réquiem para um Sonho) 9 - Frances McDormand (Fargo) 10 - Katharine Hepburn (Levada da Breca)
  6. Acho que, em relação a filmes, o Abrams tem sido muito melhor no marketing do que na própria direção. Pelo trailer, esse parece que vai ser bem interessante. Vamos ver.
  7. Porém, o de 501 também cita High School Musical 3.
  8. Também entraria O Mágico de Oz aí, apesar de eu ter achado o finalzinho bem infame. -Eraserhead -Click (estranho, mas acho q também era uma realidade alternativa, não?)
  9. Tem o clássico A Caixa de Pandora, do Pabst que também é muito bom. Nanook, o Esquimó vale a pena assistir. É o bisavô dos documentários atuais. Também tem um que vi naquele livro dos 1001 filmes. Chama Haxan - A Feitiçaria Através dos Tempos. É um documentário meio bizarro, mas bem legal também.
  10. Rango (2011) - 3,5/ 5 Mais uma animação claramente voltada para o público adulto, embora consiga entreter também as crianças. Rango não tem nada de engraçadinho, os personagens são feios, sujos, o cenário é desértico e estéril. O roteiro apela bastante para piadas que (ainda bem!) funcionam na maior parte do tempo. O filme não se leva a sério, o que causa um problema quando tenta criar maior comoção no espectador com a crise de identidade do protagonista. Ao colocar a água como o bem mais precioso, a produção traça uma crítica bem superficial e pouco desenvolvida à sociedade (o que não é necessariamente um problema). As referências a outros filmes (A Trilogia do Homem sem Nome, Apocalypse Now e até O Procurado) são o ponto alto do roteiro e funcionam tanto para quem as compreende como para quem as enxerga apenas no contexto do filme. O maior mérito é conseguir captar muito bem a atmosfera dos western spaghetti de Sergio Leone.
  11. Cría Cuervos (1976) - 3,5/5 Esta pequena pérola espanhola conta a história de Ana, uma menina que perde os pais muito cedo. O que se segue é uma quase fantasia melancólica e tornada bela pela própria estética do filme, que usa bastante a cor preta em contextos iluminados. A linha narrativa é frágil e pula para frente e para trás, na maioria das vezes sem qualquer aviso. Enquanto isso, os sonhos, divagações, desejos e sentimentos da pequena Ana florescem e se sobrepõem em cena, formando uma personagem complexa e indecisa, ainda muito abalada pela morte dos pais (principalmente da mãe). O interessante é que nenhuma de suas irmãs mostra essa profundidade sentimental, permanecendo apenas como contrapontos a ela mesma. Os principais destaques são a tocante atuação de Ana Torrent e a belíssima trilha musical ("Hoy en mi ventana brilla el sol. Y el corazón se pone triste contemplando la ciudad. Por que te vas?"). A mãe é o elemento com que Ana se identifica por ser sensível, ao passo que o pai e a tia são controladores e escondem seus sentimentos. Em seu mundo, isso merece a morte, que para ela é algo banalizado e simples.
  12. O Pagador de Promessas (1962) - 4,5/ 5 "A arte de viver da fé, só não se sabe fé em que", foi o verso que me veio à cabeça ao ver o personagem de Zé do Burro. Homem da roça, ele procura seguir à risca o que acredita ser a justiça católica, embora não ache que rezar por um burro ou ir a um terreiro de candomblé seja contrário a isso. No fundo, é a velha história do matuto explorado por homens mais espertos e vividos que ele e que acaba ganhando contornos políticos e religiosos que na realidade não possui. Cada um vê nele aquilo que quer ver (o jornalista, uma boa matéria; os negros, um revolucionário; a polícia, um agitador). No filme, a política, a mídia e a igreja formam quase todas uma só e nenhuma delas tem interesse em que Zé termine de pagar sua promessa. No fim, acaba sendo um retrato da diversidade cultural e religiosa do Brasil e da incapacidade da Igreja Católica de lidar com isso, demonstrada na rigidez de padre Olavo e na "politicagem" dos membros do clero.
  13. In the year of the pig (1969) - 5/5 O maior mérito de In the year of the pig é mostrar a incompreensão da cultura e costumes do outro como principal causa dos problemas e do ódio racial durante a Guerra do Vietnã. O documentário se baseia totalmente em imagens de arquivo e em entrevistas sobre acontecimentos da época e assume uma postura notadamente crítica sobre as ações dos EUA no acontecimento. A "arrogância do poder" (expressão do próprio filme) causa a invasão ao Vietnã, que é mostrada com uma violência ao mesmo tempo dissimulada e devastadora. De acordo com as imagens, não há nenhum entendimento ou um plano formulado de ataque. E, nesse contexto, a surpresa maior é a glorificação final de Ho Chi Minh, maior ameaça aos EUA na época. O que não é surpresa é que o filme tenha sido execrado por muitos americanos em seu lançamento, embora sua indicação ao Oscar de Melhor Documentário indique ainda uma espécie de conscientização e um apoio de alguns à ideologia do filme.
  14. Incêndios - 4,5/ 5 É um filme pesadíssimo, em que dois filhos reconstroem a trajetória da mãe, que lutou ao lado dos refugiados contra os nacionalistas no Líbano. Algumas cenas já nascem antológicas, como aquela em que os nacionalistas cravam um ônibus inteiro de balas e Nawal (a mãe) tenta salvar uma menina da morte iminente, ou ainda quando sua mãe marca os pés do neto recém-nascido para que ela possa reconhecê-lo onde quer que esteja. O interessante é que, apesar de nós conhecermos bastante sobre a vida de Nawal, seus filhos vêm apenas lampejos sobre o que aconteceu, o que permite a quem está assistindo se antecipar aos personagens. O final é absolutamente incrível (embora não totalmente inesperado). Quando o filme acabou, o cinema inteiro ficou meio parado, estarrecido, por quase um minuto. Cheguei à conclusão de que era o melhor dos indicados a Melhor Filme Estrangeiro, seguido por Em um Mundo Melhor. Imperdível.
  15. Eu senti isso em um momento em especial. Naquela cena da entrevista com o personagem do Woody Harrelson, em que ele fala como é incrível a sensação de se matar alguém, e depois como o Downey Jr. fica exultante com a carnificina. Eu não interpretei dessa forma (pra mim, era mais como uma alegoria do fascínio que a violência exerce em cada um de nós e como isso é explorado pelos meios de comunicação, que também acabam compartilhando desse fascínio) , mas como acredito que os filmes têm uma certa função social, achei que seria bem provável que algumas pessoas enxergassem de outra forma.
  16. Assassinos por Natureza - 4/5 Fazendo uma crítica feroz à exploração da violência pela mídia, este filme bizarro e às vezes engraçado consegue chocar e ainda mostrar uma rebeldia extremamente inteligente. A história tem toques inconfundíveis de Tarantino, mas o verdadeiro destaque fica com a direção de Oliver Stone, que faz um filme bastante dinâmico, ágil e desesperador através do uso de cenas monocromáticas, ângulos de câmera inusitados, sequências cartunísticas e imagens simbólicas e icônicas. A atuação do elenco é incrível, desde Juliette Lewis como a assassina despreocupada e desequilibrada até um Woody Harrelson assustador e surpreendentemente lúcido e Robert Downey Jr. como um apresentador de TV pretensioso e desesperado por audiência. Tommy Lee Jones está ótimo como sempre, entregando um personagem caricato e cinicamente maldoso. Minha única crítica é, na verdade, bastante pessoal. Achei que, assim como Clube da Luta, Assassinos por Natureza deixa margem para uma má interpretação de seu conteúdo por algumas pessoas (como se fosse uma glorificação da violência, algo bem longe do que realmente é). Por isso 4 e não 5.
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