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Another Year - 1,5/ 5 Another Year conta a história de Tom e Gerry, que não são um gato e um rato que vivem brigando, mas sim um adorável casal de meia idade. Ou que deveria ser adorável. O problema é que , como eles não possuem problemas próprios, acabam tendo que cuidar dos problemas dos outros e estender sua mão salvadora e suas palavras irritantemente gentis àqueles que não são tão perfeitos. Apesar de aparecerem em praticamente todas as cenas do filme, não há nenhum aprofundamento emocional dos dois e, na verdade, de quase nenhum personagem, com exceção da deprimente e também irritante Mary (Lesley Manvillle em uma performance digna de uma indicação ao Oscar). A visão de Mike Leigh dos relacionamentos aqui é bastante inexata e muito, mas muito chata. O pretenso otimismo que cerca o filme é quase tão insuportável quanto seus personagens e encontra oposição principalmente no total pessimismo de Mary, uma pessoa que parece só viver para reclamar e encher os outros com seus problemas (e falar, e falar, e falar). Sinceramente, pelo que ouvi falar, esperava mais deste filme. Não merecia indicação a Melhor Roteiro. Leigh não devia estar muito inspirado ao fazê-lo.

Rabbit Hole (2010) - 3/5 Uma história bastante convencional sobre viver com o sentimento de perda. O filme encontra sua maior força nas atuações de Nicole Kidman e Aaron Eckhart, que estão ótimos no papel de um casal que não consegue superar a perda de um filho. O principal ponto positivo é que o filme não mostra saídas fáceis. Cada um procura absorver a dor de sua forma e as bases do casamento estão praticamente dissolvidas. É bastante óbvio que o casal nunca mais será o mesmo e o final deixa claro que terão de viver aos poucos, sem pensar no futuro. Em vez de ficar pensando em como viver com tanto sofrimento, o melhor mesmo é viver e ver no que dá. Kidman faz por merecer a indicação ao Oscar, apesar do seu rosto meio estranho e esticado.

Quem vai ganhar X Meu favorito Melhor Filme O Discurso do Rei X A Rede Social Melhor Diretor Tom Hooper X David Fincher Melhor Ator Colin Firth XColin Firth Melhor Atriz Natalie Portman X Natalie Portman Melhor Roteiro Adaptado A Rede Social X A Rede Social Melhor Roteiro Original O Discurso do Rei X A Origem Melhor Ator Coadjuvante Christian Bale X Christian Bale Melhor Atriz Coadjuvante Hailee Stanfeld X Melissa Leo Melhor Edição A Rede Social X A Rede Social Melhor Filme de Animação Toy Story 3 X Toy Story 3 Melhor Documentário Trabalho Interno X Trabalho Interno Melhor Filme Estrangeiro In a Better World X In a Better World Melhor Fotografia Bravura Indômita X Bravura Indômita Melhor Direção de Arte O Discurso do Rei X Alice no País das Maravilhas Melhores Efeitos Visuais A Origem X A Origem Melhor Trilha Sonora O Discurso do Rei X Bravura Indômita (nem tá concorrendo)leomaran2011-02-27 13:59:21

Assisti Biutiful e achei bem fraco. O Javier Bardem leva o filme nas costas, mas nem a sua atuação (muito boa) consegue salvá-lo da mediocridade. Tive a impressão de que o roteirista não tinha muita ideia de onde queria chegar com a história e levou uma parte só na enrolação, fazendo com que as duas horas e pouquinho do filme fossem cansativas e intermináveis. De qualquer forma, não me decepcionei muito, pq bastante gente já tinha me falado que a única coisa boa era a atuação do Bardem mesmo. Agora, só falta Incêndios em Melhor Filme Estrangeiro e Lixo Extraordinário pra Melhor Documentário. Vou ver se amanhã faço uma sessão dupla e consigo assistir os dois no cinema. Por enquanto, torço por Em Um Mundo Melhor e Trabalho Interno em cada categoria. Os documentário deste ano estão excelentes. Também gostei muito de Exit Through the Gift Shop.leomaran2011-02-26 19:12:31

Luzes da Cidade (1931) - 5/5 É difícil falar do Chaplin, com todo o peso que ele tem na história do cinema. Luzes da Cidade, no entanto, é um filme inegavelmente belo. Muitas de suas cenas cômicas se concentram no eterno dilema rico x pobre (entre elas, um baile bastante movimentado). A força dramática da relação de Chaplin com a florista cega é muito bem construída, culminando em um final bem montado e realista. Além disso, a famosa cena da luta de boxe "arranjada" é uma das mais memoráveis que já assisti. A sensação que fica é de que é um filme praticamente impossível de não gostar e que possui muita força ainda hoje em dia, tanto em seu roteiro quanto na performance dos atores. Meu comentário completo sobre o filme em: http://imperiodocinema.blogspot.com/2011/02/luzes-da-cidade-1931.html

Mas isso não é exatamente uma FALHA, já que tem homens que a barba praticamente não cresce e em outros ela cresce ate determinado ponto e estaciona ali. Agora se ele passou as tais 127 horas (5 dias) devidamente escanhoado com a barba alinhadinha, aí comeram mosca mesmo... Na verdade, ele já está com a barba meio por fazer, e ela continua praticamente igual. Não achei tão falha assim não. A minha fica do mesmo jeito. Às vezes meu organismo também é meio lento

Pi (1998) - 3,5/5 Aronofsky começa sua carreira com uma esquizofrenia alucinante, que beira a ficção científica (e lembra bastante Eraserhead, do Lynch). Fica óbvio que ele não tinha muito dinheiro, pois o filme só tem uns três cenários internos e algumas partes gravadas na rua. A produção trata de um gênio obcecado em descobrir uma espécie de padrão matemático universal, que traz respostas a elementos tão diversos como a Bolsa de Valores e Deus. Aprecio bastante as mudanças bruscas e cortes rápidos de seus filmes, que neste caso têm a função de caracterizar o estado de espírito confuso e frenético do protagonista. Tem alguns bons momentos, como belas visões de um tabuleiro de Go e as crises esquizofrênicas de Max Cohen. Basicamente, nada é explicado, mas isso não incomoda. Aqui, o que importa mesmo é a jornada, e não seus resultados.leomaran2011-02-24 23:53:11

Fora-da-lei (Hors La Loi, 2010) 2.5/ 5 É um filme com pretensões de ser um épico familiar, tendo como fundo as lutas pela libertação da Argélia da dominação francesa. Apesar de tratar de um tema essencialmente interessante e polêmico, o filme prefere se focar no relacionamento e vida de uma família argelina, enquanto dois irmão se envolvem com atividades criminosas dentro da FLN, uma organização que busca a libertação do país através da violência. O paralelo de um dos irmãos com Michael Corleone é bastante óbvio, conforme ele se torna mais importante na organização. Porém, já a partir de sua primeira cena (a melhor do filme, na realidade), a produção enfraquece e os laços familiares se perdem em meio à narrativa. A mãe, por exemplo, que prometia ser o grande elo de ligação dos três irmãos, acaba sendo relegada ao esquecimento e simplesmente some na última metade do filme. Alguns acontecimentos soam fáceis demais, sem qualquer planejamento ou verossimilhança. No final, o que fica é um retrato imperfeito e incompleto de uma violência crua, mas que se mostra necessária. A meu ver, um filme apenas mediano, embora tenha gerado discussões na França por assumir o ponto de vista dos "terroristas" sobre os acontecimentos. leomaran2011-02-24 17:04:10

Hahahahaha Assistam o clipe de Rehab da Amy Winehouse. Adivinhem onde ele foi filmado.

Pena. Essa polêmica podia ter tirado alguns votos d'O Discurso do Rei, mas a votação já foi. Se fosse pra fazer justiça, deviam desclassificá-lo para Direção de Arte e colocar o filme pornô no lugar. Afinal, a arte é a mesma. E o outro filme foi feito antes hehehe

O problema é que o Oscar ultimamente tem votado tudo casado nas categorias Melhor Filme e Diretor. A última vez que deu uma zebra dessas foi em 2006, e só porque quiseram zoar e dar a estatueta pro Crash em vez d' O Segredo de Brokeback Mountain. Nesta última década, esse prêmios só foram entregues a filmes diferentes em três ocasiões (2001, 2003 e 2006). Portanto, é difícil, mas não impossível. Eu torço pro Fincher, mas acho que quem vai levar mesmo é o Tom Hooper.

Minha lista ficou bastante convencional, mas tinha alguns filmes que não dava pra não colocar. O Assim Caminha a Humanidade entrou principalmente por causa da atuação do James Dean, que pra mim está entre as melhores de todos os tempos (prestem atenção na cena em que querem obrigá-lo a vender suas terras, e ele fica brincando o tempo todo com uma corda. É fenomenal.) 1 - Cantando na Chuva (1952) 2 - Crepúsculo dos Deuses (1950) 3 - Janela Indiscreta (1954) 4 - Quanto mais Quente Melhor (1959) 5 - Doze Homens e uma Sentença (1957) 6 - Rashomon (1950) 7 - O Segredo das Joias (1950) 8 - Luzes da Ribalta (1952) 9 - A Montanha dos Sete Abutres (1951) 10 - O Sétimo Selo (1957) 11 - Matar ou Morrer (1952) 12 - Um Corpo que Cai (1958) 13 - A Malvada (1950) 14 - Sindicato de Ladrões (1954) 15 - A Estrada (1954) 16 - Assim Caminha a Humanidade (1956) 17 - Juventude Transviada (1955) 18 - Anatomia de um Crime (1959) 19 - A Roda da Fortuna (1953) 20 - Uma Rua Chamada Pecado (1951)

Carlos não podia ser indicado porque foi feito pra TV e O Escritor Fantasma foi menosprezado por causa da polêmica do Polanski. Não entendi porque Cópia Fiel não foi indicado pelo menos a Melhor Filme Estrangeiro nem no Globo de Ouro nem no Oscar. É melhor do que Fora da Lei ou Dente Canino.

Acho que esse é um filme praticamente como todos dos Coen até Bravura Indômita. Ou você coloca ele no topo da lista ou no final. Eu, particularmente, preferi o final. Hahaha talvez eu tenha exagerado chamando de bomba. Esqueci de falar da Preciosa também. Num sei se algum dia vou ver tanto sofrimento na tela de novo. E parece que vai ter o 2. =/

Apesar dos pesares, o Oscar pelo menos está bem mais emocionante este ano. Ainda não há certeza absoluta em praticamente nenhuma categoria (quem sabe nem Melhor Filme). Os candidatos estão bem diversificados e tem até filme independente. Muita gente andou falando que este ano estava fraco pra filmes, mas, comparando os indicados à categoria principal deste ano e do ano passado, sou muito mais a lista atual. Os únicos que tinham potencial para se tornar clássicos eram Bastardos Inglórios e (talvez) Guerra ao Terror. Este ano temos Cisne Negro, A Origem, A Rede Social, Bravura Indômita, O Discurso do Rei (embora eu não goste muito) e até Toy Story 3 com um ótimo potencial. No ano anterior, tínhamos também algumas bombas como Um Homem Sério (me desculpem os irmãos Coen, mas ô filme chato) e Um Sonho Possível (um drama bem fraco, só indicado por causa da Bullock) Acho que, no geral, só os filmes estrangeiros estão deixando a desejar, com exceção do dinamarquês Em Um Mundo Melhor, que é excelente.

Parece que O Discurso do Rei vai mesmo levar a estatueta de Melhor Filme, mas, pelos poucos comentários dos votantes, David Fincher parece estar forte no páreo de melhor diretor. Muitas pessoas ficaram impressionadas com o trabalho que fez em A Rede Social, que realmente está muitos graus acima de O Discurso do Rei nesse quesito. Seria interessante um Melhor Filme diferente de Melhor Direção, pra variar. O Fincher certamente merece muito mais, por esse filme e também para compensar por trabalhos anteriores. O Vencedor também está tendo uma grande aceitação. Talvez acabe levando mais prêmios do que o esperado. Eu, particularmente, gostei muito das atuações do Bale e do Rush este ano e acho que qualquer um dos dois que ganhar será merecido. Acredito que Bale acabe levando, porque a Academia odeia repetir premiações de melhor ator e podem considerar isso antes de votar no Rush.

A Rede Social derrotou O Discurso do Reino no Círculo de Críticos de Londres. O filme ficou com os prêmios de melhor roteiro, melhor direção e melhor filme. O Discurso do Rei levou o de melhor filme britânico, melhor diretor britânico e melhor ator. A Annette Bening derrotou a Natalie Portman. Pena que, em termos de premiação, não quer dizer muita coisa. leomaran2011-02-11 16:31:34

O Ebert normalmente acerta a maioria. Mesmo assim, acho 6 Oscars para O Discurso do rei muito mais do que merecia. Continuo torcendo por uma vitória de A Rede Social ou Bravura Indômita, mas com menos entusiasmo agora. Mesmo assim, ainda está melhor que ano passado, em que torcia por qualquer um menos Guerra ao Terror (nem Um homem sério, pelo amor de Deus), sem qualquer chance. Este ano, ainda existe uma pontinha de esperança.

Na verdade, acho que a única que pode realmente atrapalhar a Leo é a Steinfeld. Toda essa palhaçada de colocá-la como atriz coadjuvante não passa de pura estratégia, porque ela não teria a mínima chance concorrendo na categoria principal. Aliás, foi uma grande gafe do Oscar, porque essa é a primeira atriz coadjuvante que eu vejo que é o centro de praticamente todas as cenas do filme. A menina narra uma história sobre ela mesma. Ela abre e fecha o filme. Ela está no meio em todos os momentos. Quer algo mais protagonista que isso? O Jeff Bridges é mais coadjuvante que ela, pra se ter uma ideia. Torço pra que o prêmio fique o com a Leo mesmo, primeiro: porque ela é realmente atriz coadjuvante, segundo: porque não fiquei muito impressionado com o trabalho da Steinfeld, que achei apenas bom. Mas também tem que se levar em conta que o tempo de exposição na tela pode contar muito a seu favor na hora da escolha dos votantes. Acredito que a Steinfeld acabe vencendo na categoria, porque parece que lá nos EUA ela se transformou numa espécie de xodó do público.