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Forum Cinema em Cena

Noonan

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Posts posted by Noonan

  1. E quanto ao usuário que me criticou no final da página anterior' date=' o "Nananinanão" (ou algo parecido)... discordo que quando alguém diz: "Tal filme é uma porcaria"... estaria implícito "na minha opinião."

    Muito pelo contrário. Os PSEUDO-INTELECTUAIS (14) que enchem a boca pra falar de Truffault e "filmes cult" pra se destacar nas rodinhas de conversa, quando dizem "tal filme é uma porcaria" dá pra ler nas entrelinhas: "essa é uma verdade absoluta e inquestionável e quem discordar comigo é um bundão-xiita-fãzóide-sem-cérebro".
    [/quote']

     

    Ai, ai...

     

    Primeiro, não está implícito de maneira nenhuma. Só você e mais meia dúzia de paranóicos que, por algum motivo obscuro, ficam chateados ao ver que existem pessoas que têm opiniões diferentes vêem "isso é uma verdade inquestionável" na frase "filme X é uma bosta".

     

    Segundo, aí está a prova de que, para você, quem discorda de você é um pseudo-intelectual que só cita Truffaut e outros "filmes cult" para se aparecer. Interessante ver um post desse vindo de alguém que ainda há pouco reclamava de não ter a própria opinião respeitada.

     

    Se você não se sente bem porque não é o mundo inteiro que concorda com você, isso é problema seu, não dos outros.

     

    "Por favor, deixem bem claro nos seus posts que, quando vocês não gostam de um filme de que eu gosto, é apenas sua opinião. Isso está implícito, eu sei, mas mesmo assim deixem bem claro, senão eu me sinto magoado." Putz...
    Noonan2007-07-10 18:58:14
  2.  

     

    ...Mas o filme por si só' date=' pelo menos pra mim, não consegue divertir ou distrair nem um pouco. É ruim demais. O problema é que querem fazer filme de tudo quanto é herói, aí sai esse tipo de coisa.

    [/quote']

     

    Essa expressão que eu destaquei deveria estar no final de cada frase de cada um de nós aqui. O que é uma "bosta" pra um pode ser uma obra-prima pra outro. Tudo é relativo e gosto cada um tem o seu. Tudo se resume a velha questão:

     

    "Fato ou opinião?" 02

     

    Não, essa frase não deveria estar no final de cada frase de cada um de nós aqui porque é ÓBVIO que tudo o que falamos aqui são opiniões pessoais e nada além disso. Se eu falo "O filme X é uma bosta", é lógico que é minha opinião. Está subentendido. Dizer "O filme é um lixo na minha opinião" é praticamente uma redundância. A menos que você não suporte que haja pessoas que não gostam de um filme de que você gosta.

     

    Com relação a Grindhouse, ainda nem vi, apesar de tê-lo aqui, mas gostaria de conhecer esse método revolucionário para se elogiar/detonar um filme vendo apenas uma imagem dele. Sério, eu me realizaria com isso, nunca mais gastaria dinheiro com filmes. É só ir no IMDb e pagar todos os meus pecados cinematográficos.

     

    E, por fim, é engraçado que os usuários que mais reclamam de não ter as opiniões respeitadas e blábláblá são exatamente os que classificam todo mundo que discorda deles de (pseudo-) intelectual.
    Noonan2007-07-09 16:53:31
  3. Mas sempre é mantido algo da obra original, e isso é mais uma questão financeira do que propriamente criativa: se o diretor vai alterar tanto a obra a ponto de ela se tornar irreconhecível, ele não estará adaptando, e sim tendo uma idéia a partir dela... e, portanto, será desnecessário comprar os direitos de adaptação.

     

    O Iluminado de Kubrick É uma adaptação do livro de King, apesar das várias mudanças; o mesmo vale para Dr. Fantástico, do Kubrick também, ou para o Drácula de Francis Ford Coppola. E mesmo para Nosferatu, do Murnau.
  4. E não só isso. O diretor é o AUTOR do filme (não importa se baseado ou não em alguma coisa) e, como tal, tem o completo direito de fazê-lo como der na sua telha. Se o Nolan fizesse o Batman usar um uniforme rosa e isso funcionasse na tela, por mim estaria ótimo.

  5. Vi o primeiro episódio de Moonlight Mile. Ótimo traço, animação muito boa, mas hoje em dia nem se deve perder muito tempo falando da qualidade técnica dos animes. De resto, bem normalzinho; verei o segundo e, dependendo dele, decido se continuarei a série.

     

    Primeiro do Darker than Black, também. Depois do mediano Moonlight, fica difícil não considerar esse aqui muito bom. Vamos ver.
    Noonan2007-06-08 21:18:53
  6. Foras' date=' eu postei lá no cCc, mas não sei se você viu: esses dias estava folheando Lavoura Arcaica, li uns trechos (umas 20 ou 30 páginas na livraria 06), e fiquei impressionadíssimo. É poético MESMO, às vezes até demais, o livro se aprofunda tanto na mente do protagonista, a reproduz de maneira tão fiel, por assim dizer, que vira um turbilhão caótico (no bom sentido) eventualmente, e é preciso parar de ler para respirar fundo. O Raduan Nassar consegue ser lírico até quando o personagem está batendo uma, no início do livro ("a mão colhendo a rosa branca do desespero", ou algo parecido). E é bem curtinho, ainda por cima.

     

    Tenho algumas leituras acumuladas aqui, mas logo que me livrar delas, Lavoura será prioritário.
    [/quote']

     

    (1) Eu vi. O maior mérito, partindo do que é exposto no filme, é que esta beleza textual nunca cai para o rebuscado em demasia, saindo do tom. Tenho a impressão de que é daqueles livros capazes de sustentar a leitura apenas pelo sabor que esta produz. O texto, a língua como matéria-prima está em primeiro lugar, é isto que Luis Fernando deixa claro em seu filme. (2) Li por aí que o Raduan não escreveu mais nada além de Lavoura Arcaica. Nem antes, nem depois.

     

    1) É bem por aí mesmo, as páginas que li foram das mais agradáveis, pela beleza do texto - e a disposição dele ajuda muito nisso: cada capítulo é composto por um único parágrafo, e as frases são separadas apenas por ponto-e-vírgula, cheias de repetições, dá aquela impressão de fluxo de consciência.

     

    E o Raduan Nassar uma vez ou outra surta e usa até mesmo aliterações. 13

     

    2) Ele escreveu mais um livro, Um Copo de Cólera (que também foi adaptado, mas nunca assisti ao filme), e, se não me engano, publicou um livro de contos nos anos 90. Além disso, mais nada.
    Noonan2007-06-07 14:09:02
  7. Foras, eu postei lá no cCc, mas não sei se você viu: esses dias estava folheando Lavoura Arcaica, li uns trechos (umas 20 ou 30 páginas na livraria 06), e fiquei impressionadíssimo. É poético MESMO, às vezes até demais, o livro se aprofunda tanto na mente do protagonista, a reproduz de maneira tão fiel, por assim dizer, que vira um turbilhão caótico (no bom sentido) eventualmente, e é preciso parar de ler para respirar fundo. O Raduan Nassar consegue ser lírico até quando o personagem está batendo uma, no início do livro ("a mão colhendo a rosa branca do desespero", ou algo parecido). E é bem curtinho, ainda por cima.

     

    Tenho algumas leituras acumuladas aqui, mas logo que me livrar delas, Lavoura será prioritário.
    Noonan2007-06-07 12:04:08
  8. Ergo Proxy (2006), de Shukou Murase. É uma mistura de quase tudo da cultura pop ligado a ficção científica, psicologia e filosofia; as influências (que vão de Blade Runner a Neon Genesis Evangelion, passando por 2001, Akira Matrix, para ficar só no campo audiovisual) são tantas que o negócio quase vira uma antologia. (Interessante que o visual de Matrix se inspirou nos animes, e agora vemos um anime inspirado no visual de Matrix.) Mas Ergo Proxy não fica só nas referências, e consegue tratar de questões mais sérias, como a busca por uma razão de ser e a luta contra a própria natureza (Vincent Law), a procura por uma verdade nova, por assim dizer, depois de ver tudo em que se acreditou a vida inteira se desfacelar (Real Mayer), e até mesmo a existência ou não de alma em máquinas (o vírus Cogito, que faz os andróides que infecta "desenvolverem uma alma", nas palavras de uma personagem; e é significativo que esse desenvolvimento esteja associado à libertação das máquinas, que deixam de obedecer aos humanos).

    No entanto, o anime se caga um pouco com uma edição meio ruim nos episódios iniciais, e uma certa enrolação que começa lá pelo décimo quarto episódio e só vai terminar no vigésimo, com direito até a um inimigo por dia, a la Cavaleiros do Zodíaco. (Isso, claro, sem contar idiotices como o capítulo 15, que parece estar lá apenas para que o diretor e os roteiristas digam "Vejam como somos originais e ousados!".) Um dos efeitos colaterais da enrolação acaba sendo o final, que é ótimo, mas que foi contado muito apressadamente, nos três últimos episódios (quando poderia/deveria ter sido narrado em uns quatro ou cinco).

     

    Enfim, apesar dos problemas, muito bom mesmo. Grandes chances virar cult.
    Noonan2007-05-26 22:25:07
  9. Mais um admirador de Três Homens em Conflito... realmente, já podemos montar um fã-clube.

    Hm, é até difícil falar muito do filme que tem a melhor cena que já vi na vida (sim, é a do cemitério). Putz, é fantástica, acho que nem o macaco descobrindo a arma em 2001 ou os pássaros voando sobre o campo de batalha em Andrei Rublev conseguem igualá-la.
  10. Dook' date=' eu tinha CERTEZA que você ia citar esse trecho, e eu o coloquei aí de proposito, pra você fazer. 06 Mas a questão é, eu não concordo.

     

     

     "Fica perfeitamente claro que o objetivo de toda arte - a menos, por certo, que ela seja dirigida ao consumidor

     

    Arrogância, é o que eu chamo."a menos, por certo, que seja dirigida ao consumidor" 07 Não me espanta que tu tenha gostado disso. 06 A arte não precisa necessariamente ter grandes reflexões filosóficas. Uma obra de arte pode ser simples e objetiva. Matrix, que quer falar de tudo, não é necessariamente melhor que Indiana Jones. Persona, não é necessariamente melhor que Pulp Fiction.

     

    Apesar de saber que você iria citar esse trecho, eu acho estranho que tenha o usado para comparar com Pulp Fiction. Se formos analisar por esse prisma, então Casablanca, Psicose, O Poderoso Chefão... Não merecem nem ser dignos de comparação com os filmes do Bergman, Buñel e Tarkovski. Claro, por que os dilemas levantados por esses últimos são muito mais complexos. Eles fazem um verdadeiro estudo da mente humana, enquanto que os outros apesar de também fazer em suas determinadas proporções, colocam um foco maior na história a ser contada.

     

    Pra mim a arte não precisa levantar as questões propostas pelo Tarkovski. E essa parte do: "dirigida ao consumidor" foi completamente desnecessária, pra não falar outra coisa.

     

    Discordo, Tensor; isso não é arrogância do Tarkovski. Na verdade, se você tivesse citado a frase inteira, perceberia muito bem que ela não é arrogante - "a menos, claro, que seja dirigida ao consumidor, como uma mercadoria". Aí já fica bem claro que a ressalva do Tark se refere aos filmes feitos exclusivamente como objeto de consumo, que seguem as mesmas fórmulas de sempre, e assim por diante (e será que O Poderoso Chefão ou Os Caçadores da Arca Perdida são SÓ isso?). Afinal, toda arte é dirigida a algum consumidor - filmes são feitos para serem assistidos, livros, para serem lidos, músicas, para serem ouvidas... Além disso, o diretor diz que a arte-mercadoria não tem, na opinião dele, a obrigação de discutir os temas que citou, e não que ela não pode/deve fazê-lo.

     

    Se você tivesse lido o livro do qual essa frase foi retirada, perceberia que isso é a visão de Tarkovski sobre a arte, uma visão pessoal (isso é um pleonasmo, acho), e não arrogante. Mesmo a definição de arte é subjetiva, no final das contas, e para Tarkovski a arte deve refletir sobre a existência humana, algo que fica bem claro nos filmes dele.
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