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Forum Cinema em Cena

19 Dias de Horror


Jailcante
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 Visto UMA NOITE DE CRIME: ANO DE ELEIÇÃO

 

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   Dois anos após os eventos de ANARQUIA, Leo Barnes (Frank Grillo) se tornou o chefe da segurança de Charlie Roan (Elizabeth Mitchell) uma senadora americana, que tendo os seus próprios traumas envolvendo a "Noite do Expurgo", está a um passo de vencer as eleições presidenciais, tendo como sua principal plataforma o fim da Noite de Crime. Entretanto, vendo as propostas da senadora como uma ameaça, o governo pretende elimina-la, usando a noite do expurgo como cobertura.

 

  Mais uma vez escrito e dirigido por James DeMonaco, este terceiro exemplar da franquia aumenta o escopo ao botar "a alma do país em jogo", como define certo personagem, seguindo a tradição da série de aumentar as apostas a cada filme. Embora siga a pegada de "Horror action survival" estabelecida pelo filme anterior, o roteiro de DeMonaco tenta realmente apresentar novos ângulos sobre este universo, ao nos mostrar de forma mais detalhada os bastidores políticos da "Noite de Expurgo", assim como os movimentos de resistência, algo apenas sugerido e entrevisto nos filmes anteriores. Entretanto, estes elementos não são lá muito bem apresentados, devido muitas vezes a um maniqueismo extremo. Uma das primeiras cenas do filme, onde vemos um grupo de políticos planejando o assassinato da candidata chega a ser um pouco constrangedora, pois só falta aqueles homens babarem e torcerem os bigodes enquanto falam, só pra mostrar o quanto são maus.

 

  Falta ao filme também um conflito moral mais forte, como os apresentados no primeiro e no segundo filme. Tal conflito até chega a ser desenhado, mas nunca é trabalhado de fato. Entendo que a personagem de Elizabeth Mitchell tinha que ser a mais ética possível, afinal, ela representa a esperança naquele mundo distópico. Mas falta um conflito a mais, como por exemplo o enfrentado pelo protagonista de Ethan Hawke no primeiro filme sobre entregar um homem inocente a morte para proteger a sua família no filme original, ou o de Leo Barnes de usar a noite de expurgo para se vingar.

 

 Ainda assim, UMA NOITE DE CRIME: ANO DE ELEIÇÃO continua a proporcionar a mesma diversão proporcionada pelos anteriores, mesmo tendo uma narrativa mais ligeira. O filme segue a tradição da franquia de trazer algum tipo de discussão social, embora aqui muito dessa discussão acaba se perdendo pela falta de sutileza com que elas são apresentadas. Não é o melhor filme da franquia, mas funciona bem como diversão escapista e como fecho da trilogia.

 

PS: No Brasil, o filme foi traduzido como 12 HORAS PARA SOBREVIVER, título horrível que me recusei a usar. Bem ou mal, a tradução original é bem melhor.

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 Visto EX MACHINA: INSTINTO ARTIFICIAL

 

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Questão, ja viu o indie "Uncanny"? É a mesma coisa que o filme acima, so muda o sexo os personagens, e particularmente gostei muito mais que o badalado "Ex-Machina". Visivelmente de baixo orçamento, capricharam muito nos diálogos e no roteiro, com direito a incrivel reviravolta final.  :rolleyes:

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A Casa dos Maus Espíritos (House on Haunted Hill, Dir.: William Castle, 1959) 3/4

 

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Muito inocente pros dias de hoje, mas tem um charme enorme. E ver esse original me fez lembrar que como o remake de 1999 (A Casa da Colina) é uma enorme boshta.

 

 Gostei muito quando vi. Sou um grande fã do Vincent Price, e ele fez uma parceria interessante com o Castle. Acho que alguns "sustos fáceis" do filme funcionam até hoje como o da cena em que a velha criada aparece. Claro, outras são dignas de Chapolin, como a dos esqueletos. Mas o charme e a atmosfera do filme são deliciosos.

 

Se gostou desse filme e ficou curioso pelo estilo do Castle, JAIL, recomendo que assista FORÇA DIABÓLICA, também com o Price.

 

Nunca vi o remake, mas também sempre me pareceu bem ruim mesmo.

 

Questão, ja viu o indie "Uncanny"? 

 

 Vou por na lista, SOTO. Valeu pela dica.

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Diário dos Mortos (Diary of the Dead, dir. George A. Romero, 2008) - 3/5

 

Sim, a fórmula está esgotada, não tem muito onde inovar, mas Romero consegue alguma raspinha do tacho desse filão já tão saturado e discorre sobre veracidade das informações que a mídia passa e o nosso fascínio (ou obsessão) em sermos os portadores da notícia. É uma pena que seja permeado de personagens desinteressantes e formulaicos, contudo o mestre ainda mostra que só ele faz os zumbis mais assustadores. Talvez o pessoal de The Walking Dead pudesse tomar umas notas.

 

(visto em Netflix)

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 Não cheguei a ver DIÁRIOS, mas ILHA DOS MORTOS que ele fez depois desse eu vi, e que filme ruim.

 

 Esses dias li uma entrevista do Romero onde ele acusava THE WALKING DEAD de matar os filmes de zumbi. Nem assisto THE WALKING DEAD, mas o próprio Romero já havia perdido a mão com os zumbis bem antes da estréia da série.

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Não vi Ilha... estava na minha lista da Netflix, mas saiu junto com Diário... Ainda hoje estava vendo uns pedaços de "Terra dos Mortos"... que diferença... não somente na cara do filme - afinal, era Romero trabalhando com milhões depois que Boyle e Snyder ressuscitaram os zumbis no cinema - mas na direção em si, nos diálogos, etc. Deu até vontade de rever.

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 Seguindo a dica do JAILCANTE, conferi SOB O PODER DA MALDADE

 

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    Na trama, o Professor Marcus Montserrat (Boris Karloff) é um hipnólogo decadente, que juntamente com a esposa Estelle (Catherine Lacey) desenvolve uma máquina que lhe permite experimentar sensações através de outras pessoas, além de também poder exercer controle mental a grandes distâncias. O casal de idosos então engana Mike Roscoe (Ian Ogilvy) um jovem que estava atrás de "emoções fortes" para que ele seja cobaia da nova criação do Professor Montserrat. O experimento é bem sucedido, mas desperta impulsos sombrios em Estelle, que decide experimentar uma série de emoções através de Mike, transformando o garoto em um perigo para si mesmo e para aqueles que o cercam.

 

  Bem interessante este horror sessentista com toques de pseudo ficção científica estrelado pelo mestre Boris Karloff. Comandado por Michael Reeves, que posteriormente dirigira o competente O CAÇADOR DE BRUXAS é um perfeito retrato de sua época, não só dos anos 60 em si, mas do próprio período de transição passado pelo cinema de horror durante este período,  que começava a deixar os cientistas malucos e a retomada do horror gótico para trás, e começava a investir mais em tramas mais focadas na maldade natural do ser humano, adotando estéticas mais violentas, e mais abertamente sexualizadas, marca do cinema de horror dos anos 70. A presença de um ícone do gênero como Karloff aqui funciona quase como uma forma de tornar essa transição mais suave, algo que o ator voltaria a fazer de forma ainda mais clara na pequena OP de Peter Bogdanovich NA MIRA DA MORTE.

 

  Claro, essa análise pode nem ter passado na cabeça de Reeves, mas o comentário estético e narrativo sobre a geração dos anos 60 parece bem intencional. Afinal, aquela foi a década que pregou com mais intensidade o amor livre e as descobertas por novas experiências por parte da juventude (e dos adultos também, de fato). Assim sendo, SOB O PODER DA MALDADE parece muitas vezes soar como um conto preventivo contra tais excessos. Por mais que no fim das contas, o protagonista seja uma vítima do Casal Montserat (da senhora Montserrat em partícular) o filme não parece ser muito simpático com o rapaz hipnotizado. Afinal, ele é mostrado como uma figura quase hedonista, que não parece ter grande consideração pelo amigo Alan (Victor Henry) ou pela namorada Nicole (Elizabeth Ercy). De fato, Mike é atraído pelo Professor Montserrat através da promessa de uma droga que lhe daria "êxtase sem ressaca", isso depois de deixar o amigo e a namorada em uma boate por estar entediado. O filme parece não apenas parece colocar Mike como cumplíce da própria tragédia, mas ainda coloca-lo no mesmo nível da vilã principal, afinal, o desejo de Estelle por "experimentar emoções sem consequências" é basicamente o mesmo que leva Mike de encontro aos Montserrat. Ou seja, SOB O PODER DA MALDADE parece funcionar como espécie de crítica a cultura sessentista de busca pelo prazer através da máxima "If you play, you pay". (Se você brinca, você paga).

 

  A estética dos anos sessenta, frisada principaalmente pelas boates frequentadas pelo protagonista, cheia de gelo seco e roupas coloridas, cria um contraste interessante entre o apartamento velho e corroído dos Montserrat, e conversa com a proposta do filme, que claramente também parece promover a luta de gerações (afinal, apesar das intenções do Professor Montserrat serem muito mais nobres que as da esposa, ele basicamente quer recuperar emoções e sensações da juventude tanto quanto a esposa, só que de uma forma mais saudável). Por outro lado, essa mesma estética que apoia a narrativa do filme também acaba deixando-o um pouco datado. Provavelmente ele já devia parecer datado dez anos depois de ser lançado, imaginem hoje.

 

 Mas isso não tira os méritos desse interessante horror de baixo orçamento. É sempre bom ver mais um filme estrelado pelo mestre Karloff (e um dos bons!). SOB O PODER DA MALDADE está longe de ser uma pérola esquecida ou algo que o valha, mas com certeza vale a visita pra quem curte um bom filme que é um retrato de sua época, e que ainda traz uma ou outra discussão interessante.

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O Chicote e o Corpo (La Frusta e il Corpo, Dir.: Mario Bava, 1963) 2/4

 

A Orgia da Morte (The Masque of Red Death, Dir.: Roger Corman, 1964) 3/4

 

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Mais que terror, são dois contos "góticos coloridos". Ambos se assemelham nesse quesito de usar muita cor na fotografia, cores fortes, mas ao mesmo tempo sem perder o tom sombrio da história. Ambos também tem presença forte nos seus elencos Christopher Lee no Chicote e o Corpo, e Vincent Price na Orgia da Morte. Chicote tem como base a opressão a mulher, ao desejo sexual feminino. Orgia é uma alegoria não só sobre fé ou religião, mas sobre como se vive, como cada um escolhe viver. Corman tava bem inspirado aqui nesse.

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 Dois filmes muito bons de caras que entendiam horror gótico como ninguém, Corman e Bava.

 

 No caso de "THE MASQUE OF THE RED DEATH" (Me recuso a usar o bizarro título nacional) não é só o uso da cor que o JAILCANTE mencionou que é usada para criar a atmosfera de horror da história, mas o contraste entre todo  o ambiente colorido que existe dentro do castelo do Vincent Price e o ambiente cinzento e pobre que existe fora do castelo. THE MASQUE OF THE RED DEATH é quase como se Corman dirigisse a sua própria versão de O SÉTIMO SELO. 

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 Visto A FACE DA CORRUPÇÃO

 

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   Na trama, Sir John Rowan (Peter Cushing) é um brilhante cirurgião, que durante uma festa, acaba sendo indiretamente responsável por um acidente que marca o rosto de sua noiva, a modelo Lynn Nolan (Sue Lloyd).O médico então se torna obcecado em encontrar uma forma de restaurar a beleza da noiva, oque faz com que a sanidade do casal comece a se deteriorar, enquanto um rastro de morte segue as experiências de Sir John.

 

  Um médico que entra em uma onda de assassinatos para ajudar um ente querido já não era uma novidade no fim dos anos 60, quando este filme foi produzido. A essa altura, o cinema já havia nos apresentado pequenos clássicos como o francês OS OLHOS SEM ROSTO de Georges Franju, ou o italiano O MOINHO DAS MULHERES DE PEDRA de Giorgio Ferroni. A diferença é que enquanto nos filmes citados, as "beneficiarias" das cirurgias dos médicos eram de certa forma tão vítimas quanto as mulheres assassinadas, aqui, a personagem de Sue Lloyd aparece como uma verdadeira Lady Macbeth, incentivando e manipulando o noivo a continuar com os crimes, para que possa assim preservar a sua beleza.

 

 A ideia até não é ruim, mas a execução é bem pobre na maior parte do tempo. Falta ritmo ao filme, que mesmo tendo apenas oitenta e poucos minutos, parece se arrastar em certos momentos. A tensão entre o casal principal, que deveria ser o fio condutor da narrativa também não é muito bem construído. Ainda bem que a película conta com a presença do sempre competente Peter Cushing, que em muitos momentos parece carregar o filme nas costas. Cushing consegue conferir ao protagonista uma dignidade  e uma austeridade que faz com que gostemos do personagem, mesmo que ele cometa crimes horríveis. E o mar de culpas em que ele vive, dividido entre o remorso de ter provocado o acidente de Lynn e o remorso de estar cometendo os crimes é representado a perfeição por Cushing.

 

  O filme tem um gore e violência relativamente intenso para a época, com destaque para uma sequência de assassinato cometida em um trem. E se o filme falha em construir suspense durante a maior parte do tempo, deve-se admitir que existe um bom crescendo de tensão durante o climax, em uma sequência envolvendo uma cabeça em um freezer. Alias, todo o 3º ato do filme é bastante surtado, levando a narrativa para um lado que eu realmente não esperava. Claro, nem sempre isso é necessariamente bom. A conclusão da trama parece ter sido feita para ser chocante, mas acaba provocando muito mais risos do que propriamente choque.

 

  No fim das contas, A FACE DA CORRUPÇÃO acaba sendo bem fraquinho. Não chega a ser uma bomba completa, mas não é um filme que eu vá recomendar. 

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A Noite do Demônio (Night of The Demon, Dir.: Jacques Tourneur, 1957) 1/4

 

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Olha, não curti, não. Achei meio burocrático, fiz um esforço pra ver até o final. Mas o monstrão, pra época, até quer ficou bem feito.

 

 Eu gostei bastante quando eu vi. Acho que o filme seria ainda mais forte se o monstrão não aparecesse lá na cena de abertura, pra ficarmos na dúvida se o protagonista havia mesmo sido amaldiçoado ou não. Mas lembro de achar que o filme tinha um crescendo de tensão bem bom. Sei lá, acho que o filme tem muita atmosfera, coisa que o Jacques Tourneur sempre soube fazer em seus filmes.

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 Eu gostei bastante quando eu vi. Acho que o filme seria ainda mais forte se o monstrão não aparecesse lá na cena de abertura, pra ficarmos na dúvida se o protagonista havia mesmo sido amaldiçoado ou não. Mas lembro de achar que o filme tinha um crescendo de tensão bem bom. Sei lá, acho que o filme tem muita atmosfera, coisa que o Jacques Tourneur sempre soube fazer em seus filmes.

 

Aí que tá. O filme é bem dissecado. Desde o começo já se sabe o que rola. Ficou um monte de discussão sobre a mesma coisa o filme todo (acreditar ou não acreditar no sobrenatural). E o personagem principal era meio chato, cético demais, daí, não consegui torcer (até quis que o monstro levasse ele junto).

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A Aldeia dos Amaldiçoados (Village of the Damned, Dir.: Wolf Rilla, 1960) 2/4

 

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Por ser curto (1h17) até acho que poderia ter se aprofundado um pouco mais. Considero os 2 primeiros atos (desmaio da população e grávidas) melhores do que a parte da gurizada loira-má. 

 

Tenho que ver o remake do Carpenter.

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A Aldeia dos Amaldiçoados (Village of the Damned, Dir.: Wolf Rilla, 1960) 2/4

 

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Por ser curto (1h17) até acho que poderia ter se aprofundado um pouco mais. Considero os 2 primeiros atos (desmaio da população e grávidas) melhores do que a parte da gurizada loira-má. 

 

Tenho que ver o remake do Carpenter.

 

 Gostei quando eu vi. O George Sanders, que trabalhou bastante com o Hitchcock deu um ótimo protagonista aqui. O papel dele ficou com o Reeves no remake.

 

  Quando vi o filme eu já tinha assistido o remake do Carpenter, e ele muda muito pouca coisa. As poucas mudanças é que o Carpenter acrescenta uma participação mais ativa do governo nos eventos do filme, e um "guri louro mal" que não é tão mal assim. Mas no geral, o remake segue basicamente a mesma história. A maior diferença é na violência mesmo, que é maior no filme do Carpenter.

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  A exemplo de filmes como CUBO e DEATH RACE, CIRCLE mostra um grupo de pessoas sendo colocadas em uma situação surreal e mortal por uma força desconhecida e sem motivo aparente. No caso, cinquenta pessoas incluindo idosos, uma criança e uma grávida são presas no tal círculo do título e precisam votar em quem vive ou morre a cada dois minutos, antes que o raio mortal na sala decida aleatoriamente. É o tipo de narrativa que expõe aquilo o que há de pior no ser humano, expondo vários tipos de preconceitos, sejam eles de credo, raça ou gênero. É um thriller bem trabalhado, e com um viés bastante pessimista. O final é do tipo soco no estômago. Não chega a ser genial, mas é decididamente digno de nota.

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 Visto O METRÔ DA MORTE

 

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   Este horror setentista estrelado por Donald Pleasence vivendo um inspetor de polícia debochado e boca suja que investiga o desaparecimento de um funcionário de alto escalão do governo britânico nos metrôs de Londres possui um subtexto social bastante explícito em sua narrativa. Afinal, é a história de uma sociedade de canibais animalescos que se formou no fim do séc 19 no subterrâneo da capital britânica após serem abandonados pelas grandes industrias após um desabamento. É quase uma história de vingança da classe trabalhadora contra os "poderosos" da sociedade. Apesar do 3º ato corrido demais, o filme levanta questões interessantes, e tem uma boa construção de atmosfera. Fiquei com a impressão que podia ser bem melhor, mas vale a conferida.

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Pasmo: a Dark Castle ainda existe.

 

Ela era a produtora que o Robert Zemeckis usou pra fazer remakes de uns filmes dos anos 50/60. A Casa da Colina, A Casa de Cera, 13 Fantasmas, e etc.

 

O último que vi deles foi A Casa de Cera em 2005. Desde então nunca mais ouvi falar, achei que tinha falido, mas eles continuaram. Zemeckis não deve tá mais envolvido, acho (vai ver por isso não se ouviu mais falar deles).

 

O Bloody disgusting fez um top de filmes deles:

 

http://bloody-disgusting.com/editorials/3413775/ranking-dark-castle-horror-films/

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 Visto THE MONSTER

 

 

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  Dirigido por Bryan Bertino, que comandou o cult (mas superestimado na minha opinião) OS ESTRANHOS, este THE MONSTER usa a criatura do título como pano de fundo para uma história de reparação da relação entre uma mãe e sua filha pré adolescente, algo que lembra a dinâmica vista em THE BABADOOK, mas menos metafórico. O filme se divide entre o pesadelo que mãe e filha estão vivendo ao serem atacadas pelo tal monstro em uma estrada chuvosa após um acidente de carro, e flashbacks que expõem a sua complicada relação.

 

  E é nestes flashbacks que o filme cresce, e a dupla principal formada por Zoe Karan e Ellen Berantine tem a chance de brilhar. Já a parte horrorífica do longa não se destaca tanto quanto a parte dramática, passando a se arrastar a partir de certo momento. Em outros aspectos, o design do monstro é bem feito, embora um pouco genérico.

 

 Enfim, é um filme que vale a conferida, devido principalmente as suas protagonistas bem desenvolvidas e bem defendidas por suas atrizes. Mas faltou alguma coisa pra realmente se destacar.

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Atração Mortal (Heathers, Dir.: Michael Lehmann, 1988) 2/4

 

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Filme bem interessante. É um Meninas Malvadas (o da Lindsey) anos 80 e com assassinatos. Mas não acho que o filme explora todo potencial. Talvez um remake viria a calhar bem (mas um bem feito, não qualquer coisa). Winona Ryder e Christian Slater bem novinhos. 

 

Cinco Bonecas para a Lua de Agosto (5 bambole per la luna d'agosto, Dir.: Mario Bava, 1970) 2/4

 

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Olha, é o pior filme do Bava, hein. E o mesmo dizia isso, então quem sou eu pra discordar... Tem todo aquele apuro visual e técnico que é típico dele, e isso que salva o filme, mas isso fica a função de nada já que a trama é bem xoxa e os personagens idem (pelo que vi no extra do DVD, Bava fez porque tava sem grana, e teve só 2 dias pra se preparar pro filme, isso explica muita coisa).

 

 

Premonição (Sete Note in Nero/The Psychic, Dir.: Lucio Fulci, 1977) 4/4

 

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Olha, é o melhor do Fulci, hein. Ok, que as marcas principais dele não estão aqui (o gore extremo e trama abstrata), mas nem ligo. A trama é desenvolvida de uma forma tão envolvente. E o filme tem um twist no meio que sim me pegou de jeito (ainda mais porque tem a ver com noções de tempo, presente, passado, futuro).

 

Spoiler:

 

Achei genialíssima essa mudança no meio do filme: a personagem (e o público) se sentia "segura" porque se achava aquilo ali era uma visão do passado, de um assassinato que já havia ocorrido, mas no final quando se descobre que era na verdade uma premonição e aquilo tudo engole a personagem principal de um jeito tão devastador, que não tem como ficar tenso com aquilo. Eu fiquei. E sim, o título nacional é uma bosta e entrega um spoiler. Felizmente, não liguei pro título genérico nacional quando fui ver o filme, e acabei caindo na armadilha do Fulci assim mesmo.

 

No Quarto Escuro de Satã (Il tuo vizio è una stanza chiusa e solo io no ho la chiave, Dir.: Sergio Martino, 1972) 2/4

 

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Acho que o melhor do filme é o título original: "Seu vício é um quarto vazio e eu tenho a chave". hehe Do Sergio Martino ainda não vi um filme que tenha me deixado paudurecido, mas são muito bem realizados e, no geral, eu gosto. Esse vai nessa linha.

 

 

Os Passos (Le Orme, Dir.: Luigi Bazzoni, 1975) 1/4

 

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Achei uma grandessíssima bosta. O pior giallo que vi nesse boxes de DVDs que tenho comprado. Só dei nota 1 porque tem uns visuais meio sci-fi que dentro de um giallo, não deixa de ser interessante (o quarto da personagem, um salão de beleza e outros que lembram 2001, ou outros sci-fi da época). Mas de resto, uma trama arrastada que não chega a lugar nenhum. Na verdade chega, porque deixaram uma explicação xoxa no final, talvez seria melhor não terem dado essa explicação, e deixado aberto o final, sei lá. O filme não melhoraria, mas seria bom pro pessoal hoje em dia masturbar mentalmente sobre a trama (com essa explicação no final, nem isso dá pra fazer).

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Armadilha Mortal (Deathtrap, Dir.: Sidney Lumet, 1982) 2/4

 

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O Alfred do Nolan contracenando com o Superman do Donner. hehe

 

Filme tem seus momentos, mas é teatral demais e não se assume totalmente como comédia de humor negro (fica num meio termo entre ser levar a sério e ser uma farsa). Mas é bom.

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Armadilha Mortal (Deathtrap, Dir.: Sidney Lumet, 1982) 2/4

 

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O Alfred do Nolan contracenando com o Superman do Donner. hehe

 

Filme tem seus momentos, mas é teatral demais e não se assume totalmente como comédia de humor negro (fica num meio termo entre ser levar a sério e ser uma farsa). Mas é bom.

 

 Concordo plenamente, JAIL. O filme parece não saber quando quer se levar a sério e quando não quer,  o que atrapalha a experiência. Mas pra compensar, a dupla principal está muito bem em cena.

 

 JAIl, se curte os filmes do Mario Bava, dê uma colaborada lá no tópico do cara. Segue o link

 

 http://forum.cinemaemcena.com.br/index.php?/topic/3352-mario-bava/page-2

 

Visto MORGUE STORY: SANGUE, BAIACU E QUADRINHOS

 

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  Na trama, Ana Argento (Mariana Zanette) é uma quadrinista de sucesso que escreve e desenha histórias de horror, e anda insatisfeita com a sua vida amorosa. Ela acaba se tornando vítima do Dr. Daniel Torres (Leandro Daniel Colombo) um legista psicopata, que droga garotas com veneno de baiacu para que elas pareçam mortas, e assim possam ser levadas para o necrotério, onde elas serão estupradas e mortas ao acordarem. Mas os planos de Daniel para Ana começam a dar errado, quando Tom (Anderson Faganello) um epiléptico acorda na mesa de autópsia ao lado de Ana.

 

  Dirigido por Paulo Biscaia Filho, que posteriormente dirigiria o divertidíssimo NERVO CRANIANO ZERO, este MORGUE STORY, baseado na peça teatral escrita pelo próprio diretor, se revela uma comédia de horror extremamente eficiente, com altas doses de humor negro, e alguma sangueira para os fãs do gore. O filme é assumidamente trash, e adota isso como uma linguagem, não como defeito. As atuações podem soar bastante exageradas, mas isso parece ser justamente o que o filme pedia, embora é claro, também seja um eco das origens teatrais do projeto.

 

 O filme é uma bem cozinhada sopa de referências, que vão desde aquele encontrado no sobrenome da protagonista, passando por referências diretas a cineastas como George Romero e Sam Raimi, bandas de metal melódico, os quadrinhos do Lobo, entre outros. As influências de Biscaia também surgem bem claras, mas sem soarem tentativas de plágio, como a já citada sopa de referências, que nos remete ao cinema de Quentin Tarantino, ou a teia de coincidências absurdas, que por sua vez lembra a filmografia dos Irmãos Cohen.

 

 O elenco de personagens absolutamente insanos e os diálogos mega espirituosos são outro trunfo do longa. A protagonista acaba sendo a personagem que mais erra o tom, mas o filme sabe brincar muito bem com as esquisitices da garota. O vilão é uma grande brincadeira com o clichê do psicopata, que ainda é aterrorizado pela figura materna, mas que ganha um sabor brasileiro especial ao colocar o maníaco como um típico rapaz do interior do Paraná, com direito a sotaque e tudo mais. O cataléptico Tom é também vivido por carisma por Anderson Faganello e sua nítida solidão o transforma na grande figura dramática do projeto.O roteiro de Biscaia Filho ainda não perde a ironia ao colocar Tom como um vendedor de seguros de vida.

 

 O filme talvez pese a mão demaís em suas sequências de estupro, que parecem não conversar com o tom mais descontraído do projeto. Essas acabam sendo as sequências mais horroríficas do filme, que na maior parte do tempo é uma grande comédia, mas acabam extrapolando o limite do mau gosto. Mas esse é um pequeno arranhão num terrir divertidíssimo, e uma amostra que o cinema nacional pode fazer, mesmo com pouquíssimos recursos

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 Visto O MÉDICO E O MONSTRO

 

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  Na trama, o Dr. Harry Jekyll (Spencer Tracy) é um cientista que acredita que a loucura está ligada a um desequilíbrio entre o lado bom e o lado mau do ser humano. O médico acredita que pode extirpar o lado mau através de uma fórmula inventada por ele, e ao testa-la em si mesmo, acaba se transformando em um homem que representa todo o seu lado mau, o insano Sr. Hyde (Também Tracy). As experiências de Jekyll acabam colocando em risco a vida de sua noiva (Lana Turner) e de uma jovem garçonete(Ingrid Bergman) por quem se sentiu atraído.

 

  O romance de Robert Louis Stevenson O MÉDICO E O MONSTRO é um dos romances de horror mais adaptados da história do cinema, sendo superado apenas por DRÁCULA e FRANKENSTEIN. Essa versão de 1941 lançada pela MGM talvez seja a versão que possua o elenco mais estrelado, contando com nomes de peso para a época como Spencer Tracy e Ingrid Bergman e o diretor mais prestigiado na figura do Victor Flemming, que havia emplacado o sucesso E O VENTO LEVOU . Entretanto, embora possua um visual interessante, o suspense acaba se mostrando um gênero onde o Flemming não tem muita mão.

 

  O fato do projeto ter sido realizado no auge do Código Hayes, que suprimiu boa parte da violência e do erotismo no cinema hollywoodiano também derrubou muito o filme, já que o roteiro depende muito disso. Não que fosse impossível trabalhar com estes temas na época. Desde cineastas lendários como Alfred Hitchcock, até alguns menos conhecidos como Jacques Tourneur se mostraram muito competentes em driblar o código para poderem contar suas histórias de violência e erotismo, mas Flemming decididamente não tem essa manha.

 

  O roteiro escrito a oito mãos parece dever muito a versão de O MÉDICO E O MONSTRO dirigida por Rouben Mamoulian dez anos antes, e que trazia Fredric March no papel duplo do protagonista, que inclusive lhe rendeu um Oscar. Todo o plot envolvendo o triangulo amoroso que move a trama foi reaproveitado (adaptando apenas o papel da tentação de Jekyll, que de prostituta é transformada em garçonete, para não ferir o código) e todo o 3º ato segue a versão de 1931 quase quadro por quadro. Mas longe, bem longe de ter o mesmo brilho e energia do filme de Mamoullian. Quem me conhece sabe que eu não acho que remakes devem ser julgados pelos originais, e sim por si mesmos, mas o filme de Flemming se esforça tanto pra emular seu antecessor (filmado no período pré código diga-se de passagem) que praticamente nos obriga a fazer comparações.

 

   Tracy até se esforça na composição do seu protagonista, mas no fim das contas, parece não ter sido uma escalação muito feliz, não convencendo nem como médico vitoriano de bom coração, e nem como seu alter ego psicótico. Ingrid Bergman é mais feliz em retratar a "mulher ousada" da vida de Jekyll (uma escolha feita pela própria atriz, que inicialmente foi escalada para interpretar a noiva casta do protagonista) mas o roteiro acaba sabotando o trabalho de atriz com um salto inexplicável de mulher durona e toda segura de si para uma mulher totalmente dominada e aterrorizada pelo Sr. Hyde. Esse salto claramente atrapalha a composição de Bergman, o que derruba metade do filme.

 

 Se querem ver uma boa versão de O MÉDICO E O MONSTRO, sugiro que assistam ao filme de 1931, que é bem melhor do que esse fail do Flemming.

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