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Forum Cinema em Cena

19 Dias de Horror


Jailcante
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Também vi Estranhos Prazeres. É realmente muito interessante, com a Angela Basset, o Ralph Fiennes e a Juliette Lewis no elenco, se não me engano. Altamente recomendável por ter um roteiro esperto. Despretensioso, porém interessante.

Infelizmente não vi Quando Chega a Escuridão. Parece ser muito bom.

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Quarta-feira, 18 de Outubro de 2006.

19 Melhores Filmes de Terror/Suspense segundo:

 

Rubysun

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INTRODUÇÃO:

1. Antes de mais nada, não existem regras que façam um filme se incluir em um gênero apenas. Mas quando se quer ter um parâmetro, os gêneros são 'instituídos' pelos sentimentos que eles causam no espectador. Muitos dos filmes citados aqui são híbridos de terror, suspense, drama, fantasia, mas tem em comum sentimentos como medo (de todos os tipos), claustrofobia, inveja, raiva e choque (nos personagens e no espectador).

2. Foram solicitados filmes do gênero terror/suspense, mas eu procurei evitar os suspenses 'normais', fugiria da proposta. O filme de suspense é decifrado pela própria etimologia, o óbvio de 'suspender' o espectador. Isso já é necessário para ser um suspense. "Janela Indiscreta" é um filme que te gruda na poltrona e te faz contorcer, assim como o protagonista de perna quebrada, porém colocá-lo entres os dias da Sexta-Feira 13 e do Halloween é exagero, não? Os suspenses listados na lista são aqueles que além de suspender o espectador, causam angústia, claustrofobia, um deles até dor, e medo mesmo.

3. A lista ainda foi mais peneirada porque terror é terror mesmo. Ou seja, um filme pode ter todos os elementos de terror, mas ser em sua essência de outro gênero. "A Mosca", de David Cronenberg é um filme fantástico, que ficou fora da lista por ser primordialmente, uma ficção científica, mesmo tendo todos os elementos para classificá-lo como terror. Do outro lado da moeda está "Enigma de Outro Mundo", de John Carpenter, entrou na lista, porque mesmo tendo muitos elementos de uma ficção científica, é essencialmente um filme de horror. Outro exemplo é "Aliens", de James Cameron, pode ter elementos de terror, mas é essencialmente um filme de ação e ficou fora da lista.

4. E antes da lista, gostaria de reclamar um pouquinho... o gênero terror é muito injustiçado, muito mesmo; não é para menos, porque o horror geralmente movimenta as bilheterias admiravelmente. Duvido que alguém nunca tenha ouvido uma crítica direcionada ao gênero... Permitam-me citar o Moviola, que no Cineclube mesmo tornou pública a rejeição dele ao convite; o Movio é apenas 'mais uma vítima' da crítica que achincalha o gênero e dos milhares de caça-níqueis do gênero que surgem que nem água (e agora, a moda são os remakes...). E por mim mesmo, se eu fosse fazer a lista de "Os Piores Filmes de Todos os Tempos", certamente que os filmes de terror podrão frequentariam assiduamente o meu top bosta. Mas isso não deixa de ser uma injustiça com a ótima fatia de filmes bons que o gênero pode nos presentear...

5. Último item desta introdução é dedicado aos filmes que eu vim sondando para ver e completar a lista, mas que eu não consegui assistir antes de ter de mandar a lista... entre os meus pecados principais de terror estão (e eu vou amar ser xingado por ter esquecido algum, desde que vc o cite ) : Halloween, A Profecia (1976), O Massacre da Serra Elétrica, A Noite dos Mortos Vivos, O Despertar dos Mortos, O Dia dos Mortos, Terra dos Mortos, Evil Dead 2, Evil Dead 3, Hellraiser, Child's Play (O Brinquedo Assassino), Fausto, Nosferatu (o de 22 e o de 79), O Gabinete do Dr. Caligari, Frankenstein (1931, 1935, 1943), Madrugada dos Mortos, Plan 9 From Outer Space (), Todo Mundo Quase Morto (Shaun of the Dead), Les Diaboliques, The Night of the Hunter, O Silêncio do Lago (1988), Extermínio, Audition, Fome Animal, Náusea Total, etc...
Estão inclusos aí as inúmeras sequências de cada franquias...

LISTA E CRÍTICAS:

19º - Sexta-Feira 13 (Friday the 13th, 1980) - Dir.: Sean S. Cunningham
Um dos maiores responsáveis pela popularização do genêro slasher, hoje é um clássico. Dividido em três atos; o melhor é o terceiro. O segundo chega a cansar.

18º - Os Outros (The Others, 2001) - Dir.: Alejandro Amenábar
Não é perfeito, mas tem um roteiro bem amarrado. Aquela fotografia gera uma das cenas mais assustadoras dos últimos anos.

17º - A Bruma Assassina (The Fog, 1980) - Dir.: John Carpenter
Um bom filme, tem uma trilha arrebatadora. Tem algumas horas que o filme cansa, mas no geral o saldo é positivo e tem o que eu posso presumir que seja a assinatura de Carpenter. Uma trama meio bisonha e paradoxalmente esperta ao mesmo tempo, filme de terror B com cara de superprodução e uma certa melancolia. E uma direção das boas.

16º - O Quarto do Pânico (Panic Room, 2002) - Dir.: David Fincher
Relutei em colocar esse aqui por ser suspense demais, mas pessoas trancadas num quarto sem poder sair, e uma menina com claustrofobia? Só aquela cena em slow-motion já vale o filme.

15º - A Morte do Demônio (The Evil Dead, 1981) - Dir.: Sam Raimi
Começa como um slasher tradicional. A primeira metade do filme é dedicada a apresentar os personagens e a assassiná-los. É bem feita essa primeira parte, e se não tivesse o mesmo esmero seria completamente descartável se desconsiderar a seqüência narrativa. O filme se torna mais interessante quando Ash está sozinho e tem de enfrentar os mortos. É um primor de tensão, vc teme pelo destino do personagem (Bruce Campbell carismático o suficiente), e os zumbis são bem legais. O livro dos mortos se torna um objeto muito mais interessante a partir desse momento, quando o filme engata e justifica o sucesso.

14º - Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire, 1994) - Dir.: Neil Jordan
Também é outro filme que eu relutei em colocar aqui. Mas o que domina o filme: o delírio shakespeareano vampírico, do dilema de matar para sobreviver. Entra vai.

13º - Carrie, a Estranha (Carrie, 1976) - Dir.: Brian De Palma
Tem uma direção fudida do De Palma e uma atuação excelente da Sissy Spacek. A história é clichezenta pra porra, mas esses dois a tornam aceitável. A seqüência no baile justifica todos os fãs do diretor e (SPOILER) se vc não pulou da cadeira naquele susto no último segundo, you're kinda weird.

12º - O Iluminado (The Shining, 1980) - Dir.: Stanley Kubrick
Claustrofóbico. Nicholson kick asses. Assim como milhares de outros, Kubrick fez degradação moral dos personagens com brilhantismo.

11º - Enigma de Outro Mundo (The Thing, 1982) - Dir.: John Carpenter
Durante o filme é difícil crer que ele é considerado um rei dos low budgets; o filme tem cara de superprodução (ou quase) mesmo. Tem uma coisa que me incomodou um pouco, que foi o desenvolvimento dos personagens secundários, meio pobre, pouco que se fez; e isso pode ser fatal as vezes, mas nesse caso a fatalidade não ocorreu. Kurt Russell pode não ser um puta ator, mas ele tem carisma (não consigo imaginar outro ator no papel dele) e uma certa química muito boa com o Carpenter. Além de tudo, é legal o lance de que não se pode confiar em ninguém, qualquer um pode estar contaminado com A Coisa, o medo do interior das pessoas, e o jeito com que Carpenter te deixa confuso, as vezes até por meio de furos, provoca uma reação que deixa o filme mais legal. Vale ressaltar algumas escolhas de Carpenter: ele usa alguns ângulos por cima e afastado dos personagens, que as vezes dá um efeito muito legal, como na cena em que os personagens estão em forma de círculo em volta de uma criatura que eles estavam incinerando; meio satânico até. Além disso, o ritmo que ele usa é perfeito para o filme não virar um slasher convencional, e sim um terror que usa o campo da desconfiança. Mesmo assim, Carpenter não nos poupa de um bom gore. Vale lembrar que a trilha do Morricone é bastante diferente das outras dele, mas é FODA. E o que é aquele final... já entrou na lista dos meus finais preferidos. Bem foda.

10º - O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, 1991)  - Dir.: Jonathan Demme
Hopkins kick asses. Foster kick asses. Tem uma história com fedor de esgoto. É essa definição: o horror de esgoto.

09º - Tubarão (Jaws, 1975) - Dir.: Steven Spielberg
Só a trilha do JW já vale o filme. Uma das mais tensas já feitas. E Spielberg sabe a hora certa de fazer a coisa certa. É teeeeeenso.

08º - O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park, 1993) - Dir.: Steven Spielberg
Mágico. Spielberg dá um cilma de aventura; tem a trilha do JW hipnotizante, mas o mais importante (e que fez ele ser elegível): mostra o velho confronto criador/criatura muito bem. A ambição do Parque foi destruída pela visão mágica, que o espectador e os personagens têm e tiveram, de dinos esmagando pessoas. Além disso, em mim tem o efeito nostálgico, porque esse filme marcou minha infância.

07º - Os Pássaros (The Birds, 1963) - Dir.: Alfred Hitchcock
Simplicidade do Mestre. Os pássaros até parecem inofensivos, e isso que torna assustador: como algo tão pequeno consegue causar tanta destruição e terror como causam no filme. E a ausência de trilha sonora deixa a experiência ainda mais aflituante, visto que a sonoplastia são apenas os piados e o bater de asas. É apenas isso, que causa todo o estrago.

06º - Se7en: Os Sete Crimes Capitas (Se7en, 1995) - Dir.: David Fincher
Outro filme sobre degradação. Com uma montagem que nunca deixa o filme episódico, vc vai se horrorizando com os atos de John Doe. E o final desse filme é um dos mais angustiantes de todos os tempos.

05º - O Exorcista (The Exorcist, 1973) - Dir.: William Friedkin
Gore, impressiona pelo exagero. E é isso que mantém "O Exorcista" tão vivo até hoje. É a experiência de testemunhar a verdadeira encarnação do Mal, coisa que pode parecer boba se vista de longe, mas realçado pela imperfeição no qual os personagens "do Bem" são retratados. Além
disso, a cena em que a Linda Blair pula pela janela é um alívio para uma das maiores angústias que um filme pode te causar.

04º - O Bebê de Rosemary (Rosemary's Baby, 1968) - Dir.: Roman Polanski
Claustrofobia. Degradação em espaços fechados. Círculo de pessoas que vai se fechando. O velho pacto com o Capeta.

03º - Psicose (Psycho, 1960) - Dir.: Alfred Hitchcock
Tem a trilha de horror mais conhecida de todos os tempos. Foi um dos notórios filmes do Mestre com o uso de McGuffin, exemplificado na reviravolta no meio do filme. A trama bizarra é conduzida com a maestria habitual de Hitchcock, e a simplicidade com que ele conduz a história faz tudo caminha como uma bola de neve até o clímax no depósito, uma das cenas mais angustiantes já vistas em um filme. Só quem viu sabe. Hitch tem um dom incrível para mexer com o nosso desconfiômetro para com a história e os personagens. Só não está mais à frente aqui por causa do final explicativo com o psicólogo.

02º - A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984) - Dir.: Wes Craven

hora-do-pesadelo-poster03.jpg

One, two, Freddy’s coming for you/ Three, four, better lock your door/ Five, six, grab your crucifix/ Seven, eight, gonna stay up late/ Nine, ten, never sleep again

Essa é a música cantada no início do filme, por umas meninas pulando corda. Freddy Krueger está no senso comum das crianças, devido a seu passado. Freddy Krueger era pedófilo e foi assassinado, e busca vingança, atacando as pessoas durante os sonhos. A idéia é genial: brinca com um dos medos mais marcantes das crianças, o medo de dormir. Só que dessa vez, não tem Mr. Sandman ou Fada Madrinha pra ajudar. É essa mitologia que traz uma identificação muito forte do espectador com "A Hora do Pesadelo". Mesmo assim, não abandona a aura gore, da trilha de suspense mix heavy metal. Um monstro punk dos sonhos. Não tem nada ultra-escatológico, e o (spoiler) momento da morte do personagem do Johnny Depp é de cair o queixo, literalmente. Craven se mostra um exímio contador de histórias; dosa muito bem, a montagem é ótima. A relação gore/personagens/história está muito bem disposta. Sobre o gore: o filme é contido e econômico nesse aspecto. Isto é algo que falta muito em slashers, o que os deixa cansativos. Craven também cria uma atmosfera aterrorizante, que só um grande diretor poderia causar: te deixar assustado(a) por não conseguir mais distinguir o que é sonho e o que é real. Isso é bem assustador, dá uma desnorteada terrível, te enfraquece para roer as unhas. Vale lembrar que no filme foi criado um dos personagens mais carismáticos do cinema. Freddy é cool. Freddy é grunge (pensa que a camisa listrada engana? 06). Freddy é tragicômico. Freddy tem pele de polenta. Freddy tem voz alterada pra ficar mais grave. Você torce por Freddy, mas também não torce. O ator Robert Englund que o interpreta foi engolido pelo papel, e não é para menos: Freddy, ao lado de Jason, já está imortalizado na cultura pop como símbolo dos slashers dos anos 80. A Rua Elm, onde Freddy ataca, pode não parecer ameaçadora a primeira vista, mas depois que vc descobre quem mora lá, fica terrível. Medalha de prata.

01º - Alien: O Oitavo Passageiro (Alien, 1979) - Dir.: Ridley Scott

alien-poster02.jpg

Me sinto mal pra falar dessa OP do Tio Scott... qualquer comentário não vai conseguir traduzir o que esse filme me dá: puro sentimento. Toda a magia que Ridley Scott consegue transplantar para o filme, que, querendo ou não, também é um slasher. Vamos ver... excepcionalmente fotografado (a Nostromo é realmente claustrofóbico), magnificamente montado (a maionese não desanda nunca), temos uma câmera inspirada, explorando com paciência todos os cantos fétidos da Nostromo. O filme também é paciente em contar os detalhes do ser Alien, um dos vilões mais assustadores de todos os tempos. Ele realmente kick asses, ele é o personagem principal do filme, naturalmente rouba todas as cenas que aparece, e é assustador. Fico me imaginando entregando a medalha de ouro pra ele, ele me devoraria e sairia correndo, matando todo mundo que vê pela frente. De aspecto semelhante a um inseto reptiliano jumbo ele se reproduz usando o corpo de seres humanos como hóspedes. Cenas e sustos assustadores foram criados com essa mitologia... O elenco podia cair na armadilha de fazer caricaturas berrantes, mas não, alguns estão até contidos, todos os 7 passageiros estão muito bem. O filme faz maravilhas com apenas 9 (!) atores no elenco. Você simpatiza com cada um... (SPOILER) e o desgosto é muito grande quando vc descobre quem é Ash realmente. Ou também a angústia de vc ver que Kane não pode ser salvo. Vc torce por cada um, e chega a dizer, "não, esse carinha NÃO pode morrer". E o Alien não deixa pra ninguém, he actually kick asses all the time. Scott explora todas as possibilidades necessárias para fazer um filme de terror definitivo. A cena por exemplo, da morte do Dallas, e todo o lance do lança-chamas, não poderia ter sido melhor filmada. Tamanho é o poder da obra que, várias vezes, vc pode prever o que acontece no segundo superior, de tanto que foi imitado. Mesmo assim, vc considera isso como qualidade, e não clichê negativo.

 

"no espaço, ninguém pode ouvir você gritar" 16 

alien1vm8sf5.jpg

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 Rubysun, não me leve a mal, mas você listou alguns filmes que eu JAMAIS classificaria como terror; mesmo depois de ler suas considerações prévias...  

 Além disso, sinceramente acho que você deveria rever seu conceito do que seja um filme SLASHER... Conforme pode-se verificar no site especializado Putrescine (altamente recomendado), link "Glossário" - trata-se de filmes do gênero "psicopata à solta". Exemplo clássico: Sexta-Feira 13". 03   

 Anyway, sua lista tem um que me esqueci de pôr na minha lista: "Tubarão". Terror puro! 10 
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 Rubysun' date=' não me leve a mal, mas você listou alguns filmes que eu JAMAIS classificaria como terror; mesmo depois de ler suas considerações prévias...   [/quote']

 

Entrevista com o Vampiro, Se7en, Jurassic Park e O Silêncio dos Inocentes? 06

 

Se fosse pra passar um pente mais finíssimo, acho que só Jurassic Park se salvaria, mas foi por falta de outros qualificáveis. 12

 

Valeu pelo esclarecimento de slasher... 01
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Cara, Seven, como eu fui me esquecer! É um dos meus filmes preferidos e eu não coloquei na lista! Outro que eu esqueci do David Fincher, Vidas em Jogo, adoro.

E quanto a Jurasic Park... hmmm, nunca havia visto ele assim. Sempre o vi mais como ficção e aventura. Mas é mesmo, até que tem como classifica-lo dessa maneira. Então assim ele seria meu top 3.

Eu acho que todas as listas tem Enigma do Outro Mundo. Eu nunca vi ele. 12

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(com spoilers)

 

Vi Alien pela primeira vez no cinema. Tinha uns 12 anos de idade, mais ou menos, e não fazia a menor idéia do que estava por vir. Nenhum filme me deu tanto medo quanto esse e duvido que algum outro o supere no futuro. Vê-lo na telona é uma experiência inesquecível.

 

Considero Alien o filme de terror definitivo. Ele lida com o medo em vários patamares - o medo do desconhecido, o medo da impotência, o medo do redimensionamento (pois aqui o todo-poderoso e tecnologicamente avançado ser humano vira uma incubadora, e descartável!) e, é claro, o medo da morte também. Tudo nele funciona bem - a fotografia, com o amarelo doentio se mesclando com o cinza frio; a cenografia, com o bicho se camuflando no meio daqueles tubos nojentos; a edição de imagens e o elenco. No meio de tantos pontos fortes duas coisas devem ser destacadas, a edição de som (que não precisa aumentar o volume para causar sustos) e o melhor de tudo, o roteiro.

 

Uma das coisas que mais apavora em Alien é o sentimento de inevitabilidade. A gente sabe que tudo aquilo vai acabar mal, que os tripulantes vão se ferrar, que não têm nenhuma chance contra o intruso. E isso contrasta com a relativa lentidão com que a estória se desenvolve. Nesse sentido, Alien parece um atropelamento filmado em câmera lenta e sem som. Não há muito o que fazer, apenas esperar pelo pior.

 

O instinto de competição e de predação é inerente a quase todos os seres vivos conhecidos. Em Alien vemos o que seria o topo da atividade predatória, representada por duas espécies distintas.

 

A primeira delas é real, o homem. O ser humano é retratado em Alien nas suas piores facetas - ganância, covardia, egoismo, crueldade. A coisa é tão podre que uma das virtudes mais nobres que nós temos, a compaixão, é utilizada para fins escusos sem nenhum escrúpulo, duas vezes - quando os tripulantes descem no planeta acreditando em uma mentira, pensando que o sinal é de socorro quando se trata de um alerta, e quando Dallas insiste em desrespeitar a regra básica da quarentena na esperança de salvar Kane. E se houver uma Ripley, uma pessoa que, em situações críticas, acertadamente pensa na coletividade em detrimento da individualidade, um andróide dá conta do problema. Programado pelo homem para agir assim, é claro.

 

E do outro lado do ringue o que temos? Uma espécie ficcional, o próprio alien. Uma criatura que, para nascer, tem que necessariamente matar (o que parece coerente, sob a perspectiva biológica; porque não eliminar a concorrência já a partir do seu nascimento?), e que não pensa em outra coisa a não ser a sua própria sobrevivência e a continuidade da espécie. Seus impulsos não sofrem desvios em momento algum e seus objetivos - dilemas morais à parte - são totalmente justificáveis. O alien não escolhe quem mata nem tem propósitos prejudiciais aos seus semelhantes. Sua agressividade existe para garantir o sucesso no cumprimento de sua tarefa.

 

Quem é o monstro aqui?
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(com spoilers)

 

Vi Alien pela primeira vez no cinema. Tinha uns 12 anos de idade' date=' mais ou menos, e não fazia a menor idéia do que estava por vir. Nenhum filme me deu tanto medo quanto esse e duvido que algum outro o supere no futuro. Vê-lo na telona é uma experiência inesquecível.

 

Considero Alien o filme de terror definitivo. Ele lida com o medo em vários patamares - o medo do desconhecido, o medo da impotência, o medo do redimensionamento (pois aqui o todo-poderoso e tecnologicamente avançado ser humano vira uma incubadora, e descartável!) e, é claro, o medo da morte também. Tudo nele funciona bem - a fotografia, com o amarelo doentio se mesclando com o cinza frio; a cenografia, com o bicho se camuflando no meio daqueles tubos nojentos; a edição de imagens e o elenco. No meio de tantos pontos fortes duas coisas devem ser destacadas, a edição de som (que não precisa aumentar o volume para causar sustos) e o melhor de tudo, o roteiro.

 

Uma das coisas que mais apavora em Alien é o sentimento de inevitabilidade. A gente sabe que tudo aquilo vai acabar mal, que os tripulantes vão se ferrar, que não têm nenhuma chance contra o intruso. E isso contrasta com a relativa lentidão com que a estória se desenvolve. Nesse sentido, Alien parece um atropelamento filmado em câmera lenta e sem som. Não há muito o que fazer, apenas esperar pelo pior.

 

O instinto de competição e de predação é inerente a quase todos os seres vivos conhecidos. Em Alien vemos o que seria o topo da atividade predatória, representada por duas espécies distintas.

 

A primeira delas é real, o homem. O ser humano é retratado em Alien nas suas piores facetas - ganância, covardia, egoismo, crueldade. A coisa é tão podre que uma das virtudes mais nobres que nós temos, a compaixão, é utilizada para fins escusos sem nenhum escrúpulo, duas vezes - quando os tripulantes descem no planeta acreditando em uma mentira, pensando que o sinal é de socorro quando se trata de um alerta, e quando Dallas insiste em desrespeitar a regra básica da quarentena na esperança de salvar Kane. E se houver uma Ripley, uma pessoa que, em situações críticas, acertadamente pensa na coletividade em detrimento da individualidade, um andróide dá conta do problema. Programado pelo homem para agir assim, é claro.

 

E do outro lado do ringue o que temos? Uma espécie ficcional, o próprio alien. Uma criatura que, para nascer, tem que necessariamente matar (o que parece coerente, sob a perspectiva biológica; porque não eliminar a concorrência já a partir do seu nascimento?), e que não pensa em outra coisa a não ser a sua própria sobrevivência e a continuidade da espécie. Seus impulsos não sofrem desvios em momento algum e seus objetivos - dilemas morais à parte - são totalmente justificáveis. O alien não escolhe quem mata nem tem propósitos prejudiciais aos seus semelhantes. Sua agressividade existe para garantir o sucesso no cumprimento de sua tarefa.

 

Quem é o monstro aqui?
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 Excelentes comentários!! 10 Não o considero o melhor terror de todos os tempos, mas que faz parte do meu Top 5, isso faz!   

 
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Vai por SPOILER mesmo (ainda que não mude nada na trama do filme)

 

Na cena vemos a tenente Ripley (acho na parte em só sobrou ela na nave) vagando na nave (não sei se tentando achar a criatura ou fugindo) com um lança-chamas. Quando ela acha o ninho, ou algo semelhante, da criatura, e na parede está preso o Dalas, Não dá para ter idéia do que ocorreu com ele, mas ele está tudo fudido. Então Ripley tenta falar algo com ele, mas Dalas não responde, melhor dizendo, só balbucia e geme. Ele está moribundo, nem morto nem vivo (se posso dizer isto). Então a tenente Ripley mata o Dalas com o lança-chamas.

Está certo que nos outros filmes terá cenas semelhantes (como no Aliens e no Ressurreição), mas nenhuma seria mais chocante do que esta. O modo como ela foi feita foi foda. Ainda mais se tratando de um personagem principal...

 
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Alguém aí já viu as cenas deletadas do Alien? Tem uma que é fanstástica. Eu considero a "melhor cena deletada"  de algum filme. Nela mostra qual o destino do Dallas. Putz' date=' mesmo sendo só um esboço é uma das cenas mais impactantes que já vi...09[/quote']

 

A cena vale mesmo isolada do filme... Dentro do contexto, fica completamente destoante do conjunto, IMO
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(com spoilers)

 

Vi Alien pela primeira vez no cinema. Tinha uns 12 anos de idade' date=' mais ou menos, e não fazia a menor idéia do que estava por vir. Nenhum filme me deu tanto medo quanto esse e duvido que algum outro o supere no futuro. Vê-lo na telona é uma experiência inesquecível.

 

Considero Alien o filme de terror definitivo. Ele lida com o medo em vários patamares - o medo do desconhecido, o medo da impotência, o medo do redimensionamento (pois aqui o todo-poderoso e tecnologicamente avançado ser humano vira uma incubadora, e descartável!) e, é claro, o medo da morte também. Tudo nele funciona bem - a fotografia, com o amarelo doentio se mesclando com o cinza frio; a cenografia, com o bicho se camuflando no meio daqueles tubos nojentos; a edição de imagens e o elenco. No meio de tantos pontos fortes duas coisas devem ser destacadas, a edição de som (que não precisa aumentar o volume para causar sustos) e o melhor de tudo, o roteiro.

 

Uma das coisas que mais apavora em Alien é o sentimento de inevitabilidade. A gente sabe que tudo aquilo vai acabar mal, que os tripulantes vão se ferrar, que não têm nenhuma chance contra o intruso. E isso contrasta com a relativa lentidão com que a estória se desenvolve. Nesse sentido, Alien parece um atropelamento filmado em câmera lenta e sem som. Não há muito o que fazer, apenas esperar pelo pior.

 

O instinto de competição e de predação é inerente a quase todos os seres vivos conhecidos. Em Alien vemos o que seria o topo da atividade predatória, representada por duas espécies distintas.

 

A primeira delas é real, o homem. O ser humano é retratado em Alien nas suas piores facetas - ganância, covardia, egoismo, crueldade. A coisa é tão podre que uma das virtudes mais nobres que nós temos, a compaixão, é utilizada para fins escusos sem nenhum escrúpulo, duas vezes - quando os tripulantes descem no planeta acreditando em uma mentira, pensando que o sinal é de socorro quando se trata de um alerta, e quando Dallas insiste em desrespeitar a regra básica da quarentena na esperança de salvar Kane. E se houver uma Ripley, uma pessoa que, em situações críticas, acertadamente pensa na coletividade em detrimento da individualidade, um andróide dá conta do problema. Programado pelo homem para agir assim, é claro.

 

E do outro lado do ringue o que temos? Uma espécie ficcional, o próprio alien. Uma criatura que, para nascer, tem que necessariamente matar (o que parece coerente, sob a perspectiva biológica; porque não eliminar a concorrência já a partir do seu nascimento?), e que não pensa em outra coisa a não ser a sua própria sobrevivência e a continuidade da espécie. Seus impulsos não sofrem desvios em momento algum e seus objetivos - dilemas morais à parte - são totalmente justificáveis. O alien não escolhe quem mata nem tem propósitos prejudiciais aos seus semelhantes. Sua agressividade existe para garantir o sucesso no cumprimento de sua tarefa.

 

Quem é o monstro aqui?
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Curioso que isso foi reprisado de forma muito mais pesada e igualmente competente em Alien 3... E ninguém comprou a idéia...

 

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Alguém aí já viu as cenas deletadas do Alien? Tem uma que é fanstástica. Eu considero a "melhor cena deletada"  de algum filme. Nela mostra qual o destino do Dallas. Putz' date=' mesmo sendo só um esboço é uma das cenas mais impactantes que já vi...09[/quote']

 

A cena vale mesmo isolada do filme... Dentro do contexto, fica completamente destoante do conjunto, IMO

 

Poisé...também acho. Mas não deixa de mexer com a sua imaginação de como ficaria num suposto "Alien alternativo". É bastante curioso e bizarro.
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Alguém aí já viu as cenas deletadas do Alien? Tem uma que é fanstástica. Eu considero a "melhor cena deletada"  de algum filme. Nela mostra qual o destino do Dallas. Putz' date=' mesmo sendo só um esboço é uma das cenas mais impactantes que já vi...09[/quote']

 

A cena vale mesmo isolada do filme... Dentro do contexto, fica completamente destoante do conjunto, IMO

 

quando eu vi essa cena no conjunto, eu gostei bastante. foi tipo a cereja do bolo.
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Não achei ruby... Narrativamente ela atrasa o filme. Ripley tinha acabado de colocar a nave para ser destruída; tinha menos de 10 minutos para sair dali; tinha o alien caçando ela... foi realmente o máximo vê-la parar para conversar com um Dallas moribundo...

 

Além do mais, a cena arrebenta com a mitologia da criatura que versa que é a rainha quem faz ninho e coloca ovos. James Cameron se aproveitou da ausência desta cena para desenvolver isto. A única adição a Alien que gostei foi a cena em que eles ouvem a transmissão alienígena. Aquilo em som digital DTS arrepia os cabelinhos da nuca.
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Não achei ruby... Narrativamente ela atrasa o filme. Ripley tinha acabado de colocar a nave para ser destruída; tinha menos de 10 minutos para sair dali; tinha o alien caçando ela... foi realmente o máximo vê-la parar para conversar com um Dallas moribundo...

 

Além do mais' date=' a cena arrebenta com a mitologia da criatura que versa que é a rainha quem faz ninho e coloca ovos. James Cameron se aproveitou da ausência desta cena para desenvolver isto. A única adição a Alien que gostei foi a cena em que eles ouvem a transmissão alienígena. Aquilo em som digital DTS arrepia os cabelinhos da nuca.
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Ahhh Dook, nem é tão incoerente assim. Se ela tem tempo para sair atrás do gato, não tem tempo para pelo menos ver o que tinha acontecido ali? heheh

 

Sem contar que biologicamente falando, para a criatura na ponta da evolução, não faria sentido sair espalhando filhote por aí se eles não podem reproduzir. A idéia de rainha cai melhor no segundo filme onde os aliens vivem em comunidade, colônia ou sei lá o quê. Mas no primeiro, passa uma idéia de um ser solitário. Então seria melhor se a criatura reproduzisse diretamente, sem precisar de rainha. Senão de um jeito ou de outro a história acabaria por ali. Mesmo que o alien vencesse e a nave chegasse na terra, não faria muita diferença. Uma hora ou outra ele morreria, e não teria descendentes...

 

Mas não estou falando que com a cena o filme seria melhor, ehhe.
Conan o bárbaro2006-10-18 18:09:06
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De certo modo procede Dook, mas a cena é interessante justamente por ela ter de perder tempo vendo ele e eliminando futuros alienzinhos, faz um laço maior na garganta. E também reforça aquela idéia do Alexei, de reforçar a integridade da Ripley, quando ela faz aquele favor pelo Dallas.

 

É um pouco incoerente sim, mas não me incomodou.
rubysun2006-10-18 18:04:31
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Bom, fiquei devendo os comentários da lista do Beckin, que adorei..sempre vou colocar os filmes que já vi em azul, os que não vi continuam em preto...comentei um pouquinho de Halloween, que assisti  há poucos dias. 01

 

 

 

19 Melhores filmes de Terror/Suspense segundo:

 

Beckin Lohan

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LISTA:

 

1 – Halloween - A Noite do Terror (Halloween, 1978), dir. John Carpenter 

 
"Michael Myers já é um personagem lendário do terror (assim como muitos outros da lista), mas o que torna ele diferente pra mim é a forma como foi utilizado. Carpenter sabe como ninguém mexer com seus personagens, transformou o que seria uma simples analogia ao “Bicho-papão” em algo complexo, misterioso e imprevisível."  - Concordo com cada palavra, Beckin. Assisti a Halloween há poucos dias atrás e confesso que poucas vezes vi uma estória tão simples contada de maneira tão engenhosa e utilizando de recursos tão geniais..fiquei imerso na atmosfera do filme...acrescento ainda duas das coisas que mais me chamaram a atenção: o "prolongamento da tensão", utilizado por Carpenter de maneira fantástica (você sabe o que vai acontecer, mas a cena é longa e demora bastante para a conclusão inevitável; um domínio fabuloso do suspense), a câmera em primeira pessoa (como em Black Christmas, mas aqui utilizando da horripilante respiração ofegante do assassino), fora o enquadramento do carro sinistro de Myers, que parece possuir vida própria em determinados momentos. Um prato cheio pra quem ama o terror. 01

 

2 ­-  Carrie, a Estranha (Carrie, 1976), dir. Brian De Palma - Muita gente sabe que eu odeio algumas adaptações de Stephen King...ao contrário da maioria das pessoas, não gostei de Carrie de jeito nenhum quando assisti... Vi há muito tempo atrás, em uma fase da vida em que me envolvia em curiosidades de uma espécie de mundo fenomenológico, típico de adolescente sonhador e ao mesmo tempo revoltado e questionador (adorava coisas relacionadas ao ocultismo e fenômenos paranormais..acreditava em tudo que via/ouvia a respeito)..estranhamente nunca simpatizei com Carrie, acredito eu, porque vi esse filme como uma associação que não gostava entre superação de fraquezas a partir de poderes paranormais - eu não gostava dessa relação porque achava que tirava a credibilidade dos fenômenos, uma vez que cismara que o filme pregava uma relação entre Carrie - fraqueza - paranormalidade depreciativa. (ou, através de uma ligação mais explícita: A paranormalidade é uma forma de suportar suas fraquezas e é por isso que sua cabeça criou essa crença absurda).0606 Naturalmente que depois de um tempo, mudei muito meu pensamento e, mesmo percebi que vários heróis eram construídos através dessa idéia..ainda assim não consegui simpatizar com a personagem de King. Quem sabe em uma revisitada um dia? 01

 

 

 

          

 

3 – O Massacre da Serra Elétrica (Texas Chainsaw Massacre, 1974), dir. Tobe Hooper

 

 

4 -  A Hora do pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984), dir. Wes Craven

 

5 -  Sexta Feira 13 (Friday the 13th,1980), dir. Sean S. Cunningham

6 –  O Exorcista (The Exorcist, 1973),  dir. William Friedkin

7 –  Um Lobisomem americano em Londres (An American werewolf in London, 1982), dir. John Landis

8 -   Pânico (Scream, 1996), dir. Wes Craven

9 –  Psicose (Psycho,1960), dir. Alfred Hitchcock

10 - Poltergeist, o Fenômeno (Poltergeist, 1982), dir. Tobe Hooper

11 - Tubarão (Jaws, 1975), dir. Steven Spielberg

12 – A Noite dos Mortos Vivos (The Night of the Living Dead, 1968), dir. George A. Romero

13 – Os garotos Perdidos (The Lost Boys, 1987), dir. Joel Schumacher

14 – A Morte do Demônio (Evil Dead, 1981), dir. Sam Raimi

15 – A Bruma Assassina (The Fog, 1979), dir. John Carpenter

16 – IT - Uma Obra Priam do Medo (It, 1990), dir. Tommy Lee Wallace

17 -  O Sexto sentido (The Sixth Sense, 1999), dir. M. Night Shymalan

18 – O chamado (The Ring, 2002), dir. Gore Verbinsky

19 – Abismo do medo (The Descent, 2005), dir. Neil Marshall e Viagem Maldita (The Hills Have Eyes, 2005), dir. Alexandre Aja

[/quote']

Em tempo, adoro todos os filmes da lista, exceto o já comentado It (acho razoável). 02

Mr. Scofield2006-10-18 18:53:38

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(com spoilers)

 

Vi Alien pela primeira vez no cinema. Tinha uns 12 anos de idade' date=' mais ou menos, e não fazia a menor idéia do que estava por vir. Nenhum filme me deu tanto medo quanto esse e duvido que algum outro o supere no futuro. Vê-lo na telona é uma experiência inesquecível.

 

Considero Alien o filme de terror definitivo. Ele lida com o medo em vários patamares - o medo do desconhecido, o medo da impotência, o medo do redimensionamento (pois aqui o todo-poderoso e tecnologicamente avançado ser humano vira uma incubadora, e descartável!) e, é claro, o medo da morte também. Tudo nele funciona bem - a fotografia, com o amarelo doentio se mesclando com o cinza frio; a cenografia, com o bicho se camuflando no meio daqueles tubos nojentos; a edição de imagens e o elenco. No meio de tantos pontos fortes duas coisas devem ser destacadas, a edição de som (que não precisa aumentar o volume para causar sustos) e o melhor de tudo, o roteiro.

 

Uma das coisas que mais apavora em Alien é o sentimento de inevitabilidade. A gente sabe que tudo aquilo vai acabar mal, que os tripulantes vão se ferrar, que não têm nenhuma chance contra o intruso. E isso contrasta com a relativa lentidão com que a estória se desenvolve. Nesse sentido, Alien parece um atropelamento filmado em câmera lenta e sem som. Não há muito o que fazer, apenas esperar pelo pior.

 

O instinto de competição e de predação é inerente a quase todos os seres vivos conhecidos. Em Alien vemos o que seria o topo da atividade predatória, representada por duas espécies distintas.

 

A primeira delas é real, o homem. O ser humano é retratado em Alien nas suas piores facetas - ganância, covardia, egoismo, crueldade. A coisa é tão podre que uma das virtudes mais nobres que nós temos, a compaixão, é utilizada para fins escusos sem nenhum escrúpulo, duas vezes - quando os tripulantes descem no planeta acreditando em uma mentira, pensando que o sinal é de socorro quando se trata de um alerta, e quando Dallas insiste em desrespeitar a regra básica da quarentena na esperança de salvar Kane. E se houver uma Ripley, uma pessoa que, em situações críticas, acertadamente pensa na coletividade em detrimento da individualidade, um andróide dá conta do problema. Programado pelo homem para agir assim, é claro.

 

E do outro lado do ringue o que temos? Uma espécie ficcional, o próprio alien. Uma criatura que, para nascer, tem que necessariamente matar (o que parece coerente, sob a perspectiva biológica; porque não eliminar a concorrência já a partir do seu nascimento?), e que não pensa em outra coisa a não ser a sua própria sobrevivência e a continuidade da espécie. Seus impulsos não sofrem desvios em momento algum e seus objetivos - dilemas morais à parte - são totalmente justificáveis. O alien não escolhe quem mata nem tem propósitos prejudiciais aos seus semelhantes. Sua agressividade existe para garantir o sucesso no cumprimento de sua tarefa.

 

Quem é o monstro aqui?
[/quote']

 

Curioso que isso foi reprisado de forma muito mais pesada e igualmente competente em Alien 3... E ninguém comprou a idéia...

 

12

 

É Verdade. Particularmente acho que David Fincher fez um ótimo trabalho em Alien 3...
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Segunda-feira' date=' 16 de Outubro de 2006.

19 Melhores Filmes de Terror/Suspense segundo:

 

Daft Archer

 

Lista e Críticas

 

O Homem de Palha (The Wicker Man, Diretor: Robin Hardy, 1973)

 

 

Zombie: A Volta dos Mortos (Zombie, Diretor: Lucio Fulci, 1979)

 

 

 

A Noite dos Mortos Vivos (Night Of The Living Dead, Diretor: George A Romero, 1968)

 

 

Despertar dos Mortos (Dawn Of The Dead, Diretor: George A Romero, 1978)

 

 

Abismo do Medo (The Descent, Diretor: Neil Marshall, 2005)

 

 

A Profecia (The Omen, Diretor: Richard Donner, 1976)

 

O Exorcista (The Exorcist, Diretor: William Friedkin, 1973)

 

A Volta dos Mortos Vivos (The Return Of The Living Dead, Diretor: Dan O'Bannon, 1985)

 

 

A Morte do Demônio (The Evil Dead, Diretor: Sam Raimi, 1981)

 

 

Alta Tensão (Haute Tension, Diretor: Alexandre Aja, 2003)

 

A Herança (The Eye, Diretores: Irmãos Pang, 2002)

 

 

As 3 Máscaras do Horror (I Tre volti Della Paura, Diretor: Mario Bava, 1963)

 

Hellraiser: Renascido do Inferno (Hellraiser, Diretor: Clive Barker, 1987)

 

 

Alien: O Oitavo Passageiro (Alien, Diretor: Ridley Scott, 1979)

 

A Hora do Pesadelo 3: Guerreiros dos Sonhos (Nightmare on Elm Street 3: Dream Warriors, Diretor: Chuck Russel, 1987)

 

Os Inocentes (The Innocents, Diretor: Jack Clayton, 1961)

 

Natali, 1997)

 

 

Predador (Predator, John McTiernan, 1987)

 

 

 

Audition (Ôdishon, Diretor: Takashi Miike, 1999)

 

[/quote']

Na lista do Daft tem alguns que não vi e que já estão anotados. No entanto, vi muitos e a lista merece comentários, pois também é ótima, mas tem alguns títulos que não gosto de jeito nenhum. Como vocês sabem, odeio mistura de terror com comédia (únicas exceções: Shaun of the Dead e Fome Animal), então A Volta dos Mortos Vivos acho pavoroso. Tenho vontade de quebrar o filme naquela cena em que o zumbi chama as autoridades pelo rádio para devorar mais cérebros... Outro que odeio é Haute Tension..acho chatíssimo e previsível até a alma (com o final mais comum que existe hoje em dia para esse tipo de filme). Predador não considero horror, mas considero um bom filme.

Excelente lembrança do fantástico Pinhead (acho as criaturas excepcionais e adoro a segunda parte da franquia, onde o inferno é um labirinto..o filme é forte, violento e muito interessante) e da inclusão de Abismo do Medo, excepcional. Audition comento em breve no tópico do filme. 01 Os outros são clássicos e dispensam comentários. 02

Mr. Scofield2006-10-18 19:16:18

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