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Forum Cinema em Cena

19 Dias de Horror


Jailcante
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 Visto AMITYVILLE II: A POSSESSÃO

 

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  Na trama, a família Montelli se muda para uma bela casa na pacata cidade de Amityville. Porem, logo estranhos eventos começam a ocorrer na casa, e uma força misteriosa parece se apossar do primogênito da família (Jack Magner).

 

 AMITYVILLE 2 narra os eventos anteriores de HORROR EM AMITYVILLE, lançado três anos antes Assim como aquele filme, esta produção de 1982 baseia-se em fatos reais, no caso, o assassinato da família Defoe, ocorrida na famosa casa. Diferente do 1º filme da série, este assume que o publico já saiba que tem algo de errado com a casa, e por isso os fantasmas, demônios ou seja lá o que for que habita aquele lugar surgem bem menos discretos.

 

 Na 1ª noite da família, as entidades que habitam o local já bagunçam a sala, falam diretamente aos ouvidos do influenciável Sonny, e na frente das crianças, usam os seus lápis de colorir para fazer desenhos macabros nas paredes. Isso nos faz perguntar por que em nenhum momento os Montelli não pensam em deixar o lugar, já que havia algo obviamente maligno naquela casa, vide a cena em que o Padre Adamsky (James Olson) tenta benzer o lugar, e vê sua agua benta transformar-se em sangue.

 

 Mas se o roteiro tem suas falhas de coerência quando comparado ao 1º filme, pelo menos este prequel ganha pontos por apresentar um ritmo fílmico muito melhor, e personagens mais interessantes e cativantes. É obvio que a família Montelli já era bem disfuncional antes mesmo de se mudar para Amityville. Existe um claro conflito entre o marido ateu e a esposa religiosa, que parece afetar diretamente a sua vida sexual. A relação do filho mais velho com o pai é claramente tensa, e a relação incestuosa que existe entre Sonny e a bela Patricia (Diane Frankilin) parece apenas ter ganho um empurrãozinho das forças corruptoras da casa. O próprio Padre que se dispõe a proteger a família é um personagem muito mais carismático do que o religioso assustado do 1º filme.

 

 No geral AMITYVILLE 2: A POSSESSÃO cumpre o que promete. Esta longe de ser um ótimo filme, mas vale a conferida. Pelo menos é o melhor filme a carregar a marca "Amytiville" que eu assisti.

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 Visto RESSURREIÇÃO: RETALHOS DE UM CRIME

 

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   Na trama, o Detetive John Prudhomme (Christopher Lambert) vive amargurado em meio a uma crise de fé, devido á recente morte do filho.  Entretanto, a vida de Prudhomme sofre uma guinada, quando ele é designado para investigar uma serie de assassinatos, onde o criminoso leva partes dos corpos de suas vítimas, tendo por objetivo reconstruir o corpo de cristo.

 

 RESSURREIÇÃO: RETALHOS DE UM CRIME é um daqueles thrillers policiais com fundo religioso que pipocaram ao longo dos anos 90 com o sucesso de SEVEN de David Fincher. Não que isso por si só torne o filme fraco. O problema de RESSURREIÇÃO é que ele simplesmente não consegue despertar a empatia no publico. Não conseguimos realmente torcer para que o Detetive Prudhomme, vivido por Lambert com a sua inexpressividade habitual avance em sua investigação. O vilão do filme também esta longe de ser memorável. E a história é aquele caminho de juntar pistas que todo mundo já conhece.

 

 Não há muito o que dizer sobre o filme na parte técnica também. A fotografia retrata uma Chicago constantemente nublada e chuvosa, e os tuneis onde os policiais costumam encontrar as vítimas do assassino são escuros e úmidos. Pra não dizer que nada se sobressai, tem uma cena que achei muito boa, onde mostra o choque do parceiro do protagonista, ao encontrar um corpo sem cabeça. Aqui, o diretor não se limitou ao clássico grito seguido de 'fuck" ou o vomitinho e deu, e retratou de forma bastante convincente o choque emocional que uma pessoa sofreria ao encarar uma cena bizarra como aquela.

 

 Como curiosidade, vale destacar a participação de David Cronenberg como um padre, numa ridícula tentativa do roteiro de desenvolver o drama envolvendo a crise de fé do protagonista (que não serve a história em absolutamente nada).

 

 No geral, RESSURREIÇÃO: RETALHOS DE UM CRIME não é um filme ruim. É apenas um "Supercine" inofensivo.

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 Visto PESADELOS DIABÓLICOS

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  Antologia de quatro historias de horror. Em "Terror Em Topanga", Lisa (Cristina Raines) é uma mãe de família e fumante inveterada. Ao ficar sem cigarros, ela se vê obrigada a ir ao mercado compra-los, mesmo contra os apelos do marido, já que há um maníaco homicida a solta na região. Em "Bispo De Batalha", JJ Cooney (Emilio Estevez) é um adolescente obcecado em chegar ao nível 13 do fliperama que dá título a historia. Mas JJ não sabe que o nível 13 guarda um tipo muito diferente de jogo. Em "A Benção" MacLeod (Lance Henriksen) é um padre ´que sofre uma crise de fé após presenciar uma tragédia. Mas a fé pode ser a sua única arma quando ele se vê sendo perseguido na estrada por uma misteriosa caminhonete preta. Por fim, em "A Noite Do Rato", uma família se vê com problemas com um rato no forro das paredes. Mas o roedor que esta lá esta longe de ser um rato comum.

 

 PESADELOS DIABÓLICOS é uma antologia bem divertida, embora um pouco irregular. A primeira historia "Terror Em Topanga" é um divertimento rápido, mas inofensivo. Não há nenhuma grande sacada no nível de suspense, valendo apenas por uma pequena e divertida reviravolta final. Já "Bispo De Batalha" soa terrivelmente datado, desde a sua temática envolvendo fliperamas, até os efeitos especiais. Sempre temos que revelar coisas assim em filmes mais antigos, mas o figurino usado por Emilio Estevez aqui não dá.

 

  O terceiro episodio aumenta consideravelmente o nível do filme. Lance Henriksen, mais conhecido como o robô Bishop da franquia ALIEN manda muito bem como o Padre que passa a questionar a existência de Deus diante de tantas tragédias. Este episódio funciona como uma espécie de versão condensada e sobrenatural do clássico ENCURRALADO de Steven Spielberg. Os realizadores souberam dar pequenos toques que deixaram a caminhonete demoníaca que persegue o padre bem assustadora, como na cena em que ela simplesmente emerge do chão, e o crucifixo invertido pendurado no para brisa do  veículo. O episodio peca só no seu final por demais repentino.

 

 Por fim, " A Noite Do Rato", acerta ao manter o seu monstro sempre nas sombras. Sabemos que se trata de um rato enorme pelo estrago que causou ao gato da família, mas só temos ideia de seu tamanho real no clímax. Até lá, o publico fica na expectativa do rato saltar de cada armário aberto ou de baixo de alguma cama há qualquer momento. Assim como o episódio anterior, escorrega em sua resolução, mas vale a pena.

 

 No geral, PESADELOS DIABÓLICOS é uma boa antologia, mas nada genial. 

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 Visto MAMA

 

 

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  Na trama, duas meninas desaparecem após terem sido sequestradas pelo pai. Cinco anos depois, Victoria (Megan Charpenter) e Lilly (Isabelle Nelisse) são encontradas em uma isolada cabana na mata, vivendo como animais. A custódia das meninas é entregue ao tio delas, Lucas (Nicolaj Coster Waldau), que tenta cria-las junto com a namorada Annabel (Jessica Chastain). Mas as duas meninas continuam a falar de uma misteriosa figura chamada Mama, que teria cuidado delas na mata. Mas o que parecia ser apenas imaginação das crianças começa a se revelar uma perigosa realidade.

 

 Dirigido pelo estreante Andres Muschietti, baseado em seu próprio curta metragem, MAMA se revela como uma historia de horror muito bem contada, com um clima soturno e um tom de fabula macabra, bem comum nos filmes que Guilhermo Del Toro costuma produzir.

 

  Apesar de ter uma atmosfera muito bem construída, MAMA ganha muito mais quando investe na sugestão do que no explícito. Exemplo é o primeiro vislumbre que temos das duas meninas quando estas são encontradas na velha cabana. Vemos aquelas duas pequenas figuras passarem de quatro pelo fundo da tela, até se posicionarem sobre as estantes, como dois animais acuados, e justamente por isso, assustadores.

 

 Outras sequências que mostram como o poder da sugestão funciona bem no filme é aquele em que o Dr. Dreyfuss (Daniel Kash), psiquiatra das meninas assiste a um dos vídeos de suas consultas com Victoria, e percebe que cada vez que hesita em falar sobre Mama, olha para além dele. Neste momento, é impossível para nós publico não imaginar que Mama esteja ali, bem atrás do psiquiatra.

 

 O próprio conceito visual de Mama é bem interessante. Com a pele ressequida, andar trôpego, longos dedos que lembram garras, e cabelos flutuantes, a bizarra figura tinha tudo pra ser arrepiante. Mas a verdade é que Mama assusta muito mais quando vemos seus cabelos sumirem por uma fresta de um armário, ou seu vestido esvoaçante passar pela porta, pois quando surge por completo, Mama revela toda a sua natureza digital, o que é uma pena.

 

 Jessica Chastain manda muito bem como Annabel, conseguindo conquistar a simpatia do publico através de uma personagem que inicialmente poderia ser vista com antipatia. Surgindo como uma rockeira sem nenhum instinto materno aparente, Annabel deve tentar conquistar aquelas meninas, e competir com Mama o espaço no coração delas. E aqui que o filme erra um pouco. Acertadamente, o roteiro mostra Victoria muito mais receptiva as tentativas de aproximação de Annabel e Lucas do que Lilly, já que por ser muito pequena, Mama era a única referência adulta que ela tinha. Mas apesar dos esforços de Chastain, falta situações na historia que convença o publico deste laço mais forte que surge entre o casal e a menina mais velha.

 

 No geral, MAMA vale a conferida. Mas ao seu final, fica-se com a impressão que havia potencial ali para um filme muito melhor.

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 Visto o horror nacional MANGUE NEGRO

 

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   Na trama, uma pequena e decadente comunidade de pescadores se vê assombrada pelo inexplicável surgimento de vorazes zumbis no mangue onde vivem. Enquanto luta para sobreviver diante do pesadelo sangrento em que sua vida se transformou, o tímido Luis (Walderrama Dos Santos) ainda tenta declarar o seu amor pela bela Raquel (Kika De Oliveira).

 

 Longa de estreia do diretor Rodrigo Aragão, que ainda acumula as funções de roteirista, produtor, maquiador e montador, MANGUE NEGRO se revela um filme B dos mais divertidos, e um sinal para o cinema nacional que existe vida no horror brasileiro além dos filmes de José Mojica Marins.

 

 Não há grandes explicações ou analogias na trama. O negócio aqui é zumbis devorando suas vítimas impiedosamente, enquanto o mocinho e a mocinha correm do ponto A para o ponto B, pada depois correrem para o ponto C e assim por diante. Quase como uma trama de survive horror, onde os personagens tem que ir cumprindo pequenas missões. É simples, mas funciona. O diretor tenta compensar esta simplicidade através de uma narrativa não linear, criando pequenos núcleos que conduzem um ao outro através de ganchos, o que as vezes funciona, as vezes não.

 

  O cineasta tupiniquim consegue evitar a armadilha de transformar o seu filme em um mero pastiche dos filmes de zumbi internacional, e consegue dar uma ambientação bem brasileira ao ambiente e principalmente aos personagens. São estereótipos ao extremo, mas são estereótipos nacionais, e bem utilizado na maior parte do tempo. Destaque para a personagem Dona Benedita (André Lobo, sim é um homem), uma "preta véia" que tem as melhores falas do filme, e representa muito bem a figura da benzedeira no meio de um apocalipse zumbi.

 

 O filme é competente tecnicamente, e percebe-se que a maior parte da verba do filme foi gasta mesmo na maquiagem, e efeitos gráficos. É bom ver litros de gosma sendo usados em um tempo em que Hollywood adere cada vez mais ao digital. Ainda assim, o orçamento baixo do filme é visível em muitas cenas, especialmente as cenas externas noturnas, em que a fotografia revela-se bastante precária.

 

 No geral, MANGUE NEGRO é um gore divertido, melhor que muito enlatado americano por ai. Decididamente não é o filme que vai fazer o nosso país acordar pro gênero. Mas só de ver alguém tentando e realizando um produto aceitável, eu já fico bastante feliz.

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 Visto o perturbador THE GIRL NEXT DOOR

 

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  Na trama, David Moran (Daniel Manche) é um garoto que vê chegar a sua vizinhança a doce Meg Loughlin (Blythe Auffarth).  Meg foi enviada juntamente com a irmã invalida Susan (Madelyne Taylor) para morar com sua tia Ruth (Blanche Baker) e os filhos dela. Enquanto os dias passam, David vai se interessando cada vez mais por Meg, ao mesmo tempo em que observa o modo cada vez mais cruel com que Ruth trata as sobrinhas, especialmente a mais velha. David entretanto, não imagina até que ponto a crueldade e o sadismo de Ruth e seus filhos pode chegar.

 

  THE GIRL NEXT DOOR é pesado. Baseado em um romance de Jack Ketchum, que por sua vez se baseia em um crime real ocorrido no estado de Indiana na década de 60. O filme começa de forma bem leve e em clima nostálgico, com o singelo primeiro encontro entre David e Meg na beira de um lago, onde o garoto pesca camarões. Alias, é interessante como o diretor Gregory Wilson constrói todo um clima pueril e lúdico no 1º terço do filme , com cenas como a brincadeira das crianças da vizinhança no bosque e o passeio de roda gigante, sequências que contrastarão totalmente com a ambientação que a película assume posteriormente.

 

 A quebra desta inocência do filme surge quando somos apresentadas a Ruth. Inicialmente, a mãe dos garotos Baker surge como a adulta descolada da vizinhança (algo bem significativo na década de 50, período em que se passa o filme). Ela deixa os filhos e amigos deles bem a vontade em sua casa, chegando a compartilhar naturalmente cerveja com as crianças. A mulher participa das "piadas sujas" dos garotos, criando uma influencia sobre eles que se tornara macabra ao longo do filme.

 

 Os primeiros sinais de violência contra Meg também surgem discretos. Começa com apenas uma piadinha maldosa na primeira cena que Ruth e a sobrinha dividem. Mas logo David começa a ouvir ferrenhas discussões vindas da casa ao lado, vê através da cerca a matriarca da família Baker destratar a sobrinha mais nova, e por fim, David percebe que não existe impaciência mas sim maldade na relação da "querida Tia Ruth" com as sobrinhas, quando ela dá um castigo injusto e desmedido a pequena Susan, cena bastante simbólica também por mostrar David parado na soleira da porta, estático, sem saber se entra ou sai do quarto, o que representa de forma perfeita o seu conflito central no filme.

 

 Mas o filme ganha o rótulo de "horror" no momento em que Meg recebe a sua punição por ter contado a polícia sobre o incidente com Susan. A garota é levada para o porão da casa, e então é submetida a terríveis torturas físicas e mentais. David observa tão impotente quanto o publico a pobre Megan ser espancada, abusada e humilhada de forma extremamente desumana pela tia e pelos primos.

 

 O filme é tão eficiente em sua proposta não por apresentar tais torturas de forma explicita, mas sim por construir o impacto emocional que este evento tem sobre os personagens. THE GIRL NEXT DOOR é um filme sobre a destruição total da inocência, sobre o pecado da omissão, e principalmente sobre a maldade humana em seu estado mais puro. Ao subir dos créditos, fui imediatamente remetido a frase dita por Morgan Freeman na conclusão de SEVEN, "O Mundo é um lugar bom, e vale a pena lutar por ele. Concordo com a segunda parte".

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 Se puder, vá mesmo JACK RYAN. É uma experiência fílmica bastante válida.

 

 

 Visto TRIÂNGULO DO MEDO

 

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   Na trama, Jess (Melissa George) é uma moça que dedica grande parte de sua vida a cuidar do pequeno filho autista. Deprimida, ela aceita o convite de Greg (Michael Dorman) para velejar com alguns amigos. Durante a viagem, o barco é atingido por uma tempestade e sofre um naufrágio. Ficando a deriva na parte de cima do barco virado, os sobreviventes conseguem subir em um transatlântico que passava. O navio entretanto, parece estar abandonado, e Jess tem uma persistente sensação de dejavu ao andar pelos corredores da embarcação. A situação piora quando uma figura misteriosa começa a caçar o grupo, mas este é somente o começo do pesadelo de Jess.

 

  TRIÂNGULO DO MEDO é uma experiência bastante instigante. É difícil analisar o filme sem entregar alguns detalhes da trama, mas vou tentar assim mesmo. A primeira vista, trata-se de uma história bem banal, envolvendo um grupo de pessoas em um local isolado sendo perseguidas por um maníaco homicida. Cheguei até a antever uma reviravolta final previsível, devido a insistência do diretor Christopher Smith em se utilizar de um determinado recurso visual. Mas o filme puxou o meu tapete, e me surpreendeu positivamente ao tomar um caminho bem diferente daquele que eu havia previsto.

 

 Ao inserir na narrativa uma série de eventos deliberadamente surreais, a narrativa convida o publico a formar teorias para tentar entender a jornada mitológica em que a história joga a sua protagonista. E não exagero ao usar a palavra "mitologia" aqui, já que o filme bebe diretamente na fonte da mitologia grega, algo que o roteiro não faz questão de esconder, ao batizar o navio onde se passa a maior parte da história com o nome do deus grego do vento, que por sua vez tem ligação direta com uma lenda que é um claro paralelo com o arco (embora eu não chamaria de arco) dramático de Jess.

 

 Melissa George (membro da nova geração de scream queens) interpreta Jess de forma distante. Desde o principio da viagem, ela nunca é de fato parte daquele grupo em que esta inserida, o que é perfeitamente coerente com a jornada da personagem (embora mais uma vez, o motivo de tal distanciamento esta totalmente aberto a interpretações). 

 

 Não tem como falar mais sem entregar spoilers. Mas o que dá pra dizer é que TRIANGULO DO MEDO é criativo e uma experiência fílmica válida pra caramba. Ao subir dos créditos, alguns podem não gostar, devido ao seu caráter surrealista, enquanto outros vão se sentir instigados a tentar achar uma resposta para as perguntas que o filme levanta, perguntas que claramente não foram feitas para serem respondidas. Mas a diversão não esta em responder a pergunta, esta em procura-la. Filme recomendado.

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Frankenstein´s Army
Curioso terrorzão independente cujo maior trunfo é recontar uma historia clássica com uma nova abordagem. Aqui temos o tradicional “found footage” rolando em plena 2ª Guerra Mundial, qdo um grupo de soldados russos se depara com um bizarro exercito de mortos mecanizados, comandados por nada menos q Victor Frankenstein Jr, a mando de Hitler!!! Eita porra! Ou seja, mix de “Resgate Soldado Ryan” com “Re-Animator” , no estilão “Bruxa de Blair” . O falso documentário aqui funciona e diverte bastante, embora limite o desenvolvimento da trama. Atuações razoáveis, bastante gore e o design bacana (e original) das criaturas ( do naipe de "Hellraiser" ) são ptos a mencionar. A única bola fora é a precariedade da produção, q escancara tds os clichês e carências deste tipo de narrativa. Ainda assim claro q vale a uma conferida desta ousada proposta, mas releve o fato de alemães e russos falarem a td hora um inglês bem fluente. 9/10

 

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Citando 4 estruturais (porque babo na estória também) que funcionam para MIM, claro (são mais, mas acho que esses já dão pra dar uma pequena ideia):

 

1) Adoro o plano inicial e a edição com os cortes (com os créditos) ocultando elementos chaves da estória que proporcionam uma releitura no final. Ele é importante (e uma sacada MUITO boa) porque INTRODUZ que o filme exigirá do espectador atenção e nos prepara para uma estrutura de quebra cabeças, que é EXATAMENTE a ideia da estória. Rever essa cena depois de ver o final é uma experiência interessantíssima.

2) Gosto muito de intertextos, quando bem feitos e, nesse caso, há um diálogo entre Triangle e The Shining refletindo na percepção do cenário (o navio tem várias referências ao hotel) mas nunca explicitamente grosseira, evitando didatismos

3) E, por falar neles, Triangle não possui muitos didatismos (que eu detesto) mas a estrutura lógica é muito bem construída, o que torna a trama curiosa e instigante sobre o que REALMENTE está acontecendo, pois parece que o diretor pensou mesmo em cada elemento da estória. E ela é complexa.

4) Os loops temporais funcionam como determinantes na percepção  da personalidade da protagonista. As "voltas" de Jessie no tempo demonstram diferentes fases de sua degradação e a estrutura fragmentada (que se concretiza na superposição no tempo-espaço das várias Jessies) é que constitui um quebra cabeças para formarmos nossas impressões sobre o que ela É. Como eu ADORO estudo de personagens e loops temporais, acho isso GENIAL. Há um quebra cabeças simultâneo envolvendo personagem, estória e tempo, todos construídos com muita qualidade.

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 Concordo com quase tudo o que disse sobre TRIANGLE, SCOFA, Mas tem um elemento didático que particularmente me incomodou um pouco que foi a insistência do diretor em mostrar o reflexo da personagem principal. Há certa altura, me deu vontade de dizer "ok, já entendi!". Mas claro que isso não arranha em nada a excelente experiência de assistir TRIANGLE.

 

 Uma curiosidade, SCOFA, com spoilers. Qual é a sua teoria de resposta para o enigma insoluvel do filme?

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Esse tipo de didatismo não me irrita tanto, hahaha. O jogo de espelhos é clássico no cinema e simbólico também mas não é todo mundo que percebe (não se esqueça que a dantesca maioria do público não é cinéfilo como a gente, rs).  O espelho é um instrumento de confronto de você com você mesmo, tá muito dentro da temática do filme, acho bacana. O didatismo que me irrita é quando o filme explica através de falas dos personagens e situações completamente atípicas, elementos óbvios ou que deveriam permanecer implícitos na estória como relações metafóricas ou estórias difíceis mas que não tem porque os personagens se explicarem entre si, por exemplo.

 

Por exemplo, DETESTO a intervenção do personagem do jornalista em Aventuras de Pi quando o protagonista está contando outra versão da estória do ocorrido. Ele insiste em dizer quem era fulano e beltrano e explicar minuciosamente quando isso parece subestimar a inteligência do espectador a fim de tornar a coisa mais...acessível para um público maior.

 

Por outro lado, alguns diretores fazem filmes para um público específico e literalmente que se foda o resto, hahaha. Shane Carruth em Primer, simplesmente destrói qualquer tipo de didatismo, atitude coerente porque não faria sentido uma discussão dos fenômenos ocorridos na estória por um grupo de gênios matemáticos e físicos que participaram dos procedimentos. Se ele o fizesse seria um caso dos que denominei como "situações atípicas", não teria sentido dentro do filme. Ora, o espectador que acompanhe, hahah.

 

Bom, vou ficar te devendo uma teoria sobre Triangle. Para falar sobre uma precisaria rever o filme, já que assisti há algum tempo, sob pena de cometer vários equívocos e não me lembrar de fatos importantes. Mas já discutimos esse filme por aqui não-sei-onde.

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Offspring
Prequel bizarro e de baixo orçamento q deu origem ao bacana “The Woman” e é mix de “Os Flinstones”, “Colheita Maldita” e “Funny Games”. O enredo se resume as desventuras dum casal ao ser feito refém (no próprio lar) por um jovem clã canibal q devora adultos!!  Logo de cara sabemos da origem da molecada selvagem pra, numa sequencia brutal, sermos imersos no inferno do infeliz casal. Os defeitos são vários. A caracterização da molecada ta risível (parecem saídos dum baile a carnaval) e o desenvolvimento da trama é caótico. Inferior a sua sequencia, o maior mérito desta produção são suas súbitas explosões de violência e o fato de estabelecer uma interessante mitologia pra tribo liderada pela “The Woman”, outra vez mto bem interpretada pela Pollyanna McIntosh, onde ganha até algumas falas. Violento e com gore escatológico de rodo, a cena de destaque é a da xoxota arrancada a dentadas. Uma estória q merecia ser novamente explorada noutro filme q fechasse a trilogia deste curioso clã nômade com respeito. 7,5/10

 

offspring-movie-poster.jpg

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Nossa, acabei de ver Die Tür (The Door/A Porta) e sinceramente achei MUITO fraco.

 

The Door tem uma estrutura lógica boba demais. Tão boba que tira toda a magia dos dilemas das viagens no tempo. Não há paradoxos porque o filme simplesmente os evita criando um universo paralelo de dinâmica bobilda também, praticamente independente do passado, o que é uma aberração do ponto de vista físico. Acho que um dos elementos mais interessantes em um filme que lida com o cronológico é que, normalmente, o tempo se ENTORTA sob si mesmo gerando uma cadeia de eventos cíclica ou, se não gera, existe uma justificativa ou característica que torne tal violação plausível. Sem contar que o personagem principal é incrivelmente inexpressivo (mas melhora um pouco do meio para frente) e o fato dos outros terem vivido a mesma experiência torna tudo uma espécie de "vilazinha peculiar" cheia de indivíduos diferentes, o que soa besta demais na estória.

Cara, tô tentando processar aqui, mas não tem a menor comparação, Triangle é MUITO superior. Em estrutura, em personagens, em simbolismos, em drama, em coerência, na lógica interna, no uso dos ambientes, nas interpretações, na montagem, enfim, em tudo.

Não, e aquele final? Meo Deos.

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Nossa, acabei de ver Die Tür (The Door/A Porta) e sinceramente achei MUITO fraco.

 

The Door tem uma estrutura lógica boba demais. Tão boba que tira toda a magia dos dilemas das viagens no tempo. Não há paradoxos porque o filme simplesmente os evita criando um universo paralelo de dinâmica bobilda também, praticamente independente do passado, o que é uma aberração do ponto de vista físico. Acho que um dos elementos mais interessantes em um filme que lida com o cronológico é que, normalmente, o tempo se ENTORTA sob si mesmo gerando uma cadeia de eventos cíclica ou, se não gera, existe uma justificativa ou característica que torne tal violação plausível. Sem contar que o personagem principal é incrivelmente inexpressivo (mas melhora um pouco do meio para frente) e o fato dos outros terem vivido a mesma experiência torna tudo uma espécie de "vilazinha peculiar" cheia de indivíduos diferentes, o que soa besta demais na estória.

Cara, tô tentando processar aqui, mas não tem a menor comparação, Triangle é MUITO superior. Em estrutura, em personagens, em simbolismos, em drama, em coerência, na lógica interna, no uso dos ambientes, nas interpretações, na montagem, enfim, em tudo.

Não, e aquele final? Meo Deos.

 

 

Ainda bem q existe a subjetividade e gosto é quinem c*... cada um tem o seu e não se discute... ;)  pois achei esse Triangle um porre de confuso, pretensioso e, consequentemente, chato..

 

 

Enfim, meu top viagem no tempo-mundos paralelos - realidades alternativas..

 

1 - Efeito Borboleta

2 - A Origem

3 - De Volta Pro Futuro

4 - Primer

5 - A Porta

.

.

10 - Triangle

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Invocação do Mal 
Horror? Q nada, eis um drama de mistério eficiente q dá pro gasto, mas ainda assim ta longe de “O Exorcista”. Num misto de “Amityville”, “Sobrenatural” e “Atividade Paranormal” aqui temos a batida estória dum casal de investigadores paranormais, nos anos 70, q se depara com caso macabro duma família “encapetada”. Visualmente impecável, o destaque mesmo vai pra direção e seus personagens, bem construidos, mantendo atmosfera tensa ao longo da pelicula. O ruim é o uso exaustivo (e desnecessário) de clichês do gênero, num roteiro nada original. Vera Farmiga está ótema como caça-fantasma, assim como Lili Taylor e td elenco mirim. Já o contido Patrick Wilson parece não se dar conta q tb é personagem principal. Resumindo, o filme é bom mas longe do q andam dizendo (“o melhor horror dos últimos tempos”), o q pode pode frustrar altas expectativas. É tenso, sim, mas não espere pular da cadeira. Ah, e evite o trailer pois entrega cenas do desfecho q podem diminuir a tal experiência “cagante”. 8,5/10

 

conjuring-internationalposter-full.jpg

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