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Forum Cinema em Cena

Oscar 2021: Previsões


SergioB.
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O islandês "Yes-People", indicado a Melhor Curta de Animação, tem sido em geral muito criticado pelas pessoas, que não entendem o seu humor. Ou até entendem, mas o acham "bobo", ou suficientemente pouco relevante a ponto de ser indicado a um Oscar.

Mostra um grupo de moradores de um prédio, que só dizem sim. O "yes" é a única palavra (com uma única exceção) dita, o que gera situações engraçadinhas, principalmente em situações de negação, de raiva, ou de se expressar uma dificuldade...Vemos então, pelo oposto, a importância da palavra "não"! Em termos de animação, que parece stop-motion, mas não é, vemos que ela precisa se esforçar na expressão dos personagens, ou na intensidade da voz, para compreendermos as situações onde só o "yes" aparece.

O "yes" de ouvir uma música que se gosta, o "yes" ao se provar uma comida, o "yes" de se conformar diante de um novo problema, o "yes" entusiasmado do gozo... 

8 minutos.

Home | GISLI DARRI

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Compondo a terceira parte da "The Humanitarian Trilogy" do diretor Skye Fitzgerald, "Hunger Ward", é o Curta de Documentário mais difícil de assistir entre os indicados ao Oscar. É a segunda indicação do diretor, que concorreu em 2019 pelo excelente "Lifeboat", que perdeu para o "Period. End of Sentence". O primeiro curta, "50 Feet from Syria", que ficou apenas na shortlist do Oscar. Síria, Líbia, e agora Iêmen. É um cinema para mudar o mundo.

O bloqueio aéreo e naval que a Arábia Saudita impõe ao país, em consonância com Estados Unidos, França, Irã, e outros, está destruindo a economia do país, junto com o desnecessário e suicida conflito armado. As principais vítimas, claro, são as crianças. 

O filme acompanha dois centros de nutrição, instalados um no sul e outro no norte do país, e a luta de uma médica e de uma enfermeira, para tentar salvar os menores da desnutrição infantil. Como era de se esperar, as imagens são chocantes. Os braços das criancinhas parecem gravetos, aliás, são menores do que gravetos. Uma simples injeção é quase uma operação dada as condições delas. As avós e mães ficam desesperadas com a situação de emergência, e ainda acusam os corpos médicos por tudo que acontece. Terrível.

Existes sempre aquelas pessoas que acham que essas são imagens "apelativas", "pornográfica", e essa é uma longa discussão...Mas eu quero elogiar a qualidade das imagens em si. O diretor é também um renomado Fotógrafo. Em determinado momentos, a - acho - enfermeira diz algo como, "o país precisa ir adiante, mas estamos em círculos" (como certos países aí que eu conheço...), e a câmera passa a mostrar imagens de uma lâmina de ventilador de teto, ou imagens de um balanço giratório, coisas circulares...

Como ressalva, acho que a parte final, com textos na tela escura, clamando, apelando para o mundo prestar atenção, bem como explicando a situação política, ficou um pouco grande demais...Quero dizer, poderia-se ter distribuído melhor as informações. Mas o que é isso se compreendemos que o doc foi finalizado durante a crise do Covid-19?

40 minutos.

É cinema para salvar o mundo.

Tendo visto todos os indicados da categoria, meu voto seria para a importância deste "Hunger Ward". 

Hunger Ward (2020) - IMDb

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"The Present", indicado a Melhor Curta Live Action. É da diretora e roteirista Farah Nabulsi, também advogada de direitos humanos; uma Palestina nascida em Londres.

Conta a história de um pai e uma filha, palestinos, que precisam ir até "Israel", ou melhor, precisam cruzar um posto do exército israelense, num território ocupado da Cisjordânia, para comprar um presente de aniversário de casamento para a esposa. No entreposto militar, aquele momento de constragimento de verificação de documentos, explicação de motivos, mas isso é só a ida. No caminho de volta, pai e filha precisam atravessar o posto militar carregando o tal presente: um refrigerador! A impossibilidade de serpentear a guarnição com o presente dá lugar a uma tensa discussão.

Há um entrave no cotidiano das pessoas dessa região! Mas a solução, parece dizer a diretora, a solução vem do futuro, da nova geração.

Muito bom, mas um tanto forçado.

23 minutos.

Front Row acquires distribution rights for Farah Nabulsi's 'The Present' -  BroadcastPro ME

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Maravilhoso Curta de Animação, indicado ao Oscar na categoria, "Opera", do coreano/americano Erick Oh, é de cair o queixo.

É uma pirâmide social. Dentro da pirâmide, acontecem dezenas/centenas de coisas, simultâneamente. Não sei se muita gente vai notar, mas o eixo do filme é na vertical. A câmera vai pra cima e pra baixo, ou vice versa. O filme, portanto, "não passa". 

Na base da pirâmide, há mais gente, há mais fogo, há mais "trabalho", mais gente controlando gente. Nas partes de cima da pirâmide, há menos gente. Há mais misticismos, gente adulando uma figura religiosa. Um rei fica na ponta da pirâmide, perto de uma fechadura, e de uma ampulheta (do tempo do filme). A chave, engraçado, está na base, no primeiro escalão, perto do povo. Mas dependurada. Em dado momento, parece que há uma tentativa para pegá-la.

Isso se nota. Pois nada é falado. Não há uma única palavra. O espectador precisa interpretar as dezenas de movimentos. Há um hospital (?)l e há uma ala jurídica, e uma espécie de universidade (?) nos cantos, mais acima, de onde há trabalho braçal.

Brilhante!

Meu preferido até aqui.

8 minutos.

Erick Oh가 그의 환상적인 새 8K 프로젝트 "Opera"에 대해 이야기합니다.-Cartoni Online

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Cumprindo a maratona do Oscar, conferi "The One and Only Ivan", filme da Disney, indicado a Melhores Efeitos Visuais. O principal nome responsável pelos animais computadorizados é Nick Davis, de "The Dark Knight", "Harry Potter", e outros, sendo esta sua segunda indicação ao Oscar, e a primeira de seus colegas.

É um filme bem infantil, baseado em um livro de sucesso, que conta a história, inspirada em um caso real, de um gorila capturado por caçadores, que depois é "domesticado" por uma família, mas seguidamente vira atração de um Shopping, e de um show de variedades.

Eu odeio circo! Lembro-me que em um exame de admissão infantil escrevi contra a prática, e tirei uma noita baixíssima, fora o espanto dos nobres professores e supervisores. Fiquei numa turma "c" (que foi maravilhosa, pra mim, na verdade), mas depois de alguns meses, "subi de sala", como se falava, para a A. É minha histórinha com o circo... Pra mim, quem defende circo, rodeio, vaquejada, e que tais, merece todo o mal cármico de volta em suas vidas. E que o argumento  falacioso da "prática cultural" seja desmontado rapidamente pelas novas gerações.

Impossível para mim analisar a qualidade dos efeitos. Parecem excelentes, principalmente quando os animais tocam os humanos. Sem ofensas ao trabalho dos envolvidos, mas a sensação geral é de "déjà-vu". Já vimos muitos gorilas, bebês efefantes, cachorros, focas... Não há surpresa.

Um filme correto, que só me emocionou nos créditos, com as imagens reais do gorila...

66 Thoughts I Had While Watching "The One and Only Ivan" on Disney+ -  AllEars.Net

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Primeiramente, elogiar os cinco selecionados em Curta Live Action, até o pior - e favorito, "The Letter Room" - tem sua graça; os outros quatro são excelentes. Almodóvar de fora? Não fez falta. 

Este "Two Distant Strangers" é excelente, e tem chance de ganhar. Com boa dose de charme, mostra um "dia da marmota" na vida de um jovem negro, que acorda de manhã no apartamento de uma mulher com quem passara uma noite romântica (Ou seja, o dia tinha tudo pra ser ótimo) mas precisa voltar para casa para alimentar o seu cachorro. Toda vez que sai do apartamento, no entanto, é morto por um policial branco. Acordar e morrer, acordar e morrer, acordar e, principalmente, morrer de forma à toa.

O tom de comédia não esconde o objetivo político. Em determinado momento, o sangue escorre do corpo e forma o mapa da África. O certo é que o protagonista tenta de todas as formas escapar do loop, revelando uma Montagem e Trilha Sonoras excelentes, que fazem o filme fluir de uma maneira muito gostosa.

É pra bater palmas para os créditos finais. Mais do que os nomes homenagados, ressaltando a forma estúpida de seus fins.

Amei.

29 minutos.

Tendo visto todos esses trabalhos formidáveis, meu voto seria no incrível "White Eye".

Two Distant Strangers (2020) - IMDb

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Apesar de seu brilhante cinema, a Romênia nunca tinha sido indicada ao Oscar. O documentário "Collective" desvirginou o país, duplamente, pois disputa a estatueta de Melhor Filme Internacional e Melhor Documentário, seguindo a tendência iniciada ano passado por "Honeyland".

É ótimo realmente, e guarda muitas semelhanças com o Brasil. Impossível não associarmos certas questões. Primeiro, o doc começa com uma boite cujo incêndio matou dezenas de pessoas, já que irresponsavelmente não contava com saídas de emergência. A boite Kiss deles. Acontece que os feridos levados para os hospitais começaram a morrer em maior quantidade do que os que faleceram no local. Um jornal - esportivo - começa a investigar as razões, e depara com um tremendo caso de corrupção, histórica ingerência política nos hospitais, má formação do corpo profissional, e tudo...

Porém, devo ser sincero, o doc tem quase uma divisão ao meio. A primeira parte foca na investigação jornalística, a segunda parte foca no trabalho do jovem novo ministro da Saúde, que vai tentar dar um jeito na situação. A primeira hora é incrível; a segunda parte é menos efetiva, talvez porque ficamos com o pé atrás de todo político romeno que aparece....É estranha a posição deste novo Ministro. Ele parece calmo, mas impotente; parece bem-intencionado, técnico, compra algumas brigas, mas não é eficiente...

O certo é que o doc dá uma caída. As pessoas só querem louvar o trabalho de Alexander Nanau, mas eu não entendo por que o roteiro "abandonou" os jornalistas do começo do filme.

Para mim, fica claro como a influência política destrói todos os ambientes. Somente um Estado menor, técnico, baseado em carreiras, pode se recuperar, se autocorrigir quando erra. Quanto menos poder político em tudo, melhor.

Talvez ganhe Documentário, heim?

Colectiv - 25 de Setembro de 2020 | Filmow

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Producers Guild Awards Winners:

Best Picture – Nomadland
Episodic Series, Drama – The Crown
Nonfiction Television The Last Dance
Limited Series – Queen’s Gambit
Televised or Streamed Motion picture (intended for streaming not theatrical) HAMILTON
Animated Feature – Soul
Live Entertainment and Talk TV – Last Week Tonight with John Oliver
Documentary Feature – My Octopus Teacher
Episodic Comedy – Schitt’s Creek
Game Show, Competition – Game and Compeition – RuPaul’s Drag Race

 

Seriam os meus três votos também!

"Nomadland" tem tudo para ganhar, mas "1917" , vale lembrar, também ganhou Globo de Ouro, PGA, e DGA...Contudo nenhum filme neste ano parece ter o amor que "Parasite" tinha, que o levou ao histórico SAG, e que também ganhou o WGA!

Acho que "Minari" leva o SAG, mas não o vejo levando Roteiro Original no Oscar. Vencer Best Picture sem levar Roteiro Original, sem levar Direção e sem indicação em Montagem? Difícil.

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Encerro a categoria de Curta de Animação, com o francês "Genius Loci", o mais surreal entre todos os indicados ao Oscar. Tem muito de Arte Moderna no traço, desde Cézanne a Kandinsky, mas, gente, é uma loucura, uma viagem alucinatória, de uma empregada negra.

A sinapse diz que é a saída noturna dessa pessoa solitária pelo caos da cidade. Então tá. O título deve querer dizer muito também. Uma expressão italiana para "singularidade", para se referir àquilo que torna um lugar especial.  Olha, diferentão é, com certeza.

Apesar de premiado, em Annecy e em Berlim, não gostei.

Tendo visto todos os indicados, meu voto iria para o maravilhoso "Opera".

Genius Loci

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Indicado ao Oscar de Melhor Som, "Greyhound: Na Mira do Inimigo" é a adaptação de um livro, feita pelo próprio Tom Hanks (sim, além de atuar, é o roteirista), que conta um episódio real da chamada Batalha do Atlântico, durante a Segunda Guerra Mundial, na qual estima-se que mais de 70 mil pessoas tenham perdido a vida (Calculem: Pouco mais de um mês de pandemia no Brasil), em confrontos entre os submarinos alemães e frotas dos aliados, e navios mercantes.

Existia um ponto no oceano, onde os navios dos aliados com destino à Inglaterra ficavam desguarnecidos de proteção aérea e entravam facilmente, como diz o título, na mira do inimigo. O filme de Aaron Schneider é muito bom enquanto ação, com muitas cenas maneiras de batalhas, explosões, artilharia naval, torpedos, etc, embora eu tenha sentido falta de um contraponto (não em termos de história) dos alemães, pois só em uma cena, mais para o final, vemos o ponto de vista alemão, a reação aos ataques aliados. Faltou essa ginga, de passar a ação para o outro lado...

O Som é de responsabilidade de alguns caras pela primeira vez nomeados, mas capitaneado pelo veterano da Mixagem de Som, Michael Minkler, com seus três Oscars ("Falcão Negro em Perigo", "Chicago", "Dreamgirls") e carradas de indicações...Gostaria de saber avaliar tecnicamente, mas creio que deve ter sido difícil aliar tantas explosões, com som das ondas, gritos, sonar, e uma sempre presente Trilha Sonora.

Agora, esse filme tem um assunto e um único personagem, o capitão, do Hanks. Porque não existem mais "pessoas". São apenas funções, sem interações maiores, sem profundidades. Deu pena ver Elizabeth Shue, envelhecida, fazendo a função da "noiva/namorada", com poucas falas, e nenhum trabalho emocional. Assim é com todos os demais personagens. É incrível como depois de tanto movimento feminista continuam a oferecer esses papeis para as atrizes...Não entederam nada!

Tom Hanks fazendo o papel de Tom Hanks, um novo James Stewart, mas aqui mais para Gregory Peck. O mocinho da América.

Tendo visto todos os indicados; e saudando o retorno das Animações, depois de mais de 10 anos, à categoria; meu voto iria sem pestenejar para "Sound of Metal".

Greyhound: Na Mira do Inimigo - 10 de Julho de 2020 | Filmow

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Ao avaliar quem vai ganhar a estatueta do Oscar em categorias técnicas convém pensar em "Mais" em vez de "Melhor". "Pinóquio", indicado surpreendemente em Melhor Figurino, tem muitas peças chamativas, mas penso que essa indicação deveu-se a bela roupa do boneco, em um vermelho-perigo excelente, e um chapéu tricorne, chamando atenção para uma época mais antiga. Nesse sentido, apesar de excelente, o Figurino do italiano Massimo Cantini Parrini, é "menos". O que é diferente com a Maquiagem, a outra indicação do filme.

E aí é "Mais". Puro "mais". Trabalho de Mark Coulier (duas estatuetas já, por "The Iron Lady", e "O Grande Hotel Budapeste") e duas colaboradoras italianas de Matteo Garrone, em suas primeiras indicações. Gente...O NARIZ CRESCIDO É MAQUIAGEM! É incrível! As pessoas estão advogando a tese que "Ma Rainey`s Black Bottom" vai levar o prêmio da categoria, mas eu tenho dúvidas...Olha, não viram "Pinóquio". Todas as demais criaturas são simbioticamente homens e animais. Não há animação. Desde o atum dentro da baleia, ao macaco-juiz, e assim vai...Um trabalho formidável! O próprio Pinóquio é incrível.

Eu falei do nariz porque virou a imagem mais forte da história, um feito da adaptação Disney dos anos 1940. Mas essa adaptação aqui segue o texto original, e o nariz só cresce uma única vez. Mais do que isso, o filme quis corajosamente ser tão fiel ao texto original, que ficamos até espantados com certas desconexões de lógica, ou assustados pelo lado sombrio da criação.

Um filme que se recusa a ser palatável. Recusa a animação doce. E mostra a Itália paupérrima, onde os adultos mentem (sem o nariz crescer, sem serem, portanto, identificados), exploram crianças, abusam da inocência.

Roberto Benigni está soberbo como Geppetto. É maravilhoso como ele entendeu profundamente o personagem. Um criador sem criatura, sem nada. 

Gostei muito.

Tendo visto todos os indicados em Figurino, meu voto seria para Ann Roth por "Ma Rainey`s Black Bottom".

Tendo visto todos os indicados em Maquiagem e Cabelo, meu voto iria para "Pinóquio".

Pinóquio poster - Foto 64 - AdoroCinema

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On 3/24/2021 at 6:24 PM, SergioB. said:

Apesar de seu brilhante cinema, a Romênia nunca tinha sido indicada ao Oscar. O documentário "Collective" desvirginou o país, duplamente, pois disputa a estatueta de Melhor Filme Internacional e Melhor Documentário, seguindo a tendência iniciada ano passado por "Honeyland".

É ótimo realmente, e guarda muitas semelhanças com o Brasil. Impossível não associarmos certas questões. Primeiro, o doc começa com uma boite cujo incêndio matou dezenas de pessoas, já que irresponsavelmente não contava com saídas de emergência. A boite Kiss deles. Acontece que os feridos levados para os hospitais começaram a morrer em maior quantidade do que os que faleceram no local. Um jornal - esportivo - começa a investigar as razões, e depara com um tremendo caso de corrupção, histórica ingerência política nos hospitais, má formação do corpo profissional, e tudo...

Porém, devo ser sincero, o doc tem quase uma divisão ao meio. A primeira parte foca na investigação jornalística, a segunda parte foca no trabalho do jovem novo ministro da Saúde, que vai tentar dar um jeito na situação. A primeira hora é incrível; a segunda parte é menos efetiva, talvez porque ficamos com o pé atrás de todo político romeno que aparece....É estranha a posição deste novo Ministro. Ele parece calmo, mas impotente; parece bem-intencionado, técnico, compra algumas brigas, mas não é eficiente...

O certo é que o doc dá uma caída. As pessoas só querem louvar o trabalho de Alexander Nanau, mas eu não entendo por que o roteiro "abandonou" os jornalistas do começo do filme.

Para mim, fica claro como a influência política destrói todos os ambientes. Somente um Estado menor, técnico, baseado em carreiras, pode se recuperar, se autocorrigir quando erra. Quanto menos poder político em tudo, melhor.

Talvez ganhe Documentário, heim?

Colectiv - 25 de Setembro de 2020 | Filmow

FRAQUÍSSIMO. Me pergunto se esse filme tem lobbie.

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Finalmente assisti ao candidato nacional ao Oscar, o documentário "Babenco: Alguém tem que Ouvir o Coração e dizer Parou". Subitítulo longo, desagradável, mas que obscuramente aponta para o "Alguém", e o alguém é a diretora, esposa do cineasta, Bárbara Paz. Ela que ficou até o fim do diretor.

Há anos tenho escrito que não gosto muito de documentários de "ilha de edição", muito ancorados em arquivos. E aqui é um caso extremo. Além de ancorados em imagens de arquivo familiar, ancora-se em imagens de vários bons filmes do diretor. Muitas cenas mesmo. Seja a cena da amamentação em "Pixote", sejam cenas de "O Beijo da Mulher Aranha", sejam cenas de Meryl Streep e Jack Nicholson no pouco lembrado "Ironweed" - indiretamente mostrando o traquejo com os grandes astros nos anos 1980...Mais não só eu que não gosto desse tipo de documentário, mas o próprio "branch" de documentaristas da Academia não gosta. Foi um uso excessivo. Jamais seria indicado na categoria.  Talvez em Filme Internacional, mas em Documentário, nunca, jamais.

As pessoas elogiam a Bárbara (gosto dela!) pela coragem de filmar a relação ao seu final, mas, quando se vê o doc, fica-se com a impressão que ela não mostrou muito - pelo contrário. Foi bem respeitosa, respeitosa demais com a condição. A melhor cena é Hector na cama do hospital confuso com o tempo e o espaço. Se o documentário fosse mais disso, desse momento de dor, sem sentimentalismo, sem "educação", se fosse mais franqueza menos nobreza, eu teria gostado mais.

Os poucos momentos de câmera na mão são amadores. Muito desfocamento, muita trepidação. 

É um doc bonzinho, mas nada demais. Foi premiado em Veneza, e em outros lugares. Mas faltou linguagem de cinema, embora tenha muito cinema. Cinema até demais.

Não o teria indicado como candidato.

Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou (2019)

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"The Father", ou como brincamos para fugir do título bobo, "Painho", originalmente é uma peça, mas é tão bem adaptada que parece genuinamente um texto para o cinema. Tudo flui. A montagem de Yorgos Lamprinos é estupenda, nos faz sentir a confusão mental, sem joguinhos com cortes rápidos. Meu voto iria para ele. Não sei também como o francês Florian Zeller não está indicado em Direção no Oscar, por seu trabalho de estreia. 

Olivia Colman está excelente, como habitual, dando um toque de humor ou de ternura a cada frase. Muito legal ver a indicação do filme em Design de Produção, mostrando que trabalhos contemporâneos podem ser dignos de reconhecimento; Peter Francis, primeira indicação.

O filme contudo é de Anthony Hopkins! O que é essa cena final?  Puta que pariu! Um monstro. Mas durante todo o filme ele consegue expressar constragimento, vergonha, orgulho, confusão, com esse texto sublime...

Um filme excepcional! Meu segundo preferido na temporada.

Tendo visto agora todos os filmes indicados em Best Picture, meu voto iria para "Nomadland".

Tendo visto agora todos os indicados a Melhor Design de Produção, meu voto iria para Donald Grant Bur por "Mank".

Tendo visto agora todos os indicados a Melhor Montagem, meu voto iria para Yorgos Lamprinos em "The Father".

Tendo visto agora todos os indicados a Melhor Roteiro Adaptado, meu voto iria para Florian Zeller e Christopher Hampton por "The Father".

Tendo visto agora todas as indicadas a Melhor Atriz Coadjuvante, meu voto iria para Yuh-jung Youn por "Minari".

Tendo visto agora todos os indicados a Melhor Ator, neste ano de performances excelentes na categoria, meu voto iria para Sir. Anthony Hopkins por "The Father".

The Father (2020) - IMDb

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"O Agente Duplo" é um documentário chileno que representava o país no Oscar, como candidato a Filme Internacional, mas acabou sendo indicado apenas em Documentário. 

Um velhinho de 83 anos, meu xará, é contratado como espião para averiguar como a mãe de uma (suposta) cliente está sendo tratada, com abusos ou não, em uma casa de repouso. Se o filme começa com um clima "A Pantera Cor-de-Rosa", com um detetive ensinando-o a mexer com os dispositivos tecnológicos; depois mostra-se uma perspicaz forma de análise da solidão e abandono dos internos da terceira-idade.

Como linguagem de cinema, é bem legal. O documentarista é um espião, mas aqui temos algo ao quadrado, a câmera que espiona o espião. E percebemos que na verdade o motivo da presença dele é uma ficcionalização, uma artimanha de roteiro.

Tem muitos momentos bem simpáticos, impossíveis de não gostar. E os últimos 5 minutos são bem emocionantes.

Maite Alberdi, primeira indicação.

Tendo visto todos os ótimos indicados na categoria, meu voto iria para "Professor Polvo".

El Agente Topo' revela trailer inédito y fija estreno premium -

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Por muito tempo, esteve entre os meus 5 selecionados na categoria de Curta Live Action, mas felizmente o retirei nas semanas finais. Vi "Da Yie" cair na atenção global, frente aos incríveis curtas deste ano. Este curta ganense é uma espécie de "Cidade de Deus" com "Moonlight".

Começa com duas crianças da periferia de Gana perseguindo galinhas por entre as vielas, jogando futebol, e depois, ao encontrar um homem mais velho (traficante de drogas, ou de órgãos, ou de crianças, nunca se sabe) - brincam com uma câmera dele, e os três desenvolvem uma amizade, que os levarão à costa do país...

Tudo é extremamente bem fotografado, com belas imagens do litoral, mas falta enredo, e sobram referências. Qual o assunto? A infância estar à mercê da violência, perto demais dela? Ok. É uma opinião, não é um enredo.

Não diz a que veio. Não entendi o hype.

20 minutos.

Da Yie - 2019 | Filmow

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