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1964!


Michel M.
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1964, Golpe ou Revolução!  

9 members have voted

  1. 1. 1964, Golpe ou Revolução!

    • Golpe.
      7
    • Revolução.
      1
    • O que houve em 1964?
      3


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  • Members
É que esses professores de história que' date=' por sinal,

parecem ser todos comunistas nem sequer mencionam essa outra visão.

Esse foi meu caso.

 

Mesmo assim, não vejo como uma revolução já que para ser uma tem

que mudar as bases econômicas e sociais, o que não aconteceu de maneira

alguma. Mudou, apenas, o político.

[/quote']

 

 

 

Mencionam sim senhor não têm omissão dos fatos, independente do que ele

acredita. Um professor sério não se pode se deixar levar por questões

ideológicas ao lecionar em aula. Se a diretoria da escola pública ou

particular ficar sabendo é motivo até para demissão. O problema é que

nos lembramos do que é conveniente, e como muitos aqui adoram lembrar

que existia ‘segurança’, ‘saúde’, ‘escolas melhores’ e o Brasil

crescendo 18% ao ano no chamado “Milagre Econômico”. Achamos que não

foi tão ruim.

 

 

 

Segurança como eu disse, foi uma falácia já que ela foi conservada em

áreas de determinados setores da sociedade.  Para quem sempre

viveu na favela existia e ainda existe o outro mundo.  As escolas

foram tão boas na ditadura? Em que sentido, a omissão de fatos que

foram recorrentes neste período. Estou com livros editados nesta época.

Por conseqüência da fobia da guerra fria, nada ou praticamente nada era

passado além de informações dos países amigos do ocidente. Em outras

palavras qualquer coisa sobre o antigo eixo do mal comunista era

vetado. Uma informação tendenciosa, é um caminho perfeito, para a

aceitação do regime ou da ‘revolução libertadora’. Para mim os

ditadores foram como Cronos, devoraram seus próprios filhos para que

não assumissem o poder.

 

 

 

E nada justifica limitar a liberdade, muitos aqui sofrem sérios

problemas psicológicos. Resultado da síndrome de Estocolmo de 64. Acho

que vou criar vocês em uma gaiola e dar uma ótima ração, educação e

saúde e quem sabe assim vocês vão me adorar como um deus.  E no

futuro vão aprender a cantar como um canário. 06

 

 

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  • Members
Revolução tem dois lados' date=' o lado bom e o ruin. Tipo a revolução francesa que foi boa, a revolução comunista que foi boa para tirar o poder do Czar, entre outros casos... mas teve revoluções para o mal, como a revolução cubana e a fascista na Itália.[/quote']

Não acho que a revolução em Cuba foi para o mau,não queira ter visto antes com o governo de Fugêncio Batista...
O único problema é que o EUA proibe o comércio com Cuba.Só.

E a revolução realmente é uma coisa sofrida.É a tua família morrendo,teus amigos,pessoas aleijadas,casa destruída,bombas pr todo lado etc.Não é nada parecido com ''O Patriota''.
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  • 9 months later...
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ZERO HORA

02/12/2001 - domingo



O GOLPE SERIA EVITADO SE JANGO FOSSE FRACO

Dione Kuhn

Vinte e quatro anos depois de
lançar o livro O Governo João Goulart - As Lutas Sociais no Brasil, o
professor Luiz Alberto Moniz Bandeira brinda os aficionados pelo
conturbado período que vai da renúncia do presidente Jânio Quadros, em
1961, ao golpe militar de 1964 com uma sétima edição ampliada e
revisada.

Um dos maiores estudiosos
do governo João Goulart, Moniz Bandeira, 66 anos, reside em Saint Leon,
na Alemanha. Doutor em Ciência Política e professor aposentado de
História da Política Exterior do Brasil pela Universidade de Brasília,
Moniz Bandeira tem mais de 20 obras publicadas. Ontem, Zero Hora
entrevistou-o por e-mail sobre os 25 anos da morte de Jango,
completados no dia de hoje. A seguir, os principais trechos da
entrevista:


Zero Hora
- A
comissão da Câmara dos Deputados, criada para investigar as
circunstâncias da morte de Jango, sugere, apesar de não ter obtido
provas, que o ex-presidente foi assassinado no exílio, vítima da
Operação Condor. Qual é a sua posição?


Luiz Alberto Moniz Bandeira
- Não se pode descartar a hipótese de assassinato, dado que Goulart
estava ameaçado de morte. Entretanto, julgo pouco provável que tenha
sido assassinado, em virtude, sobretudo, das circunstâncias em que
faleceu. Por volta de 1h da manhã, na cama, ao lado da esposa, Maria
Thereza, após uma viagem exaustiva, que realizou
desde Montevidéu, sobretudo sendo ele portador de cardiopatia grave.


ZH
- O apoio dos Estados Unidos aos militares foi decisivo para o golpe de 1964?



Moniz Bandeira -
Não apenas o apoio foi decisivo para o golpe de Estado. Os Estados
Unidos encorajaram-no. Trataram de agravar a crise econômica e
financeira, enquanto a CIA executava ações de desgaste, induzindo
artificialmente a radicalização, com o objetivo de socavar as bases
sociais e políticas de sustentação do governo, de modo a possibilitar
sua derrubada. O governo americano preparou-se para intervir
militarmente em apoio à sublevação civil e militar, coordenada a partir
da embaixada americana. É claro que Goulart sofria severa oposição de
setores da sociedade. Mas sem a cooperação dos EUA, as forças que se
opunham a ele dificilmente tentariam o golpe ou teriam êxito.

ZH - O golpe de 64 poderia ter sido evitado por Jango?

Moniz Bandeira -
Goulart sofria pressões de todos os lados, desde que tomou posse com o
poder emasculado pelo parlamentarismo, que não permitia a ele nem ao
primeiro-ministro, este por falta de legitimidade, adotar as medidas
necessárias para conter a crise econômica, social e
política que estava a agravar-se cada vez mais desde o fim do governo
Juscelino Kubitschek.

O golpe evidentemente poderia ser evitado se
Goulart cedesse às pressões das forças conservadoras, se obedecesse às
imposições econômicas, financeiras e políticas dos EUA, rompendo
relações com Cuba, reprimindo o movimento sindical e demitindo os
elementos considerados de esquerda. Em suma, seria evitado se Goulart
fosse fraco e cedesse às pressões. Goulart caiu porque se mostrou um
homem forte, leal aos princípios.


ZH
- Jango até
hoje é criticado por ter optado pela não-resistência em 1961, quando
aceitou governar sob o sistema parlamentarista, e em 1964. O que teria
ocorrido se tivesse decidido resistir nesses dois momentos?


Moniz Bandeira -
Em 1961, Goulart teria efetivamente condições de marchar sobre Brasília
a partir do Rio Grande do Sul e, com o respaldo do resto do país,
fechar o Congresso e convocar uma Constituinte.

Goulart nunca se dispôs,
entretanto, a fazer revolução. Não era do seu temperamento. Não
desejava deflagrar uma guerra civil nem tinha a ambição de tornar-se
ditador. Também é preciso considerar que, ao chegar a Montevidéu,
procedente da China, e aceitar o parlamentarismo, não dispunha de todas
as informações para avaliar a real situação política.

Em 1964, porém, já não
havia meios para resistir. E se Goulart cedesse à opinião de Leonel
Brizola e tentasse a resistência, a guerra civil eclodiria, haveria a
intervenção armada dos EUA, dividindo o Brasil, que se tornaria outro
Vietnã, em situação muito pior, porque não possui fronteiras com a
China ou a União Soviética, e sem a menor chance de êxito. Seria uma
tragédia de proporções internacionais.



Obra ganha edição mais densa e documentada


O
governo João Goulart - As lutas sociais no Brasil é quase um novo
livro, com o dobro de páginas e novos documentos que dão uma visão mais
clara da participação das forças econômicas, políticas e militares e do
governo norte-americano na derrubada do ex-presidente João Goulart em
1964.

Desde
que a primeira edição do livro foi lançada, em dezembro de 1977, o
professor Moniz Bandeira vem obtendo documentos, liberados pelo próprio
governo dos Estados Unidos, fazendo pesquisas, descobrindo novas
informações.

-
Aprofundei muito a análise do golpe de 1964 e acrescentei não apenas
uma vasta introdução, em que revelo várias informações, inclusive a
provável razão para a expulsão de Leonel Brizola do Uruguai, em 1977,
mas também um novo capítulo sobre os anos em que Goulart viveu no
exílio, as ameaças de morte e a sua morte - disse Moniz Bandeira a Zero
Hora.


Último encontro entre Jango e Bandeira ocorreu em 1976


No
início de novembro de 1976 - quase um mês antes de Jango morrer em sua
estância em Mercedes, na Argentina - Moniz Bandeira se encontrou com o
ex-presidente durante toda uma tarde, em Punta del Este, no Uruguai.

Aos
despedirem-se, Jango disse ao professor que o chamaria por volta de 15
de dezembro para passar com ele uma ou duas semanas, a fim de examinar
a documentação conservada em um baú na garagem de sua casa.

O ex-presidente morreu no dia 6 dezembro daquele ano, 12 anos e oito meses depois de ter sido obrigado a deixar o Brasil.
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  • 4 weeks later...
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Falando nisso, saiu hoje essa notícia: 01

Golpe de 64

Família de João Goulart quer indenização dos EUA

A

3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça deve decidir, ainda esta

semana, se os Estados Unidos podem ou não responder, perante a Justiça

brasileira, pela suposta intervenção no golpe militar que depôs, em

1964, o então presidente João Goulart.

A Turma, sob

relatoria da ministra Nancy Andrighi, resolverá se a suposta

participação norte-americana no episódio é caracterizada como ato de

império ou ato de gestão.Na definição de Hely Lopes Meirelles, ato de

império é "todo aquele que contém uma ordem ou decisão coativa da

administração para o administrado, como o é um decreto expropriatório,

um despacho de interdição de atividade ou uma requisição de bens".

Ainda de acordo com o mesmo autor "ato de gestão são os que a

Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os

destinatários. Tal ocorre nos atos puramente de administração dos bens

e serviços públicos e nos negociais com os particulares, que não exigem

coerção sobre os interessados".

A ação de

indenização por danos morais, patrimoniais e à imagem contra os EUA foi

ajuizada pela viúva do ex-presidente João Goulart, Maria Thereza

Fontella Goulart, e seus filhos, João Vicente Fontella Goulart e Denise

Fontella Goulart.

Eles alegam que os EUA

contribuíram para a ocorrência do golpe militar de 1964. De acordo com

a família de Jango, o governo americano financiou opositores ao

presidente João Goulart e disponibilizou apoio militar e logístico para

que se desse o golpe. Segundo a família, após o fato, eles passaram a

sofrer perseguição dos militares, enfrentaram dificuldades financeiras,

sofreram constantes ameaças de morte e de seqüestro, entre inúmeras

outras violências.

Em primeira instância, o juiz

federal substituto da 10ª Vara da Seção Judiciária do Rio de Janeiro

extinguiu o processo sem julgamento de mérito. Para o juiz, existe a

impossibilidade jurídica no pedido. De acordo com ele, os atos

supostamente praticados pelos EUA se caracterizam como atos de império,

alcançados pela imunidade jurisdicional.

A família

interpôs apelação no Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Os

desembargadores consideraram que a competência para cuidar do caso é do

STJ. A decisão se baseou no fato de a Constituição Federal determinar

que compete ao STJ julgar as causas em que forem partes Estado

estrangeiro ou organismo internacional de um lado e, do outro,

município ou pessoa residente ou domiciliada no país, conforme artigo

105, inciso II, alínea c.

A família de João Goulart

argumenta não haver qualquer norma escrita de direito internacional que

estabeleça imunidade ao Estado estrangeiro quanto à responsabilidade

civil por atos ilícitos praticados no território de outro Estado.

RO 57

Revista Consultor Jurídico, 5 de setembro de 2007

http://conjur.estadao.com.br/static/text/59211,1

 

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Golpe de 64

Ação de indenização da família João Goulart tem dois votos

por Maria Fernanda Erdelyi

A

família do ex-presidente João Goulart saiu em vantagem no Superior

Tribunal de Justiça. Dois ministros já votaram pela continuidade da

ação em que a família pede indenização ao governo dos Estados Unidos

pelo golpe militar de 1964, que depôs Jango.

De

acordo com a família, o governo americano financiou opositores ao

presidente, disponibilizou apoio militar e logístico, contribuindo para

o golpe. Após o fato, a família alega que passou a sofrer perseguição

dos militares, constantes ameaças de morte e de seqüestro, enfrentaram

dificuldades financeiras, entre inúmeras outras violências.

No

julgamento desta quinta-feira (6/8), não se discutia a indenização

pedida e sim a possibilidade dos Estados Unidos responderem ou não

perante a Justiça brasileira pela suposta intervenção no golpe militar

de 1964. Foram dois votos contra um pelo prosseguimento da ação na 3ª

Turma do STJ. O julgamento não foi concluído porque a Turma, composta

por cinco ministros votava com apenas três componentes, sendo um

convocado da 4ª Turma. Para encerrar o julgamento era preciso pelo

menos três votos no mesmo sentido.

Os ministros

discutiam se a suposta participação dos Estados Unidos no golpe militar

de 1964 foi ato de império ou de gestão. Na definição de Hely Lopes

Meirelles, ato de império é "todo aquele que contém uma ordem ou

decisão coativa da administração para o administrado, como o é um

decreto expropriatório, um despacho de interdição de atividade ou uma

requisição de bens". Ainda de acordo com o mesmo autor "ato de gestão

são os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os

destinatários. Tal ocorre nos atos puramente de administração dos bens

e serviços públicos e nos negociais com os particulares, que não exigem

coerção sobre os interessados".

Se, ao final do

julgamento, for considerado ato de império, a ação não poderá seguir em

frente devido à imunidade jurisdicional. Mas se for ato de gestão, a

ação poderá prosseguir.

A ministra Nancy Andrighi,

relatora do pedido da família Goulart, entendeu que os atos praticados

por integrantes ligados ao executivo dos EUA — corroborando para o

golpe de 1964 que depôs Jango — são atos de gestão e não de império,

que são protegidos e imunes à jurisdição brasileira.

Segundo

a ministra, a imunidade não é mais absoluta. “A jurisprudência do STJ

vem superando o conceito de imunidade absoluta”. Ela citou inclusive

precedente de 1989, do Supremo Tribunal Federal, onde foi firmado o

entendimento de que o estado estrangeiro não tem imunidade em ações

indenizatórias por responsabilidade civil. Nancy Andrighi votou pelo

seguimento da ação com a citação dos Estados Unidos na figura do

embaixador.

O ministro Humberto Gomes de Barros,

presidente da 3ª Turma acompanhou o voto da relatora. A divergência

veio no voto do ministro Aldir Passarinho Júnior, convocado da 4ª Turma

para participar do julgamento. Para o ministro, a interferência dos

Estados Unidos na deposição de João Goulart foi claramente um ato de

império. “Colocar um navio de guerra em águas brasileiras, contribuir

com apoio logístico e financeiro para atos que culminaram na deposição

do ex-presidente, é um ato de estado”, disse.

Medo do comunismo

A

advogada Joslai Rutkoski Kuchinki, que representava a família Goulart

no STJ argumentou que a participação dos Estados Unidos no golpe foi

confirmada pela confissão do ex-embaixador norte-americano no Brasil,

Lincoln Gordon publicada em livro.

Joslai argumentou

que se ambos os órgãos públicos não soubessem do ocorrido seria um ato

de império e, portanto, imune. Mas, segundo a advogada foi um ato de

gestão. “Em responsabilidade civil não há imunidade do estado

estrangeiro. Não há impedimento para o prosseguimento da ação”, disse.

Ela

lembrou que Jango tinha contato com Cuba e com a antiga União Soviética

e que os Estados Unidos teriam apoiado o golpe militar de 1964 com o

temor de que João Goulart transforme o Brasil num país comunista.

Entenda o caso

A

ação de indenização por danos morais, matérias, à imagem e à existência

contra os EUA foi ajuizada pela viúva de Jango, Maria Thereza Fontella

Goulart, e seus filhos, João Vicente Fontella Goulart e Denise Fontella

Goulart. A família de João Goulart argumenta não haver qualquer norma

escrita de direito internacional que estabeleça imunidade ao Estado

estrangeiro quanto à responsabilidade civil por atos ilícitos

praticados no território de outro Estado.

Em

primeira instância, a 10ª Vara da Seção Judiciária do Rio de Janeiro

extinguiu o processo sem julgamento de mérito. Para o juiz, existe a

impossibilidade jurídica no pedido. De acordo com ele, os atos

supostamente praticados pelos EUA se caracterizam como atos de império,

alcançados pela imunidade jurisdicional

A família

interpôs apelação no Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Os

desembargadores consideraram que a competência para cuidar do caso é do

STJ. A decisão se baseou no fato de a Constituição Federal determinar

que compete ao STJ julgar as causas em que forem partes Estado

estrangeiro ou organismo internacional de um lado e, do outro,

município ou pessoa residente ou domiciliada no país, conforme artigo

105, inciso II, alínea c.

De acordo com o regimento

interno do STJ há a possibilidade de convocação de ministros da 4ª

Turma (que também julga matérias de Direito Privado) para conclusão do

julgamento, mas isso não tem data definida para acontecer. A 3ª Turma

está desfalcada devido a aposentadoria do ministro Castro Filho e da

posse de Carlos Alberto Menezes Direito ao Supremo Tribunal Federal.

Revista Consultor Jurídico, 6 de setembro de 2007

 

Maria Fernanda Erdelyi: é correspondente da Revista Consultor Jurídico em Brasília.

 

http://conjur.estadao.com.br/static/text/59257,1

 

 

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  • 1 month later...
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O João Goulart ia fazer reformas de base que iriam melhorar muito o nosso país. É uma pena' date=' esse país não tem jeito mesmo. O único presidente que quis fazer alguma coisa pra mudar foi derrubado.[/quote']

 

Eu também acredito no Coelhinho da Páscoa , em Papai Noel e que no meu jardim habitam duendes e gnomos

 

 
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  • 1 month later...
  • Members

Justiça italiana pede prisão de brasileiros mortos

Jeferson Ribeiro
Direto de Brasília

O Tribunal Penal de Roma expediu ontem o pedido de prisão de 146 pessoas que teriam participado do comando dos regimes militares da América do Sul entre as décadas de 70 e 80 e que teriam integrado a Operação Condor. Entre os pedidos de prisão emitidos pelo magistrado italiano estão o dos generais João Figueiredo, do seu irmão general Euclydes Figueiredo, do ex-ministro do Exército de Figueiredo, Walter Pires de Carvalho e Albuquerque, do ex-chefe do SNI (Serviço Nacional de Informações), general Otávio Aguiar Medeiros, do ex-comandante do 3º Exército, general Antônio Bandeira, e do ex-superintendente da PF no Rio Grande do Sul, coronel Luíz Macksen de Castro Rodrigues. Todos mortos.

» Itália pede prisão de 13 brasileiros
» Itamaraty não recebeu pedido de prisão

A operação Condor tinha como objetivo a troca de informações entre Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e Argentina sobre oposicionistas na região. Pela operação, os países se comprometiam a prender opositores em seu território mesmo que eles fossem de outra nacionalidade. A prisão dos responsáveis e co-responsáveis pela morte de 25 cidadãos italianos foi decretada ontem pelo juiz Giancarlo Capaldo.

"Entre os indiciados está ainda o general Alberto Pinochet, que também está morto, mas que como os brasileiros é considerado o responsável pelas mortes. Eles faziam parte da cadeia de comando dos regimes militares. Supõe-se que não se fazia nada sem o seu conhecimento. Por isso, o nome do general Figueiredo está entre os pedidos de extradição", afirma o presidente do Movimento Nacional de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke.

Ele participou do sistema repressivo brasileiro naquela época e prestou depoimento a Capaldo em 1999. Depois disso, em 2005, foi convidado para trabalhar com um consultor do magistrado italiano para explicar como funcionava o regime militar no País e seus métodos de repressão. "Eu participei disso e contei o que sabia ao juiz", conta o advogado.

Além dos mortos indiciados pela Justiça italiana, há também militares e civis vivos que podem ser presos e extraditados se saírem do País. O ex-chefe da segunda seção do Estado-Maior, coronel Carlos Alberto Ponzi, o ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro, Agnello de Araújo Britto, o ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Edmundo Murgel, o ex-chefe do Estado-Maior do 3º Exército, general Luiz Henrique, o ex-secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, João Leivas Job, o ex-diretor da Divisão Central de Informações, Átila Rohrsetzer, e o ex-delegado gaúcho, Marco Aurélio de Silva Reis.

Enquanto eles permanecerem no Brasil, estão livres de qualquer desdobramento do pedido de prisão italiano, mas se deixarem o território nacional perdem a garantia constitucional brasileira, que impede a extradição de seus cidadãos para julgamento em outros países.

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  • Members

Claro . Hoje em dia é muito mais difícil ludibriar como nos tempos do Jango . Hoje temos comunicações celulares ' date=' internet e informação em tempo real .
[/quote']

 

Sem dúvida... Em compensação, nunca se teve tantos pontos de vistas, todos dissonantes entre si, sobre um mesmo evento... Não no caso da ditadura, mas me refiro a tudo que envolve qualquer coisa que sai de Brasília hoje em dia e cai na imprensa... Hoje mais do que nunca há um patrulhamento ideológico encampado por TODOS os meios de comunicação, onde se informa apenas aquilo que é conveniente.

 

Passados 40 anos do golpe da ditadura, não vejo mudanças...
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  • 1 month later...
  • Members

Saiu na Globo.com hoje...

Uruguaio diz que participou de operação para matar Jango

 

Segundo Mário Barreiro, ex-presidente foi morto por envenenamento a pedido do Brasil.

 

Filho de João Goulart diz que família tem indícios de que pai foi assassinado.

Um uruguaio condenado por crimes no Brasil diz que participou de uma

operação para assassinar o ex-presidente João Goulart no exílio.

 

 

O engenheiro Mário Barreiro, que diz ter sido agente secreto do governo

militar uruguaio, está preso na penitenciária de segurança máxima de

Charqueadas (RS), onde cumpre pena por assalto a carro forte.

 

Ele conta que, na década de 70, espionou e gravou conversas do

ex-presidente João Goulart - exilado no Uruguai e na Argentina - e que

o delegado Sergio Fleury, acusado de torturar e matar opositores

políticos durante a ditadura militar [1964-1985], acertou detalhes da

operação.

 

"O delegado Fleury foi que coordenou a operação. Ele foi quem

transmitiu pra nós a determinação do presidente de que o Jango deveria

ser eliminado. A ordem foi dada para Fleury, segundo ele, pelo próprio

presidente Ernesto Geisel”, disse.

 

Mário Barreiro

diz que o próprio governo uruguaio providenciou a troca dos remédios

que Jango tomava para o coração. "Não deu certo a primeira troca. Até

que em dezembro de 76, na Fazenda La Villa, ele tomou o comprimido

letal." 

 

 

O ex-agente diz que monitorou o ex presidente brasileiro durante três

anos. Ele se ofereceu para depor numa CPI, mas não chegou a ser

convocado. Agora, reafirmou o interesse em colaborar com as

investigações para esclarecer as circunstâncias da morte.

 

 

O filho de João Goulart, João Vicente, disse que a família tem

documentos que revelariam indícios de que o pai foi assassinado. Ele

conversou com o ex-agente uruguaio em outubro de 2007 e decidiu acionar

o Ministério Público Federal para investigar o caso.

 

 

"Se nós não tivermos uma resposta do MP, do tipo não pode investigar o

assassinato porque decorreu o prazo de 20 anos, trata-se de um chefe da

Nação, trata-se da história brasileira. Aí nós vamos aos organismos

internacionais"

 

 

A Procuradoria Geral da República informou que ainda está analisando a denúncia.

 

 

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que foi relator de uma comissão que

investigou a morte de João Goulart, disse que vai pedir amanhã à PGR

para ouvir o uruguaio Mario Barreiro.

 

Mas ressalva que não havia

elementos suficientes para afirmar que Jango foi assassinado.

 

 

A família do ex-presidente Ernesto Geisel diz que as acusações contra ele são “irreais”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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