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Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal


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Verei ''Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal'' hoje a noite, e, procurando por curiosidades sobre os filmes, acabei encontrando o roteiro completo de ''Indiana Jones and the Saucer Man from Mars'', primeira versão do roteiro do quarto filme, de Steven Spielberg e Jeb Stuart.

 

Tudo começa com Indy confrontando piratas por um Ídolo dourado em um rio cheio de crocodilos em Bornéu. Após recuperar o Ídolo, Indy volta para a América, onde lembra da morte de seu amigo Marcus Brody e pensa em se aposentar.

 

Duas semanas depois, ele é chamado por uma linguista chamada Dra. Elaine McGregor para investigar um templo no Peru. Os dois se apaixonam e decidem se casar, convidando Marion, Willie, Sallah, Shorty e todos os outros. Durante a cerimônia, Elaine é raptada por um homem chamado Bolander.

 

Indy tenta encontrá-la e acaba sendo levado para uma base militar na Área 51, onde Bolander, ex-marido de Elaine e agente da OSS, revela que um cilindro marciano caiu em Roswell, Novo México, contando alienígenas mortos e vários pictogramas de linguagens humanos, que indicavam uma contagem regressiva.

 

Agentes soviéticos invadem o lugar e tentam roubar o cilindro, levando Elaine junto. Indy tenta salvá-la, mas é preso em um foguete, fugindo e impedindo-o de ser lançado. Após uma grande perseguição para recuperar sua noiva e o cilindro marciano, Indy acaba conhecendo os alienígenas, que visitaram a Terra várias vezes e concederam suas linguas, entre elas o sânscrito, aos humanos. Indy e Elaine tentam prender Bolinger e Checov (O Agente Soviético), que acham que o cilindro é uma bomba e tentam destruí-lo. O Foguete ''acorda'', incinera os vilões e vai embora da Terra, após recolher os marcianos mortos pelo exército.

 

Indy e Elaine voltam para a América, casam-se e vivem felizes para sempre.

 

Meio Clichê, mas eu curti. 06
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É o caso tá confuso' date=' mas cá pránós, na época dos lançamentos os filmes anteriores foram sucesso de crítica????[/quote']~

 

Nada tão de outro mundo... Mas foram bem recebidos sim, principalmente o primeiro filme.

 

 

Cine diversão nunca o foi.... Os críticos gostam de Drama.

 

Nada a ver. Fosse assim, todos os filmes de drama seriam bem cotados o que não ocorre. O problema com a crítica tá bem longe da preferência por um gênero específico em detrimento de outro. Aliás, o verdadeiro problema da crítica é BEM pior do que isso.
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Crítica do site Terra

 

 

O quarto capítulo da saga de "Indy" terá vários cânones dos filmes anteriores: tanto Steven Spielberg na direção, quanto Ford no papel principal e George Lucas no argumento estarão de volta

 

Agora, ele retoma o arqueólogo mais famoso do cinema em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, que estréia em todo país nesta quinta-feira em cópias dubladas e legendas.

Alguns aspectos permanecem intactos no novo filme, como o ar retrô que a série sempre teve, o humor tipicamente norte-americano, as perseguições, e a trilha sonora onipresente de John William. Mas uma frase de Harrison Ford, na pele de Indiana, parece uma ironia com o que se vê na tela: "É sempre a mesma coisa."

Os dois primeiros filmes da série, Os Caçadores da Arca Perdida (1981) e Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984), tinham um clima de matinê, uma leveza da diversão despretensiosa que Spielberg já havia perdido em Indiana Jones e a Última Cruzada (1989).

Dessa vez, o diretor, ganhador do Oscar por O Resgate do Soldado Ryan (1998) e A Lista de Schindler (1993), não tem o mesmo vigor. Parece pensar que filmes de aventura são menores se comparados aos grandes dramas que fez nos últimos anos. Por isso, dá a impressão de dirigir o filme no piloto automático.

Tal qual O Resgate do Soldado Ryan, os 20 primeiros minutos são muito bons. O mesmo nível nunca mais é atingido até o final. A história começa no final dos anos de 1950, com a Guerra Fria polarizando o mundo. Soldados soviéticos conseguem se infiltrar numa base nuclear dos EUA e buscam um caixote valioso num depósito. Para encontrá-lo, precisarão da ajuda do prisioneiro Indiana Jones.

Blanchett vilã
Nas primeiras cenas é introduzida a vilã - e melhor personagem do filme - Irina Spalko (Cate Blanchett), uma cientista soviética brilhante, conhecida como a 'favorita de Stalin'. Com sua inteligência e um corte de cabelo à Louise Brooks, ela é uma vilã à altura de qualquer herói - até James Bond teria dificuldades para lidar com ela.

É claro que Indiana Jones vai conseguir fugir desses vilões e sobreviver a um teste nuclear. Depois, é levado para uma floresta da América do Sul por Mutt (Shia LaBeouf, de Transformers), para salvar a mãe do rapaz e mais um velho amigo do arqueólogo. Mais tarde, depois de muitos encontros desagradáveis com insetos e algumas perseguições, o Dr. Jones descobrirá que a mãe do garoto é Marion (Karen Allen), sua namorada de Os Caçadores da Arca Perdida.

Os assuntos familiares ficarão para mais tarde, uma vez que os russos estão chegando, em busca de uma caveira de cristal e um reino perdido que dão poderes a quem os encontrar. Por isso, os soviéticos estão em busca dessa lenda, para assim dominar o mundo.

Em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, Spielberg consegue combinar dois temas que lhe são caros: a questão da paternidade e alienígenas. Mas nunca os desenvolve muito bem, pois o filme conta apenas com uma correria atrás da outra - em especial na Floresta Amazônica e nas Cataratas do Iguaçu, que, na geografia confusa do filme, são bem pertinho uma da outra.

Subversões geográficas à parte, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é pura diversão - mas não no mesmo nível que Spielberg conseguiu antes. Depois de muito copiado por filmes como A Múmia, Sahara, e até Código Da Vinci, Indiana Jones está de volta para retomar seu posto - mas não faria mal algum delegar o chapéu e o chicote a um herdeiro.

Reuters

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O Pablo arrasou com a Cate Blanchet' date=' já o crítico acima diz que ela é o melhor personagem do filme.1717

 [/quote']

 

 

Por aí se vê que, por mais que os críticos se protejam por trás de seus "argumentos" fundados em seu "conhecimento de causa", tudo é engolfado pela subjetividade.

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Outra crítica favorável:

 

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

(Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, 2008)

Por: Sandro Casarini

 

Desde os primeiros acordes da famosa trilha musical de John Williams, “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”, prepara o terreno para mostrar a que veio: entreter

 

Com elementos de “Loucuras de Verão”, “Star Wars”, “E.T.”, “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” e praticamente de qualquer sucesso das antigas matinês de aventura dos anos 30, 40 e 50, o filme é dotado de elementos nostálgicos imediatamente reconhecíveis que são capazes de despertar a criança adormecida até no mais aborrecido dos adultos.

Este novo capítulo de uma das mais bem sucedidas franquias na história do cinema mantém todos os elementos que a permitiram atingir este status: um herói surrado, coadjuvantes competentes, um par romântico (Karen Allen está de volta como a durona e ainda adorável Marion de “Os Caçadores da Arca Perdida”), elementos místicos e, naturalmente, muitas cenas de ação e perseguição.

No entanto, 19 anos se passaram desde a última aventura cinematográfica do famoso arqueólogo ("Indiana Jones e a Última Cruzada") e algumas mudanças mostram-se inevitáveis. A história se desenrola no ano de 1957, então saem de cena os nazistas pré-segunda guerra e entram os soviéticos comunistas da guerra fria.

Já na cena de abertura da película, vemos Indiana num depósito militar americano cercado de inimigos cuja líder é Irina Spalko, uma agente soviética especializada em fenômenos paranormais, interpretada de maneira impecável por Cate Blanchett. Com o característico sorriso no rosto e o indefectível chicote em mãos, Jones promove um espetáculo de ação que demonstra tanto sua boa forma física (e é claro, um exímio trabalho dos dublês), como serve de prévia para o que nos aguarda nas aproximadas duas horas de projeção.

Passando por cenários corriqueiros como a universidade onde leciona até atingir paisagens exóticas que culminam na porção peruana do Rio Amazonas e uma lendária cidade de ouro, o herói enfrenta não apenas seus inimigos declarados, mas uma série de desafios de cunho emocional que adicionam novas surpresas a já recheada biografia do personagem.

O humor se faz presente constantemente em forma de piadas e sacadas inteligentes que mostram um surpreendente vigor por parte dos realizadores. Há muito que George Lucas, criador e co-roteirista da série, não apresenta algo tão digno de sua fama na indústria hollywoodiana, e Steven Spielberg, que novamente toma as rédeas da direção, volta a fazer uma épica e bem-humorada aventura familiar.

A cinematografia apresentada está tão à frente de filmes de aventura como “A Lenda do Tesouro Perdido” ou “Tomb Raider” que é um tanto quanto embaraçoso até mesmo mencioná-los na mesma categoria. O time de atores, equipe técnica, efeitos especiais e designers parecem entender perfeitamente a maneira como Spielberg busca alcançar elementos físicos icônicos como, por exemplo, a já citada cidade de ouro ou uma série de gigantescas quedas da água de modo a extrair um sentimento de encantamento da platéia fortemente enraizado em fantasias e sonhos infantis.

O roteiro de David Koepp ("Homem-Aranha" e "Jurassic Park") pode não ser um perfeito exemplo de exposição equilibrada e dramaturgia, mas no final das contas não é isso que realmente importa. A mensagem aqui é clara: quando se trata de cinema de entretenimento, o que gostamos mesmo é de sermos levados com nossos heróis em aventuras de faz-de-conta para lugares inacreditavelmente belos e perigosos onde tudo é possível e com surpresas que superam nossas mais fantásticas imaginações.

 

Cotação: star.gifstar.gifstar.gifstar.gifstar.gifstar.gifstar.gifstar.gifstar.gifstar2.gif  (9/10)

 

 

 
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Tem uma coisa que me inconoma em Indiana Jones. Os inimigos dele. Por conta do momento histórico em que a trilogia original foi feita, os inimigos eram sempre os terríveis nazistas. Mas porque hoje, milhões de anos depois, resolvem fazer um filme historicamente deslocado? 09

 

Embora hoje, todos endeusem a trilogia, posso falar pelo menos por mim, que os inimigos são sempre trashs, ridículos e caricatas. O protagonista, o modo como a história é levada e as cenas de ação é que fizeram o filme tão adorado, por mim, inclusive.

 

Alguns dirão que a manutenção do vilão seria para manter o filme no mesmo tom da trilogia... Mas manter até o que era ruim?

 

Esse seria um ponto que eu teria que abstrair, como fazemos com os demais filmes.
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Ele entendeu o porque da existencia da serie Indiana Jones....diversao para a familia....entretenimento familiar....Só que fizeram esse entretenimento tao bem feito com Caçadores que mudou a historia do cinema.....criaram um mito quase sem querer....

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Crítica do Omelete

 

cotação 4/5

 

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

19 anos depois, Harrison Ford reassume o chicote e o chapéu

21/05/2008Marcelo Hessel

Indiana Jones demorou 19 anos para retornar ao cinema porque, entre outros fatores, o produtor George Lucas, o protagonista Harrison Ford e o diretor Steven Spielberg não conseguiam chegar a um consenso a respeito do MacGuffin.

("MacGuffin" é um termo inventado por Alfred Hitchcock para denominar todos aqueles objetos que movem uma trama adiante: representam tudo para o herói, como a defunta do vizinho de Janela Indiscreta e a pedra de urânio de Interlúdio, mas são desimportantes para o espectador, que está mais interessado no conflito, em saber como o herói reage a essa trama.)

Nos três Indiana Jones de 1981, 1984 e 1989, os MacGuffins

são os tesouros: respectivamente, a Arca da Aliança, as pedras Sankara

e o Cálice Sagrado. Para o quarto filme, Lucas queria colocar ETs no

meio; Ford e Spielberg, nem tanto. Eles chegaram a um consenso que é o

tal crânio translúcido de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal.

O que você precisa saber de antemão sobre a trama do quarto filme

está escrito aí em cima. Porque, meio que renegando a lição de

Hitchcock, os tesouros da franquia são tudo o que interessa não só para

o arqueólgo e os demais personagens como também para o espectador. Os Caçadores da Arca Perdida é

um vaivém de capturas e fugas cujo fim é descobrir que diabos existe

dentro do baú bíblico. Entre tiroteios e perseguições, Henry Jones Jr.

nunca corre perigo de fato. O único risco é não consumar o MacGuffin.

Honrando o filme B

Nesse sentido, os 27 anos que separam o primeiro do quarto filme da série nem parecem tanto tempo assim. A estrutura de Reino da Caveira de Cristal é idêntica à de Caçadores da Arca Perdida:

mocinhos e vilões disputando terreno numa corrida que só vai ser

resolvida na curva final. A diferença é que no novo jogo de gato e rato

(Indy sempre tem os vilões esperando do lado de fora das "tocas" onde

ele resolve charadas e encontra seus tesouros, e não há imagem mais Tom & Jerry do que essa) saem os nazistas e entram os soviéticos.

O letreiro que diz "Nevada, 1957" no início do filme nem era necessário. Sabemos que estamos nos anos 50 pelo sucesso de Elvis que toca no carro, e esse não é o único dado contextual que Reino da Caveira de Cristal

nos dá em sua brilhante exposição inicial. Ao mostrar russos

disfarçados de estadunidenses, Spielberg sintetiza a paranóia da Guerra

Fria: mesmo num racha inofensivo no meio de uma estrada deserta, o

perigo era latente. O cara do lado pode sempre ser um comunista, e às

vezes é mesmo.

Não era minha intenção transformar essa crítica numa peça de defesa, mas Indiana Jones é

um evento midiático, todos formam uma opinião - e há no meio disso tudo

um ponto a se contra-argumentar. Muita gente diz que as caveiras de

cristal são fantasiosas demais. Ora, as caveiras estão em total

sintonia com a época em que o filme se passa. Se Os Caçadores da Arca Perdida, ambientado nos anos 30, era uma homenagem às aventuras pulp da literatura daquela década, Reino da Caveira de Cristal evoca o filme B de ficção científica dos anos 50 com exatidão.

Em clássicos como A Ameaça que Veio do Espaço (It Came from Outer Space, 1953) ou Vampiros de Almas (The Invasion of the Body Snatchers, 1956), as invasões alienígenas são metáforas para o perigo comunista. Neste Indiana Jones,

Lucas e Spielberg só enxugam a equação: dispensam o que há de

metafórico e mantêm a analogia. A cena em que a oficial russa vivida

por Cate Blanchett diz, com delicioso sotaque boratiano, que

vai entrar nas mentes das pessoas com os poderes da caveira é uma

pérola B por excelência.

O alienígena

Ver que Reino da Caveira de Cristal tem um compromisso não só com a mitologia de Indiana Jones -

a sonoplastia dos socos continua a mesma! - mas também com a própria

história do cinema é um alívio. Mas o filme está longe de ser perfeito.

A entrada de John Hurt como o professor Oxley desestabiliza a

partir do terceiro ato o "núcleo familiar" dos Jones. Se há um

alienígena na história é o tal Oxley. Havia ali um espaço reservado a Sean Connery. Com

a recusa do ator escocês em voltar ao papel do pai de Indiana Jones, o

roteiro passou por uma revisão para encaixar outro personagem em seu

lugar, e o remendo é mal feito. Como assim o cara chega na boca do

tesouro e decide dar meia-volta?

É um buraco e tanto no roteiro - assinado por David Koepp depois

de passar por muitas mãos -, especialmente porque estamos tratando de

um tipo de roteiro firmemente focado no MacGuffin, e que depende demais

do bom funcionamento das peças criadas, como o professor, em função

desse MacGuffin. Oxley é um parafuso que roda em falso dentro de uma

engrenagem, no geral, bem azeitada. Harrison Ford dá conta do recado. O

vigor não é o mesmo, mas ele continua correndo resfolegante com os

braços meio abertos, traço chapliniano do personagem que o ator não

esqueceu nestes 19 anos. Aliás, dos outros tiques de Indy ele também

lembra, e é suficiente.

Ao excelente timing de comédia de Ford adiciona-se o domínio que

Spielberg tem da ação. Está aí uma coisa que dá gosto de ver e que, ao

contrário da fotogenia dos astros, não envelhece com o tempo: o talento

para saber onde colocar as câmeras numa sequência de luta, talento para

cortar ou deixar o plano correr mais um pouco para criar o efeito

desejado. Spielberg está bem como sempre na coreografias das

perseguições, e as cenas da moto no campus da universidade, com gente

entrando por uma janela e saindo por outra, são coisa de quem conhece

comédia física porque assistiu a muito cinema mudo, e sabe o que faz.

No fundo não é isso o que interessa em um filme de Indiana Jones? O

humor pastelão no meio de uma cena agitada, os tiros que não acertam

nunca ninguém, a tensão sexual com a bela vilã, a sombra do chapéu no

enquadramento metricamente pensado, um bicho exótico subindo pelas

costas do coadjuvante, o choque verídico de dois veículos que nenhuma

computação gráfica consegue reproduzir... A nostalgia pode ser um

negócio perigoso: supervalorizar a mítica do herói e exigir mais de um

filme de Indiana Jones do que ele se propõe a entregar é um risco.

Se o que importa é entretenimento bem executado, passível de falhas, com Reino da Caveira de Cristal a série pode então se considerar honrada.

 

 

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crítica de Ricardo Calil, da revista Trip.

 

Relíquia do cinema

 

Na trilogia inicial da série “Indiana Jones”, o protagonista era um

caçador de relíquias: arca perdida, cálice sagrado etc. Em “Indiana

Jones e o Reino da Caveira de Cristal”, que estréia nesta quinta-feira

no Brasil, ele próprio se tornou a relíquia. Entre as definições do

Houaiss para o termo, há “coisa preciosa e mais ou menos antiga, à qual

se dedica grande estima”, “pessoa ou coisa que se respeitou e admirou”.

Acrescentaria que ele também remete a algo antiquado e frágil, pelo

qual temos um apego saudosista.

 

  

Todos as definições, positivas ou nem tanto, encaixam-se

perfeitamente no novo filme da série. Acima de tudo, Indiana Jones

tornou-se uma relíquia porque permanece como um herói analógico,

enquanto o cinema e o mundo à sua volta tornaram-se digitais. E talvez

o maior mérito do trio responsável por esse revival – o diretor Steven

Spielberg, o produtor George Lucas e o ator Harrison Ford – seja

assumir integralmente essa inadequação temporal do personagem, tanto no

conceito quanto na história do filme (não vou gastar espaço com a trama

aqui, já que a essa altura ela está em todos os lugares). Perto de um

“Speed Racer”, por exemplo, a produção pode parecer pré-histórica – e é

justamente esse o charme e a limitação do novo/velho “Indiana”.

 

  

Na virada dos anos 70 para os 80, Spielberg e Lucas foram os

principais responsáveis não apenas por inaugurar a era dos

blockbusters, mas também por viciar o público em uma droga pesada

chamada efeitos especiais, em filmes como “Star Wars” e “Contatos

Imediatos do Terceiro Grau”. Nesse cenário, “Indiana Jones”, a série

original mesmo, sempre funcionou como um período de abstinência.

 

  

Claro, os filmes tiveram efeitos revolucionários para seu tempo

(como na cena da abertura da arca ao final do primeiro deles). Mas eles

sempre se basearam mais no espírito das velhas matinês de aventura da

Hollywood clássica, da ação física em que o herói que corre, apanha e

revida, dos cenários que, observados com atenção, parecem a Casa do

Terror de um parque de diversões – e não um videogame.

 

  

O novo “Indiana” segue a mesma trilha. Com exceção de uma

longuíssima perseguição no meio do filme e do final meio

esotérico-futurista cheio de efeitos, Spielberg tenta basicamente usar

os métodos tradicionais, de truques ópticos a uso intenso de dublês.

Mas agora o referencial não é mais a Hollywood clássica, mas sim a

própria trilogia inicial (que, para várias gerações, tornou-se o

emblema de matinê).

 

  

Descontado o aspecto mercadológico desse quarto episódio, “Indiana”

deve ser encarado essencialmente como auto-homenagem dos envolvidos na

produção (incluindo aí a atriz Karen Allen reprisando o papel da

heroína Marion Ravenwood) e como um reencontro do velho público da

série com sua infância perdida.

 

 

Talvez a pergunta essencial sobre o filme não seja se ele é bom ou

ruim (eu diria mediano, digno, mas não memorável, no nível de “No

Templo da Perdição” e inferior a “Caçadores da Arca Perdida” e “A

Última Cruzada”). Mas como ele vai funcionar com os espectadores que

não têm essa memória afetiva, quase atávica, do personagem (para os

quais, aliás, foi criado o personagem do ator Shia LaBeouf). A resposta

virá nos próximos dias.

 

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Tem uma coisa que me inconoma em Indiana Jones. Os inimigos dele. Por conta do momento histórico em que a trilogia original foi feita' date=' os inimigos eram sempre os terríveis nazistas. Mas porque hoje, milhões de anos depois, resolvem fazer um filme historicamente deslocado? 09

 

Embora hoje, todos endeusem a trilogia, posso falar pelo menos por mim, que os inimigos são sempre trashs, ridículos e caricatas. O protagonista, o modo como a história é levada e as cenas de ação é que fizeram o filme tão adorado, por mim, inclusive.

 

Alguns dirão que a manutenção do vilão seria para manter o filme no mesmo tom da trilogia... Mas manter até o que era ruim?

 

Esse seria um ponto que eu teria que abstrair, como fazemos com os demais filmes.
[/quote']

 

Veras, o que vc sugeriria? Um filme ainda ambientado nos anos 30? Com mais nazistas? Ou talvez um Indiana Filho ou Neto (pq o Jr. é o original) tentando achar a cova de Jesus Cristo lutando contra fanáticos religiosos que tentam ocultar o "segredo" em pleno século XXI?

 

Indiana Jones, em essência, é uma homenagem a um estilo de aventura clássica, onde tudo era over (incluindo os vilões) e a uma linguagem cinematográfica clássica que não se utiliza mais. Nada mais justo que o novo filme siga o mesmo raciocínio. Se Lucas e Spielberg queriam homenagear o cinema de aventura dos anos 30 com os filmes originais, agora eles resolveram homenagear o cinema dos anos 50... Qualquer um que tenha visto o Guerra dos Mundos original ou qualquer filme do Ed Wood da época, bem como outros "clássicos" como A Bolha Assassina e O Monstro do Ártico tem uma noção do que a trupe preparou para este novo Indiana Jones...

 

É o cinema se alimentando do próprio cinema. Como Tarantino e Rodriguez fizeram ano passado com Grindhouse mostrando que, por baixo do verniz trash daqueles filmes dos anos 70 mal feitos existia ARTE.

 

O que me enfurece é ver críticos, profissionais que passam a vida estudando a sétima arte, não sacarem isso.

 

Indiana Jones é velho, antiquado, é construído em clichês, é exagerado e cheira a mofo. Os filmes (todos, sem exceção) foram construídos para serem assim. Não poderia ser diferente com o novo. Se eu estou afim de me manifestar artisticamente nesses moldes, fazendo o mesmo que o Spielberg e o Lucas, sim, vou manter inclusive o que é "ruim". Faz parte do processo artístico. Mudar isso seria trair a minha proposta original (de homenagem) e PROSTITUIR a minha obra para agradar a um público que ficou mais sério e exige explicações até para um peido. 
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Spoilers: Eu vi o filme e aqui estão algumas curisosidades:

 

Indy cita Han Solo: "I have a bad feeling about this..."

 

Indy cita seu pai: "This is Intolerable!"

 

Irina Spalko morre de maneira semelhante ao General Grievous.

 

No fim Indy leva o chapéu, mas Mutt, a jaqueta...
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Spoilers: Eu vi o filme e aqui estão algumas curisosidades:

 

Indy cita Han Solo: "I have a bad feeling about this..."

 

Indy cita seu pai: "This is Intolerable!"

 

Irina Spalko morre de maneira semelhante ao General Grievous.

 

No fim Indy leva o chapéu' date=' mas Mutt, a jaqueta...
[/quote']

 

E aí Rod...qual seu veredicto....?
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Algumas impressões sobre o filme:

 

O logo da Paramount é o antigo mesmo (boa sacada). A forma das letras do título nos créditos iniciais é igual ao de Caçadores e Cruzada. O único que teve o logo tradicional no ínicio foi Templo. De resto, o começo do filme difere bastante dos outros três. Assim como Templo da Perdição o filme começa com uma música cantada, só que essa é ouvida no rádio de um carro e quem canta é Elvis Presley.

 

SPOILER: Quem achava que não iria haver muito CGI...bom, digamos que isso não é bem verdade. Não chega a ser tanto quanto numa certa saga intergaláctica de Lucas, mas eles estão bastante presentes nesse filme, de várias formas, sobretudo por volta do final. Esse é o primeiro filme de Indy com efeitos digitais e eles não economizaram na dose, mas eles são nescessários para se contar a história, e não atrapalham nem se sobressaem diante do andamento do filme.

 

No geral eu adorei o filme, mas eu sabia que iria gostar mesmo antes de assistir, simplesmente porque foi a minha primeira vez que eu vi Indiana Jones no cinema, vi o avião com as linhas vermelhas sobrevoando o mapa, ouvindo a trilha de John Williams (Raiders March, o tema da Arca, o tema de Marion) no som de uma sala de cinema e saber que aquilo foi uma experiência bastante gratificante.

 

Todos os elementos pelos quais os outros filmes são conhecidos e até cultuados estão lá: as gags, o estilo das cenas de ação, as criaturas asquerosas, as lutas, e o elemento sobrenatural que é insinuado no decorrer do filme e se revela no fim. Não poderia pedir por mais. Verei novamente. Estou feliz. 05

 

 

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