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Cozinha do Inferno


Nacka
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Prato do Dia

 

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Plutão Orco

 

 

Ajudante de Cozinha

 

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The Deadman

 

 

Ok, ok. Depois de alguns contratempos, cá estamos com mais uma entrevista. Na chapa, o desplanetado Plutão Orco. Figurinha difícil e como ele mesmo se auto define, um ogro. Nem tanto, gentil na maioria das vezes, recebeu de bom grado a Equipe do Cozinha em seus gelados aposentos para um papo bacana e revelador dos meandros da alma masculina, com vocês, o cara que não é assim um planeta mas que é grande a seu modo:

 

Agora que não temos o Pato louco e suas gracinhas para a abertura das entrevistas, padrinho faz as honras e tenta esmiuçar a vida de nosso entrevistado (sem muito sucesso):

 

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NACKA - Quem é o cara por trás do nick Plutão Orco? Nome, onde mora, casado, solteiro, tem filhos e faz o quê?

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PLUTÃO - Plutão Orco é uma identidade secreta que procuro manter em sigilo, mas que no caso, posso responder algumas coisas. Deste modo, eu prefiro não revelar o nome e a cidade. Ou pelo menos ainda, pois não existe tempo bastante do meu entrosamento com o pessoal aqui para isto. Meu estado civil é ‘vivo’, apesar de eu utilizar o ninck name de um deus dos mortos, em suma sou solteiro, ou melhor, estou solteiro mesmo. Filhos!? Cacetada! Ainda nem tenho e nunca tive companheira quanto mais filhos. Hehehehe! 

 

NACKA - Você reiteradamente recusa-se a dar informações mais precisas sobre você, apesar de revelar coisas que julgo muito mais íntimas lá adiante (sobre virgindade, por exemplo), de qualquer forma, respeitamos sua decisão. Gostaria no entanto de pelo menos saber o que você faz profissionalmente e a cidade que mora, só para tirar aquela impressão incômoda de estar entrevistando apenas um nick.  

 

PLUTÃO - Tá bom! Para dizer que não sou um planeta distante. Vai aí algumas informações. Sou um digitador numérico da pesquisa de emprego e desemprego da região metropolitana de Belo Horizonte. E moro em Ribeirão das Neves, uma das regiões mais periféricas em todos os sentidos da grande BH.

 

NACKA: Você parece ser reservado. É mesmo, ou seria só impressão?

 

PLUTÃO - Sim eu sou reservado, e não é só aqui no fórum. Na minha vida fora daqui todos falam que sou distante, como o próprio Plutão é do sistema solar. Não é mera coincidência, que escolhi o deus mais introspectivo do panteão greco-romano.  Eu até pensei que não fosse tão perceptível aqui, mas velhos hábitos não morrem. Eu tento não me entrosar muito ou me envolver, com ninguém. Acho que é síndrome de Ogro.  Talvez seja pro isto que não consigo um relacionamento. Heheheh! Mas sério, sou do tipo solitário.

 

NACKA - Essa síndrome do Ogro não te prejudica? Digo, você tem consciência de que já deixou de se relacionar com pessoas (mulheres talvez) interessantes por ser e aceitar pacificamente, que é anti-social?

 

PLUTÃO - Me prejudica, porém eu até me sinto feliz em viver em meu pântano quietinho. Não sou do tipo badalador, detesto sair. Só vou a algum lugar normalmente sozinho, tipo o cinema. Embora seja pelo fato de as pessoas me evitarem, acabei me adaptando a um ambiente austero. E olha que não foi pro falta de tentativas, que tentei entrosar e sair com o pessoal ou pessoa. Mas no final parece que se assustam com minha pessoa. Em alguns momentos eu tive que me convidar. Na minha opinião, o problema é recíproco, as pessoas não aceitam meu jeito de ser e eu não aceito o delas. Ta certo que eu levo a pior nesta disputa. No entanto, estou começando a aceitar a exclusão.

 

NACKA - Nada te aborrece mais do que... (o que te aborrece no dia a dia, nas pessoas ou mesmo em você)

 

PLUTÃO - E acho que realmente esta pergunta me pegou. Não tenho um dispositivo, que me tira do sério, se tal coisa acontecer eu vou me aborrecer. Não mesmo. Aproveitando, sim sou aborrecido por natureza. Às vezes até uma coisa boba pode me tirar do sério, normalmente estou aborrecido com o chefe idiota, professor picareta, mãe paranóica, irmã chata estes tipos de coisas. O convívio do dia a dia às vezes me aborrece, por isto busco isolamento.

 

NACKA - Vejo você sempre em tópicos polêmicos,

o debate acirrado com eventuais ofensas te atrai ou é apenas impressão?

PLUTÃO - Sim sou do tipo polemico, estou sempre buscando um debate pesado e que proporciona uma discussão mais elaborada, como uma forma de trocar experiências. Temas sobre o mundo que acho que não deveriam ficar de fora ou em pauta. Assuntos" em pauta. Assuntos sobre política, religião, comportamento das sociedades sempre me atraem.

NACKA -  Queria saber se o debate entre os membros do fórum quando ele é acirrado te atrai, me parece que você meio que "gravita" nesses assuntos, sendo mais claro, tendo barraco o Plutão vai dar o ar da graça?

 

PLUTÃO - Não sou barraqueiro, se é isto que quer dizer Nacka. Eu não carrego o “Pomo da Discórdia”, eu apareço em qualquer assunto polêmico. É claro que normalmente em tópicos polêmicos surge, o desentendimento. Claro que dou contribuição nas discussões mais ‘esquentadas’, mas não participo por puro prazer do caos. E não acho que fico boiando ou gravitando no assunto, acho que tento expressar demais alguma coisa no assunto que não precisa tanto.

 

NACKA -  Você leu a entrevista do Enxak? O que achou? Acha correto alguém expor suas mazelas daquela forma? Faria a mesma coisa se tivesse em situação semelhante, por falar nisso você tem algum segredo ou fez algo condenável que gostaria de contar para a Equipe? Aproveite e me fale um pouco de ética.

 

PLUTÃO - Aqui não é confessionário tanto que não conto tudo. Eu guardo algumas coisas para mim mesmo, ‘guardo segredo, logo existo’. Mas também não quer dizer que vou me reservar para todo sempre, é como disse é um processo gradual. E faria aquilo se fosse o Enxak, mas sou o Plutão Orco. Desta forma é aí que está a distância de posições diferentes, pois somos pessoas diferentes.

 

Fiz coisas reprováveis que não gostaria ou me gabaria de contar, da mesma forma que fiz coisas boas e também não conto. Não vejo porque contar vantagem ou desvantagem de minhas ações, e não acho certo ou errado o que ele fez ou faz. Tudo sempre foi uma questão de pontos de vista distintos, olhamos para as ações das pessoas com nossos olhos. Logo, ética é algo humano e subjetivo, nos meios naturais a ética é irrelevante. Para dar um exemplo simples, a auto preservação em muitos casos, dá saltos largos por cima da ética, conduta do indivíduo e moral.

 

NACKA - Já fez análise? Se não, faria? Acha que contando seus problemas para outras pessoas ficaria mais fácil  resolvê-los?

 

PLUTÃO - Não! Não gosto de jogar meu dinheiro fora. Ainda mais do jeito que os analistas fazem fortunas como meros ouvintes. Na verdade, eles são o que foram os confessionários. Isto não resolve, se a pessoa não pode se controlar, nada mais é capaz de fazê-lo.

 

NACKA -  Você tem bons filmes na sua videoteca, o que te atrai no cinema?

PLUTÃO - Não tem nada especifico em um filme que me atraia hoje em dia. Na minha infância e adolescência (embora ainda me ache jovem Hehehheh!). Eu era bem atraído por efeitos visuais dos filmes Hollywoodianos. Mas também adorava, talvez até na mesma proporção, filmes polêmicos sobre temas universais. Hoje estou mais seletivo aos filmes pipocas, acho que devo isto até ao pessoal daqui.

PLUTÃO - O que você assistia antes que não assiste hoje? Aproveite e me fale sobre suas preferências musicais, sei que gosta de música clássica. O que você ouve e o que não ouviria de jeito nenhum?

 

PLUTÃO - Eu não consigo ser mais atraído por filmes que têm um apelo nos meros efeitos visuais e orçamentos do tamanho de Júpiter, o filme deve ter mais do que mero material financeiro. Tipo Eragon, sua sinopse e sua condução do projeto foram tão comerciais, que duvido da qualidade real da película. Fica muito mais em conta ver filmes como Fonte da Vida, que infelizmente perdi, Maria Antonieta, e os últimos que valeram cada centavo gasto como “Novo Mundo” e “Munique”. Não quer dizer que não gosto de filmes comerciais, mas não adoro qualquer um, como adorava.

 

Gosto bastante de Musica Clássica, ou Acadêmica. Especialmente a do período Barroco. E não consigo ouvir muita coisa, além disto, na verdade agora é que estou gostando de outros gêneros musicais. Antes eu era bitolado só na música acadêmica. Mas ainda não gosto e não escutaria de forma alguma: Música sertaneja, pagode e principalmente funk, em sumo, são sem objetivos além de autopromoção musical.

 

NACKA - Desafetos no fórum? Tinha, teve ou tem? Se pudesse encontrá-los o que faria?

PLUTÃO - No máximo o que eu tinha era uma antipatia e raiva momentânea. Mas eu sempre pensei, que é perda de tempo se estressar por um fórum recorrente de uma opinião divergente da sua. E se eu encontrasse a pessoa em uma dessas reuniões e churrascos, eu não sei dizer se seria hostil ou não. Acho, que eu tenho que odiar muito a pessoa para guardar rancor, acho que ainda não cheguei a um ódio basco.

NACKA - Humm...sempre achei que se você encontrasse um certo Amfíbio você iria às vias de fato, mas talvez tenha sido só impressão. O que geraria no Plutão um ódio basco?

 

PLUTÃO - Tá certo que no início do fórum tínhamos nossos desentendimentos, que eram por vezes motivos de ‘barraco’ aqui. Mas não, era mera discordância de idéias, ele me lembra e muito a mentalidade de minha irmã, nem por isto ainda a matei. Heheheh!

 

As autoridades em geral me tiram do sério. Ultimamente, não vejo um motivo para uma pessoa, estar acima da outra, mesmo que esta suposta pessoa ter feito x e y na sua vida. Não suporto hierarquias, acho que todos têm o direito a viver e ser respeitados de forma igual.

 

O respeito não deve vir só do filho em relação ao pai, ou dos mortais em relação a deus, respeito é recíproco. Logo, ninguém tem o direito maior do que o outro.

 

NACKA -  Algo que fez no passado no âmbito familiar  ou pessoal que jamais repetiria?

 

PLUTÃO - Me desliguei do meu pai biológico, só o vejo como um pai gerador.  Não consigo ver nada além, não tenho muito afeto por ele infelizmente. Desde que abandonou nossa casa eu guardei muito rancor, atualmente eu só consigo vê-lo como um pessoa que conheço.

 

Nem para conselhos eu pediria seu auxílio, ele é o oposto da minha personalidade. É como se fosse à diferença entre o céu e o inferno. Isto é uma coisa que não volto atrás, meu pai de criação é mais atencioso e verdadeiro que o biológico e numa comparação eu jamais trocaria um pelo outro.

 

NACKA - Você já respondeu essa questão do relacionamento com seu pai (ou melhor, a falta dele) para quase todos os outros cozinheiros e eu vou tocar no assunto outra vez.

 

Um amigo querido me disse agora às vésperas do Ano Novo, que votos de feliz ano novo só têm um significado real se as coisas velhas realmente ficarem para trás, ou seja, entrar o ano com esqueletos no armário pode ser um péssimo começo. Carregar essa mágoa com você (eu posso dizer perfeitamente que te entendo, meus pais tiveram uma separação turbulenta quando eu tinha 9 anos) não te atrasa emocionalmente?

 

PLUTÃO - Não querendo ser anti-social novamente, mas só seguindo minha natureza, o novo ano que começa não é nada de mais é um dia comum. Logo, não tenho razão especial para perdoar algo que no fundo do meu âmago não perdoaria. No entanto, concordo com você que isto consome minha pessoa ou alma, porém sempre fui uma pessoa que busca uma luta contra a minha consciência. Além disto, ele nunca me pediu diretamente desculpas, e desta forma, não vejo razão para conceder. 

  

NACKA -  Com quem você prefere lidar amigos ou família? E porquê?

PLUTÃO - Não consigo separar ambos, tenho alguns amigos, embora poucos, que são tão ligados com minha família que é difícil distinguir quem é quem. Somente o sangue é o fator de separação. Embora exista a tal da “auto preservação” que alguns nutrem por extinto, eu ficaria dividido. Minhas escolhas se fundamentam que os sentimentos de amizade e afeto não têm limites sanguíneos. No entanto, quando não me dou bem é com o mundo inteiro, sem separação, da mesma forma.

NACKA - O que você valoriza na amizade?

 

PLUTÃO - A amizade vai além das fronteiras, das ideologias, do sangue e algo magnânimo. Não quer dizer que não amo e valorize minha família de forma igual, só acho que a amizade pode existir na família, embora eu exemplificasse o contrário, caso do ranço com meu pai.

 

NACKA -  Você tem uma predileção visível por Mitologia de onde vem isso? E porquê? O quê exatamente te atrai nos deuses antigos?

 

PLUTÃO - Desde a infância, quando eu tinha uma ligação com o meu pai biológico. Ele era membro do Rosa-Cruz e eu fiquei fascinado com o lugar, que era muito ligado às crenças antigas dos egípcios. Eu adorava as estatuas e os bustos dos deuses antigos.

 

No entanto, este meu amor à cultura antiga morreu na adolescência, da mesma forma que o meu afeto por meu pai. E só voltou mais tarde com a mitologia greco-romana, e posteriormente com os demais mitos especialmente o germânico. Mas o motivo de gostar e até adorar de certa forma, é porque existe uma logística de embate de várias forças da natureza sobre os homens, eu atribuo isto aos deuses. E difícil explicar, eu já assumi uma posição atéia, mas com a consciência de uma divindade sem propósitos divinos. A mãe natureza é um exemplo do que falo, ela é instável imprevisível e sempre adorei a figura materna em oposição à paterna.

 

NACKA - Ironicamente teu pai te deixou um legado e tanto, paradoxalmente ele acabou determinando em muito o que você é hoje. Ainda assim não é o suficiente? Não dá a ele algum crédito?

 

PLUTÃO - Pelo contrário. A crença de meu pai no Rosa-Cruz, foi um tanto instável, como sua responsabilidade como marido e pai. E além disto, sua crença é focada no monoteísmo, diferente da minha.

 

Claro que ele foi um herói como todo pai é no início da infância para seu filho, mas quando o tempo passa as brumas da fantasia se afastam deixando sua clarividência.

 

Agora, que a Veras faz parte da  Equipe do Cozinha, teremos aqui um contraponto às perguntas ácidas dos outros cozinheiros, certo? Ledo engano cara pálida...

 

A moça começa fazendo um mix das perguntas anteriores e provando que tudo que se diz no fórum é registrado e usado no futuro (normalmente contra você), ela ainda arranca uma confissão do nosso caro amigo Plutão que achou-se incólume, espiando e comentando generosamente o tópico da Revista Playboy, Sexo... entre outros.

 

Sim, temos uma flor entre nós. Mas cuidado com os espinhos...

 

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VERAS - Você afirmou que se sentiu atraído por Mitologia quando ainda era criança, mas que se desligou disso na adolescência, retomando este contato posteriormente. Interesante, inclusive essa sua postura com relação à Mitologia, pois você não a considera uma riqueza histórica, mas se faz valer dela e nela apoia seus próprios mitos. Podemos notar bem isso quando você diz: "Mas o motivo de gostar e até adorar de certa forma, é porque existe uma logística de embate de várias forças da natureza sobre os homens, eu atribuo isto aos deuses. É difícil explicar, eu já assumi uma posição atéia, mas com a consciência de uma divindade sem propósitos divinos."

Qual o limite entre o seu interesse e a sua crença com relação à Mitologia? Até onde vai essa adoração que você diz ter?

PLUTÃO - De fato, eu utilizo a mitologia como encosto das minhas crenças. E não tenho limites na minha paixão, tenho filmes, jogos, livros, pinturas, desenhos e até música. Tento ver os mitos de várias formas, associando a outros. É como um quebra cabeças. Na verdade não é só crença, como pode ver é um contra tempo, uma curiosidade que tenho, entre outras coisas. No entanto, não saio alucinado com isto ao ponto de procurar alguma relíquia ou lugar de origem mítica. Em suma não sou fanático.

VERAS - Assisti há algumas semanas ao excelente "El labirinto del Fauno", de Guillermo del Toro, um filme que mostra a postura de uma criança em pleno regime ditatorial na Espanha dos anos 40. Análises do filme dizem que a criança em questão, influenciada por contos de fadas, teria criado ilusões fantásticas sobre reinos em mundos paralelos que podem ser considerados fugas daquilo que ela estava vivendo, um caminho para a liberdade em contraponto ao claustro do regime em que ela vivia. Não seria a primeira vez em que vemos, ser mencionados no cinema, atos que podem ser considerados fugas psicológicas de traumas e/ou realidades tristes vividas pelos personagens.

Tendo ou não assistido ao filme, o que você pensa sobre o assunto? Você acha que a busca por crenças e fantasias alheias às realidades em que vivemos assumem muitas vezes esse caráter de fuga numa tentativa de esquecer tristezas, traumas e frustrações? [ou até mesmo algo que liberte uma pessoa pouco sociável e comunicativa de uma posição anti-social?]


PLUTÃO - Não querendo criar um embate religioso. Mas minha crença na mitologia é de uma maneira universal a algo em comum e não é diferente na crença de deus ou em outras. Em todos os casos é sim uma forma de fuga ao ambiente hostil, porém seria raso sintetizar somente a isto. Seria como um barco, para conduzir a outra margem de um grande rio de desolação.

Tal qual é no filme, embora não tenha visto "O Labirinto do Fauno". Ele tem uma premissa semelhante à de Plesantville, busco um refugio, como o personagem David, Tobey Maguire.  Minha crença tenta criar uma logística dentro da cosmogonia, teogonia na antiga explicação do “por que?” Seria uma leitura fantasiosa da criação do cosmo, do mundo e de suas condutas.  No entanto, a crença flutua no real e no imaginário. 

 

VERAS - Apesar das sua participação em discussões sobre Mitologia, temas políticos e  relativos a cinema, pude notar uma grande participação sua em tópicos como "A melhor namorada do Batman", "Qual a Atriz Mais Linda da Atualidade", "Sexo" e "Revista PLayboy", postando fotos, inclusive e discutindo animadamente sobre o assunto.

Então pergunto: o que você pensa sobre a banalização do sexo e sobre a imagem da mulher como um objeto sexual do prazer masculino? Qual a influência desse tipo de conversa em um Fórum de internet na vida real das pessoas? Você acha que isso dificulta a luta da mulher pela igualdade entre os sexos? Essa postura de conversar sobre mulheres e revistas masculinas pode ser considerada uma atitude machista? Ou isso tudo é simplesmente o que chamam de "coisas de homem"?

PLUTÃO - Essa pergunta é difícil já que tenho de fato o desejo e não busco esconder. Na verdade hoje em dia, sou mais liberto e falo das minhas vontades, desejo a mulher de forma carnal tanto quanto espiritual. No entanto, ainda cultivo a idealização da mulher como os românticos faziam. E penso justamente o oposto, a banalização do sexo não é o problema e sim o oposto.

A repressão do sexo é algo estúpido, somos criaturas, somos animais e desejamos realizar o ato. Negar tal natureza é negar existir para aquele fim.  As idéias que estão de volta sobre abstinência, sexo antes do casamento são idéias pueris e herdadas desde a idade média. Além de gostar de mitologia, adoro história. E já li tantos relatos de infidelidade e coisas absurdas sobre os grandes dignitários daquele período, que ressalto que de bons costumes não têm nada que se salva daquele tempo. Aquela época, não difere com a de hoje. A diferença está em não utilizar mais uma mascara de falso moralismo.

Aproveitando o assunto, sou virgem. E nem por isto quero conservar isto, ou quero que o mundo incorpore meu estilo de vida. Na minha adolescência, eu tinha uma cabeça de minhoca e defendia que o mundo deveria adequar à pureza e a abstinência. Hoje penso de forma completamente diferente, se a pessoa tem o desejo e a outra também, que façam o que é de sua natureza fazer.

Também não sou a favor de forçar um relacionamento em função disto, acho que ambas as partes devem se entender. É simples, quando um não quer dois não brigam.

E defendo o despertar da sexualidade da mulher. A mulher tem todo o direito de desejar, ver sites e revistas pornôs. Afinal, ela é um ser humano logo é mortal, logo um animal. Nem melhor ou pior simplesmente é uma mulher com seus desejos. Abomino o machismo. Será que os que têm yarbli gostariam de viver como as mulheres vivem de acordo com suas crenças majoritárias? Acho que eles pensam com o próprio saco escrotal e não como o outro indivíduo prejudicado.

 

Silva cutuca o sentimento de ogro do Plutão, de novo e em mais uma revelação, descobrimos a falta que um amor faz...

 

 

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SILVA -  Você disse, na primeira parte da entrevista, nas perguntas feitas pelo Nacka, que é uma pessoa reservada, introspectiva, distante, que não se envolve muito com ninguém até. Isso em algum momento te prejudicou na sua vida pessoal e/ou profissional??? Você gostaria de ser uma pessoa mais extrovertida??? O fato de você entrar em vários tópicos polêmicos por aqui seria uma forma de "extravasar um outro eu seu", mais extrovertido???

PLUTÃO - Nossa como isto atrapalhou, e ainda atrapalha. Minha vida pessoal principalmente. Acho que este é meu motivo de nunca ter tido uma companheira, e ter poucos amigos embora sejam verdadeiros.

Sinto-me como próprio Hades, sem sorte na conquista das deusas. Na vida profissional também foi prejudicial meu comportamento, em algumas entrevistas de emprego eles foram francos, para melhorar meu desempenho na comunicação e me aconselharam a fazer até teatro. Às vezes acho que deveria não ter nascido em um país tão extrovertido dos trópicos, me sinto um estranho no ninho. Embora eu tente me entrosar, eu não consigo gostar realmente de festas, clubes, futebol, sol e carnaval. Sou realmente um alienígena neste país. 

 

SILVA - Em um certo momento de "vida' desse fórum, muitas pessoas (principalmente os usuários mais antigos) reclamavam da escassez de debates por aqui, da falta de argumentações embasadas, e também da repetição de assuntos. Isso também foi abordado em um tópico que perguntava se era possível "permanecer ativamente" por um longo período de tempo em um fórum por causa desses assuntos ditos anteriormente. Qual a sua opinião em relação a isso?? É possível permanecer ativamente em um fórum durante muito tempo? O nível das discussões por aqui é bom ou ruim? Você acha que fata poder de argumentação para as pessoas daqui?

PLUTÃO - Vou dar uma de Gandalf, não cabe a nós decidir com o tempo que nos é dado e sim aproveitar na medida do possível. Acho que esta desculpa não cola muito. Uma vez que a pessoa estando off line, pode elaborar assuntos a serem discutidos aqui ou até mesmo desenvolver uma boa discussão. É claro que se o assunto ficar acirrado fica difícil acompanhar, mas não fica impossível. No início do fórum quando participava, minha conexão era discada e eu captava os assuntos que queria me envolver e criava tópicos antes de me conectar. Mesmo hoje quando eu demoro a responder alguma pergunta é em função disto. Mas eu respondo cedo ou tarde.

SILVA - Você também comentou na primeira parte da entrevista com o Nacka que a sua relação com o seu pai biológico não é das melhores. Inclusive você diz também que esse rancor em relação ao seu pai biológico é irreversível. Entretanto, eu acredito que sempre há uma possibilidade das pessoas mudarem (e o fato de você dizer "Não consigo ver nada além, não tenho muito afeto por ele infelizmente." ressalta esse fato - note que eu grifei o infelizmente para indicar isso). O seu pai biológico já veio até você para explicar os motivos pelos quais ele abandonou a sua casa? Caso a resposta seja negativa: se, por acaso, o seu pai biológico viesse até você e explicasse os motivos pelos quais ele abandonou a sua casa, e dissesse que estava arrependido de ter feito isso, você retiraria esse rancor em relação a ele? Em outras palavras, você seria capaz de perdoá - lo?

PLUTÃO - Ele nunca deu explicações plausíveis. Ainda guardo um rancor dele especialmente por deixar minha mãe abandonada com a gente sem nunca prestar ajuda.

Chegamos a ter problemas financeiros sérios após a separação e ninguém por parte dele ou da família dele ajudou. No entanto, hoje como já não dependemos dele ele vem atrás de reconhecimento. Acho uma tremenda cara de pau dele. O máximo que faço e tolerá-lo como outra pessoa qualquer, até mesmo respeitando embora não devesse.

 

Acho difícil perdoar uma pessoa que não muda sua negligência paterna. Muitos já falaram para perdoar, mas infelizmente eu sou inexorável.

 

Forasteiro comprova, temos um ogro entre nós. O garoto Bon Jovi ainda arranca mais coisas sobre o relacionamento do Plutão e seu pai, mas olhem só, acaba revelando algo sobre si mesmo. Quer ser entrevistado pela Equipe do Cozinha Forasteiro?

 

 

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FORASTEIRO - Você diz que tenta não se envolver com ninguém, que é reservado, introspectivo, chegando até ao extremo de negar revelar sua identidade aqui no fórum. A pergunta é simples: por quê? Há motivo para não arriscar se aproximar das pessoas? Seria insegurança, superioridade, o contrário?  A impressão que dá é que você não quer dar o braço a torcer para amizades, descontração.

PLUTÃO - Para ser sincero, sou super desconfiado. Eu não confio nem na minha sombra, por isto que ainda mantenho o mistério da minha identidade. Normalmente leva tempo para criar algum vínculo ou amizade, devido à adaptação. Levo muito tempo para acostumar com as coisas com o ambiente, para se ter uma idéia, agora que estou começando a gostar de outras variações musicais além da Música ‘Clássica’ ou Música Acadêmica.

FORASTEIRO - O que disse sobre a CMJ, por exemplo, no tópico dos Filmes Superestimados: “Acho melhor o Pablo fechar o fórum. Ou melhor, transformar isto em site de bate papo e relacionamento idiota como aparenta o sub-fórum ‘Casa da Mãe Joana’”. Você inclusive usa o “aparenta”, assumindo que não sabe o que se passa lá dentro e que possui de fato uma visão preconceituosa e simplista de cima pra baixo para com aquela área do fórum e com as pessoas que a freqüentam e a definem. Então, simplesmente, por que não tenta? A CMJ é exatamente uma área destinada a relacionamentos, e no momento, parece ser a solução para seu problema. Ou você não considera um problema? Acha que relacionamentos em fóruns de internet é algo “idiota”?  Seria este um fato, ou uma opinião de quem talvez precise encontrar uma proteção, um pretexto para continuar evitando se aproximar das pessoas?

 

PLUTÃO - Na verdade eu já dei uma olhada nos assuntos e por isto vejo os tópicos e próprio tópico à ‘Casa da Mãe Joana’ como forma de ‘anomalia’. Acho contraditório existir uma área de relacionamentos em um fórum de discussões, relacionamentos são mais eficientes fora do PC. Eu que já sou afastado do mundo e das pessoas, se eu ficar me relacionando em sites com esta finalidade só me leva a um caminho mais introspectivo.

Acho mais interessante debater e trocar idéias, até tento ver o lado de vocês nos seus relacionamentos, mas não consigo me envolver em sites de relacionamento. Acho muito fria a comunicação à distância.

FORASTEIRO - Plutão, assim como você, também perdi meu pai (ou o contrário) na minha adolescência e, atualmente, devido a uma série de absurdos, é a única pessoa que odeio. O que levou seu pai a abandonar sua casa? Você se culpa por alguma coisa, ou o erro foi exclusivamente dele? Você o odeia por ter deixado de participar da sua vida? Hoje, chegaria a agradecer por isto ou ainda sente sua falta?

PLUTÃO - Minha mãe me disse, que foi porque ele não deu conta de cuidar da nossa família. Ele simplesmente fugiu das responsabilidades paternas. É claro que esta é a declaração da minha mãe. Ele nunca justificou suas ações e nem falou contra a versão da minha mãe, ele apenas disse que a situação já não era mais suportável.

Um dos motivos de ainda guardar mágoa, foi que em um momento de briga dos dois, ele bateu na minha mãe. Aquilo me abalou, eu sabia que desde aquele momento minha família não seria mais a mesma. Além disto, em muitos momentos da minha infância ele nunca esteve presente, sempre foi distante. Só durante algum tempo que ele veio nos visitar, e depois ficou ausente por muito tempo.

Se você começar a achar que está lendo uma crônica por engano, não pare! Continue é apenas mais uma genial pergunta do Mr. Scofield, nosso Dexter de plantão. Guarda a faca Scofa... e Plutão segue como uma sombra, aqui ele avisa claramente que não é exatamente o tipo de pessoa animador.

 

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MR. SCOFIELD - A descoberta da adoção, mesmo que "nunca" tenha sido ocultada da criança (escrevi nunca entre aspas porque normalmente a criança é adotada ainda pequena e ainda não apresenta em tal ponto condições de  processar a tal informação), usualmente provoca enormes conflitos pessoais que acabam por envolver problemas relacionados a conexão biológica/afetiva com os dois "tipos" de pais. A grosso modo podemos traçar uma relação científico-emocional a partir daí (aqui científico por um dos tipos estar relacionado a razão aparentemente inquestionável -os pais biológicos - e emocional porque o outro está relacionado a emoção - os pais adotivos) e, muitas vezes a única conexão com os pais "originais" é biológica e toda a afetividade provém dos pais adotivos. No entanto, não raro, a conexão com os pais biológicos é tentada pelos filhos - eles de fato os procuram, mesmo que não haja reciprocidade.

Na sua opinião, uma vez que, mesmo que não tenha passado por essa situação, deve compreender melhor a natureza desses sentimentos, porquê os filhos adotivos procuram os pais biológicos em tais circunstâncias? Você adotaria uma criança independente dos preconceitos habituais (etários e raciais)? Se sim, o que faria para minimizar os impactos para a criança (se assim o for) que se tornaria seu filho e viveria tal experiência? Se não, por que não adotaria?

PLUTÃO - Acho que isto é uma busca da origem do próprio ser. Quem eu sou? Quem é meu pai? Qualquer pessoa busca isto, é algo natural da consciência humana. Avelha busca das origens.

Calma aí, o quê é isto?!?  Eu ainda nem tenho esposa ou qualquer companheira e já vou procurar ter filhos? Acho isto uma crueldade com a minha pessoa. Eu não carrego esta cruz sozinho. Heheheh!

 Agora, falando sério. Acho uma responsabilidade tremenda cuidar de um indivíduo tanto sendo seu filho biológico, como adotivo independente de como ele venha a ser . Em determinados momentos dou razão a Machado de Assis, em dizer que é um absurdo ter um filho em um mundo como este, pois é querer compartilhar o sofrimento e a dor do mundo para com o indivíduo.

Talvez um dos motivos de ainda não ter me empenhado muito em conseguir uma companheira. Ou nunca ter tido uma namorada, ou qualquer contato com mulher infelizmente, é por temer ter responsabilidade a qual não poderia estar à altura. Em sumo buscaria constituir família quando eu tiver a capacidade para isto. Sobre adotar não vejo razões para adotar ou não adotar, é claro que adotando um individuo estarei dando uma família a um indivíduo. Mas não se pode abraçar o mundo, faria tudo na medida do possível.

MR. SCOFIELD - Seu conhecimento sobre diversos assuntos é notável. Você discute com enorme habilidade e riqueza argumentativa independente dos assuntos e é muito firme em suas convicções. No entanto, como descreveu anteriormente, é uma pessoa reservada, prefere manter em segredo sua "verdadeira identidade" e diz não possuir amizades mais profundas no fórum (pra mim isso é ser muito reservado).

Porque acha que essa distância é benéfica pra você? Seria uma forma de proteção (ou é nós que estamos sendo "beneficiados", em sua opinião)? Essas duas posturas expostas a princípio sugerem algo um pouco paradoxal que só consegue ganhar vida plenamente em um mundo virtual (uma vez que no mundo físico para argumentar é preciso expor idéias e para expor idéias é necessário não ser muito reservado). Nesse contexto, a criação do "personagem inatingível Plutão Orco" é, para você, uma fuga da vida no mundo físico (seria no fundo isso que representa o conceito de "nick" pra todos nós usuários)? Independente da resposta, porque foi "concebido" com as características atuais e não outras (já que você poderia ser quem quisesse)?

PLUTÃO - Como eu já disse para o Forasteiro é uma questão de desconfiança.  Ainda mais na net que é uma terra sem lei. Por isto fico com um pé atrás disso, minhas informações pessoais a princípio eram até fornecidas. Mas repensei que não tinha a necessidade de me expor, completamente. Mesmo porque minha meta aqui é debater idéias e opiniões, não se sabe quem está atrás do computador. Por isto não crio vínculos ou relações. Mesmo porque é melhor pra todos, se eu quiser realmente me relacionar conversar coisas fúteis, tipo festejar, prefiro fora do ambiente virtual. Embora já tenha expressado que não sou do tipo ‘animador’.

Vejo o mundo virtual um caminho eficiente de promover idéias, embora seja frequentemente deturpador de valores. Ou até é caminho de expor preconceitos de forma facilitada. 

 Assim tanto aqui como no mundo real, eu questiono valores e idéias. Embora aqui seja mais fácil de expor em uma gama maior de pessoas. Mas meu problema de comunicação é justamente este, ser pouco emocional. E ser emocional na discussão e não nos relacionamentos. Abstendo-me somente em debate de opiniões, eu não falo bom dia, boa tarde ou boa noite. Ou converso sobre o que vizinho fez ou deixou de fazer. No máximo, eu faço isto no âmbito familiar, e as vez nem prefiro me abrir muito com a minha família. 

MR. SCOFIELD - O Aquiles abriu um tópico sobre preconceito na qual discute sua reação ao avistar um grupo de negros na rua (no caso, ele atravessou para evitar o contato). A Veras, uma de nossas "cozinheiras", discutiu em um tópico sobre a "imobilidade" das pessoas diante de um assalto que sofreu (ninguém fez absolutamente nada). Duas situações diferentes, mas que evidenciam vários problemas graves que desembocam no mesmo oceano.

 

Relacionando essa idéia a uma problemática mais grave de convulsão social, riscos reais de tentar uma reação diferente, problemas relacionados a violência, desemprego, segurança, etc., você acha que é possível reverter situações como essas (é óbvio que mesmo pessoas que não querem se comportar assim acabam se comportando porque o preço a ser cobrado se estiverem erradas é simplesmente alto demais)? Aproveitando a deixa, quais são suas perspectivas para o futuro no Brasil? O que é preciso para nosso povo vir a possuir condições melhores de vida e situações como essa não ocorrerem mais? Você acredita que uma mudança na conduta governamental pode fazer efeito sem uma mudança na mentalidade das pessoas, sendo independentes (a princípio) ou a ausência de uma mudança decorre da falta da outra (relação causa-consequência) ou estão relacionadas de outra forma (indique qual)?

PLUTÃO - Não! A humanidade não muda seu comportamento, já está assim pelo menos nos últimos dez mil anos e não acredito que será diferente nos próximos milênios. Desigualdades, ocasionado guerras e injustiças podem ser amenizadas. No entanto, não serão solucionadas. E o maior responsável ‘desta verdade’ é infelizmente qualquer estado soberano. E a muito a humanidade se tornou dependente do estado e o estado se tornou seu parasita. Logo, Brasil ou qualquer estado mundial não ajuda a humanidade ir em frente, afinal barreiras políticas tornam um mundo melhor ou mais dividido? Acho que se acabarem os problemas não teria motivos de ter polícia e diversos outros funcionários públicos. Desta forma, não teria por que ter exércitos e logo não haveria o motivo de ter uma nação. Como está escrito logo na minha assinatura: "Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão. Ignorância é Força" George Orwell deixa claro no seu livro, que o estado tenta apenas se manter e se promover no poder. É claro que um dos motivos de justificativa do estado é a ordem que ele exerce.  No entanto, quando mais paz existe menos poder o estado exerce, logo não é sábio o estado deixar que isto ocorra. 

Pedi ao conterrâneo do Plutão, The Deadman que enviasse algumas perguntas e voillá... aqui está a contribuição do nosso ajudante de cozinha:

 

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THE DEADMAN - Afinal de contas, você é Lulista ou Petista? Independente de ser um ou outro (quiçá, nenhum dos dois...) como avalia o atual perfil político do nosso Presidente comparado ao Lula de 16 anos atrás visto que algumas declarações e posturas adotadas por ele dão a entender que já não faz mais parte da esquerda? Pra você, isso é indicativo de um amadurecimento ou simplesmente que ele se vendeu ao sistema e à ordem das coisas desse mundo globalizado e neoliberal?

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PLUTÃO - Para ser franco sempre dei crédito ao Lula. No entanto, nunca tive muita credibilidade na política ou qualquer forma de governo.

 

Mas isto não me impede de ver erros e acertos de individuo X.

 

Lula mudou, e foi graças a isto que ele venceu as eleições. Afinal, o povo não gostava do seu jeito rústico de ser nas eleições passadas. Sua mudança foi estratégica, o “Lulinha paz e amor fez milagres’ com este novo visual. Ele agregou mais pessoas à sua causa. Porém veio junto mais vermes. Algo típico da política e a política é por si só é corrosiva. Sempre tive um apego pela esquerda e suas causas ‘humanitárias’, mas vejo que uma vez dentro da disputa por poder isto leva a nada. E enquanto o homem não for capaz de escolher e ser livre, não teremos uma vida melhor. Logo, eu me adepto cada vez mais ao sistema anárquico. Não podemos impor o ‘melhor’ isto é um fator de escolha. Se não para que serve a consciência? 

 

THE DEADMAN - Por que Plutão Orco e não Hades Thánatos, visto que à despeito de ser um nome também utilizado pelos gregos, Plutão era considerado um “apelido” (os antigos tinham medo de pronunciar o nome Hades...) e posteriormente, passou a ser utilizado pelos romanos; assim como Orco (orcus em latim) ao invés de Thánatos (deus da Morte)? Por que a preferência em nomes romanos e não os originais gregos? Assuntos tanatológicos lhe fascinam?

 

PLUTÃO - Hades é tão corriqueiro se comparando ao nome Plutão, que até imaginei que alguém já tivesse este Nick. Além disto, sempre tive orgulho das façanhas romanas se comparando as façanhas gregas. E sim assuntos de natureza melancólica e voltadas a perda me atrai. E ao mesmo tempo me repele, eu diria que é um ponto de conflito o motivo mais atrativo.  Seria o motivo mais adequado ao meu nick. Eu tenho tantas razões, que poderia gastar uma eternidade no sepulcro para responder satisfatoriamente.

 

 

THE DEADMAN - Qual o filme mais fascinante que você já viu ever? Como esse filme influenciou sua vida e sua maneira de enxergar o Cinema?

 

PLUTÃO - Pior que não consigo decidir qual o melhor filme que já assisti. Acho que Excalibur, de John Boorman, é até hoje um dos pioneiros filmes que me lembro da minha infância. O filme ainda não mudou nadinha para minha pessoa, ele continua a ser magnânimo.  Foi a primeira vez que tive contanto com mitos e lendas de maneira a me influenciar pelo universo mítico. Mas também fui influenciado, eu diria viciado por filmes como Drácula de Francis Frod Coppola e Jurassic Park de Steven Spielberg. Em um momento da minha vida, fiquei convicto de que queria ser até Paleontólogo. Hahhahah!

 

No entanto, eles não me conduziram a idolatrar o cinema em si, isto se deve mais ao meu processo de isolamento. Eu sempre fui muito ‘caseiro’, eu diria vidrado em ficar em casa. Eu era 'anormal' detestava futebol, ou qualquer brincadeira de rua e preferia mil vezes uma seção de cinema. Neste tempo, eu ficava atento aos filmes de cada mês. E quando saia uma das minhas diversões era o cinema.

 

THE DEADMAN - Por que invariavelmente adota uma postura agressiva nas suas intervenções no fórum, em especial quando alguém diverge de sua opinião? Traço de personalidade ou provocação barata? Não acha que a “imposição” de idéias e/ou a abordagem pouco gentil acaba por afastar o outro e criar ranços ao invés de diálogo que poderia gerar uma melhor troca de impressões?  

 

PLUTÃO - Traço de personalidade é minha primeira opção. Heheheheh!

 

Oras, não venho aqui para ser aliado ou inimigo, sou eu e apenas meu ponto de vista. Não tomo dores ou lados no combate de idéias. Ainda mais sendo uma pessoa que orbita isolada do resto do sistema solar. Exponho meu ponto de vista, e é claro que muitas vezes sou grosseiro, pois a priori o ponto de vista de um, pode ser grosseiro em relação à outra parte. Por exemplo, acho um conservador grosseiro por natureza, e um libertino uma pessoa agradável. Em suma é normal ser divergente em fórum de discussões, onde a priori seja o debate de idéias. E no meu dia a dia sou o que sou, não fico medindo meias palavras para expressar minhas idéias. Às vezes isto pode parecer grosseiro para a outra parte, mas geralmente não é para mim.  

 

E por fim, vale lembrar que não concordo com os pensamentos presentes. Mas nunca impus nada, e sequer falei para seguir o caminho certo ou da salvação. Mesmo porque é difícil impor algo no ambiente virtual, sendo ele um ambiente não físico. Hehehheh!

 

THE DEADMAN - Acredita no sobrenatural? Já passou por alguma experiência do tipo? Se sim, como lida com a incredulidade dos outros? Se não, gostaria de passar por alguma, MESMO que seja algo terrível e tenebroso? Como lida (se é que lida) com o aspecto místico na sua vida?  

 

PLUTÃO - Não acredito, mas gostaria de acreditar. Na verdade gostaria de saber, o que está acima da natureza? O que está além das forças da Mãe natureza eu nunca vi nada na minha vida que supere o poder de uma tempestade, o força de um vulcão ou maremoto. Mesmo as leis cósmicas estão na gerência da natureza. E quase me esquecendo que os humanos fazem parte deste todo.

 

Infelizmente nunca tive a sorte de topar com alguma criatura aterradora ou ‘anormal’ deste mundo. Embora prefira ter um encontro com alguma bela divindade feminina. Ou uma Elfa parecida como uma Liv Tyler. Ou então uma ninfa da água como a Bryce Dallas Howard da vida. Mas eu nunca bebi o suficiente para ter este encontro, na verdade eu nunca bebo. Heheheh!

 

Acredito que todos sonham esperançosos com as melhorias da vida, ou viver em tempo ou lugar que não o pertence. No entanto, devemos lutar na vida com aquilo que temos, existindo ou não. O sonho pode ser uma meta, porém não pode ser uma obsessão ou vício.

    

 

 

                                                    FIM

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 Ótima entrevista, cozinheiros e prato do dia!!! Plutão, desmistificado por um tanto e mistificado por outro, falou coisas muito interessantes e pessoais à despeito de sua reserva. Além de parecer ter sido franco. Parabéns!

 

PS1: "Excalibur" é foda!! O melhor filme sobre a Távola Redonda até hoje, na minha opinião.

PS2: Nacka, você esqueceu da trilha sonora... 11     
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 Ótima entrevista' date=' cozinheiros e prato do dia!!! Plutão, desmistificado por um tanto e mistificado por outro, falou coisas muito interessantes e pessoais à despeito de sua reserva. Além de parecer ter sido franco. Parabéns!

 

PS1: "Excalibur" é foda!! O melhor filme sobre a Távola Redonda até hoje, na minha opinião.

PS2: Nacka, você esqueceu da trilha sonora... 11     
[/quote']

 

Foi maus... (essa entrevista foi atípica pode ter certeza...)

 

Bem, então tá: As perguntas do ajudante de Cozinha Deadman começam com a trilha de Miami Vice e a última pergunta, fecha com  Black Stone Cherry... tá bom assim?

 

PS: O restante da entrevista ao som de Réquiem de Mozart, aquele inacabado que o compositor recebeu como encomenda do conde Walsegg zu Stuppach...

 

Vocês não acham que as partes do Réquiem cabem perfeitamente no contexto da entrevista?

 

Introitus: Réquiem

Dies Irae

Tuba Mirum

Rex Tremendae

Recordare

Confutatis

Lacriminosa 

Domine Jesu

Hostias

Sanctus Dominus e

Benedictus.
Nacka2007-01-09 13:28:57
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Li a entrevista' date=' ótima como sempre, mas...

 

Vocês são maus!13131306

 

O Pluto conta o lance do pai, vocês notam a ferida e tentam abrir a todo custo, pra ver se ele se abre.

 

Os próximos entrevistados que se cuidem...19
[/quote']

 

Jail, da minha parte: concordo que fomos um pouco malvados, mas um bom entrevistador têm que ter um pouquinho dessa "maldade"...1906

Além do mais, o Plutão se saiu muito bem, pelo menos em nenhum momento eu percebi algum incômodo dele em relação às nossas perguntas (ele mesmo poderia aparecer aqui e confirmar se isso foi realmente verdade...)
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 Ótima entrevista' date=' cozinheiros e prato do dia!!! Plutão, desmistificado por um tanto e mistificado por outro, falou coisas muito interessantes e pessoais à despeito de sua reserva. Além de parecer ter sido franco. Parabéns!

 

PS1: "Excalibur" é foda!! O melhor filme sobre a Távola Redonda até hoje, na minha opinião.

PS2: Nacka, você esqueceu da trilha sonora... 11     
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Foi maus... (essa entrevista foi atípica pode ter certeza...)

 

Bem, então tá: As perguntas do ajudante de Cozinha Deadman começam com a trilha de Miami Vice e a última pergunta, fecha com  Black Stone Cherry... tá bom assim?

 

PS: O restante da entrevista ao som de Réquiem de Mozart, aquele inacabado que o compositor recebeu como encomenda do conde Walsegg zu Stuppach...

 

Vocês não acham que as partes do Réquiem cabem perfeitamente no contexto da entrevista?

 

Introitus: Réquiem

Dies Irae

Tuba Mirum

Rex Tremendae

Recordare

Confutatis

Lacriminosa 

Domine Jesu

Hostias

Sanctus Dominus e

Benedictus.

 

Não poderia ter trilha sonora mais apropriada (e acho que o Plutão concorda...)
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 Ótima entrevista' date=' cozinheiros e prato do dia!!! Plutão, desmistificado por um tanto e mistificado por outro, falou coisas muito interessantes e pessoais à despeito de sua reserva. Além de parecer ter sido franco. Parabéns!

 

PS1: "Excalibur" é foda!! O melhor filme sobre a Távola Redonda até hoje, na minha opinião.

PS2: Nacka, você esqueceu da trilha sonora... 11     
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Foi maus... (essa entrevista foi atípica pode ter certeza...)

 

Bem, então tá: As perguntas do ajudante de Cozinha Deadman começam com a trilha de Miami Vice e a última pergunta, fecha com  Black Stone Cherry... tá bom assim?

 

PS: O restante da entrevista ao som de Réquiem de Mozart, aquele inacabado que o compositor recebeu como encomenda do conde Walsegg zu Stuppach...

 

Vocês não acham que as partes do Réquiem cabem perfeitamente no contexto da entrevista?

 

Introitus: Réquiem

Dies Irae

Tuba Mirum

Rex Tremendae

Recordare

Confutatis

Lacriminosa 

Domine Jesu

Hostias

Sanctus Dominus e

Benedictus.

 

Cairia como uma luva um belo Réquiem.

 

Está aprovado, especialmente a parte do Dies Irae.19
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Li a entrevista' date=' ótima como sempre, mas...

 

Vocês são maus!13131306

 

O Pluto conta o lance do pai, vocês notam a ferida e tentam abrir a todo custo, pra ver se ele se abre.

 

Os próximos entrevistados que se cuidem...19
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Jail, da minha parte: concordo que fomos um pouco malvados, mas um bom entrevistador têm que ter um pouquinho dessa "maldade"...1906

Além do mais, o Plutão se saiu muito bem, pelo menos em nenhum momento eu percebi algum incômodo dele em relação às nossas perguntas (ele mesmo poderia aparecer aqui e confirmar se isso foi realmente verdade...)

 

Que isto, achei que seria mais apimentada.

 

Foi tranqüilo o método de gestapo.06
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Bem' date=' ficaria mais feliz se o prato do dia tivesse tido ais tempo de comentar a entrevista... me pareceu que o fez às pressas, já que não respondia a todas as perguntas e as respondia sueprficialmente.

Mas foi legal.
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 Hããã???!! 09 Comentários sobre a entrevista ou a própria?? Não entendi... Ele até falou demais!!  
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Bem' date=' ficaria mais feliz se o prato do dia tivesse tido mais tempo de comentar a entrevista... me pareceu que o fez às pressas, já que não respondia a todas as perguntas e as respondia superficialmente.

 

Mas foi legal.

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 Hããã???!! 09 Comentários sobre a entrevista ou a própria?? Não entendi... Ele até falou demais!!  

 

sim, claro. 06

 

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Qual assunto eu deixei vago? 09

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Se bem que é da minha natureza ser assim. Heheheh!06

 

Eu achei a entrevista interessante. Não me senti aborrecido em nenhum momento com o conteúdo dos comentários e perguntas.  Bem eu não sei mais o que posto para acrescentar algo, mas eu faço questão de um conselho para acrescentar alguma coisa que faltou. Só não tive clarividência de notar ainda.05

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Qual assunto eu deixei vago? 09

 

Se bem que é da minha natureza ser assim. Heheheh!06

 

Eu achei a entrevista interessante. Não me senti aborrecido em nenhum momento com o conteúdo dos comentários e perguntas.  Bem eu não sei mais o que posto para acrescentar algo' date=' mas eu faço questão de um conselho para acrescentar alguma coisa que faltou. Só não tive clarividência de notar ainda.05

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Não, sua postura foi ótima. O que quis dizer foi que você nãos e aprofundou tanto nas questões como eu gostaria. rsrs Só isso.

rs

 

Engraçado como a internet é... uma coisinha que você diz de repente tem milhões de repercussões.. rs

 

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