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Forum Cinema em Cena

Cozinha do Inferno


Nacka
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Aumenta a temperatura, Alexei emparedado por Silva ao som de You Only Live Once do Strokes:

 

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PERGUNTA: Sobre cinema (mais precisamente, sobre o nosso fórum): Há alguns meses atrás, haviam surgido várias reclamações de que "o tópico já não era mais o mesmo", " não temos mais boas discussões por aqui", " só temos usuários que querem floodar o tempo todo", entre outras reclamações (muitas deles vindas do pessoal mais antigo). Como você não fazia parte desse pessoal tão antigo do fórum (já que o seu registro data do final de 2005), qual era a sua impressão dessa época e como você avalia o fórum agora??<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />


 

ALEXEI: Sou bem recente no Fórum, realmente, por isso não tenho esse dado histórico que os demais apontam. Não posso fazer uma comparação entre esse fórum de antigamente e o de hoje, mas avaliando a situação atual, considero boa, podendo melhorar. Vejo hoje muitas discussões interessantes, ainda que algumas vezes os debatedores às vezes não sejam capazes de evitar a troca de ofensas. É um efeito colateral que pode ser trabalhado, com paciência.

 

A criação do Cineclube foi a melhor coisa do fórum nesses meses em que estive cadastrado e atuante. Ele ofereceu muitas teorias, interpretações e idéias interessantes que se tornaram o maior atrativo do fórum pra mim. Eu não me interesso muito nas discussões em si, mas sim nas impressões dos outros sobre os filmes - o que me faz repensar como eu mesmo vejo aquele filme que estão comentando e eleva a qualidade da minha percepção sobre cinema. É por essa razão que eu leio muito mais do que escrevo. E não me importo de parecer ter sido vencido em alguma discussão, até porque da minha parte raramente há disputa, ao menos de maneira voluntária.

 

Essa é uma postura que poderia ser considerada egoísta, admito. Eu venho aqui, extraio do fórum o que me engrandece e vou embora. Mas quando alguém me faz alguma pergunta ou pede um comentário, sempre respondo, por isso contribuo também. Aconteceu com o Forasteiro, por exemplo, em relação ao filme Gênio Indomável, e foi uma troca de idéias bem interessante. Mas me dou o direito de não responder se o componente da disputa que eu me referi antes estiver sobrepujando o resto. Nesse caso o silêncio é a melhor resposta.

 


PERGUNTA: Sobre política: Estamos a uma semana do segundo turno das eleições (sendo que o primeiro turno foi feito recentemente). O que você acha da construção política do Brasil? Acha que o nosso povo está "pronto" para eleger os seus governantes? Acredita que o grande culpado do país estar do jeito que está é do povo brasileiro ou ele é apenas vítima da situação? Em resumo: "O Brasil será eternamente o País do Futuro ou chegaremos ainda o dia em que o Brasil será o País do Presente"?


 

ALEXEI: Esse assunto pede páginas e páginas de considerações e essa entrevista já está muito longa, silva! Vou tentar ser bem sintético: o povo brasileiro é imediatamente o culpado pela situação, eu acho, pelo grau muito baixo de educação e consciência política, mas mediatamente culpada é a própria classe governante que nunca investiu na instrução da população, muito pelo contrário: a desestimulou quando pôde. E aí se instala um círculo vicioso que eu sinceramente não sei como interromper, pois a alienação dos cidadãos favorece a eleição daqueles que, futuramente, a alimentarão. Mas eu tenho esperança, sempre.

 


pimenta_dedo_edit.jpgPERGUNTA: Você já disse em um post seu que não costuma utilizar emoticons. Isso seria por quê você é uma pessoa mais séria, mais centrada, um tanto quanto avessa a "demonstrações de sentimentos com carinhas amarelas"??


 

Alexei: Essa pergunta também foi feita pelo Nacka, mas posso responder outra vez, de forma mais espremida. Não uso emoticons porque são muletas e eu acho que consigo passar minhas idéias e sentimentos sem precisar delas. Isso não tem nada a ver com uma eventual seriedade ou frieza, até porque eu sou muito mais guiado pelo instinto (meu conhecimento tácito, se preferir) do que pela razão. E sou bem-humorado!

 

Não critico que usa emoticons, até porque não poderia julgá-los por isso, apenas lamento quando eles poluem um post de um usuário de tal forma que me desencoraja a leitura. Isso acontece algumas vezes.

 

Ademais, com um idioma maravilhoso como o português, temos mais é que usá-lo, pessoal!

 

PERGUNTA: Segundo as nossas informações, você tem 30 anos. Isso significa que, assim como eu (tenho 27), sua infância foi vivida na década de 80. Houve uma boa discussão no tópico "Anos 00: O que será dessa geração", onde discutimos se essa geração que vive a sua infância e adolescência atualmente é mais ou menos aliena do que a geração passada, em virtude de várias coisas (isolamento por causa da violência, a televisão contribuindo para o empobrecimento cultural da população, negligência dos pais em relação a cuidar dos seus filhos, entre outras coisas). Qual a sua visão sobre esse assunto?? Você acha que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão se tornado mais alienadas e com emnos bagagem cultural? Quem é o culpado disso? Os pais? A mídia?

 

ALEXEI: Estou vendo de forma cada vez mais intensa o que eu perco por não freqüentar a seção Geral...

 

Bem, a mídia atual é muito imbecilizadora mesmo. Os pais também têm sua parcela de culpa, ainda que os atos que contribuem para a pobreza de valores estéticos ou políticos de seus filhos sejam involuntários em sua maioria. Mas as necessidades crescentes da profissão estão aumentando em detrimento do acompanhamento mais próximo das crianças, e esse é apenas um dos efeitos colaterais nocivos da nova modernidade.

 

Ainda assim, não acho que exista uma grande discrepância entre a geração de hoje e as imediatamente anteriores. Talvez os fatores idiotizantes tenham mudado um pouco, mas não houve grandes diferenças no resultado.

 

Quer um exemplo de como as coisas não mudaram tanto, inclusive em seus aspectos positivos? Quando pequeno escutei discos maravilhosos, com músicas que tratavam as crianças como tais (sem sexualização precoce ou as nóias dos adultos que atualmente também as afligem, o que é muito triste) porém sem subestimá-las: A Arca de Noé, Pirlimpimpim, Os Saltimbancos. No ano retrasado, se não me engano, em plena era de Latinos, Tatis Quebra-barracos, Kelly Keys e Gera Sambas, foi lançado um DVD de um show referente a um álbum maravilhoso e destinado ao público infantil, Adriana Partimpim, com letras do Edu Lobo, poemas do Ferreira Gullar e referências a Vinícius de Morais e a Lewis Carrol. Comprei o DVD para meu futuro filho e para mim mesmo. Já vi várias vezes!

 

Não é, portanto, apenas uma questão de oferta. Envolve escolhas também.

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Agora o caldo entorna e a temperatura sobe... ao som de Bela Lugosi is Dead  do Bauhaus, Mr. Scofield solta o verbo e frita o rapaz:

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pimenta_dedo_edit.jpgPERGUNTA: A postura que adotamos no fórum normalmente é um reflexo de nossa personalidade, talvez com alguns excessos que nos identifiquem e nos particularizem. Você transmite a imagem de um indivíduo sério e intelectual, faz sempre comentários interessantes e com excelente embasamento, mas ao mesmo tempo (provavelmente pelo fato de não participar dos tópicos mais "descontraídos") parece um tanto distante dos outros usuários. Qual sua impressão em geral do fórum em relação aos usuários, a receptividade da apresentação de pontos de vista discordantes da maioria, a como são recebidos novos cadastrados pelos usuários mais antigos, aos temas discutidos e, finalmente, em que medida suas impressões contribuem para seu comportamento e para a construção dessa imagem?<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

ALEXEI: Bem, Scofield, o Graxa me perguntou algumas coisas que acabaram igualmente desaguando nesse assunto (e o silva, e o Nacka... Nossa, eu devo parecer o Sr. Homem de Gelo! Hahah). O fato de eu não freqüentar a seção Geral por falta de tempo tem esse efeito colateral, de me deixar mais distante das pessoas mesmo. É lá que os eventuais laços de amizade são formados ou reforçados e eu fico à margem disso. Infelizmente, tais laços também são fatores determinantes para outras coisas por aqui, como o reconhecimento, a concordância ou a discordância entre usuários, que tendem a se preservar quando há esse tipo de coleguismo e isso é uma coisa que não contribui pro fórum. Às vezes eu mesmo ajo assim, por isso tenho minha parcela de culpa.

 

Sempre presto atenção à percepção dos outros a meu respeito, porque também me vejo como os outros me vêem (lindo isso, não? Mas não é meu, roubei de uma canção da Elizabeth Fraser!) * Referência à vocalista do grupo Cocteau Twins. Particularmente, não me considero distante não. Os poucos usuários que já trocaram algumas figurinhas comigo provavelmente têm uma impressão diferente da sua, de que sou mais caloroso e bem-humorado. Até agora não tivemos a oportunidade de trocar mais palavras - só aconteceu com os comentários acerca do No Rastro da Bala, mas ainda assim nossas opiniões foram radicalmente diferentes, por isso não conta! - mas quando isso acontecer, e espero que isso ocorra muito breve, talvez essa sua impressão também se desfaça.

 

Acerca dos usuários em geral, acho o ambiente do fórum bem bacana. Formações e opiniões muito diferentes formam um caldo rico. Só gostaria que todos os usuários participassem, em maior ou menor grau, dos tópicos sobre filmes. Mesmo aqueles que adoram floodar na CMJ, por exemplo, poderiam passar no Cineclube ou nos tópicos próprios de cada filme para deixar suas impressões lá, e não precisa saber escrever textos enormes não.

 

Sobre os pontos de vista discordantes, às vezes as reações são fortes mesmo. Eu já senti isso na pele. Mas sempre gozei de um certo respeito, mesmo quando fiquei praticamente sozinho de um dos lados. Quanto à recepção dos novos usuários pelos mais antigos, aí os comportamentos variam. Alguns veteranos demoram muito a interagir com os mais novos, outros são mais abertos. Mas eu creio que a própria diferenciação entre usuário antigo e novato está ficando mais difícil. Falando por mim mesmo, eu - que devo estar num meio-termo, talvez, entre novato e veterano - trato de maneira absolutamente igual, sem qualquer distinção.

pimenta_dedo_edit.jpgPERGUNTA: Qual sua opinião a respeito das reclamações da conduta da moderação (que supostamente privilegiaria alguns usuários em detrimento de outros - não só quanto ao caso do Dook mas na aplicação de qualquer norma do fórum, como muitos afirmam) e da "flexibilização" das regras, que vários usuários defendem? Em geral como você avaliaria a condução do fórum hoje e a opção de Pablo Vilaça de permanecer pouco participativo?

ALEXEI: O Caso Dook foi uma questão à parte, eu creio, porque existiam muitas variantes envolvidas, inclusive precedentes entre o Dook e o Pablo que provavelmente nós nunca saberemos do que se tratavam. Não acho que ela deva ser usada como parâmetro para a relação moderação/usuário. Vez ou outra vi tais reclamações, sobre privilégios e tudo o mais, mas nunca testemunhei nada disso. No entanto, se as regras forem flexibilizadas, que o sejam para todos. Independentemente de ter 250 mil posts ou apenas dez.

Estou satisfeito com a condução do fórum na atualidade. Não entendo lhufas de informática e não tenho como avaliar a administração, mas a moderação anda bem. O Beckin Lohan, o Big One, o Nacka, não tenho uma queixa sequer deles. Talvez seja porque eu seja um usuário que nunca deu margem para atritos. Nunca reportei, tampouco fui reportado, provavelmente, O report, aliás, acho uma bobagem. As coisas podem e devem ser resolvidas por aqui mesmo.

Voltando ao Dook, eu achei que ele se sentiria mais à vontade quando deixasse a moderação. Talvez isso até tenha acontecido mesmo, mas o fato é que seus posts ficaram muito mais escassos, o que é uma pena. Mesmo os maiores detratores dele - que não devem ser poucos, haja vista seu estilo agressivo - não podem negar o quanto ele contribui para as discussões sobre cinema por aqui. O mais engraçado é que geralmente ele tem as mesmas opiniões que eu. Discordamos uma poucas vezes (sobre Cidade de Deus, por exemplo) e quando aconteceu, foi uma troca de idéias bem bacana.

 

Concordo que o Pablo fique mais à parte no Fórum, deixando que as coisas aconteçam sem interferência sua. Eu faria exatamente igual. Mas espero - e espero mesmo - que ele ao menos visite as seções de filmes regularmente, com o objetivo de se aprimorar enquanto crítico de cinema. O aprendizado não acaba nunca.


PERGUNTA: Como temos discutido no tópico 19 dias de terror, há um sem número de filmes do gênero que poucas pessoas têm acesso, devido a problemas relacionados a americanização ainda muito contundente no mercado (o caso de Takashi Miike e vários filmes de diretores asiáticos e europeus, que só conhece quem obtém arquivos através da internet) ou mesmo filmes americanos que não chegam por aqui (exemplo: Black Christmas é considerado por muitos o pai dos filmes de slashers e pouquíssimas pessoas sequer ouviram falar o nome dele por aqui. Filmes de horror extremo são raríssimos). Qual sua opinião a respeito da expansão dos downloads de filmes como esses, considerando toda problemática envolvida (direitos autorais, condições reais de policiamento, etc)? É possível conciliar a justiça com esse que parece ser um mecanismo irreversível (e ao mesmo tempo ilegal) do usuário ter acesso a esses filmes?

 

Alexei: Nossa, grande parte dos filmes citados ali eu nunca tinha ouvido falar! Que os downloads são um ilícito e um desrespeito aos direitos autorais, ao menos no momento atual, não há dúvidas. Mas, por outro lado, que escolha tem o espectador? Às vezes eu olho o jornal, na seção dos filmes em cartaz, e isso me dá um desgosto profundo. Poseidon, O Bicho vai Pegar, Se Eu Fosse Você e assim sucessivamente, várias facadas no bom gosto. Se o acesso a  filmes que jamais seriam vistos nos multiplexes que grassam no Brasil só pode ser feito por meio da pirataria, não vejo como culpar aquele que busca a cultura pelo único caminho possível.

 

Uma solução que pode ser implementada a longo prazo é disponibilizar tais filmes a preços razoáveis, inferiores aos de uma locação ordinária de DVD. Não tenho muitos conhecimentos acerca do assunto mas creio que manter um sítio de downloads no ar é muito menos custoso que manter uma locadora de DVDs. Preços baixos, portanto - dois ou três reais - resolvem o problema satisfatoriamente pros dois lados.

 
PERGUNTA: O cinema brasileiro evoluiu muito nos últimos anos com filmes como Central do Brasil e Cidade de Deus, por exemplo (ambos constam no gigantesco cadastro do imdb como parte dos 250 melhores filmes de todos os tempos, e Cidade está entre os 20 primeiros). No entanto, vários dos filmes que apresentam reconhecimento estrangeiro são mais elogiados fora do país que aqui. A que você atribui essa postura? Aproveitando, qual sua opinião sobre o cinema nacional? Você tem ou já teve preconceito quanto aos filmes produzidos aqui?

 

ALEXEI: Uau, e eu acabei de mencionar, implicitamente, que não gostei do Cidade de Deus, hahaha! Ajoelhou, tem que rezar, Alexei...

 

Não me espanta ele estar num posto tão alto no ranking do IMDB, afinal ele é made in Brazil, um produto de exportação feito para inglês ver e que não se aprofunda em nada na realidade social dos marginais (não no sentido pejorativo, mas sim como estando à margem das benesses da sociedade, ou seja, excluídos) brasileiros, apenas reforça estereótipos. "Slums! Samba! Brazil!" Provavelmente os gringos acham que, vendo Cidade de Deus, pagam seus pecados por vir aqui desfrutar de nossas praias baratas e dos prazeres ilegais do turismo sexual. Melhor para eles em sua visão limitada dos tristes trópicos, pior para a gente.

 

Central do Brasil é um filme maravilhoso, humano e sensível, que não deixa nada a dever, em linhas gerais, ao cinema estrangeiro. O mesmo acontece com Casa de Areia, Eu, Tu, Eles, Madame Satã... Não tenho qualquer espécie de preconceito em relação ao cinema brasileiro, mas ando preocupado com essa invasão feita pela mídia de TV, que traz formatos, conceitos e recursos artísticos de qualidade duvidosa.

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Tivemos o auxílio de um ajudante do Cozinha, ao contrário da outra entrevista que foram três, aqui o escolhido foi o Dook. Fez somente duas perguntas e lá no final da mp mandou um comentário que foi junto para o Alexei, respondido com uma espécie de enigma (ou recadinho para desavisados?) na língua advocatês... ao som de... Hips Dont Lie com Shakira e Wyclef Jean, Dook pergunta para o caro colega:

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PERGUNTA: Como vc vê a profissão do advogado hoje em nosso país, o lugar onde o seu povo é conhecido por querer levar vantagem em tudo? Vc acha, como eu, que a advocacia é, na realidade, um tremendo jogo de estratégia onde vence aquele que fizer o melhor jogo (ou 'blefar' mais)?<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Alexei: Sobre a advocacia como um todo, eu a vejo como um dos melhores espelhos para a cultura de uma sociedade. Até tinha comentado com o Nacka que me divirto muito com as famigeradas piadas de advogado! O mais curioso é que elas me revelam o quanto a visão externa da advocacia é contraditória. Ser advogado virou sinônimo de ser larápio, espertalhão e daí para pior. O detalhe é que entre os primeiros a exigir do advogado esse tipo de atitude estão os próprios clientes. "Mas essa sentença tá demorando demais, oferece uma coisinha lá pro juiz..." Isso retrata como, na hora de assumir suas responsabilidades, o brasileiro tem o mau hábito de apontar um bode expiatório. É sempre assim: o governo, os EUA, a colonização portuguesa, os políticos, os bandidos, os advogados...

 

Acerca da estratégia, sim e não. Você, Dook, pelo que pude ler até agora, trabalha na advocacia privada, onde as amarras são bem menores e o ditado "quem não chora não mama" vigora com toda a sua força. A palavra bem usada, as cartas postas na mesa na hora certa, tudo isso torna a vida do advogado militante bem emocionante. Eu já fui um e por isso, neste ponto, posso dizer que a resposta é sim, com toda a certeza.

 

Mas hoje eu trabalho na advocacia pública. Mais grave, sou consultor em noventa por cento dos processos que chegam às minhas mãos. Aí o jogo que você mencionou não vale tanto, mas sim o poder de observação e a capacidade de antever o futuro, para transformar os erros cometidos no passado - você deve imaginar como são comuns... As perdas de prazo são apenas a ponta do iceberg - em vantagens mais adiante, dentro do possível.

 

PERGUNTA: O que é pior? Um cidadão alienado ou que sofre do Mal da Conveniência?

 

Alexei: As duas coisas andam juntas, eu creio. A alienação possivelmente tende a gerar a conveniência em um segundo momento, por isso talvez ela deva ser, entre estas duas pragas, aquela a receber mais atenção.

 

Comentário: Vixe, acho que é só... o cara arrebenta em cinema, portanto não há muito que perguntar a ele nesta área...

 

 

Alexei: Eu iria dizer a mesma coisa de você, mas me esqueci que provavelmente iriam me chamar de puxa-saco... Como as pessoas que fariam isso também são as que geralmente não entendem as sutilezas da língua portuguesa, enquanto eu estou enrolando nessa resposta neste exato momento, vamos usar aquela transmissão de pensamento dirigida às testemunhas, na hora da audiência, que geralmente garante a vitória no processo... (...)  (...)  (...)

 

Captou a mensagem? Hahahaha

 

 

Chegamos ao fim de mais uma entrevista, ufa, mais uma vez longa...mas foi bacana entrevistar o Alexei, nós praticamente o forçamos a se logar no fórum todos os dias e às vezes por mais tempo do que ele está acostumado e saiu isso aí... esperamos que seja o suficiente para que todos o conheçam melhor e tirem suas próprias conclusões pelo o que ELE disse, se quiserem saber mais perguntem para o próprio...hehehe... 

 

Eu gostaria muito que a medida que as pessoas fossem lendo, postassem suas impressões. Para aqueles que acharam excessivamente longa... o seguinte: As entrevistas do Cozinha... são quinzenais e a intenção é essa saborear um pouco a cada dia... de qualquer forma aceitamos sugestões...é isso. 
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Entrevista fantástica! O cara se mostra um exímio argumentador. Pena que os 'thanks' deste fórum são dados a usuários para lá de inexpressivos...

 

Se o Nacka continuar nesse ritmo, o Cozinha vai desbancar o Pinga Fogo fácil, fácil...
Dook2006-10-29 21:17:23
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Muito bom! O programa faz jus à chamada... fritando na chapa. Acho que não podia ter nome melhor. Realmente, fritar na chapa é uma denominação muito boa.

 

Gostaria de saber um pouco mais da paixão do Alexei pela língua portuguesa... ele já falou que aprecia bom português, mas não sabia que era com tanto afinco antes da entrevista. Um lado interessante.
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Como integrante do Cozinha, acho que, pelo menos por enquanto, descobrimos a fórmula certa de conduzir as nossas entrevistas. Principalmente o fato de que fazemos as entrevistas por M, o que permite um aprofundamento das respostas, o que contribui para o desenvolvimento da mesma, além de diferenciar do "Pinga - Fogo"...

 

 

 

Sem contar que o Nacka soube escolher muito bem os entrevistadores e os entrevistados...

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Deixo aqui meu convite para que o Alexei visite o Fórum da Mãe Joana e crie lá muitos laços de amizade. Já que ele utiliza o fórum como "válvula de escape", nada mais natural do que floodar um pouco e bater um papo descontraído com os amigos.

 

Fico feliz em saber que o Programa Pinga-Fogo serve como parâmetros de qualidade a ser seguida e perceber, que mesmo sendo por MP, as perguntas não diferem muito entre os programas. Só a resposta do entrevistado é que se torna mais longa, ja que ele dispõe de tempo para "aprimorar" o pensamento e corrigir alguma observação.

 

O programa está de parabéns e vamos aguardar a próxima vítima!
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Bom, o programa está ótimo, realmente..bem diferente do excelente Pinga Fogo do Movio (que é parâmetro de qualidade sem dúvida alguma inclusive pra muito jornalista que anda por aí na tv).

Devo comentar que as duas entrevistas foram algo de extraordinário até agora e quero agradecer aos entrevistados pelo alto nível das respostas (e pelo jeito vai continuar, já que os próximos entrevistados são meus amigos Deadman e Enxak e o Mad Tiger que parece ser um usuário muito legal) . Como disse, é uma honra participar ao lado de entrevistadores tão inteligentes e que fazem perguntas tão pertinentes.

 

O Movio, embora já o admirasse enormemente, acredito que conseguiu nos emocionar e mostrar ser um homem de caráter ainda mais excepcional do que imaginávamos, espontaneamente e nos cativou através de seu olhar crítico, suas experiências e opiniões absolutamente indispensáveis para qualquer pessoa ler.

 

Quanto ao Alexei não o conhecia muito bem (embora já o admirasse) e acabou por mostrar, como o esperado, que existem pessoas preciosíssimas aqui no fórum, com suas excelentes argumentações e suas opiniões extremamente interessantes. Além disso, mostrou ser um cara muito legal.

Ah, quanto aos emoticons: Alexei, os emoticons são, pra mim, elementos fundamentais porque temos uma amplitude de usuários muito grande com diferentes níveis de compreensão. Ao meu ver, eles deixam as mensagens mais descontraídas e são muito "receptivos" (são coloridos e agradáveis de se ver). Além disso, uma frase solta pode causar duplas interpretações facilmente e subverter totalmente a idéia inicial (acredite, isso já aconteceu comigo antes). Creio que grande parte de sua imagem séria é atribuída a essa ausência, mas entendi seu ponto de vista e o respeito. Entretanto, é importante que compreenda que os emoticons pra mim não são somente para permitir uma melhor compreensão do que escrevo, mas porque acho que torna a leitura mais agradável (uma impressão contrária a que expôs, curiosamente) 01
Mr. Scofield2006-10-30 14:09:37
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Muito obrigado a todos os que leram a entrevista,  uma experiência notável para mim. Parabéns a todos os entrevistadores, que fizeram perguntas muito estimulantes. Me refiro a todos, sem exceção. Sem perguntas ricas como aquelas, a entrevista não teria metade da atratividade que eventualmente tenha aos leitores. Mais uma vez, obrigado!

No caso do questionário do Scofield, aconteceu uma coisa interessante: como ele tem uma escrita ótima, pensei em mandar a MP para ele primeiro, pedindo (olha como eu sou abusado) que ele que fizesse uma revisão rápida e depois a encaminhasse ao Nacka. Eu tava exausto, com uma pilha de trabalho ainda por fazer sobre minha mesa e uma lista de filmes de terror que sequer havia iniciado (Jailcante havia me enviado uma MP de última hora). Bem, eu mandei a MP, mas a inbox do Scofield estava lotada. Não sei se isso só aconteceu comigo porque sou um incompetente absoluto nessas coisas ou se é usual, mas o fato é que, após receber a mensagem dizendo que a MP não havia sido enviada por falta de espaço da caixa do destinatário, eu perdi todas as respostas que havia escrito. Todas. Eu olhava pro monitor e não conseguia acreditar naquilo, hahah!

 

Dook, obrigado. Espero que a transmissão de pensamento tenha sido recebida e não se sinta cobrado pelo que eu disse. Venha a esse lugar quando quiser e puder, mas tendo em mente o enriquecimento para o fórum a que eu me referi anteriormente, que você proporciona. Moviola, fico grato pelo convite e vou considerá-lo com muito carinho. Quando você menos esperar, estarei lá (na verdade eu até passei na CMJ uma vez, para reclamar de uma dor nas costas... era a PVC, ou seja, a porra da velhice chegando...).

 

Rubysun, eu sou apaixonado pela comunicação em todas as suas formas. Seus posts têm algo que eu acho original e legal: o uso absolutamente adequado de palavrões. Não estou maluco, você os usa de forma tão natural que é como se estivesse conversando verbalmente com o leitor naquele momento. Essa correspondência indica uma facilidade excepcional em utilizar o canal pensamento ou sentimento/exteriorização. Além de ser um barato, demonstra que a linguagem foi feita para encontrar as idéias e os sentimentos dos interlocutores, e não para arrotar erudição ou intelectualidade, que é uma coisa que eu desaprovo.

 

O gosto pelo português veio de flertes que eu tive com o alemão (só fonética) e o francês. Aí eu percebi o quanto nosso idioma é bonito. Eu sou tão compulsivo por aprimorar minha fala e minha escrita - até sou eloqüente, mas preciso melhorar muito na escrita - que tenho um cacoete estranho: quando falo com pessoas com boa dicção, muitas vezes não me fixo em seus olhos, mas sim em suas bocas, como se estivesse hipnotizado. Na verdade eu fico maravilhado pela associação entre o som e o movimento. O pobre coitado conversando comigo deve ficar achando que eu sou louco (o que pode muito bem ser verdade) ou, no mínimo, vesgo.

 

Scofield, eu entendo seu propósito com o uso dos emoticons. Seus posts estão entre os que eu sempre leio com muita atenção, mesmo quando eles têm um monte de carinhas! E você é um sujeito agradabilíssimo, sua boa vontade para com os outros transparece independentemente de emoticons. Mal-entendidos sempre podem ocorrer, mas se do outro lado não fizerem questão de perguntar qual havia sido sua intenção com aquelas palavras antes de interpretá-las erroneamente, reflita se o irascível do outro lado é realmente digno de sua atencão, Ok?

 

Por fim, meus agradecimentos aos demais entrevistadores, quais sejam o Graxa (que esqueceu minha lista de filmes, atrizes e atores preferidos, o biltre), o Silva, o Forasteiro e, principalmente, o Nacka, que vem a ser o cara do fórum nesses últimos meses.
Alexei2006-10-30 21:35:10
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Cafezinho com o Pato...

 

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Aqui o pato descobre em conversa informal que nosso entrevistado é um manteiga derretida, vejam a lista de filmes, diretores, atores e atrizes preferidos do Alexei:

 

1. Filmes prediletos: Vestígios do Dia; Fim de Caso; As Bicicletas de Belleville; Amor em Jogo; Fale com Ela; Comer, Beber, Viver; Segredos e Mentiras; A.I. - Inteligência Artificial; A Estranha Família de Antônia; Muito Barulho por Nada; Elefante; Ensina-me a Viver; Muito Além do Jardim; Alien; Os Imorais; Anjos e Insetos.

2. Diretores prediletos: Mike Leigh, David Cronemberg, Claude Chabrol, Gus Van Sant, Ang Lee, Hal Ashby e, com destaque, Pedro Almodóvar.

 

3. Atores preferidos: Tom Wilkinson; Richard Harris; Peter Sellers; Charles Laughton; David Thewlis; Timothy Spall; Jack Lemmon; Djimon Hounsou.

 

4. Atrizes preferidas: Isabelle Huppert; Maggie Smith; Geraldine Page; Julie Christie; Samantha Morton; Maggie Cheung; Julianne Moore; Meryl Streep.

 

Curiosidade: Alguns filmes me fazem chorar copiosamente, não importa seu gênero. Pode ser um drama, como As Filhas de Marvin; um documentário, como A Marcha dos Pingüins ou mesmo uma comédia, como A Fuga das Galinhas (sim, eu choro nesse filme, e muito, na hora que a galinha mecânica levanta vôo...).

 

PS: A equipe do Cozinha... agradece mais uma vez a paciência do Alexei, a rapidez em responder todas as perguntas e a disponibilidade em realizar a entrevista.

 

Agradecemos também a paciência dos demais em ler toda a entrevista e seus comentários. A chapa já começa a esquentar para o The Deadman... se prepara aí Ricardo, a equipe tá chegando.

 
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Minha primeira parte de comentários... Depois faço outros, tenho que ir... Avaliar os novos livros didáticos para o ano que vem (que porre!)

 

The Spartan

 

Já testemunhei usuários repetirem os mesmos raciocínios que eu havia

formulado apenas algumas páginas atrás, e serem congratulados por isso.

Mesmo que não tenha sido intencional, eu tenho o cuidado de ler o

tópico todo, pra não cometer esse tipo de furto intelectual.[/quote']

 

Essa parte do "furto" realmente é algo complexo... Particularmente, não tenho paciência de ficar lendo e relendo posts para ver se alguém já disse o que eu estou dizendo (as vezes faço isso, mas vem se tornando cada vez mais raro)... Acho que o que não pode é ficar criando-se uma situação de "tristeza" quando isso ocorre... Particularmente, sinto-me feliz quando vejo que uma pessoa concorda comigo, seja essa concordância intencional ou não...

 

Isso

existe sim, mas há certos truques para que esses problemas sejam

driblados. Eu cultivo a paixão com presentes sem datas específicas,

cozinhando para ela às vezes, essas coisas. É um trabalho constante,

que exige paciência, mas compensa muito.

 

Tem

um artifício que eu uso e acho muito bacana. Às vezes, quando a coisa

está braba demais, com a gente se alfinetando por qualquer bobagem, eu

esvazio minha mente (algo que também faço todas as vezes que vou ver um

filme) e olho pra ela como se não fosse minha mulher, a pessoa que

conheço e convivo há mais de sete anos. Fico pensando que valeria a

pena conversar com aquela desconhecida, quem sabe convidá-la pra

jantar, se eu tiver sorte e ela se interessar por mim. Isso é um

barato, as rusgas desaparecem como fumaça e eu vejo - de novo - grandes

qualidades nela que estava perigando negligenciar. Como a beleza, por

exemplo. E põe beleza nisso, ela já foi modelo![/quote']

Sem zuação cara, mas isso foi uma das coisas mais belas que eu já li a respeito de como levar um casamento a frente... Muitas vezes, um relacionamento duradouro pode se tornar um tanto enfadonho... Nunca fui casado (ainda estou procurando a mulher certa para passar o resto dos meus dias com ela)... Meu último namoro foi longo, dois anos, e um tanto complicado, uma vez que um ano e meio dele foi à distância... E, creio que a falha minha e da minha namorada foi não sabermos lidar com a proximidade que começamos a ter esse ano, o que acabou ocasionando um desgaste do nosso relacionamento e levando ao término do mesmo... Pego essa fala sua sobre relacionamento como forma de tentar levar meus futuros relacionamentos à frente, pois sem dúvida alguma vc está mais do que correto no que diz...

 

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Me permito aqui um breve momento de rasgação de seda, daquelas quase constrangedoras (não gosto muito dessas coisas mas, nesse caso, vale a pena).

O Alexei é, sem sombra de dúvidas, o cara mais interessante deste fórum (junto com outro que eu gosto muito mas que não irei citar porque o momento de puxação de saco é pro Alexei...mas ambos foram os líderes nas minha indicações para o Pablito). Ler o que ele escreve (quem se importa se é grande ou não? É sempre interessante ler coisas que tenham relevância; por mim, escreva cada vez mais) é um deleite. Admiro sua competência para defender pontos de vista, o notável uso da lingua portuguesa (quem me dera chegar um dia perto da sua desenvoltura...e temos algo em comum, nunca releio meus posts _ ou e-mails, nada_ antes de postá-los e/ou enviá-los. Sai cada coisa, só que na maior parte das vezes eu fico com preguiça de editar e fica do jeito que foi mesmo...tosco) e a tranquilidade com que exerce seu IMPORTANTÍSSIMO papel no fórum: o de ser uma pessoa com estupendo conhecimento cinematográfico mas que nunca se deixa levar por isso. Apesar de não frequentar os tópicos da FMJ (todos engraçados e divertidos; eu vou sempre mas posto raramente...falta de tempo também. Mas dá uma passada lá, é bem bacana!) vejo em você uma pessoa amigável e afável, nem de longe te acho frio.

Muito legal o que você diz sobre o casamento e espero que você e sua esposa continuem trabalhando a relação dessa maneira leve e consciente. E que os filhos venham com saúde!

 

Grande abraço, continue postando muito no fórum pois você abrilhanta MUITO este lugar. E eu sou seu fã! (nem coloquei nenhum emoticon em sua homenagem...hehe)

 

*E o DVD da Adriana Partinpim é uma delícia...show lindo, emocionante...ela é muito legal. E "Esquadros" é uma música maravilhosa. Conhece a versão do Los Hermanos que eles fizeram para o Luau MTV? Se não, dê uma conferida, ficou chique

 

**** FIM DA RASGAÇÃO DE SEDA; VOLTEMOS À PROGRAMAÇÃO NORMAL****

 

 

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Li a entrevista, ficou muito legal. Parabéns a todos - o que inclui, obviamente, o Alexei. Sou novato por aqui mas já percebi algumas coisas, e uma delas é o que está escrito aí em cima pelo Thico. Ele já disse tudo, não vou ficar repetindo.

 

Aproveito o espaço e peço desculpas para o usuário Nacka, que me convidou para fazer algumas perguntas ao entrevistado. Fiquei meio que ausente do fórum - e bastante ocupado - por mais de uma semana, o que me impossibilitou de enviá-las.

 

É isso.
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Viram' date=' gente? O maior mérito da Cozinha é este mesmo. Ela pode, realmente, fritar com o convidado. Mas se ele for tão inteligente e sincero como o Moviola e o Alexei, sairá ovacionado, reconhecido e com a moral, merecidamente, lá em cima. [/quote']

 

Só complementando o que o Forasta disse, particularmente fico muito feliz com os comentários feitos, o que mostra que conseguimos chegar ao nosso objetivo...
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Cada vez que eu volto aqui, me sinto na obrigação de comentar mais alguma coisa e me emociono de novo. Antes de mais nada, a Cacau (minha mulher) descobriu essa entrevista e ficou zoando comigo ("olha, virou celebridade!"), hahah! Ela mandou dizer a vocês, amigos, que também cozinha para mim, mesmo quando eu não peço. É a mais pura verdade.

 

Foras e Silva, grande abraço. Gago, por onde você andou, homem? Viu lá o 19 dias de Terror e Suspense? Foi muito bom.

 

E Thiago, bem, seu post não é algo que se ouve ou que se lê todo dia. Eu fiquei realmente comovido. Sinta-se recebendo um abraço virtual agora e um cascudo no cocoruto por ter mandado A.I. pelos ares lá no Cineclube, hahaha!

 

Aos demais colegas, vocês verão a experiência bacana que é ser entrevistado pela equipe do Cozinha. Acaba sendo um processo de auto-conhecimento e isso é algo que todo mundo precisa.

 

Agora fui de vez. Vida longa ao Hell's Kitchen!
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Pronto, li tudo.

Realmente, a Cozinha está se tornando um ótimo veículo para que conheçamos os usuários do fórum. Eu só tinha formado uma opinião sobre o Alexei como um cinéfilo, já que, como ele próprio disse, raramente vai na seção Geral e acaba assim criando um certo distanciamento dos outros membros.

 

Por isso, vou admitir que, levando em conta o comportamento "frio" do Alexei no fórum, até esperava que a entrevista fosse desinteressante; no entanto, me surpreendi ao ver como estava enganado. Em suma, parabéns ao Alexei e aos cozinheiros, que estão mesmo cumprindo o prometido.

 

(E, com isso, veja se começa a participar do Geral. 06)
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Parabéns ao Moviola e ao Alexei pelas entrevistas ! Sempre achei os dois , alguns dos caras mais sensatos desse hospício que é o Fórum , rrsrs , e os depoimentos só confirmaram a minha impressão .

 

Moviola , parabéns também pela condução do Pinga-Fongo !

 

Alexei , valeu pela menção e pela coisa da " vasta cultura cinematográfica " , que acredito não ser tão vasta : no Fórum há um pessoal que sabe muito mais do que eu .

 

E eu já estou de bom humor ,rsrsrs . Naquele dia eu estava querendo bater nos outros com cabides de arame , tal qual a lendária Joan Crawford ,hehehe.

 

Aproveito também para parabenizar o Nacka pela condução das entrevistas e pedir desculpas pelo estresse .

 

Bom , é só isso  . Um abraço a todos .   
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A entrevista do The Deadman está oficialmente encerrada. Gostaria de agradecer à equipe do Cozinha que mais uma vez não negou fogo (e como tem fogo nesta entrevista!) e é claro, ao entrevistado que respondeu todas as perguntas que lhe foram enviadas (menos uma que eu deliberadamente não enviei por julgá-la ofensiva e fora do tom de tudo que já havíamos conversado) de forma direta e rápida. Domingo a entrevista será publicada.

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EquipeAvatar do Cozinha do Inferno

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Prato do Dia

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The Deadman

 

Ajudante da Cozinha:

 

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 Serge Hall

 

Avatar Alexei

 

Ajudantes que foram convidados mas declinaram do convite: Dook e Amfíbio.

 

Petisco de entrada servido pelo nosso dublê de porteiro e entrevistador, ele, O Pato louco:

 

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Ficha completa do entrevistado:

 

Nome: Ricardo Alves Leite
Profissão:
Analista de Materiais Elétricos
Filmes prediletos:  Vários. Bota alguns que me vieram à lembrança agora
: Psicose, Aliens-O Resgate, Fome Animal, O Carteiro e o Poeta, Tubarão, Expresso Para O Inferno, Scarface, A Escolha de Sofia, Melhor Impossível, Taxi Driver    
Atores prediletos: Jack Nicholson, Christian Bale, Al Pacino, Robert DeNiro, Wagner Moura,  Chico Diaz, Matheus Nachtergaele, Mazzaropi, Denzel Washington, Marcos Nanini  Atrizes Prediletas:
Meryl Streep, Glenn Close, Fernanda Montenegro, Sigourney Weaver, Rachel MacAdams, Zhang Ziyi, Emma Thompson, Greta Garbo, Anne Bancroft
Diretores prediletos: Alfred Hitchcock, Martin Scorcese, Steven Spielberg, Spike Lee, Peter Jackson, Fernando Meirelles, Ang Lee, Brian de Palma, Hal Ashby, Chan-Wook Park, Richard Donner, Walter Hill, Sergio Leone, George Romero.

 

 

Sem mais delongas e ao som de Vertigo do U2...

 

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PERGUNTA: Quem é o cara por trás do nick The Deadman? Como você se auto definiria? <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

THE DEADMAN: Um cara comum que adora Cinema, cheio de defeitos, poucas virtudes. Uma pessoa que preza demais a amizade e a família. Auto definição? Hummm... Coisa complicada, hein? Sou teimoso, rancoroso, perfeccionista e companheiro. Além de ser completamente viciado em vinhos, chocolate, café e sexo.         

 

PERGUNTA: Acho que você demonstra ter uma grande virtude: Assumiu seus defeitos sem cerimônia ou você acha que todo mundo faz isso? Além do que, seus defeitos podem facilmente transformar-se em qualidades. Viciado em sexo é? Faz terapia? Hahahaha...

 

THE DEADMAN: Sinceramente, não sei. Na verdade sou muito pretensioso (outro defeito...) e muitas, muitas vezes acho que estou fazendo “o melhor” e na verdade não to fazendo porra nenhuma. Por conta disso já me ferrei muitas vezes. Sendo assim comecei prestar mais atenção nos meus defeitos. O pior é que gosto de alguns deles...

 

É...sou viciado em sexo, mas nunca fiz terapia no sentido convencional do termo. Se é que se pode chamar assim, minha única terapia é buscar viver minha sexualidade da melhor maneira possível: com muito amor, carinho e sacanagem com minha esposa! Quer coisa melhor?! Aliás, apesar de ter uma esposa psicóloga e adorar qualquer assunto relativo à Psicologia, não acredito em terapia. Sei que pra mim seria perda total de tempo. Minha esposa costuma dizer que sou “caso perdido” e que se eu fosse procurar um(a) terapeuta (seja lá pro que for e ela julga que tenho n razões pra isso! Coisa de psicóloga...) provavelmente terminaria analisando o(a) terapeuta e não o contrário.  

 

PERGUNTA: Você diz que gosta de vinhos, já ficou bêbado de dar vexame? Aliás, pelo que me lembre porre de vinho é uma das experiências mais horríveis que se tem notícia...   

 

THE DEADMAN: Putz!!! Nem me fale! Na verdade nunca fiquei chapado com vinho. Não nego, já tive ressacas inacreditáveis por beber vinhos comuns e doces do tipo Chapinha, Dom Bosco etc ainda na minha adolescência, mas a gente vai envelhecendo e aprendendo um pouco sobre as coisas. Hoje sei que o chamado “vinho de mesa” (entenda-se, vinho doce comum) é um veneno pro fígado, pois seu teor de açúcar é muito maior que o do vinho seco, logo a ressaca é maior. Sendo assim, com muito custo, comecei a apreciar vinho seco.

 

Gosto muito da variedade Cabernet Sauvingon principalmente os chilenos Gato Negro, Frei Leon e Concha y Toro devido o excelente custo benefício. Também recomendo uma marca que descobri recentemente lá do Rio Grande do Sul: Don Giovanni. Muito, muito bom! Detalhe: não entendo porra nenhuma de vinho. Gosto do vinho cujo bouquet (palavra “aviadada”, mas gosto da sonoridade) me apetece o olfato e que na boca cai bem. Quanto a vexames já dei alguns... Mas, nenhum deles por conta de vinho. Aliás, bebo muito ocasionalmente e nem mesmo de tudo. Por exemplo: não gosto nem de cerveja (clara), nem de uísque e muito menos de cachaça. Prefiro as cervejas escuras e outros tipos de destilados: vodca e (minha preferida) tequila. Mas como são bebidas fortes, normalmente só as consumo em ocasiões especiais tais como baladas, festas na casa de amigos ou curtição num feriado prolongado num sítio (dá tempo de recuperar de um eventual porre). O meu mais tenebroso foi há uns seis anos em Búzios. Eu e mais dois amigos fomos de carro pra lá num feriado. Ficamos hospedados em Cabo Frio e todas as noites íamos pra Búzios curtir (considero a noite de Búzios uma das melhores do Brasil). Descobrimos um bar muito bacana na época (ano passado voltei lá, mas não está mesma coisa... Pena.) chamado Zapata. O lugar era muito interessante: construído num barranco, possuía vários desníveis, o que acabava por criar ambientes e lá pelas tantas acabava virando uma boate com Dj e tudo. Como o nome já sugere o bar é no estilo mexicano e, claro, servia tequila, mas num preço exorbitante. Como o acesso era livre, tive uma idéia pra economizar: comprei uma garrafa de Sauza Ouro e escondi debaixo de uma canoa que estava na areia da praia logo em frente. Chegamos, pedimos uns tacos, umas tequilas (pra ficar com o copinho) e uns refris. O esquema era o seguinte: pedi um guaraná, enchi o copo e sai pra rua. Quando o segurança do bar me olhava torto ou me perguntava aonde eu ia, dizia que só estava saindo pra esperar por uma amiga e que já estava retornando, indicava onde estava sentado e tal. Ia até a areia, jogava fora o guaraná, enchia o copo de tequila que, por ser Ouro, se passava por guaraná e voltava na boa pra mesa.

 

O problema é que numa dessas idas a garçonete do bar recolheu o copinho. Assim, eu fiquei bebendo no copo grande e (mesmo intercalando com suco e água) acabei perdendo a noção do quanto estava realmente ingerindo. Resumo da ópera: bebi quase uma garrafa de tequila sozinho e fiquei “rodando igual helicóptero”. Mexi com a mulher dos outros, joguei coisas no chão, dei cotoveladas a torto e a direito. O escambau. Por fim, fiquei tão mal que quando cheguei ao banheiro pra lavar o rosto e dar uma melhorada, minhas pernas fraquejaram e eu emborquei pra debaixo da pia e depois de vomitar até as tripas, fiquei segurando num rodo que estava perto e de lá só fui sair quando já estava clareando. Lembro-me que até o gerente do bar foi chamado pelos seguranças e pelos meus amigos na tentativa de me tirar de debaixo da pia (apesar de estar bêbado, consegui a proeza de não me sujar e me lembro que ficava repetindo pra me deixarem quieto, pois tudo girava e que “eu não podia largar o rodo, pois ele era meu contato com a realidade”. Afinal, tudo o mais rodava...), mas nada me tirava de lá. No fim das contas sai de lá carregado.  Perdi a conta de quantas vezes vomitei (bílis inclusive) e dormi (entenda-se desmaiei) quase por 10 horas seguidas (meus amigos já estavam pensando em me levar pro hospital pra tomar soro na veia...).   Lembro–me que no outro dia acordei como um zumbi: amarelo, com olheiras, uma dor de cabeça lancinante e nada, nem água, parando no estômago. Pode crer, não existe ressaca pior que a de tequila. Nada chega nem perto. Só depois fiquei sabendo que cheguei a correr risco de vida, pois a tequila é uma bebida muito tóxica. Depois desse dia, só de ouvir a palavra “tequila” eu sentia ânsias de vômito. Só fui voltar a pôr tequila na boca 3 anos depois...

 

Detalhe: um dos meus amigos tirou uma foto minha escornado debaixo da pia, ou seja, há prova do crime!

           

 

PERGUNTA: Quem você já teve vontade de esganar aqui no fórum? (além de mim?) e Porquê?

 

THE DEADMAN - Putz, já tive vontade de esganar várias pessoas aqui! Como adivinhou, você é uma delas (lembra-se do episódio “Arroz Arbóreo”? Nacka, suas ironias me irritaram pra cacete, além de não ter concordado com elas, mas soubemos contornar as rusgas numa boa. Sem ressentimentos. Aliás, depois daquela mensagem ao Soto que enviei por engano a você, as coisas ficaram bem mais “claras”. Aquilo foi hilário!!). Abaixo, outras:

 

Mestre Sapiente (Amfíbio) Motivo: sei perfeitamente que o cara é uma pessoa inteligente e bom argumentador. Invariavelmente mostra ter um excelente gosto fílmico, mas invariavelmente também, se faz de “O Gostoso da Bala Chita” e acho isso extremamente besta. Pobre mesmo. Confesso que antes me irritava. Hoje só acho graça e desprezo quando se porta dessa forma. Claro, que com muita ironia (coisa que ele adora!). Mas, todas às vezes que escreve algo bacana, não me furto de elogiar. Exemplo: post sobre “Vestida Para Matar”.

 

Dook Motivo: já tive várias rusgas com o Dook (tudo começou na época do lançamento de “A Paixão de Cristo”...) tanto por questões de opiniões divergentes acerca de filmes, quanto por comentários falaciosos e tendenciosos sobre tudo no Fórum (de filmes a posts de usuários, do papel da Moderação à linha de raciocínio em relação a qualquer coisa). Aliás, vale ressaltar que o Dook também parece ser um cara inteligente, que quando quer sabe usar da retórica para argumentar com bom senso e lógica (além, é claro, de já ter escrito coisas muito bacanas sobre vários filmes), mas quase sempre prefere se arvorar numa hilária postura de “O Foda” em matéria de Cinema. Quem acompanha o que o Dook escreve e sabe ler nas entrelinhas (algumas nem tão nas entrelinhas assim...) pode perceber que muitas vezes a opinião dos outros não lhe interessa, mas apenas servem para proporcionar meios para a manipulação das idéias postadas para a  ridicularização do outro, o uso de ironias e falácias de todos os tipos. Lembro-me de uma em especial. Não sei em que tópico do “Geral” foi (acho que era sobre “Você Acredita em Deus?”), mas ele escreveu tanta besteira, tantas falácias em relação a uns comentários feitos pela minha conterrânea Madame Bovary (Janaina, sumida...) que não agüentei e decidi “comprar a briga” pontuando todas as estultices dele. O Soto, inclusive, deve se lembrar desse episódio... O post ficou imenso, detalhado nas considerações e contra-argumentos, mas (para minha surpresa) o Dook se limitou a escrever algo parecido com: “Ok! Mas, o que isso tem a ver com o assunto do tópico? Afinal, o assunto aqui já foi bem desvirtuado, não acha? Que tal voltarmos para o que interessa...” (???!!!) Fiquei pasmo. Sem ação. Além de não me responder (na verdade deveria tê-lo feito à Bovary...), não admitiu  as asneiras e ainda saiu-se como o “O Bom Moderador” (coisa que NUNCA foi) e me chamou “na responsa” por estar “flodando”!! Depois do choque, saquei qual era a do Dook e até pedi desculpas por ter me “excedido” e me intrometido num assunto que não me dizia respeito. Mas, depois desse dia, o conceito que eu tinha dele (que já não era lá grandes coisas...) caiu vertiginosamente. E depois do papelão que fez no episódio do “Chute nos Fundilhos” dado pelo Pablo... Vamos ver como será daqui pra frente como relés usuário.  

 

Scarlet Rose Motivo: Imatura, prepotente, metida à besta. Uma versão “melhorada” (piada, né?) do Dook. Fraquinha, fraquinha em argumentação... Já escreveu coisas interessantes sobre alguns filmes (“Brokeback Mountain”, por exemplo), mas realmente acha que usar a falácia “Ad Hominem” é uma forma de mostrar inteligência e desenvoltura. Sumiu do fórum e por uma estranha razão não achei isso nem um pouco ruim...                          

J. De Silentio Motivo: um dos (senão o mais) usuários mais inteligentes, perspicazes e bons argumentadores do fórum. Talvez por isso mesmo e por saber disso, me parece ser um pouco “elitista”. Lembro-me da última vez que trocamos idéias aqui e o clima não ficou muito bom (pelo menos do meu lado). Perguntei numa boa o porquê dele ter sumido do fórum (tópicos dos filmes) e de não ter respondido minhas MPs e ele me respondeu com algo do tipo: “É verdade. Estou sumido mesmo. Mas, de nada adiantaria se lhe disser que fui na esquina comprar fósforos, não é mesmo?” (???!!!) Sem comentários, né? Hoje, tô na boa com o Silentio, mas na ocasião deu vontade de esganar!

 

Têm outros como: Plutão Orco, Alexei, Pablo Vilaça, Katsushiro, artemis delarge, Mr. Scofield etc. Mas, se eu me fiar a explicar os porquês da vontade de esganar todos eles a entrevista vai ficar só nisso!              

 

PERGUNTA: Ah... isso aqui é saboroso... tantos inimigos Deadman? Como consegue dormir? Com uma lista dessas me assombrando eu não dormiria por uma década..  Já pensou se eles resolvem (todos ao mesmo tempo) fazer o mesmo com você? Desses aí quem já foi redimido? Ou permanece tudo na mesma? Putz agora que eu vi... até o Scofa (e ele vai te fazer perguntas..certas coisas realmente não têm preço..)

 

THE DEADMAN: Peraí!! Não me coloque em tão maus lençóis assim, Nacka! Eles não são meus inimigos! Aliás, se assim fosse, você estaria no meio! Você me perguntou o nome de usuários que tive vontade de esganar. E eu citei alguns nomes e motivos. Alguns sei que não vão com a minha cara tanto quanto eu, outros, por motivos pontuais e nem mesmo sérios (seu caso, do Mr. “Sílvio” Scofield, J. de Silentio e até o Plutão Orco). Mas daí a serem inimigos vai uma grande diferença!! Se eles decidirem juntos fazer o quê?! Não entendi... Decidirem explicitar os porquês já tiveram (sic) “vontade de me esganar”? Fiquem à vontade!! Gostaria (sério) de saber os motivos deles (caso existam). Quem sabe assim posso ver onde falhei e melhorar, né? Não, nenhum se redimiu. Aliás, minto. Houve trocas de posts mais corteses depois de algumas “alfinetadas” entre mim e a Scarlet e até mesmo com o Dook, mas hoje a situação com ambos tá mais pra lá do que pra cá.       

 

 

PERGUNTA: Dar o braço a torcer e reconhecer que está errado ou morrer atirando? Quando sabe que chegou a hora de desistir de algo? Ou não sabe?

 

THE DEADMAN - Acredito que apesar de ser muito teimoso, melhorei bastante e hoje procuro ouvir com mais atenção o que o outro diz. Logo, a chance de eu dar o braço a torcer e reconhecer meu(s) erro(s) são muito maiores. Morrer atirando é uma grande bobagem! Lembro-me que há pouco tempo recebi uma mensagem por e-mail que trazia mais ou menos a seguinte história: um casal se dirigia de carro a uma festa e já estavam atrasados. O marido dirigia e se orientava por um mapa e a esposa, que já conhecia parte do trajeto, ajudava o marido. Chovia muito e por estarem atrasados o marido ia ficando cada vez mais e mais nervoso. Em determinado parte do trajeto, na dúvida, o marido pergunta à esposa se deveria virar à direita ou à esquerda. A mulher tinha CERTEZA que o marido deveria tomar à direita, mas o marido no último momento resolve virar à esquerda dizendo “ser melhor”. A esposa fica calada e apóia a decisão. Depois de perceber que saiu numa rua sem saída o marido pergunta: “Se você tinha certeza que eu estava errado, por que não insistiu para que eu pegasse à rua da direita?” e ela responde: “Porque nem sempre estar com a razão é o mais importante. Você está nervoso por conta do atraso e eu percebi que se insistisse, você ficaria mais nervoso ainda, podendo brigar comigo ou causar um acidente. Ter você bem comigo e te apoiar é muito mais importante pra mim do que simplesmente ter razão.”

 

Aliás, essa historinha é regra básica para a manutenção de um bom relacionamento seja ele um casamento, um namoro, uma amizade. Boas discussões também. Seja porque você percebe que não adianta tentar abordar outro enfoque já que o outro se mostra irredutível, seja porque no frigir do ovos você tem que parar e perguntar “O que isso vai mudar na minha vida e na da outra pessoa?” Se a resposta for “nada” ou “quase nada”, cá entre nós, não fará a mínima diferença ter razão ou não, não é mesmo? Além disso, tem vezes que me dá uma preguiça...     

                 

PERGUNTA: Linda a historinha...(de verdade) é bem isso aí mesmo. Me diga aí, já perdeu alguém por causa do gênio? Algum amigo que agora é inimigo ou namorada que agora quer te matar... fale sobre perdas emocionais...

 

THE DEADMAN: Não. Gosto de conversar. Sinceramente acredito que uma boa conversa é capaz de resolver as coisas. Já perdi amizades por conta de “trairagem”, pisadas na bola feia em termos de confiança. Amizades que foram postas de lado por conta de mesquinhez e egoísmo. Mas por conta do meu gênio, não. Falar de perdas emocionais é foda. Sinceramente, não gosto. Prefiro deixar de lado. Não sou do tipo de tecer comentários pejorativos e remoer lembranças de pessoas que nem mais fazem parte do meu círculo de amigos. Que sejam felizes do jeito que escolheram e com os amigos que tiverem hoje.

 

Perdas emocionais... Fiquei muito chateado quando, por conta de ciúmes de uma antiga namorada deixei de ter amizade com uma das grandes paixões da minha vida (uma outra ex). Deixei de lado um relacionamento que hoje poderia ser forte por conta da insegurança doentia de uma pessoa imatura. Pior é que, além de tudo, essa ex-namorada na época passou essa doença (ciúmes patológico) pra mim, o que fez nosso relacionamento degenerar e acabar de modo abrupto e da pior maneira possível: com mágoas e ressentimentos. Já desencanei em relação a esse episódio e hoje vejo que foi uma verdadeira benção termos terminado, mas só de lembrar me vem à tona os sentimentos ruins e de decepção.        

 

 

PERGUNTA: Casado com uma psicóloga, tem sido bom pra você? Ela te analisa? Filhos? Faz o quê da vida?

 

THE DEADMAN: Por enquanto, tem sido ótimo! Mas nada a ver com o fato dela ser psicóloga. Mas sim, com o fato do nosso casamento estar muito bem, obrigado! Como ela diz: “Antes de ser psicóloga, sou mulher! Sou gente, pô!” Aliás, se quero “pegar no pé dela” e irritar basta eu dizer: “Mas, você é psicóloga!” Ela fica puta da vida com isso! A realidade é uma só: Mulher é um bicho esquisito. É um gênero muito diferente do Homem. É preciso muito tato, muito jeito, muita paciência e carinho. E ainda assim, você NUNCA entenderá o que a mulher É e QUER. Não é a toa que Freud escancarou que uma das suas frustrações é não ter conseguido “decifrar” a mulher e seus desejos... Seja ela psicóloga, dentista, dona de casa, advogada, balconista... Não, ela não me analisa. É mais fácil eu fazer isso com ela! Ainda estamos curtindo “Lua de Mel” (estamos casados a dois anos e meio). Estamos programando a encomenda do baby pro ano que vem.

 

Bom, não entendi se a pergunta foi direcionada para o que eu faço ou para o que ela faz. Mas, vou responder em ambos os casos:

 

Sou formado em Engª Elétrica na PUC-BH e trabalho como Analista de Materiais Elétricos numa empresa do Grupo Fiat. Minhas esposa tem 31 e “se vendeu ao Sistema” (trabalha como Analista de Cargos e Salários na Coca Cola).        

 

PERGUNTA: Engenheiro e uma Psicóloga, os dois trabalham fora, quando vierem os filhos isso não vai atrapalhar? Como vocês se conheceram? Acredita que duas pessoas racionais (não digo que vocês são, apenas quero sua opinião) têm mais dificuldade de se relacionarem?

 

THE DEADMAN: Já estamos pensando nisso. Na verdade não sabemos como vamos fazer, mas acho que vai atrapalhar, sim. Existem paliativos (escolinhas, casas dos nossos pais, babás de confiança), mas nada que compense a falta dos pais por perto, principalmente da mãe. Mas, em tempos pós-modernos de início de século, não há muito o que se fazer. Ambos precisamos trabalhar.   

 

Conheci minha esposa numa grande coincidência. Fui a uma boate a convite de uma amiga minha. Ela queria me re-apresentar a outra amiga dela (essa amiga já havia me notado numa outra balada e gostou de mim). Na hora das apresentações, apesar de ser um morenão, quem chamou mais a minha atenção foi outra do grupo que a acompanhava: uma garota morena clara, no estilo mignon, baixinha e de expressivos olhos castanho escuros. Não ficamos nesse dia. Aliás, ela mal me notou. Duas semanas depois fui convidado por ela pra comemoração do seu aniversário em outra boate e lá rolou de ficarmos juntos. O interessante é que nesse dia eu achava que ela não estava nem aí pra mim (depois fiquei sabendo que estava sim, mas pelo fato de ser tímida dava impressão do contrário). Entretanto, a tal morena que também havia sido convidada, estava me secando. Um amigo que me acompanhava me dizia que eu só podia estar “lesado” de dispensar uma mulher daquelas, ainda mais por conta do “mole” que estava me dando... Mas, pensei: o que eu quero fazer? Quem eu realmente quero beijar e ficar? Decidi arriscar com a aniversariante. Ficamos nesse dia e estamos juntos até hoje. Já vão fazer sete anos!      

 

Sim, acredito que o relacionamento entre duas pessoas muito racionais deve ser bem mais complicado. Exemplo: ambos somos teimosos e egoístas, mas ela é mais racional do que eu. Se ambos fossemos muito racionais, nosso relacionamento não estaria durando até hoje de jeito nenhum!     

 

 

PERGUNTA: Você é conhecido por ser um argumentador tenaz e também por não ter papas na língua aqui no fórum (o que já te rendeu "inimigos" ferozes) você, Ricardo, aí fora, é assim também?

 

THE DEADMAN: Sim. Inclusive, a maioria das vezes que discuto com minha esposa (nunca brigamos, mas discutimos sempre...) é porque sou teimoso e questiono sempre. Gosto de entender as coisas nos seus pormenores. Sou perfeccionista e às vezes isso enche o saco (até o meu, que dirá das pessoas que convivem comigo!). Procuro seguir uma linha de raciocínio que fuja do que seja falacioso, sofista, tergiversado. O bom senso (mesmo sendo comum) e a lógica das idéias de modo que seja possível fazê-las concatenadas, inteligíveis. Fazer-me entender, bem como conseguir entender meu interlocutor é primordial. Agora, quando entra no meio da discussão a ironia, as falácias e a agressão gratuita, não sou obrigado a fazer de penico meus olhos e consciência! Aliás, vale ressaltar que não tenho nada contra a ironia (excelente ferramenta argumentativa. Que o diga Sócrates!), mas há momentos e momentos. Usá-la quando se está frente a frente de alguém já pode causar situações complicadas e desagradáveis, imagine então quando isso não é possível? A “leitura”, a entonação e a interpretação fica mais por conta de quem recebe do que de quem emite a ironia, o que configura-se um perigo. Mas acredito que diferentemente do que ocorre aqui no Fórum, apesar de algumas vezes polemizar, não tenho “inimigos” aqui fora. No máximo, algumas pessoas que não vão com a minha cara... 

 

PERGUNTA: Ironia é realmente uma ferramenta e tanto... pena que muitas vezes temos que explicá-la e aí perde a graça. Magoar alguém em uma discussão te deixa mal? Ou é do tipo que nem liga e segue em frente? Isso já aconteceu?  

 

THE DEADMAN: Nem sempre. Tenho um lado meio sádico. Às vezes sinto um mórbido prazer em ver o outro se sentir “picado” pela minha ironia ou por um argumento mais contumaz. Mas, tenho me policiado bastante a fim de evitar agir assim, pois já fiquei muito mal e triste de ver pessoas que prezo muito (amigos, irmãs e até mesmo minha esposa) ficarem tristes por conta de uma palavras duras e irônicas que não levaram a nada! E é justamente por saber como é a dinâmica da coisa é que não curto muito a ironia gratuita, agressiva e mal dirigida aqui no fórum.

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Uma boa entrevista não é nada mais que o estado de espírito de quem faz as perguntas e é claro, de quem as responde. Às vezes precisamos tirar água da pedra, tentamos e não conseguimos, outras vezes queremos uma coisa e recebemos outra... muito mais substancial.

 

Ao som de Honest Joe do James:

 

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PERGUNTA: Nosso chèf, Nacka, me informou que você tem diversas reservas quanto a alguns usuários do fórum. Mesmo sem saber se eu sou um deles ou não, te pergunto: independentemente dos motivos, como você lida com tal situação? Te traz algum desconforto? Você tentou resolver a pendência alguma vez ou acredita que não valeria a pena? 

 

THE DEADMAN: Normalmente, só reajo. Ou seja, não me torno (ou arranjo) desafeto de modo gratuito. Uma ironia, uma frase direcionada a mim que interpreto como sendo agressiva à minha pessoa ou conceitos que prezo são coisas que, via de regra, desencadeiam uma reação mais contundente. Alguns exemplos: no tópico sobre “Brokeback Mountain” (ainda não tinha visto o filme) iniciei minha participação tecendo comentários sobre possíveis implicações do filme e das reações do público aqui no Brasil. O que aconteceu em seguida? Fui prontamente rechaçado pela Scarlet Rose (com o apoio do Dook...) de modo irônico e agressivo. Entre outras coisas ela me aconselhou a ver o filme antes de criticá-lo. Ora, eu não havia feito um comentário ou crítica ao filme! Como poderia fazê-lo se nem o tinha visto ainda? É claro que tive que gritar esse pequeno detalhe pra ela (como se já não estivesse claro considerando o teor do post...), mas de nada adiantou e as ironias, agressões, tergiversações etc continuaram. Minha reação? Dei o troco na mesma moeda (agressivo e usando de ironias), mas com a diferença de contra-argumentar mostrando as falhas no discurso dela. Infelizmente, isso nunca surtiu efeito (nem no tópico em questão, nem em outro qualquer...). Quando se enfarava de responder minhas replicas, postava uma figura de uma criança chorando, chupando chupeta ou mamando nos peitos de uma mulher. A esse último, respondi que ela podia me mandar chupar peitos à vontade, pois adoro fazer isso. 

 

Outro: no tópico “King Kong” perguntei à galera que participava se era impressão minha ou o personagem vivido pelo ator Andy Serkis era uma homenagem do Peter Jackson ao Popeye. Eis que aparece o Amfíbio com sua usual polidez e amabilidade me perguntando se eu queria que também aparecesse a Olívia Palito e o Brutus no filme para deixar claro, o óbvio. Putz!! A pergunta que fica é: pra quê isso? Qual o interesse real em responder uma pergunta inócua (boba? Talvez. Mas, seria ofensiva?) dessas com tamanha ironia e agressividade? Posso até ser imbecil às vezes, mas pra mim, uma pessoa que se porta dessa forma com freqüência e, contrariando ao bom senso e a política da “boa vizinhança”, se vangloria desse comportamento tem um sério problema psicológico e/ou de auto-estima. Por fim, “agradeci” pela confirmação e afirmei que ele, no alto de sua sapiência e perspicácia, provavelmente reparou “de primeira” que os tiranossauros do filme tinham três dedos ao invés de dois como homenagem de Jackson ao filme de 1933...

 

Ou seja, costumo dar o troco na mesma moeda. Algumas vezes posso até incorrer nas mesmas falácias e truculência do meu interlocutor, mas procuro não fazer isso (nem sempre consigo). Quanto a ter desafetos, isso não me incomoda nem um pouco. Podem continuar sendo-os ou não. Tudo vai depender de como uma discussão vai começar e/ou como serão abordados os assuntos. Podem, inclusive, tornarem-se “buddys”. Why not?

 

Não, nunca tentei resolver uma pendência via MP. Hummm...Minto. Houve uma vez em que enviei algumas mensagens ao Dook no episódio da suspensão do Soto por conta da brincadeira dele com imagens editadas envolvendo a Scarlet. Lembro-me que comecei “chutando o pau da barraca”, mas após ficar ciente de algumas coisas que ocorreram nos bastidores, baixei o tom e retirei minhas acusações à Scarlet e a postura do dele em apoiá-la. Tirando isso, não houve nada. Ahh!! Menti de novo... Houve uma situação em que enviei ao Nacka uma MP que deveria ser pro Soto (ato falho manda lembranças). Nela comentava que não estava sacando qual era a do Nacka, pois ele estava pegando no meu pé... A situação foi hilária e me deixou muito sem graça, mas serviu pra eu conhecer um pouco mais sobre a personalidade do chèf.

 

De qualquer forma, só acho que valha a pena uma aproximação maior no sentido de pôr as coisas à limpo se houver alguma afinidade, caso contrário, que se dane!       

    

 

PERGUNTA: Você é casado com uma psicóloga e, coincidentemente, meus pais são psicólogos. Em que medida isso interfere nas relações familiares e, mais especificamente, no diálogo em seu casamento? 

 

THE DEADMAN: Em nada. Somos um casal como qualquer outro. Como disse antes, minha esposa se “vendeu ao Sistema”, ou seja, trabalha com um enfoque organizacional dentro de uma instituição privada. Logo, não possui o perfil de uma terapeuta. Aliás, pelo que me contou, infiro que suas intervenções clínicas não foram muito reveladoras e produtivas... Sou muito mais reflexivo, observador e analítico do que ela. Só para você ter uma idéia quem a chama pra discutir a relação sou eu!! É claro que por ela ter uma formação na área, consegue lidar com minha carência de modo mais adequado, me podando nas horas certas. Melhor pra mim...             

 

PERGUNTA: Na minha percepção, você é um grande apreciador do cinema que, aqui no fórum do CeC, valoriza a discussão acima de tudo e, muitas vezes, se vale de uma ironia particularmente destrutiva. Eu próprio senti na pele essa faceta sua. Você concorda com isso? Como você avalia sua própria participação e suas contribuições neste ambiente de troca de idéias? É a hora do espelho. 

 

THE DEADMAN: Em partes. Realmente muitas vezes faço uso da ironia, sim. Mas, nem sempre destrutiva. Eu a chamaria de mordaz, ácida. Nossa troca de “farpas” no tópico “Pequenas Causas Cinematográficas: A Paixão de Cristo”, por exemplo, é prova disso. Aliás, se reler com cuidado, aposto que perceberá ironias desse tipo os seus escritos também... Em todo caso se  o ofendi, peço desculpas. A intenção era provocar, não ofender. Aproveito para parabenizá-lo por seus posts, pois acho que você escreve muito bem! Aqui no Fórum penso que só o J. de Silentio te supera na composição de estruturas e argumentos tão deliciosos de se ler à despeito de eu concordar ou não. 

 

Faço o possível para que a discussão renda, mesmo que haja divergências. Infelizmente, às vezes erro a mão, o que pode fazer o bolo desandar, mas prezo muito a troca de idéias num ambiente sem agressões.             

 

PERGUNTA: Em alguns posts seus, como naqueles veiculados no tópico referente ao filme Brokeback Mountain, você deixou transparecer uma certa ortodoxia religiosa. É verdade ou apenas impressão minha? Como é sua relação com a espiritualidade nestes tempos em que o agnosticismo está tão em alta?

 

THE DEADMAN: Impressão. Sou tudo, menos ortodoxo (religiosamente falando). Minha formação é católica e durante muitos anos fui praticante. Mas, comecei a fazer questionamentos que não foram respondidos de modo satisfatório perante incongruências encontradas dentro da própria Bíblia e da Igreja. Assim sendo, decidi abandonar o catolicismo. A partir daí comecei a pesquisar e experimentar outras filosofias e visões religiosas: hinduísmo, espiritismo, protestantismo, esoterismo. Como sempre tive uma inclinação muito grande para o lado místico das coisas acabei entrando para um grupo esotérico chamado Gnose e o freqüentei durante vários anos. Infelizmente, pela Gnose possuir uma práxis muito rígida, mas fundamental para o crescimento espiritual real do interessado, e eu não me esforçar o bastante, decidi que seria melhor abandoná-la. Hoje me defino como um “cristão-aberto-a-outras-filosofias-e-idéias’. Mas, fiquei curioso: em que ponto dos meus comentários no tópico mencionado dei a entender ser ortodoxo? Sinceramente não me lembro de nada que indique essa concepção à meu respeito... Talvez, uma postura preconceituosa (sim, sou meio homofóbico e era pior, mas descobrir que um dos seus melhores amigos é gay, faz coisas...), uma moralidade ortodoxa ultrapassada, mas algo do ponto de vista religioso... Estranho.                    
 

PERGUNTA: Pelo que se pode observar em seus comentários e pela ótima lista elaborada para o tópico 19 Dias de Terror e Suspense, você deve ser um admirador destes gêneros. Em sua opinião, quais as conseqüências mentais e emocionais para o espectador, advindas da violência que é inerente a esse tipo de filme? Há necessidade de filtro para tal informação? Em que medida isso poderia ocorrer, e da parte de quem?

 

THE DEADMAN: Complicado. Li já faz tempo um livro chamado “Conhecimento Proibido” onde o autor (Roger Shattuk) faz um verdadeiro apanhado filosófico e sociológico das implicações acerca do Conhecimento Humano em várias esferas (da Arte à Ciência, da Política à Religião) e das suas conseqüências na sociedade. Ele questiona os limites (se é que eles existem) e os benefícios de se saber TUDO ou, melhor dizendo, da busca do ser humano em abarcar o máximo possível nesse sentido. Numa época onde nunca tivemos tanta informação disponível e idéias podem varrer o mundo em pouco minutos via internet, o teor do livro pode soar, falsamente, moralista. Mas não é. Fato é que, assim como existe uma imensa quantidade de informação digna de se fazer saber, há também muita pseudo-informação, em outra palavras, merda: informações equivocadas, distorcidas, tendenciosas e enganadoras. Não seria muito complicado filtrá-las usando-se para isso um mínimo de esteio moral aliado a predisposição do interessado em buscar uma postura ética e crítica em relação à essa montanha de joio e trigo. Porém, depois de ver uma reportagem do quadro “Ser ou Não Ser” do Fantástico onde turistas e transeuntes agiam com naturalidade absurda perante um cadáver estendido no calçadão de uma praia do Rio de Janeiro, acredito que a sociedade anda a passos largos em direção ao abismo...

 

Voltando... Em determinado ponto do livro o autor menciona o caso de um casal de namorados ingleses (Ian Brady e Mira Hindley) que entre 1963 e 1965 estupraram, torturaram e mataram sadicamente (tiravam fotos e gravavam em áudio a agonia das vítimas sendo torturadas...) crianças e o fato das investigações que os levaram para a prisão terem revelado que eram obcecados por tudo relativo ao nazismo, pornografia e por tudo relativo ao Marquês de Sade. Então, o autor questiona: teriam essas obras influenciado o afloramento de um comportamento assassino ou seriam uma “exteriorização” de um gosto íntimo, maior, prímevo? Será que todos devem ter livre acesso à obras como as do controverso Marquês? Será que uma espécie de “Censura” não deve realmente existir, face ao perigo que a exposição de determinadas idéias e informações possam fazer aparecer comportamentos vis devido a perturbações e inclinações psicológicas insuspeitas? Catarse for all ou doses homeopáticas com o escrutínio devido do teor? Qual a real necessidade de se disseminar o vil, o mal, o perverso, o cruel usando o álibi da liberalidade e da democracia de pensamento?

 

Assim como o autor, freqüentemente me faço essas perguntas quando me vejo frente à obras niilistas, violentas e cruéis. E assim como ele concordo que certas pessoas NÃO podem ser expostas à esses tipos de obras, mas não consigo visualizar QUEM poderia exercer qualquer tipo de cerceamento e controle nesse sentido. Na realidade, o instrumento regulador deveria ser a própria sociedade e em especial, a família. Mas, como citei no início da resposta, cada vez mais vejo isso como algo longe de acontecer.

 

Posso responder por mim: tenho minhas perversões em maior e menor grau. Sou fetichista confesso (podolátra) além de possuir uma inegável atração por cropologia e o sadismo leve. Mas, graças à Deus, tive uma boa formação moral. Sendo assim, sei dos meus limites e, principalmente, o dos outros. Logo, procuro pautar meus atos e condicionar a realização dos meus desejos com um mínimo de bom senso e ética. Nunca tive problemas. Minto. Houve uma vez em que uma ficante me pediu pra bater nela enquanto transávamos. Atendi prontamente e dei dois tapas no rosto dela. Mal estalaram. Decepcionada pediu para que eu REALMENTE batesse nela, de preferência com socos. Broxei.

 

Voltando de novo... Aprecio filmes gore e violentos pelo que me proporcionam de catarse (satisfazem meu lado sádico) e pela abordagem de alguns sobre eventos que escapam ao controle do racional, mostrando que nem tudo pode ser explicado, mensurado, domado. Existem coisas além... Coisas que extrapolam conceitos como moralidade, limite, racional. Sentir medo e inquietação me faz bem ao ver esses filmes. Além disso, trata-se de um gênero que é transgressor por natureza, o que às vezes (cada vez mais raro) pode e deve ser feito, pois pode levantar questões, criticas e tecer analogias válidas em outras esferas da sociedade, do comportamento humano. “A Noite dos Mortos” de George Romero é prova cabal disso.               

 

PERGUNTA: Invertendo a polaridade da primeira questão e, assim, fechando o ciclo, cite um ou mais nomes de usuários do fórum cujos posts você aprecia ou se identifica. Para passar da negatividade para a positividade. 

 

THE DEADMAN: Tomate (pena que aparece tão pouco...), Mr. Scofield, Thico, Jorge Soto, Garami, Moviola, Nacka, Beckin Lohan, Conan, Comunista (outro desaparecido), T.O.H, J. de Silentio etc. 

 

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