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Forum Cinema em Cena

Dexter


Bruno Carvalho
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Dexter traz um protagonista sem sentimentos. E complexamente interessante. (do TeleSéries)

 

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Dexter (estréia do fall season norte-americano e ainda inédita no Brasil) tem um conceito simples. Com um pouco menos de cuidado do que o que a série dá à própria premissa, seria um conceito irrisório. Dá para resumi-lo em apenas uma frase: "Serial killer que mata serial killer". É simples demais. Mas a série, sabendo justamente que o conceito é uma verdadeira armadilha, trata de desdobrá-lo aos poucos, como é feito no episódio piloto. É o resultado é, tão-somente, brilhante.

Muito embora o protagonista (que é quem dá título à série) diga que não tem sentimentos, ele certamente não sabe que a ausência de sentimentos é um sentimento. Ele não ama ninguém, não deseja nada, não tem amizades verdadeiras ("As pessoas fingem muitas das interações humanas, mas me sinto fingindo todas. E as finjo muito bem", diz Dexter em determinado instante). Não fosse declaradamente um personagem de uma faceta só, talvez até pudesse ser acusado de unidimensionalidade. Mas a graça de Dexter, o personagem, é justamente o fato de que ele não sente nada por ninguém e é obcecado em fazer aquilo que faz: matar qualquer tipo de serial killer e trabalhar na polícia, desvendando casos através do sangue da vítima. <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />


Ele não é adorável, tampouco merece ser adorado. É uma figura moralmente repugnante. Só que, em contrapartida, é tudo o que faz de Dexter, a série, ser tão bacana e complexa. E rica <?xml:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em conteúdo. Dexter não é feita apenas de seu personagem-título, mas, sem ele, não seria nada.


Interpretado pelo ótimo Michael C. Hall (que, garanto, vai ser um dos indicados à Melhor Ator no próximo Globo de Ouro. E pode até ganhar), Dexter é só o primeiro de uma lista de personagens interessantes e interpretações irrepreensíveis. No setor de polícia em que o protagonista trabalha, por exemplo, há uma figura estranha, um certo Sargento Doakes, o único que desconfia e implica com Dexter. A interpretação do televisivamente conhecido Erik King não é exatamente multidimensional, mas não deixa a desejar. Laguerta, a chefe de Dexter, é outra figura que ainda tem muito para prestar em contribuição à série. E o que dizer da irmã adotiva de Dexter e de sua namorada? Eis aí mais exemplos de personagens e interpretações boas.


Mas o mais interessante em Dexter não cabe em análises de interpretações, de estética ou do texto da série (obviamente, responsável pela grandeza dos personagens e a riqueza da trama). É a discussão moral que desperta em cada telespectador. Afinal, os fins justificam os meios? Por que Dexter não procura um tratamento, se desde cedo ele sabe que tem tendência a ser um serial killer? Por que os pais, mesmo adotivos, não procuraram ajuda? E os sentimentos de Dexter? Será que ele realmente crê que vale a pena fazer aquilo que faz? As discussões que o episódio piloto de Dexter desperta são essas. Já pensou aquilo que toda uma temporada pode fazer? E mais outra, e mais outra, e mais outra...?

O sentido de ser do Showtime, canal norte-americano que transmite a série, é justamente não perdoar nessas discussões. Tem menor compromisso com a conquista de audiência, porque é um canal pago. E, aqui, cumpre com louvor a tarefa de abrir um leque de discussões importantes.


Dexter tem tudo para ser o serial killer mais útil da tevê. Se é que isso é possível.

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O que mais gosto em Dexter é a humanização do personagem, ele diz não ter sentimentos e se contradiz quase sempre, como no terceiro episódio...

 

spoilers

na hora em que ele salva o garoto de ser assassinado, ele claramente mostra ter sentimentos, é engraçado, mas ele parece uma panela de pressão prestes a explodir, pois ele suprimi seus sentimentos e quando soltá-los, a série vai ficar mais interessante ainda.

 

 

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Só não concordo com a parte do 'sem sentimentos'. Ele tem sentimentos reprimidos. Eu acho que o cara está sempre a ponto de explodir por causa disso. O interessante é que ele tem uma imagem completamente equivocada de si mesmo.

 

 

Quando será o desfecho do caso do assassino do caminhão de gelo? Hoje assisti o terceiro episódio e nada. Tudo bem que é interessante acompanhar o desabrochar do caso, mas estou ficando ansioso.

 

 

Spoiler:

 

 

Que amadorismo o da tenente abrindo aquele 'manhunt' pra cima do cara que foi flagrado na fita. Desde quando um sujeito perfeccionista como o assassino iria cometer um erro grotesco desses? Que mulherzinha chata e antipática essa. Tudo que ela sabe fazer é complicar a investigação. Ainda não entendi como ela chegou num cargo tão alto. 06
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  • 2 weeks later...
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O personagem Dexter está cada vez mais intrigante. Ele é tão complexo que as vezes eu fico confuso. Ele está começando a ceder aos sentimentos reprimidos (vide fim do ultimo episodio). Este personagem é um tipo bem fascinante. Dexter executa seus planos (leia-se homicídios) com tanta precisão e frieza que faz parecer um trabalho qualquer.

 

Uma das coisas mais interessantes sobre Dexter é que ele não sabe agir como um ser humano normal, o que o faz parecer um idiota em certas ocasiões (como no último episódio quando ele decide retrbuir aquele 'favor' à sua namorada na mesma medida ao vê-la chorando após assistir a um filme).06 O cara não tem o menor tato e (quase) toda a sua interação com as pessoas é planejada (ele já disse isso). É engraçado ver um sujeito agir de forma tão diferente da forma que gostaria, coisa que existe muito por aí rs....

 

Uma coisa que tranquiliza e que ajuda em seu carisma, é que Dexter é um sujeito bem controlado. Ele está ciente do que faz e não é uma ameaça para as pessoas de seu convívio social. Quando comecei a assistir a série pensei que veria um personagem MAU. Afinal, o que seria mais provável em um seriado onde o protagonista é um SERIAL KILLER??! 06

 

O assassinato, considerado um ato cruel, covarde e desencorajado pela sociedade, perde um pouco do seu peso quando Dexter age. Afinal, o cara está fazendo um favor à sociedade. Naturalmente podemos entender que ele poderia simplesmente trabalhar com a polícia nos casos onde ele decide resolver tudo sozinho, mas convenhamos que sua maneira é muito mais eficaz e definitiva. Concluindo, Dexter é um herói, assim como Batman ou Superman. A diferença é que cada um tem a sua maneira de resolver as coisas. 19

 

 

No último episódio ele cuida de um sujeito que mata pessoas inocentes como se fossem gado... Olha, eu mesmo teria o maior prazer de acabar com a miséria desse covarde. O pior de tudo é que realmente existem pessoas como ele. 14 Pena que não existe uma como o Dexter. 16

 

E como já disse o Bruno, sorte a nossa da série passar no Showtime. Pra começo de conversa Dexter já perderia um pouco do core se fosse transmitida pela NBC, ABC ou Warner por exemplo. E com certeza os roteiristas da série tem total liberdade de criação. 05
LeonardoBastos2006-11-03 18:23:56
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Não vi ainda, mas já baixei todos os episódios e estou me preparando para uma maratona. Espero que valha a pena mesmo.

 

Alguém sabe quantos episódios vai ter a temporada. Ouvi dizer que seriam 12, mas espero que ganhe uns 22 pelo menos.

 

E essa série está fazendo sucesso em termos de audiência?

 

 

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