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Forum Cinema em Cena

José Saramago


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17/10/2009 - 08h34 <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

José Saramago usa Caim para atacar Deus

Sylvia Colombo
da Folha de S.Paulo

Caim, o primogênito de Adão e Eva que matou o irmão Abel, mais parece um personagem da ilha do seriado "Lost" nas mãos de José Saramago em “Caim”, romance que é publicado mundialmente nesta semana.

Isso porque, além de cumprir, como na versão bíblica, a condenação do senhor de vagar de modo errante pelo mundo após um monstruoso crime, Caim também viaja no tempo.

O escritor português faz com que o personagem visite várias passagens do Antigo Testamento. Sempre de modo repentino. Sem se dar conta, Caim dorme e acorda em épocas e situações diferentes.

Com esse recurso, Saramago logra fazer com que esteja presente na provação de Abraão, na condenação de Sodoma e Gomorra, no episódio do bezerro de ouro de Moisés, na casa de Jó. Para finalizar, Caim também participa -- e altera -- a saga de Noé e a Arca.

O propósito do escritor Prêmio Nobel não é muito desconhecido dos leitores. O que o protagonista faz, em cada passagem deste engenhoso e bem humorado romance, é questionar Deus e cada uma das decisões por ele tomadas.

Caim expõe o que vê como maldade, injustiça, obsessão pela violência e inverosimilhanças de diferentes ordens em vários momentos.

"Caim é o que nasceu para ver o inenarrável, caim é o que odeia deus", escreve (os nomes dos personagens são apresentados sempre em letra minúscula, de propósito).

O novo ataque à religião do ateu Saramago surge quase 20 anos depois da polêmica desencadeada por “O Evangelho segundo Jesus Cristo”.  A versão do português, cheia de ciladas contra Deus, criou um mal-estar com o governo do país, que o impediu de candidatar-se a um prêmio europeu de literatura. Saramago então abandonou Portugal e foi viver na ilha espanhola de Lanzarote.

Em entrevista à Folha, por e-mail, Saramago explicou que o tema de Caim era uma antiga preocupação, e que não há vínculo direto entre este e a controversa história de Cristo que catapultou-o à fama internacional e consolidou as convicções antirreligiosas do escritor.

Saramago reforçou o que havia dito em sabatina realizada na Folha em novembro de 2008. Na ocasião, afirmou que a Bíblia não era um livro que se poderia deixar nas mãos de um inocente, pois só conteria maus conselhos, assassinatos, incestos. Agora, segue na pregação: "À Bíblia eu chamaria antes um manual de maus costumes. Não conheço nenhum outro livro em que se mate tanto, em que a crueldade seja norma de comportamento e ato quase natural."

Deus é chamado de "filho da puta" com todas as letras em “Caim”. Esse senhor "rancoroso" admite a culpa pelo crime contra Abel, não hesita em estimular guerras, matar crianças inocentes, punir os bons e fazer com que as pessoas acreditem em situações improváveis. Como é possível um homem embriagado engravidar uma mulher? Como todos os animais do planeta poderiam ter sido representados na Arca de Noé? São algumas das perguntas que Caim se faz ao observar a trama bíblica.

Saramago diz que, por meio dele, tenta expor a "infinita dimensão da estupidez humana", capaz de acreditar em fábulas como essas. "Curiosamente, não se repara que Deus não fez nada durante a eternidade que precedeu a (suposta) criação do universo. Depois, não se sabe por que nem para que, resolveu fazer um universo. E desde então está outra vez sem fazer nada", conclui.

Produtividade

Às vésperas de completar 87 anos, Saramago anda numa fase muito produtiva. Depois de "Viagem", lançou, em julho, “E Caderno”, com textos escritos para o blog (blog.josesaramago.org), e já pensa no próximo.

"Simplesmente, ainda tenho algumas coisas para dizer. Talvez com mais urgência porque o fim da minha vida se aproxima. Estou a escrever um novo livro que nada tem que ver com os imediatamente anteriores."

CAIM
Autor: José Saramago
Lançamento: Companhia das Letras
Quanto: R$ 36 (176 págs.)

 

 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u639289.shtml

 

O livro deve ser lançado dia 19/10. Os fãs, como eu já começaram a contagem regressiva para o lançamento.

O livro dele que mais gosto é  O Evangelho Segundo Jesus Cristo.

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Dizer que Saramago tenha um livro "comercial" - levando-se em conta que comercial se queira dizer de fácil leitura ou que possa agradar ao grande público - diria que não. Saramago não é um escritor comercial neste aspecto já que sua forma de escrever é um tanto singular e sua literatura um tanto "fantástica" para os amantes da literatura linear.

 

Mas depois que se aprende a "ler" Saramago é um privilégio dos mais gratificantes por sua ironia, crítica e genialidade.

 

 

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morreu-nesta-sexta-feira-18-o-escritor-portugues-jose-saramago-vencedor-do-premio-nobel-da-literatura-em-1998-saramago-nasceu-em-1922-em-azinhaga-aldeia-ao-sul-de-portugal-numa-familia-de-1276863968303_615x300.jpg

 

 

18/06/2010 - 09h15 / Atualizada 18/06/2010 - 10h49

 

Morre aos 87 anos o escritor português José Saramago, Nobel de Literatura em 1998

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

 

Morreu nesta sexta-feira (18) em Lanzarote (Ilhas Canárias, na Espanha), o escritor português José Saramago, aos 87 anos. Em 1998, Saramago ganhou o único Prêmio Nobel da Literatura em língua portuguesa.

A Fundação José Saramago confirmou em comunicado que o escritor morreu às 12h30 (horário local, 7h30 em Brasília) na residência dele em Lanzarote "em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila".

Nos últimos anos, o escritor foi hospitalizado várias vezes, principalmente devido a problemas respiratórios.

Ateu e integrante do Partido Comunista Português, o escritor nasceu em 1922, em Azinhaga, uma aldeia ao sul de Portugal, numa família de camponeses. Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção em uma editora.

Começou a atividade literária em 1947, com o romance Terra do Pecado. Voltou a publicar livro de poemas em 1966. Atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975, tornou-se diretor-adjunto do jornal "Diário de Notícias". A partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor.

Em 1980, alcança notoriedade com o livro Levantado do Chão, considerado por críticos como seu primeiro grande romance. Memorial do Convento confirmaria esse sucesso dois anos depois.

Em 1991, publica O Evangelho Segundo Jesus Cristo, livro censurado pelo governo português -- o que leva Saramago a exilar-se em Lanzarote, onde viveu até hoje.

Entre seus outros livros estão os romances O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), Todos os Nomes (1997), e O Homem Duplicado (2002); a peça teatral In Nomine Dei (1993) e os dois volumes de diários recolhidos nos Cadernos de Lanzarote (1994-7).

O livro Ensaio sobre a Cegueira (1995) foi transformado em filme pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles em 2008 (veja mais ao lado).

A primeira biografia de Saramago, do escritor também português João Marques Lopes, foi lançada neste ano. A edição brasileira de "Saramago: uma Biografia" chegou às livrarias no mês passado, com uma tiragem de 20 mil exemplares pela editora LeYa.

Segundo o autor, Saramago chegou a pensar na hipótese de migrar para o Brasil na década de 1960. "Em cartas a Jorge de Sena e a Nathaniel da Costa datadas de 1963, Saramago considera estes tempos em que escreveu e reuniu as poesias que fariam parte de 'Os Poemas Possíveis' como desgastantes em termos emocionais e chega mesmo a ponderar a hipótese de migrar para o Brasil. Esta informação surpreendeu-me bastante, pois não fazia a mínima ideia de que o escritor chegara a ponderar a hipótese de emigrar para o Brasil e por a mesma coincidir com o período da história brasileira em que esteve mais iminente uma transformação socialista do país", disse Lopes em entrevista à Folha.com.

Após lançamento da biografia, Saramago classificou a obra como "um trabalho honesto, sério, sem especulações gratuitas".

Nobel

Saramago ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em outubro de 1998, aos 75 anos.

Em comunicado à época, Real Academia Sueca assim justificou a premiação: "A arte romanesca multifacetada e obstinadamente criada por Saramago, confere-lhe um alto estatuto. Em toda a sua independência, Saramago invoca a tradição que, de algum modo, no contexto atual, pode ser classificada de radical. A sua obra literária apresenta-se como uma série de projetos onde um, mais ou menos, desaprova o outro, mas onde todos representam novas tentativas de se aproximarem da realidade fugidia".

Ajuda ao Haiti

Saramago relançou em janeiro deste ano nova edição do livro A Jangada de Pedra, que tem toda a sua renda revertida para as vítimas do terremoto no Haiti. O relançamento da obra foi resultado da campanha "Uma balsa de pedra a caminho do Haiti", que do integralmente os 15 euros que custará o livro (na União Europeia) ao fundo de emergência da Cruz Vermelha para ajudar o Haiti.

Em nota, Saramago havia explicado que a iniciativa é da sua fundação e só foi possível graças à "pronta generosidade das entidades envolvidas na edição do livro".

Obras publicadas

Poesias

- Os poemas possíveis, 1966
- Provavelmente alegria, 1970
- O ano de 1993, 1975

Crônicas

- Deste mundo e do outro, 1971
- A bagagem do viajante, 1973
- As opiniões que o DL teve, 1974
- Os apontamentos, 1976

Viagens

- Viagem a Portugal, 1981

Teatro

- A noite, 1979
- Que farei com este livro?, 1980
- A segunda vida de Francisco de Assis, 1987
- In Nomine Dei, 1993
- Don Giovanni ou O dissoluto absolvido, 2005

Contos

- Objecto quase, 1978
- Poética dos cinco sentidos - O ouvido, 1979
- O conto da ilha desconhecida, 1997

Romance

- Terra do pecado, 1947
- Manual de pintura e caligrafia, 1977
- Levantado do chão, 1980
- Memorial do convento, 1982
- O ano da morte de Ricardo Reis, 1984
- A jangada de pedra, 1986
- História do cerco de Lisboa, 1989
- O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991
- Ensaio sobre a cegueira, 1995
- A bagagem do viajante, 1996
- Cadernos de Lanzarote, 1997
- Todos os nomes, 1997
- A caverna, 2001
- O homem duplicado, 2002
- Ensaio sobre a lucidez, 2004
- As intermitências da morte, 2005
- As pequenas memórias, 2006
- A Viagem do Elefante, 2008
- O Caderno, 2009
- Caim, 2009

 

* Com agências internacionais

Fonte:http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/06/18/morre-o-escritor-portugues-jose-saramago.jhtm

laure2010-06-18 10:57:35
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 A Literatura e, em especial, a Língua Portuguesa perderam um de seus maiores expoentes de todos os tempos...

 Só um cara "fodido" (no bom sentido, é óbvio) como o Saramago para mandar às favas regras de sintaxe e de gramática e ainda lograr sucesso, mais que merecido, por suas obras desconcertantes e provocativas.

 Ele é o exemplo mor de que a língua é algo vivo, dinâmico e que nem sempre seguir regras e convenções seculares da chamada "boa escrita" é sinônimo de se escrever bem.

 Sentirei imensa falta dos seus escritos... 04

      
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José Saramago chega ao céu e, como todo defunto fresco, dirige-se à
porta do paraíso. Sabe que vai enfrentar uma dura batalha para conseguir
seu ingresso. São Pedro, com suas chaves, está aguardando ansioso o
português atrevido para dar-lhe uma carraspana e uns bons puxões de
orelha antes de permitir que ele adentre os portões.


- Então o ateu apareceu, heim! Diz São Pedro ironicamente.


- Calma lá, Pedro. Sem traumas!


- Sei não, mas o “chefe” não vai permitir sua entrada. Afinal, seu
ateísmo o precede e aquele seu livrinho Caim não foi muito bem
aceito aqui em cima.


- Pedro, deixa de frescura! A polêmica dos meus livros deve ter
ajudado a trazer mais cristãos para a fé do que os padres pedófilos.
Pelo menos eu os fazia pensar.


- Sei… Você errou de andar. Teu lugar é mais embaixo. Aliás, bem mais
embaixo!


- Deixa de ser mesquinho, Pedro! Você negou que conhecia o “filho” do
Homem três vezes para salvar a própria pele agora vem dar show de moral
pra cima de mim? Abre esta porta logo que tenho amigos meus ai dentro
que estou, literalmente falando, morrendo de saudades.


- Que confusão é esta na porta do paraíso? – Pergunta Deus que surge
em suas vestes celestiais acompanhado por sua corte de anjos.


- É o português ateu, Senhor! – Responde Pedro em alto e bom som para
constranger o recém chegado.


- E porque você não o deixou entrar, Pedro? – Pergunta Deus já sem a
paciência divina característica.


- Eu e o Zé aqui temos muito que conversar. Ao dizer isso Deus abraça
o Nobel de literatura e, de mãos dadas, caminham pelos jardins
celestiais deixando o porteiro perplexo em companhia de suas chaves.


- O Pedro é um bom sujeito diz Deus enquanto caminham. E acrescenta
como se estivesse falando com seus botões:


- Mas ainda não aprendeu que não sou muito chegado nos puxas-sacos de
plantão, nos beatos que só pregam a bíblia da boca pra fora ou aqueles
que dizem que acreditam em mim, mas contradizem-se em suas ações.


- Então, Zé e a Copa do Mundo. Gostou das Zebrinhas que andei
espalhando por lá só pra divertir um pouco? Fala Deus dando uma
gargalhada.

Deste genial escritor li:
Caim
O Evangelho Segundo Jesus Cristo
As
Intermitências da Morte
Ensaio Sobre a Cegueira
Ensaio Sobre a
Lucidez



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