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Forum Cinema em Cena

Perdidos no Espaço


Nacka
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Faço uma idéia da crítica do Foras, aguardo ansiosamente... 05

Bem, não devo mesmo participar...essa semana está sendo muito foda e não terei tempo de escrever nada bom (tenho andado extremamente cansado e fazendo comentários curtos sobre o que vejo - exceto, é claro, Prison Break 0606 ) mas depois posto minha lista de 20 preferidos pra vocês verem. 01

 

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Tentei esse post antes, mas as imagens não apareceram. Vamos ver se agora a coisa dá certo.

 

O gênero sci-fi/space opera foi o mais marcante em minha infância e adolescência. Todo mundo já gostou de filmes que, futuramente, iriam pensar "putz, e eu adorava esse lixo..." Desses guilty pleasures temporários que passavam na TV aberta, um dos que mais me marcou (e outros aqui também, aposto, pelos menos aqueles com mais de 25 anos!) foi Mercenários das Galáxias (Battle Beyond the Stars, 1980).<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

battle.gif

 

Convenhamos, o filme é um horror, tão ruim que chega a ser divertido. Orçamento extremamente limitado, efeitos visuais pífios (as cenas das naves disparando lasers e explodindo foram reaproveitada várias vezes no filme), atores incrivelmente canastrões e um roteiro que era uma reciclagem de um monte de outras coisas (<?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />pensem em Os Sete Samurais encontra Star Wars), porém repleto de furos e clichês. Tinha a gostosona com os peitos saltando do decote, um cowboy espacial (que comia salsichas e tocava gaita, era o pior de todos), os ets superavançados (os Nestor), cada personagem mais unidimensional que o outro. Mas eu me divertia, e muito! E reparem quem era o diretor de arte do filme...

 

O roteiro, apesar de muito chinfrim, foi assinado pelo John Sayles, que posteriormente viria a fazer filmes elogiados e que eu quero muito ver no futuro, Sunshine Estate, Estrela Solitária, Limbo e Casa dos Bebês.

 

battle-beyond-the-stars_1.jpg

O vilão, Sador (John Saxon, invariavelmente com a mesma expressão o filme inteiro)

 

saylesbattlebeyond2.jpg

A absurdamente peituda Sybill Danning, com sombra azul-cintilante no olho e tudo o mais que tinha direito! Não sei se naquele tempo já tinha silicone; se não, os boobs da garota são realmente uma proeza da natureza.

 

Como é um filme que dificilmente aparecerá nas listas, achei uma boa relebrá-lo aqui. Recordar é viver!

 
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Depois de dois dias sumido, cá estou eu com a surpresa de encontrar minha lista postada. Muito obrigado por todos os elogios. Fico muito feliz por ter contribuído para o andamento deste importante tópico criado pelo Nacka, e espero anciosamente pelas próximas listas. Abraços. 
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Ih, acho que a próxima é minha... Vocês vão ter que me engolir! 06 E consegui montar um top completo. 10

 

Dan..., nem te elogiei, esqueci-me de passar aqui, desculpe. Achei-a excelente, mas como disse, preferirei falar tudo de uma tacada só.

 


Eu acho que é muito mais difícil selecionar 20 musicais bons. Vai ver é questão de preferência né? Ah... Jeffs não vou fazer outro não, dá trabalho e... pensando bem talvez eu faça outro, mas não de musicais... 05
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Ótima idéia, não precisa ter prêmio nenhum, Nacka, só de participar, já é uma alegria. Se for de musicais e precisares de alguma ajuda, posso oferecê-la, pois adoro o gênero também, mas ainda tenho pecados. Os outros gêneros seriam mais difíceis (além de musical, que mais? Western? Não conheço nada), acho que poderia classificar por tema ou região, tipo filmes orientais, europeus, latinos, ou que tratassem da 2ª Guerra Mundial, da Guerra do Vietnã, enfim... Adoro listas e estarei em todas que tenha assistido a uma boa quantia de filmes.
ltrhpsm2006-11-18 01:18:07
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Mais uma lista. Esta aqui é equilibrada, mas não falta o toque de ousadia, ao escolher o arrepiante filme do Truffaut para competir, o Itrhpsm fez o caminho contrário do Dan, deixou os medalhões de fora da sua análise e fez um comentário objetivo sobre um filme que, se à primeira vista não parece sci-fi, engloba muitos aspectos deste gênero e de quebra, fez o que eu pedi no início do tópico, tornou bastante pessoal a sua escolha.

 

Lista do Itrhpsm

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1º: Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971); direção de Stanley Kubrick; com Malcom MacDowell<?XML:NAMESPACE PREFIX = O />

 

Por que considero ficção científica: Porque é um retrato futurista da sociedade humana.

Por que está presente nesta lista: Porque Kubrick é um gênio – faz-nos torcer pelo “vilão”, chegando a questionar sobre os valores morais que vão sendo detonados; porque MacDoweel é divertidíssimo; porque a violência acaba virando sátira; porque o teaser é o melhor que há e resume perfeitamente o filme; e porque Kubrick + Beethoven = Deus.

 

2º: 2001 – Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odissey, 1968); direção de Stanely Kubrick; com Keir Duella.

 

Porque considero ficçaõ científica: Porque é outra visão futura – e desta vez ainda mis científica, uma vez que somos convidados ao baile no espaço.

Por que está presente nesta lista: De novo, por causa de Kubrick; a interação com a personagem HAL; os efeitos especiasi fodásticos; a trilha sonora lind; porque tem a cena clássica com os macacos jogandos os ossos para o ar; porque obriga o espectador a desenvolver o intelecto; porque a raça humana é deixada de lado, contemporizando o universo.

 

3º: O Planeta dos Macacos (Planet of Apes, 1968); direção de Franklin J. Schaffner, com Charlton Heston.

 

Por que considero ficção científica: Por ser a chegada à Terra de terráqueos após grande tempo conservados no espaço.

Por que está presente nesta lista: Porque o suspense para sabermos aonde encontram-se as personagens é fantástico; porque a maquiagem é primordial – dando interação aos macacos; porque questiona a suposta “superioridade humana”; porque o final é antológico.

 

4º: V de Vingança (V For Vendetta, 2005); direção de James McTeigue. Com Natalie Portman e Hugo Weaving.

 

Por que considero ficção científica: Tal qual o filme criticado, é uma anarquia que remete a fatos passados que podem vir a ocorrer num futuro não tão distante, além de conter técnicas desenvolvidas pela ciência.

Por que está nesta lista: Porque é uma adaptação quase perfeita dos quadrinhos; porque ocultar a face do Hugo Weaving é um truque ousado; porque o V fazendo sua apresentação deixa o queixo caído; porque a Natalie Portman é perfeita em todos os sentidos; porque os Irmãos Wachowski souberam trabalhar o roteiro e fazer mais que pirotecnias e ainda foram melhores que Matrix; porque quando o filme acabou, eu quis destruir o Palácio do Planalto!

 

5º: Alien: O Oitavo Passageiro (Alien, 1979); direção de Ridley Scott; com Sigourney Weaver e Ian Holm.

 

Por que considero ficção científica: Porque é uma viagem interplanetária, com a aparaição de seres de outro planeta, além da presença de andróides.

Por que está presente nesta lista: Porque Ridley Scott conduz os planos, sem pressa, deixando o espectador roendo as unhas para a chegada do Alien, porque a cena em que ele nasce de dentro da barriga de Kane é algo memorável, porque sua aparição é o pico do filme, porque a cena final com a Sigourney Weaver - numa atuação surpreendente - dizendo You're my luck star e fazendo uma mini-guerra é obra-prima e porque ainda tem uns engajamentos políticos na corrida nuclear da Guerra Fria.

 

6º: De Volta Para o Futuro II (Back To The Future Part II, 1989); direção de Robert Zemeckis, com Michael J Fox e Christopher Lloyd.

 

Por que considero ficção científica: Porque são várias indas e vindas no tempo, do futuro de 2015 ao presente catástrofe de 1985 ao passado de 1955.

Por que está nesta lista: Porque supera a qualidade do primeiro, tem histórias mais "pessimistas"; porque deixa qualquer um nervoso para os diversos Martys, Lorraines e Docs não se chocarem; porque o humor descontraído nunca funcionou também; porque a Hill Valley do futuro tem umas previsões acertadas (como a TV) e outras possíveis, encanta sem tirar o foco do roteiro; porque o mestre Alain Silvestri consagra-se; porque as diversas viagens são deliciosas e as maluquices do Doc deixam atônito o espectador.

 

7º: Contatos Imediatos do Terceiro Grau (Closer Encounters of Third Kind, 1977); direção de Steven Spielberg; com Richard Dreyfuss.

 

Por que considero ficção científica: Porque Spielberg traz bons E.Ts. ao nosso planeta e levam os humanos para o espaço.

Por que está presente nesta lista: Porque o Richard Dreyfuss tem uma atuação ótima, porque você se envolve de tal maneira que é impossível largar o filme, porque durante o filme você conspira e planeja teroias para o que está acontecendo, porque o Spielberg tem o dom de saber mexer com E.Ts. bonzinhos.

 

8º: Fahrenheit 451 (Fahrenheit 451, 1966); direção de François Truffaut; com Oskar Werner e Julie Christie.

 

Por que considero ficção científica: Porque ao mesmo tempo que reflete sobre a Inquisição e outros períodos ditatorias terrestres; passa-se em tempo e espaço imaginários.

Por que está presente nesta lista: CRÍTICA

 

9º: A.I. – Inteligência Artificial (A.I., 2001); direção de Steven Spielberg; com Haley Joel Osment e Jude Law.

 

Por que considero ficção científica: Porque fala de Mecas e Orgas como se fosse algo comum, tem robôs interagindo com os humanos e depois a extinção da nossa espécie.

Por que está presente nesta lista: Porque é mais “bonzinho” que um Kubirck, uma fábula até, e por isso, inocente, mas o que poderia ser peigas, vira emoção na atuação de Haley Joel-Osment e na cabeça de Spilba.

 

10º: Matrix (Matrix, 1999); direção de The Wachowski Brothers; com Keanu Reeves e Laurence Fishburne.

 

Por que considero ficção científica: Porque penetramos no mundo da “realidade irreal”.

Por que está presente nesta lista: Porque revolucinou a concepção dos efeitos visuais, ainda leva os fãs da masturbação mental ao delírio, porque tem o Hugo Weaving nojento, mas irretocável, porque tem cenas clássicas, como a chegada de Neo e Trinity ao prédio.


11º: Blade Runner – O Caçador de Andróides
(Blade Runner, 1982); direção de Ridley Scott; com Harisson Ford.

 

Por que considero ficção científica: Los Angels de 2019. De certa forma, até estamos presentes, mas para a época, já era um futuro longíquo. Doravante, há andróides, robôs e migração para colônias espaciais.

Por que está presente nesta lista: Porque é tudo muito bem ambientado, num clima sufocante e poluidor; porque o Harrisson Ford estava na época das boas; porque Scott supreende mostrando andróides iguais aos humanos; porque é um filme super-reflexivo e merece milhares de reassistidas; porque o roteiro é perfeito no campo ético e moral.

 

12º: De Volta Para o Futuro (Back To The Future, 1985); direção de Robert Zemeckis; com Michael J. Fox.

 

Por que considero ficção científica: Porque a personagem do Christopher Lloyd constrói, sem mais nem menos, em uma cidadezinha americana, uma máquina de viajar no tempo.

Por que está presente nesta lista: Porque é um clássico de sessão-da-tarde; porque a cena da volta do Marty para o futro é clássica; porque o Doc falando “back to the future” é clássico; porque o Marty chegando na década de 50 e sendo confundido com um alien é clássico.

 

13º: Superman II – A Aventura Continua (Superman II, 1980); direção de Richard Lester; com Christopher Reeve e Gene Hackman.

 

Por que considero ficção científica: Porque os vilões estão presos numa zona fantasma e se liberam ao entrar no sistema solar e o Super-Homem vem de Krypton.

Por que está presente nesta lista: porque há ótimas construções e desenvolvimentos das personagens, como o Clark Kent deparando-se com o dilema de ter de esconder a sua identidade, enquanto Lois Lane apaixona-se por um ser de outra vida e procura traçar planos audaciosos para descobrir sua identidade.; porque a revelação é feita quase como um descascar, processo gradual e muito bem aproveitado por Christopher Reeve e Margot Kidder, mais livre na continuação; porque tem o Lex Luthor como coadjuvante de luxo e suas teorias malignas passam a ter algum fundamento e argumentos convincentes, com o humor satírico e sarcástico de Gene Hackman; porque ainda há a chegada de três novos vilões, que tiveram uma importância tão superficial no primeiro e constituem uma verdadeira aura de poder perante os rumos que Clark Kent precisa traçar.

 

14º: Minority Report – A Nova Lei (Minority Report, 2001); direção de Steven Spielberg; com Tom Cruise e Colin Farrel.

 

Por que considero ficção científica: Porque mais uma vez o Spielbergquis fazer algo viajado (ok, isso não é justificativa, mas cansei, e preciso rever).

Por que está presente nesta lista: Porque o Tom Cruise está em pouco dos seus bons dias interagindo corretamente com a câmera; porque a operação da remoção e recolocação de olho na sua personagem é marcante; porque a robô especial que prevê tragédias traz calafrios até hoje; porque a direção de arte também dá pânico e porque tem uma mini-reviravolta sem forçar a barra.

 

15º: E.T. – O Extraterrestre (E.T. the Extraterrestrial, 1981); direção de Steven Spielberg; com Henry Thomas.

 

Por que considero ficção científica: Porque outro E.T. de Spilba vem nos visitar.

Por que está presente nesta lista: Porque a trilha do John Williams é coisa das mais lindas na face da Terra; porque o Henry Thomas voando com um boneco consegue emocionar; porque de novo, o mestre chamado Steven Spielberg traz verossimilhança à invencionice.

 

16º: Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith (Star Wars: Episode III – Revenge of Sith, 2005); direção de George Lucas; com Natalie Portman e Ewan McGregor.

 

Por que considero ficção científica: Porque é um conjunto de histórias intergalácticas, com robôs, alienígenas, naves espacias e afins.

Por que está presente nesta lista: Porque é o melhor da segunda trilogia; porque o George Lucas explica tudo direitinho e molda uns clichês com efeitos especias, maquiagem e visual dinâmicos atraindo o público da década de 70 e o atual, fascinando com a mesma intensidade aqule que vai apenas para se deliciar na ação como o que vai esperando respeito à série antiga.

 

17º: Star Wars: Episódio VI – O Retorno de Jedi (Star Wars: Episode VI – Return of Jedi, 1983); direção de Ricahrd Marquand; com Harrisson Ford.

 

Po

r que considero ficção científica: Porque é um conjunto de histórias intergalácticas, com robôs, alienígenas, naves espacias e afins.

Por que está presente nesta lista: Porque a marcha imperial é inesquecível; porque os bichinos de pelúcia derrotarem o império negro só podia sair da cabeça do Lucas; porque a personagem do Harrisson Ford é um canastrão que a gente torce; porque fecha a série como merecia.

 

18º: X-Men 2 (X2, 2000); direção de Bryan Singer; com Hugh Jackman e Ian McKellen.

 

Por que considero ficção científica: Porque é a respeito da mutação genética de Homo Sapiens.

Por que está presente nesta lista: Porque o Bryan Singer conseguiu desenvolver vários personagens em intersecção com o primeiro, mas colocando mais turbina nas cenas, porque o Hugh Jackman incorpora um Wolwerine fantástico e junto ao Ian McKellen chuta uns traseiros na medida.

 

19º: O Exterminador do Futuro (The Terminator, 1985); direção de James Cameron; com Arnold Schwarzenegger.

 

Por que considero ficção científica: Porque uma máquina do futuro vem para o presente para destruir uma mãe que ainda nem colocou o filho no mundo.

Por que está presente nesta lista: A direção de James Cameron, com cenas de ação bem manejadas, os efeitos visuais e sonoros: a “construção” e o declínio do Terminator, com seu olho sob o olho, são coisas das mais fantásticas vistas na década de 80. O certo engajamento sócio-político e o próprio Arnold Schwarzenegger (hoje, político) também são outros atributos à obra em questão.

 

20º: Superman – O Filme (Superman; 1978); direção de Richard Donner; com Christopher Reeve e Marlon Brando.

 

Por que considero ficção científica: Porque, peraí, o cara vem de um planeta que nem existe e explode ao tocar com o Sol e ainda fala inglês parando justamente nos E.U.A.

Por que está presente nesta lista: Porque o Christopher Reeve caracterizou o Super-Homem para todo o sempre; porque Marlon Brando Gene Hackman também coroa o elenco; porque tem cenas consagradoras – como quando o Super-Homem sob as camadas diversas da Terra divide a cena com um terremoto na Califórnia – e a boa direção de Richard Donner – trabalhado estimulante e empolgante nas seqüências aéreas; porque tem a trilha sonora fundamental do John Williams; porque tem efeitos especiais maravilhosos, especialmente em Krypton, que parece real e é nostálgico ver isso 30 anos depois.

 

fahrenheit-451-poster01.jpg

 

FAHRENHEIT 451 

Dir. François Truffaut

 

Fahrenheit 451 é a temperatura no qual se queimam livros e serviu de inspiração para o nome de uma empresa ficcional destruidora de livros e, conseqüentemente, para o título do filme de François Truffaut (dirigido e escrito por ele, baseado no livro de Ray Brudbary). É uma ficção científica que mistura um pouco de realidade antiga (a ditadura, como a hitlerista, como na cena em que a personagem principal do filme saúda um colega de trabalho) com a presente (ainda que o filme fosse de 1966, o que o torna ainda melhor).

 

fahrenheit-451-03.jpg

 

Oscar Werner interpreta um dos ‘bombeiros’ futurísticos: que, ao invés de salvarem casas e vidas de incêndios, incendeiam livros proibidos na época. Até que, numa volta à sua casa, ele conversa com uma professora, vizinha sua (Julie Christie), e ela o instiga sobre a razão daquela queima. Como o próprio capitão dos bombeiros diz, os romances (todos reais, aliás, como Lolita – no qual Kubrick se baseou para fazer um dos seus primeiros filmes – e David Copperfield) são irreais e causam muita depressão nas pessoas; ou seja; não é nem uma questão de promover algo contra o governo: o problema é mesmo “mental” daquela sociedade que se recusa a ter alguns sentimentos (isso fica claro numa cena em que Doris – uma personagem secundária – chora quando a personagem de Werner lê para ela alguns trechos: dizendo que nunca teve tais sentimentos).

 

é fogo!

 

Werner, aliás, tem uma ótima atuação, até surpreendente: sua personagem passa toda a dúvida se deve ou não violar a “lei” e, quando passa do limite (ou seja, tem a oportunidade de ler os livros), dá todo o encanto necessário, ao mesmo tempo que ainda quer chegar numa promoção para um cargo maior. Julie Christie, contudo, ainda consegue ser melhor: representa dois papéis: o primeiro, a mulher de Werner, fria e insensível para com o marido, preocupa-se apenas em passar os dias diante de um televisor, que é a sua família (inclusive, lembrou-me muito as atuais telas planas – detalhe: o filme é de 1966), sendo capaz de entrega-lo para satisfazer seus próprios desejos (“eu já não agüentava”, diz ela, referindo-se aos livros). O segundo, a professora, simplória e o indicador para a descoberta de um novo mundo por trás de toda a ditadura.

 

fahrenheit-451-01.jpg

 

O roteiro de Truffaut poderia ter ido mais além em relação ao próprio governo: é muito simplório e duvidoso como teria surgido aquilo tudo e o porquê. Contudo, no que se refere a questionar a sociedade humana, palmas (e muitas) para ele: muito original e, como já referi, acabou por previr algumas coisas atuais; incluindo ótimos discursos (detalhe para os do Capitão do bombeiro, no final, também, quando é queimado). Já aos termos técnicos, poderia ter sido um pouco mais trabalhada a edição (algumas cenas têm erros grosseiros); a trilha sonora tem bons momentos (como o começo), ainda que no sonho de Werner após a morte de uma senhora esteja forçada e as paisagens são bem encaixadas, com bons detalhes para um dos primórdios da ficção. O principal charme, porém desta parte técnica, está na fotografia, ambientando o fogo e o “terror” nas devidas situações.

 

Enfim, Fahrenheit 451 surpreendeu-me em todos os aspectos e torna-se um marco obrigatório para os fãs de ficção (e mesmo para os fãs de cinema).
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Eu disse ao Ivo que adorava "Equilibrium", ele disse q é um lixo e pediu para que eu assistisse a "Fahrenheit 451", este filme percebi q é muito elogiado, ainda com essa crítica que acabei de ler, fiquei com uma ansia enorme de assistir, pois tem um roteiro muito interessante, se alguém souber onde posso encontrar esse filme por um bom preço, me envie uma MP.

Desde já agradeço!!!03
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Vou comentar as listas 

 

Silva:

Go to hell. Nem queria o DVD mesmo... 06

Metropolis é um filme que eu procurei quando estava pra mandar a lista ontem, mas não encontrei pra locação e só pra comprar (já sei, vale a pena comprar às cegas e tal...). Essa lista é mais diversificada, e eu só vi 9 (RoboCop, Blade Runner, Guerra nas Estrelas, 2001, Fuga de NY, Contatos Imediatos, Matrix, Os 12 Macacos, Final Fantasy). Qual é o melhor dos outros pra eu correr atrás?

Sobre Final Fantasy: sou mega-fã do jogo, mas achei que o filme ficou aquém do que ele poderia ser, ficou meia brega, apesar do visual assustador.

 

Dan:

Eu vi 15. Os que eu não vi foram Planeta dos Macacos, Dorminhoco, Brazil, Eles Vivem e A Hora da Zona Morta. Dorminhoco, não imaginava que era considerado bom. Brazil foi outro que eu procurei para a ocasião do Perdidos, mas meu bolso não gostou. Eles Vivem e A Hora da Zona Morta existem em DVD? Tem o perfil mais próximo da minha lista.

 

Ltrhpsm:

Vi 17 da lista dele. Só não vi o Fahrenheit, A.I. (os dois não foram por falta de tentativa) e Planeta dos Macacos. Embora não concorde com os critérios utilizados para qualificar um filme como sci-fi. São todos ótimos, os únicos que eu não colocaria numa lista de melhores são o Superman II (e o I talvez), O Retorno de Jedi. O resto tudo é muito bom.
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