Members Plutão Orco Posted November 13, 2006 Members Report Share Posted November 13, 2006 Os Incompreendidos 10 de 10 O filme é incrivelmente cativo, tudo começa em uma escola onde conhecemos Antoine Doinel, Jean-Pierre Léaud, que é perseguido pelo professor. Logo vemos que ele é também um rebelde. Porém não ficamos sabendo das reais motivações do comportamento irresponsável do garoto a principio. Futuramente ele começa a perder gosto pelos estudos e passa cometer pequenos crimes, até percebemos que ele é resultado das pessoas que o cercam. Este é um dos primeiros filmes do famoso diretor François Truffaut, aqui ele retrata a vida sofrida de um garoto, onde qualquer semelhança entre Antoine e Oliver não é coincidência. <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /> Um garoto vitimado pelos acontecimentos infelizes de sua vida e incompreendido pelos seus pais, professores e autoridades. Semelhante ao conto de Charles Dickens, com a diferença que aqui o nosso Oliver Twist, não tem inocência. Porem isto se deve justamente à vida que ele leva, cheia de privações e dificuldades. Além disto, muita das atitudes dele nos identifica, fazendo a todos rever a nossa infância. O deboche com o seu professor mala, a falta de interesse com a aula de educação física. Alguém ai ficava perdendo seu tempo nesta aula inútil? Precoce interesse pela sexualidade, embora aqui seja brevemente abordado diferentemente do filme Malena. Em sumo, temas universais da nossa infância vivida. Sendo seu foco aqui, para falta de atenção recebida para com a criança. Resultando em uma conduta triste de vida. A fotografia mesmo em preto e branco é formidável, vemos ao início uma visão bela e modesta de Paris. O clima melancólico da estória fica ainda mais profundo devido à bela trilha de Jean Constantin. Em fim um filme para se ver e rever diversas vezes, e ser lembrando enquanto for possível. Premiações - Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original.- Recebeu 2 indicações ao BAFTA, nas categorias de Melhor Filme e Melhor Revelação (Jean-Pierre Léaud).- Ganhou o Prêmio Bodil de Melhor Filme Europeu.- Ganhou o prêmio de Melhor Diretor e o Prêmio OCIC, no Festival de Cannes. Curiosidades - Filme de estréia de François Truffaut como diretor.- O título original é uma referência à expressão francesa "faire les quatre cents coups".- As filmagens ocorreram entre 10 de novembro de 1958 e 5 de janeiro de 1959. - O diretor François Truffaut aparece em uma pequena ponta, como um homem fumando um cigarro. Quote Link to comment
Members rubysun Posted February 24, 2007 Members Report Share Posted February 24, 2007 - O título original é uma referência à expressão francesa "faire les quatre cents coups". Interessante, vc sabe o que essa expressão quer dizer? Não vi nenhuma referência no filme. Enfim, paguei esse pecado só hoje. Não achei uma obra-prima como a maioria, mas ainda assim achei excelente. Na minha organização, se não fossem por quatro cenas em especial, o filme seria 3/4 ao invés de 4/4. É um filme simples na maior parte do tempo, sobre a questão da revolta juvenil, e tal. Montado principalmente nas imagens que seguem o Doinel, eu acabei na expectativa de duas cenas comentadíssimas, a do "Minha mãe. Ela morreu." que consegue ser relativamente engraçada mas o filme tem quatro momentos bem melhores; e o final, uma coleção de travellings fenomenais e com todo o significado daquilo para o personagem. Outra cena comentada que eu gostei que é a câmera subjetiva no brinquedo giratório, que foi bem interessante. É legal também a conversa com a psicóloga, na qual ela não aparece, e reforça o sentimento de cumplicidade que o Jean-Pierre Leaud nos dá no papel do Doinel, cena em que ele está se confessando para a câmera, praticamente. Mas eu fui surpreendido foi com a cena em que estão o Antoine e o Rene cabulando e eles descem a escadaria - outra cena de cumplicidade - feita com a maior naturalidade e com a trilha sonora maravilhosa. Achei a cena bem sutil, e excelente. Só não é melhor que o final do filme, mas esse aí já é bem mais notado. Quote Link to comment
Members MacGruber Posted May 22, 2009 Members Report Share Posted May 22, 2009 E o que dizer das crianças escapando do professor na rua? Genial. E só roteiro?! Que vergonha, hein Academia? Quote Link to comment
Members Jack Ryan Posted May 23, 2009 Members Report Share Posted May 23, 2009 Rubysun, a expressão significa "fazer um monte de cagadas", ou "fazer todas as cagadas possíveis" (nota do tradutor, o termo cagada foi escolha minha, hahaha). Vi esse filmes faz alguns anos, já, e lembro que gostei muito na época, mas não cheguei a cair de quatro por ele. Talvez, se revisado, possa subir no meu conceito. De uma forma ou de outra, visualmente é muito bom, a direção do Truffaut, só pra variar, é brilhante. Quote Link to comment
Members Stradivarius Posted May 23, 2009 Members Report Share Posted May 23, 2009 Pra mim a beleza do filme é justamente na admiração do Truffaut pelo que se passa na cabeça do Antoine (que não representa todas as crianças do mundo, mas pensa como uma criança mesmo sendo colocado contra a parede pelo mundo tão cedo). É a inocência sendo perdida de forma bem coercitiva e nada natural. Quote Link to comment
Members pietrocb Posted March 29, 2010 Members Report Share Posted March 29, 2010 "faire les quatre cents coups" significaria fazer arruaças, ter uma vida desregrada, fazer somente escolhas "erradas"...segundo pesquisei...(PS...agora que vi o Jack Ryan logo acima já tinha respondido) em se tratando do filme acho genial...o melhor dos que vi de Truffaut (tem muitos que eu nao vi, confesso) e da Novella Vague. Acho a trilha sonora tocante...e cena final é no mínimo antológica, quando Antoine (alter ego de Truffaut ?) "spoiler" sai correndo em direção ao mar, confesso que me comoveu, e que me identifiquei em muitos momentos com o personagem, que é um adolescente quase que completamente desorientado, e como diz o nosso título traduzido...incompreendido...há referências claras ao genial Zero de Conduta de Jean Vigo (que vi depois), e o filme If de Lindsay Anderson de 1968 (não por acaso considerado um dos melhores filmes dos anos 60)...bom é isso... ***** Quote Link to comment
Members Stradivarius Posted March 29, 2010 Members Report Share Posted March 29, 2010 e o filme If de Lindsay Anderson de 1968 (não por acaso considerado um dos melhores filmes dos anos 60)...bom é isso... ***** Oh, que coincidência... Quote Link to comment
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