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Forum Cinema em Cena

Diogo Mainardi


Dook
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 Boas colocações. Entretanto' date=' será que poderia estender seu exercício de "estilo" by Dioguito para tecer comentários acerca das políticas e ações perpetradas pelos governos anteriores ao Lula? 19 Permita-me uma observação: só vale comparações e a exposição de fatos e de números oficiais (sejam eles do círculo privado, quanto do público) no que se refere aos aspectos sociais, econômicos e politicos, ok!?

 Prevejo que ficará surpreso com o que vai encontrar... 03 Ou talvez não. Quem sabe ainda assim prefira viver na Terra da Fantasia onde o Sapo Barbudo e o PT devem ser "julgados" por não serem perfeitos (13) e são os culpados por todas as mazelas e pilantragens dessa Terra Brasílis de Meu Deus.

 "Quem têm olhos, que veja! Quem têm ouvidos, que ouça!"

 

Em tempo: NÃO SOU PETISTA E MUITO MENOS LULISTA!!!!  

 

   

[/quote']

 

Deadman completely flawless... 10

 

Aguardemos a 'resposta'...  
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Como vcs são previsíveis...é a sempre mesma ladainha' date=' quando apontam os erros e arroubos desse desgoverno, vcs as justificam com os erros do passado.


[/quote']

 

relaxa, Big... no fundo, estamos todos nós à deriva neste mar de lama desse desgoverno..apenas de lados opostos no bote ta num balança-mas-nao-cai..06
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  • Administrators

Nem estou defendendo esse ou aquele partido, só acho absurdo justificar corrupção com corrupção. Afinal de contas como este auto-aumento de 91% só mostra que estamos sendo comandados por pessoas que não estão nem aí, não tem partido, não cor, só há interesses pessoais. Até uma figura que tem grande simpatia do público caiu na armadilha, Eduardo Suplicy votou a favor do aumento e quando a chapa esquentou mudou de lado. 

 

E já tem apelido: depois do "mensalão" temos o "aumentão".06

 

E será votado amnhã, será aprovado e o salário deles irá para 16 mil.

 

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 Big, na boa: wake up!! Note que eu pedi para que o Rafael faça "comparações", não que "justifique" esse ou qualquer outro governo. Seja ele pro ou contra... 03

 Não faço coro àqueles que acham que as safadezas, desacertos etc do atual governo possam (e NÃO O SÃO DE FORMA ALGUMA!!) ser justificadas pelas safadezas, desacertos etc de quaisquer outros governos anteriores. Um erro não justifica outro, meu caro.    

 Agora, que é passível e justo a comparação para sabermos quem melhor (ou pior) governou, isso é possível, sim! Aliás, acho imprescindível!!! Que outra ferramenta temos senão o acompanhamento e a comparação das realizações efetivas entre os governos (à despeito das falcatruas, da corrupção e das pilhagens aos cofres públicos etc) para verificarmos se nosso voto de confiança está sendo minimamente correspondido? Como poderemos julgar as ações e as melhorias (ou pioras) da situação geral da Nação?

 Note: não estou defendendo nem gregos, nem troianos (sei perfeitamente que houveram trabalhos bem realizados no passado e que serviram de alicerce para a situação atual, à despeito de achismos, bem melhor...03), mas apenas comentando que, mais que defeitos e apontamento das falhas, precisamos reconhecer os méritos (caso existam, of course!). Sejam desse ou de qualquer outro governo.      
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  • Members
Nem estou defendendo esse ou aquele partido' date=' só acho absurdo justificar corrupção com corrupção. Afinal de contas como este auto-aumento de 91% só mostra que estamos sendo comandados por pessoas que não estão nem aí, não tem partido, não cor, só há interesses pessoais. Até uma figura que tem grande simpatia do público caiu na armadilha, Eduardo Suplicy votou a favor do aumento e quando a chapa esquentou mudou de lado. 

E já tem apelido: depois do "mensalão" temos o "aumentão".06

E será votado amnhã, será aprovado e o salário deles irá para 16 mil.
[/quote']

 

Big, das duas uma: ou vc está com uma dificuldade incrível de absorção do que está escrito ou vc interpreta apenas aquilo que é conveniente... Que eu saiba, no governo FHC o Congresso também se auto concedeu um aumentão... O que vc diz a respeito? Será que no governo FHC (que vc defende com unhas e dentes) só haviam pessoas preocupadas com o bem estar social do país?
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  • Administrators

De novo Dook? Vc está justificando o aumento de 91% com o "aumentão" do governo FHC??? Eu não acredito, quem aqui disse algo sobre o governo FHC??? É sempre a mesma coisa, justifica corrupção com corrupção, quem aqui disse que o governo FHC foi correto? Quem aqui disse que não havia corrupção no governo FHC??? Eu gostaria que vc apontasse, eu deve ter escrito isso em algum lugar, não é possível, toda vez que aponto uma corrupção, uma sem vergonhice desse desgoverno, vcs falam, "ah mas no governo FHC tb tinha corrupção"...Maravilha...não me diga, é mesmo?? Tinha mesmo? Puxa, eu jurava que não...07

 

É coisa que justificar os crimes do Marcola, dizendo que o Beira-Mar tb cometeu, ah, mas o Beira_mar tb cometeu crimes, deixa o homem em paz.10

 

 

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Deadman:

 

É dificil fazer comparações sem ficar pedante. E também porque eu teria que defender o governo FHC pra defenestrar Lula? Não é preciso.

 

 

FHC fez muitas burradas, se aliou a pessoas erradas, arriscou a

economia em 98 pra garantir a reeleição. Não tem por que defende-lo.

 

Lula é ruim, incompetente e sacana por conta propria.

 

Lula foi muito pior porque trouxe uma grande classe de criminosos para o Planalto. Gente mesquinha, violenta, mafiosa. Enganadores que jogam para a platéia.

 

A campanha do segundo turno foi um grande reflexo disso.

 

Quer algo mais mentiroso e imoral que a história do "Não troque o certo pelo duvidoso!". Isso foi pior que a campanha do Bush. Espalhar o medo entre o eleitorado. Vender as privatisações como a casa do demônio. Foi muito esperto, pois o povo miserável ja estava comprado com a "Bolsa esmola". Foi só iludir a classe média.

 

 

 

 

 

 

 

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Vcs leram a "carta" do "reporter" Rodrigo Vianna??

 

LEALDADE

 

Quando

cheguei à TV Globo, em 1995, eu tinha mais cabelo, mais esperança, e

também mais ilusões. Perdi boa parte do primeiro e das últimas. A

esperança diminuiu, mas sobrevive. Esperança de fazer jornalismo que

sirva pra transformar - ainda que de forma modesta e pontual.

Infelizmente, está difícil continuar cumprindo esse compromisso aqui na

Globo. Por isso, estou indo embora.

Quando

entrei na TV Globo, os amigos, os antigos colegas de Faculdade, diziam:

"você não vai agüentar nem um ano naquela TV que manipula eleições,

fatos, cérebros". Agüentei doze anos. E vou dizer: costumava contar a

meus amigos que na Globo fazíamos - sim - bom jornalismo. Havia, ao

menos, um esforço nessa direção.

Na

última década, em debates nas universidades, ou nas mesas de bar, a

cada vez que me perguntavam sobre manipulação e controle político na

Globo, eu costumava dizer: "olha, isso é coisa do passado; esse tempo

ficou pra trás".

Isso

não era só um discurso. Acompanhei de perto a chegada de Evandro Carlos

de Andrade ao comando da TV, e a tentativa dele de profissionalizar

nosso trabalho. Jornalismo comunitário, cobertura política - da qual

participei de 98 a 2006. Matérias didáticas sobre o voto, sobre a

democracia. Cobertura factual das eleições, debates. Pode parecer

bobagem, mas tive orgulho de participar desse momento de virada no

Jornalismo da Globo.

Parecia

uma virada. Infelizmente, a cobertura das eleições de 2006 mostrou que

eu havia me iludido. O que vivemos aqui entre setembro e outubro de

2006 não foi ficção. Aconteceu.

Pode ser que algum chefe queira fazer abaixo-assinado para provar que não aconteceu. Mas, é ruim, hem!

Intervenção

minuciosa em nossos textos, trocas de palavras a mando de chefes,

entrevistas de candidatos (gravadas na rua) escolhidas a dedo, à

distância, por um personagem quase mítico que paira sobre a Redação: "o

fulano (e vocês sabem de quem estou falando) quer esse trecho; o fulano

quer que mude essa palavra no texto".

Tudo isso aconteceu. E nem foi o pior.

Na

reta final do primeiro turno, os "aloprados do PT" aprontaram; e

aloprados na chefia do jornalismo global botaram por terra anos de

esforço para construir um novo tipo de trabalho aqui.

Ao

lado de um grupo de colegas, entrei na sala de nosso chefe em São

Paulo, no dia 18 de setembro, para reclamar da cobertura e pedir

equilíbrio nas matérias: "por que não vamos repercutir a matéria da

"Istoé", mostrando que a gênese dos sanguessugas ocorreu sob os

tucanos? Por que não vamos a Piracicaba, contar quem é Abel Pereira? "

Por

que isso, por que aquilo... Nenhuma resposta convincente. E uma

cobertura desastrosa. Será que acharam que ninguém ia perceber?

Quando,

no JN, chamavam Gedimar e Valdebran de "petistas" e, ao mesmo tempo,

falavam de Abel Pereira como empresário ligado a um ex-ministro do

"governo anterior", acharam que ninguém ia achar estranho?

Faltando

seis dias para o primeiro turno, o "petista" Humberto Costa foi

indiciado pela PF. No caso dos vampiros. O fato foi parar em manchete

no JN, e isso era normal. O anormal é que, no mesmo dia, esconderam o

nome de Platão, ex-assessor do ministério na época de Serra/Barjas

Negri. Os chefes sabiam da existência de Platão, pediram a produtores

pra checar tudo sobre ele, mas preferiram não dar. Que jornalismo é

esse, que poupa e defende Platão, mas detesta Freud! Deve haver uma

explicação psicanalítica para jornalismo tão seletivo!

Ah,

sim, Freud. Elio Gaspari chegou a pedir desculpas em nome dos

jornalistas ao tal Freud Godoy. O cara pode ter muitos pecados. Mas, o

que fizemos na véspera da eleição foi incrível: matéria mostrando as

"suspeitas", e apontando o dedo para a sala onde ele trabalhava, bem

próximo à sala do presidente... A mensagem era clara. Mas, quando a PF

concluiu que não havia nada contra ele, o principal telejornal da Globo

silenciou antes da eleição.

Não vi matérias mostrando as conexões de Platão com Serra, com os tucanos.

Também

não vi (antes do primeiro turno) reportagens mostrando quem era Abel

Pereira, quem era Barjas Negri, e quais eram as conexões deles com

PSDB. Mas vi várias matérias ressaltando os personagens petistas do

escândalo. E, vejam: ninguém na Redação queria poupar os petistas (eu

cobri durante meses o caso Santo André; eram matérias desfavoráveis a

Lula e ao PT, nunca achei que não devêssemos fazer; seria o fim da

picada...).

O

que pedíamos era isonomia. Durante duas semanas, às vésperas do

primeiro turno, a Globo de São Paulo designou dois repórteres para

acompanhar o caso dossiê: um em São Paulo, outro em Cuiabá. Mas, nada

de Piracicaba, nada de Barjas.!

Um

colega nosso chegou a produzir, de forma precária, por telefone (vejam,

bem, por telefone! Uma TV como a Globo fazer reportagem por telefone),

reportagem com perfil do Abel. Foi editada, gerada para o Rio. Nunca

foi ao ar!

Os

telespectadores da Globo nunca viram Serra e os tucanos entregando

ambulâncias cercados pelos deputados sanguessugas. Era o que estava na

tal fita do "dossiê". Outras TVs mostraram o vídeo, a internet mostrou.

A Globo, não. Provava alguma coisa contra Serra? Não. Ele não era

obrigado a saber das falcatruas de deputados do baixo clero. Mas, por

que demos o gabinete de Freud pertinho de Lula, e não demos Serra com

sanguessugas?

E

o caso gravíssimo das perguntas para o Serra? Ouvi, de pelo menos 3

pessoas diretamente envolvidas com o SP-TV Segunda Edição, que as

perguntas para o Serra, na entrevista ao vivo no jornal, às vésperas do

primeiro turno, foram rigorosamente selecionadas. Aquele diretor

(aquele, vocês sabem quem) teria mandado cortar todas as perguntas

"desagradáveis". A equipe do jornal ficou atônita. Entrevistas com os

outros candidatos tinham sido duras, feitas com liberdade. Com o Serra,

teria havido, deliberadamente, a intenção de amaciar.

E isso era um segredo de polichinelo. Muita gente ouviu essa história pelos corredores...

E

as fotos da grana dos aloprados? Tínhamos que publicar? Claro. Mas,

porque não demos a história completa? Os colegas que estavam na PF

naquele dia (15 de setembro), tinham a gravação, mostrando as

circunstâncias em que o delegado vazara as fotos. Justiça seja feita:

sei que eles (repórter e produtor) queriam dar a matéria completa - as

fotos, e as circunstâncias do vazamento. Podiam até proteger a fonte,

mas escancarando o que são os bastidores de uma campanha no Brasil.

Isso seria fazer jornalismo, expor as entranhas do poder.

Mais uma vez, fomos seletivos: as fotos mostradas com estardalhaço. A fita do delegado, essa sumiu!

Aquele

diretor, aquele que controla cada palavra dos textos de política, disse

que só tomou conhecimento do conteúdo da fita no dia seguinte. Quer que

a gente acredite?

Por que nunca mostraram o conteúdo da fita do delegado no JN?

O JN levou um furo, foi isso?

Um

colega nosso, aqui da Globo ouviu a fita e botou no site pessoal

dele... Mas, a Globo não pôs no ar... O portal "G-1" botou na íntegra a

fita do delegado, dias depois de a "CartaCapital" ter dado o caso. Era

noticia? Para o portal das Organizações Globo, era.

Por que o JN não deu no dia 29 de setembro? Levou um furo?

Não. Furada foi a cobertura da eleição. Infelizmente.

E,

pra terminar, aquele episódio lamentável do abaixo-assinado, depois das

matérias da "CartaCapital". Respeito os colegas que assinaram. Alguns

assinaram por medo, outros por convicção. Mas, o fato é que foi um

abaixo-assinado em defesa da Globo, apresentado por chefes!

Pensem

bem. Imaginem a seguinte hipótese: a revista "Quatro Rodas" dá matéria

falando mal da suspensão de um carro da Volkswagen, acusando a empresa

de deliberadamente não tomar conhecimento dos problemas. Aí, como

resposta, os diretores da Volks têm a brilhante idéia de pedir aos

metalúrgicos pra assinar um manifesto em defesa da empresa! O que vocês

acham? Os metalúrgicos mandariam a direção da fábrica catar coquinho em

Berlim!

Aqui,

na Globo, muitos preferiram assinar. Por isso, talvez, tenhamos um

metalúrgico na Presidência da República, enquanto os jornalistas

ficaram falando sozinhos nessa eleição...

De

resto, está difícil continuar fazendo jornalismo numa emissora que

obriga repórteres a chamarem negros de "pretos e pardos". Vocês já

viram isso no ar? Sinto vergonha...

A

justificativa: IBGE (e, portanto, o Estado brasileiro) usa essa

nomenclatura. Problema do IBGE. Eu me recuso a entrar nessa. Delegados

de policia (representantes do Estado) costumavam (até bem pouco tempo)

tratar companheiras (mesmo em relações estáveis) como "concubinas" ou

"amásias". Nunca usamos esses termos!

Árabes

que chegaram ao Brasil no início do século passado eram chamados de

"turcos" pelas autoridades (o passaporte era do Império Turco Otomano,

por isso a nomenclatura). Por causa disso, jornalistas deviam chamar

libaneses de turcos?

Daqui

a pouco, a Globo vai pedir para que chamemos a Parada Gay de "Parada

dos Pederastas". Francamente, não tenho mais estômago.

Mas,

também, o que esperar de uma Redação que é dirigida por alguém que

defende a cobertura feita pela Globo na época das Diretas?

Respeito

a imensa maioria dos colegas que ficam aqui. Tenho certeza que vão

continuar se esforçando pra fazer bom Jornalismo. Não será fácil a

tarefa de vocês.

Olhem

no ar. Ouçam os comentaristas. As poucas vozes dissonantes sumiram.

Franklin Martins foi afastado. Do Bom dia Brasil ao JG, temos um

desfile de gente que está do mesmo lado.

Mas sabem o que me deixou preocupado mesmo? O texto do João Roberto Marinho depois das eleições.

Ele

comemorou a reação (dando a entender que foi absolutamente espontânea;

será que disseram isso pra ele? Será que não contaram a ele do

mal-estar na Redação de São Paulo?) de jornalistas em defesa da

cobertura da Globo:

"(...)diante

de calúnias e infâmias, reagem, não com dúvidas ou incertezas, mas com

repúdio e indignação. Chamo isso de lealdade e confiança".

Entendi.

Ele comemora que não haja dúvidas e incertezas... Faz sentido.

Incerteza atrapalha fechamento de jornal. Incerteza e dúvida são

palavras terríveis. Devem ser banidas. Como qualquer um que diga que há

racismo - sim - no Brasil.

E

vejam o vocabulário: "lealdade e confiança". Organizações ainda hoje

bem populares na Itália costumam usar esse jargão da "lealdade".

Caro João, você talvez nem saiba direito quem eu sou.

Mas,

gostaria de dizer a você que lealdade devemos ter com princípios, e com

a sociedade. A Globo, infelizmente, não foi "leal" com o público. Nem

com os jornalistas.Vai pagar o preço por isso. É saudável que pague. Em

nome da democracia!

João, da família Marinho, disse mais no brilhante comunicado interno:

"Pude

ter certeza absoluta de que os colaboradores da Rede Globo sabem que

podem e devem discordar das decisões editoriais no trabalho cotidiano

que levam à feitura de nossos telejornais, porque o bom jornalismo é

sempre resultado de muitas cabeças pensando".

Caro

João, em que planeta você vive? Várias cabeças? Nunca, nem na ditadura

(dizem-me os companheiros mais antigos) tivemos na Globo um jornalismo

tão centralizado, a tal ponto que os repórteres trabalham mais como

bonecos de ventríloquos, especialmente na cobertura política!

Cumpro

agora um dever de lealdade: informo-lhe que, passadas as eleições, quem

discordou da linha editorial da casa foi posto na "geladeira". Foi

lamentável, caro João. Você devia saber como anda o ânimo da Redação -

especialmente em São Paulo.

Boa

parte dos seus "colaboradores" (você, João, aprendeu direitinho o

vocabulário ideológico dos consultores e tecnocratas - "colaboradores",

essa é boa... Eu não sou colaborador, coisa nenhuma! Sou jornalista!)

está triste e ressabiada com o que se passou.

Mas, isso tudo tem pouca importância.

Grave

mesmo é a tela da Globo - no Jornalismo, especialmente - não refletir a

diversidade social e política brasileira. Nos anos 90, houve um ensaio,

um movimento em direção à pluralidade. Já abortado. Será que a opção é

consciente?

Isso

me lembra a Igreja Católica, que sob Ratzinger preferiu expurgar o

braço progressista. Fez uma opção deliberada: preferiram ficar menores,

porém mais coesos ideologicamente. Foi essa a opção de Ratzinger. Será

essa a opção dos Marinho?

Depois, não sabem porque os protestantes crescem...

Eu, que não sou católico nem protestante, fico apenas preocupado por ver uma concessão pública ser usada dessa maneira!

Mas, essa é também uma carta de despedida, sentimental.

Por isso, peço licença pra falar de lembranças pessoais.

Foram quase doze anos de Globo.

Quando

entrei na TV, em 95, lá na antiga sede da praça Marechal, havia a

Toninha - nossa mendiga de estimação, debaixo do viaduto. Os berros que

ela dava em frente à entrada da TV traziam uma dimensão humana ao

ambiente, lembravam-nos da fragilidade de todos nós, de como nossa

razão pode ser frágil.

Havia o João Paulada - o faz-tudo da Redação.

Havia a moça do cafezinho (feito no coador, e entregue em garrafas térmicas), a tia dos doces...

Era um ambiente mais caseiro, menos pomposo. Hoje, na hora de dizer tchau, sinto saudade de tudo aquilo.

Havia bares sujos, pessoas simples circulando em volta de todos nós - nas ruas, no Metrô, na padaria.

Todos,

do apresentador ao contínuo, tinham que entrar a pé na Redação.

Estacionamentos eram externos (não havia "vallet park", nem catraca

eletrônica). A caminhada pelas calçadas do centro da cidade

obrigava-nos a um salutar contato com a desigualdade brasileira.

Hoje,

quando olho pra nossa Redação aqui na Berrini, tenho a impressão que

estou numa agência de publicidade. Ambiente asséptico, higienizado.

Confortável, é verdade. Mas triste, quase desumano.

Mas, há as pessoas. Essas valem a pena.

Pra quem conseguiu chegar até o fim dessa longa carta, preciso dizer duas coisas...

1)

Sinto-me aliviado por ficar longe de determinados personagens,

pretensiosos e arrogantes, que exigem "lealdade"; parecem "poderosos

chefões" falando com seus seguidores... Se depender de mim, como

aconteceu na eleição, vão ficar falando sozinhos.

2) Mas, de meus colegas, da imensa maioria, vou sentir saudades.

Saudades

das equipes na rua - UPJs que foram professores; cinegrafistas que

foram companheiros; esses sim (todos) leais ao Jornalismo.

Saudades dos editores - que tiveram paciência com esse repórter aflito e procuraram ser leais às minúcias factuais.

Saudades dos produtores e dos chefes de reportagem - acho que fui leal com as pautas de vocês e (bem menos) com os horários!

Saudades de cada companheiro do apoio e da técnica - sempre leais.

Saudades

especialmente, das grandes matérias no Globo Repórter - com aquela

equipe de mestres (no Rio e em São Paulo) que aos poucos vai se

desmontando, sem lealdade nem respeito com quem fez história (mas há

bravos resistentes ainda).

Bem, pelo tom um tanto ácido dessa carta pode não parecer. Mas levo muita coisa boa daqui.

Perdi cabelos e ilusões. Mas, não a esperança.

Um beijo a todos.

Rodrigo Vianna

 

Algumas considerações minhas.

1- Esse "reporter" deve ter ficado muito tempo mesmo na TV. Esqueceu completamente como escrever um bom texto.

2- Se é que essa "carta" foi escrita por um jornalista.

3- Se é que os "fatos" apresentados são verdadeiros.

 

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 Algumas considerações:

 

1- Interessante... O cara ficou 12 anos na Globo, né? Será que quando ele entrou a Globo era "diferente"? Já não sabia em que cumbuca estava enfiando a mão? I don't think so... 19

 

2- Partindo da premissa de que sabia (e em seu texto dá a entender em inumeras partes isso), trata-se de um cara tão pilantra e anti-ético quanto a Vênus Platinada. Pior: cospe no prato em que comeu durante doze anos, depois sai xingando e defenestrando tudo (ou quase tudo) o que o rodeava. Me parece, mais uma vez tornada realidade, a historinha da Raposa e das Uvas: despeito, mágoa, conveniência e ressentimento. Coquetel perfeito para a concorrência da Rede Bobo se fartar de material nos dias que virão... Vão cair matando!!

 

          
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Deadman:

É dificil fazer comparações sem ficar pedante.

 

- Discordo. 

 

E também porque eu teria que defender o governo FHC pra defenestrar Lula? Não é preciso.

 

- Ponto pacífico: concordamos aqui.


FHC fez muitas burradas' date=' se aliou a pessoas erradas, arriscou a economia em 98 pra garantir a reeleição. Não tem por que defende-lo.[/quote']

 

- Melhor: não há como defendê-lo!! 03

 



Lula é ruim' date=' incompetente e sacana por conta propria.

Lula foi muito pior porque trouxe uma grande classe de criminosos para o Planalto. Gente mesquinha, violenta, mafiosa. Enganadores que jogam para a platéia.

A campanha do segundo turno foi um grande reflexo disso.

Quer algo mais mentiroso e imoral que a história do "Não troque o certo pelo duvidoso!". Isso foi pior que a campanha do Bush. Espalhar o medo entre o eleitorado. Vender as privatisações como a casa do demônio. Foi muito esperto, pois o povo miserável ja estava comprado com a "Bolsa esmola". Foi só iludir a classe média.[/quote']

 

- É justamente por ter sido um dos muitos iludidos, entre aqueles que perambulam entre a classe média e os miseráveis, que NÃO votei nele nessa eleição... 01





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A toda poderosa Globo responde:

 

Em comunicado interno, o diretor

de jornalismo da Globo em São Paulo, Luiz Cláudio Latgé, rebateu as

acusações de Vianna. Leia, abaixo, a íntegra do texto de Vianna:

 

"O

repórter Rodrigo Vianna foi informado hoje de que o contrato dele, que

termina dia 31 de janeiro, não será renovado. A comunicação com um mês

de antecedência é uma exigência do contrato. Está claro que o Rodrigo

preparou-se para este momento, a ponto de ter uma longa mensagem pronta

a ser divulgada. Os motivos da não renovação nada têm a ver com a

cobertura das eleições, como ele especula. Em respeito a ele, jamais

pretendi torná-los públicos nem farei isso agora. Rodrigo, porém, nem

os quis conhecer. Ao ouvir de mim que o contrato não seria renovado,

saiu intempestivamente de minha sala e enviou um e-mail para a Redação.

 

Rodrigo

deve ter pensado que poderia encontrar no ataque aos colegas e na

mentira uma saída nobre. Com essa atitude, ele pareceu querer se

defender de acusações que jamais passaram pela nossa cabeça. A pergunta

que fica é a seguinte: se a integridade dele é tão elevada, como ele

supõe, por que não se demitiu anteriormente, convivendo durante meses

com uma situação que ele classifica de insuportável? Não o fez porque

tinha como certo que seu contrato seria renovado. Para que não perdesse

o emprego por motivos menos nobres, preferiu repetir, quase

literalmente, acusações que jornalistas mal-intencionados já nos tinham

feito. Talvez tenha pensado que, assim, sairia como mártir. Deu a

entender que partiu dele a iniciativa de sair, quando na verdade todos

os sinais que emitia eram de que queria ficar. Lamento que tenha

perdido o equilíbrio e tentado transformar um assunto funcional interno

numa questão política, que jamais existiu. Sinto não ter percebido

antes que, intuindo que poderia ser desligado por outros motivos,

construa essa "justificativa política", sem base na realidade. Foi um

comportamento indigno. E não é justo com o trabalho de todos deixar sem

resposta as críticas que ele nos faz.

 

Fizemos uma cobertura

eleitoral intensa e democrática, com a abertura de espaços em todos os

nossos telejornais para todos os partidos, que mais de uma vez

reconheceram nossa isenção e a importância do serviço prestado ao

público. Não inventamos uma pilha de dinheiro na mesa da Polícia

Federal. Já saímos a público antes para refutar estas teorias

conspiratórias produzidas por grupos políticos e jornalistas

descompromissados com a verdade.

 

Nosso noticiário em nada foi

diferente dos demais veículos de imprensa de importância. De setembro a

outubro, demos 20 reportagens sobre Abel Pereira e Barjas Negri. Todos

os assuntos foram investigados, sim, e noticiados segundo o seu grau de

relevância. Tudo o que fizemos foi exposto ao juízo do público em

nossas edições diárias. Nossa isenção jornalística foi elogiada em

artigos até por veículos de grupos concorrentes.

 

Não há nada em

nossa conduta ou em nossas decisões editoriais que tenha nos afastado

do bom jornalismo e muito menos que nos envergonhe.

 

A confusão

de idéias que o Rodrigo Vianna expressa deve ter razões pessoais e

compromissos que não nos cabe julgar. Peço desculpas aos colegas pelos

ataques e ofensas por ele dirigidos.

 

Luiz Claudio Latgé

 

--------------------------------------------------------------------------------------------

Minhas considerações

 

1- Incrivelmente passaram pela minha cabeça os mesmos argumentos do Latgé.

2- Ele dá uma cutucada em "jornalistas" como Mino e PHA.

3- Realmente, parece que o Rodrigo encarnou as demencias de Mino e PHA.

 

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  • 2 weeks later...
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Atendendo a pedidos, passarei a postar aqui as colunas do nosso querido Dioguito... Apreciem, mas com moderação... 06

 

Porcentagens lulistas

"De acordo com dados do Ibope, 83% dos
brasileiros se consideraram satisfeitos ou
muito satisfeitos com a vida.
O número é duas
vezes maior
do que o total de pessoas atendidas
pela rede de esgoto – 40%.
Há felicidade sem esgoto"

Se Lula é o povo e o povo é Lula, é bom saber como pensa o povo. Alguns dias atrás, o Ibope divulgou que 71% dos brasileiros aprovavam Lula. Os lulistas comemoraram o resultado. Em dezembro de 1998, 58% dos brasileiros aprovavam Fernando Henrique Cardoso. O povo aprova o presidente. Quem quer que ele seja.

Outra pesquisa do Ibope indicou que 75% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos, demonstrando incapacidade para compreender um enunciado simples. Na pesquisa anterior, o porcentual era ligeiramente maior: 76%. A escrita foi introduzida no Brasil há mais de 500 anos. Logo conseguiremos dominá-la.

Ao mesmo tempo em que 75% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos, 84% declararam estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a qualidade do ensino público. 75% dos pais e alunos pediram apenas uma mudança no currículo escolar: o ensinamento do criacionismo no lugar do darwinismo.

O Ibope mostrou também que 96% dos brasileiros desconheciam o significado do termo holocausto. 37% declararam repudiar a idéia de ter um vizinho judeu. O número só foi inferior aos que disseram repudiar a idéia de ter um vizinho cigano – 51%.

Indagados sobre o meio de transporte mais seguro, 51% dos brasileiros escolheram o ônibus. Segundo uma pesquisa do SOS Estradas, os acidentes com ônibus matam cerca de 2.400 pessoas por ano no Brasil.

82% dos eleitores manifestaram seu descontentamento com a democracia. A maior parte deles se encontrava no Nordeste, nas camadas de menor escolaridade e renda.

De acordo com os dados do Ibope, 83% dos brasileiros se consideraram satisfeitos ou muito satisfeitos com a vida. O número é duas vezes maior do que o total de pessoas atendidas pela rede de esgoto – 40%. Há felicidade sem esgoto.

Uma pesquisa realizada entre os leitores de Época elegeu Chico Xavier como o maior brasileiro de todos os tempos.

Pela primeira vez em catorze anos, aumentou o trabalho infantil no Brasil. Segundo a mais recente pesquisa do Pnad, o total de crianças empregadas passou de 7,33% em 2004 para 7,8% em 2005. Ignora-se se elas estavam entre os 89% de brasileiros otimistas ou muito otimistas quanto a 2007.

Lula é o povo. O povo é Lula. Os lulistas recomendam que a imprensa siga o povo. Seguindo o povo, ela seguirá Lula. O lulista Bernardo Kucinski argumentou: "Os colunistas se engajaram ativamente na campanha contra Lula. Isso é um fato. Lula foi eleito por ampla maioria. É outro fato. E os dois fatos apontam para um descolamento dos colunistas em relação ao sentimento da maioria da população".

Nestes tempos de lulismo, estou cada dia mais incapaz de entender um enunciado simples.

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Mais Dioguito... um artigo mais hilário que o outro:06

 

Paulo Francis e eu

"Como se sabe, eu sou o imitador barato de
Paulo Francis. O que nele
era tragédia, comigo
se
transformou em farsa. A grande vantagem
de
pertencer a um universo farsesco é que, ao
contrário
de Paulo Francis, não há a menor possibilidade
de
que eu morra por causa dos meus processos"

Em 2007, fará dez anos que Paulo Francis morreu. Eu me encontrei com ele, pela última vez, dois meses antes de sua morte. Passamos o Natal juntos em Paris. Ele tinha acabado de resolver a pendenga judiciária com a Petrobras, que o processara por uma frase dita no programa Manhattan Connection. Em Paris, ele falou muito sobre o caso. Dizia-se aliviado e cansado. Elio Gaspari atribuiu sua morte ao imenso desgaste emocional sofrido durante o processo. Eu defendo a linha eliogaspariana. Acredito que Paulo Francis realmente morreu por esse motivo.

Como se sabe, eu sou o imitador barato de Paulo Francis. O que nele era tragédia, comigo se transformou em farsa. Estou sendo processado por um monte de gente ligada ao petismo. Num desses processos, a Brasil Telecom me apresentou como uma espécie de Marcola do parajornalismo, afirmando à autoridade judiciária que há 425 denúncias contra mim. O número foi ligeiramente inflacionado. Com isso não pretendo sugerir que a Brasil Telecom costuma inflacionar seus números, como aqueles oferecidos ao Citibank por sua cota na empresa. É bom que isso fique claro e que a Brasil Telecom me entenda, porque já tenho processos o bastante. O fato é que não há 425 denúncias contra mim. Atualmente, respondo a seis processos criminais e cerca de uma dúzia de cíveis. Um mais grotesco do que o outro. A Justiça sabe disso. Tanto que meu retrospecto legal é altamente positivo. Só nesta semana meus advogados ganharam duas causas. A grande vantagem de pertencer a um universo farsesco é que, ao contrário de Paulo Francis, não há a menor possibilidade de que eu morra por causa de meus processos. O pior que pode me acontecer é ter de viajar a São Paulo de dois em dois meses.

A tática de intimidar a imprensa por meio de processos judiciais foi testada pelos petistas no Rio Grande do Sul. O tema é tratado no livro de entrevistas Vanguarda do Atraso, de Diego Casagrande. O jornalista José Barrionuevo foi denunciado doze, treze vezes durante o governo Olívio Dutra, até ser condenado por uma estatal de energia. Políbio Braga foi obrigado a prestar depoimento numa delegacia de polícia. Em seguida, foi demitido da Bandeirantes e da Gazeta Mercantil porque o governo simplesmente cortou a publicidade destinada a esses veículos. Érico Valduga foi processado por delito de opinião, assim como Rogério Mendelski. No total, segundo o livro, uns vinte jornalistas foram perseguidos pelo petismo gaúcho, um número surpreendentemente grande, considerando a moralidade fluida da categoria. A gauchada é meio lenta. Levou alguns anos para aprender que os petistas mordem. Depois disso, livrou-se deles para sempre. O resto do Brasil é ainda mais lento do que o Rio Grande do Sul. Mas um dia aprende. Pavlovianamente. Cuidado. Os petistas mordem.

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 Comentários:

Porcentagens Lulistas - o imenso texto do Sr. Mainardi só comprova duas coisas:

 

1ª- Pesquisas não "provam" nada. Além de a cada dia que passa me soarem mais e mais manipuláveis.

2ª- Que as mazelas na educação, na rede sanitária, da malha rodoviária e na política é fato secular. Não podem ser atribuidos a "lulistas" apenas. A insistência dele nisso é enfadonha e equivocada. Logo, eu concordo com ele: a cada dia que passa ele REALMENTE demonstra ser incapaz de entender enunciados simples...07   

 

Paulo Francis e Eu -

 

1º- Pelo menos, na sua auto indulgência (disfarçada de modéstia) assume ser um Paulo Francis piorado (como se Paulo Francis fosse "O Comentarista" ou "O Jornalista" 06 07).  

 

2º- Que quem fala o que quer, ouve o que não quer e pode (e deve!) assumir as consequências de seus atos e idéias. É o preço que se paga por viver numa democracia. Se ele não concorda com isso e se sente (coitado...) perseguido por "lulistas pitt-bull" que se mude para Paris. Faria um favor ao Brasil, poupando-nos de seus desatinos parajornalísticos.            

 
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Pois é, ninguém menciona a as causas ganhas e o saldo positivo, só fazem panelaço com as negativas. Isos me lembra um certo governo que infla números positivos.17 FHC? Itamar?

 

Qto ao texto, ele é hilário mesmo, nada como rir um pouco da nossa desgraça.E Dook, obrigado por postar os textos dele, me divirto muito.

 

E sim, quem sabe o Brasil aprenda com o Sul, são Paulo está chegando lá.

 

 

 

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Dead, eu acho que ele já mora (ou pelo menos morava) fora...

 

E como o pessoal tá se divertindo, aí vai mais:

 

Pergunte ao pó

"Assaltantes tomaram um prédio perto do
meu. Isso tudo só aconteceu, de acordo com
o teorema da polícia, porque negligenciei a
tarefa de cheirar minha cota social de cocaína, para
redistribuir renda pelos morros cariocas. Lula? Sim,
há Lula nessa história. Ele é um estado mental"

Cheire pó. Quanto mais, melhor. Há um aumento da criminalidade no Rio de Janeiro. A polícia diz que é porque os ricos passaram a consumir menos drogas. A partir do momento em que os ricos passaram a consumir menos drogas, os traficantes pobres foram obrigados a recorrer a outros meios. Daí o atual aumento de assaltos, seqüestros e assassinatos, segundo a polícia.

Até outro dia se dizia o contrário. Dizia-se que era o consumo de drogas dos ricos que alimentava a criminalidade dos traficantes pobres. Se os ricos consumissem menos drogas, a criminalidade diminuiria. É complicado saber o que fazer. Se a gente cheira pó, metem bala na nossa cabeça porque a gente cheira pó. Se paramos de cheirar, metem bala porque paramos de cheirar. A única certeza é que os culpados somos sempre nós. E que uma bala atingirá nossa cabeça. É o catch-22 do socialismo moreno.

Na semana passada, assaltantes tomaram um prédio perto do meu. Fizeram reféns, esvaziaram apartamentos, espancaram moradores. Isso tudo só aconteceu, de acordo com o teorema da polícia, porque negligenciei a tarefa de cheirar minha cota social de cocaína, para redistribuir renda pelos morros cariocas. Os assaltantes enganaram o porteiro fazendo-se passar por oficiais judiciários. Coincidentemente, naquele mesmo dia, num intervalo de dez minutos, dois oficiais judiciários bateram à minha porta, porque fui denunciado por uns comparsas de Lula.

Lula? Sim, há Lula nessa história. Como em todas as outras. Muita gente reclama porque eu falo demais sobre ele. Está todo mundo cheio do Lula. Ninguém mais quer saber dele. E o segundo mandato ainda nem começou. Nos últimos dias, um leitor publicou até uma carta aberta na internet, pedindo-me a delicadeza de mudar de assunto. Compreendo perfeitamente o sentimento. Lula cansa, aborrece, enauseia. Só que ele é como droga. Se a gente a consome, se dana. Se pára de consumi-la, se dana do mesmo jeito.

Lula – o meu Lula – já não é mais o presidente Lula. É um estado mental. É o símbolo da nossa incapacidade de pensar direito. É o gremlin que emperra o país. Cedo ou tarde o presidente Lula será esquecido. Até mesmo por mim. Nem os lulistas se lembrarão dele. Porque ele é desimportante. Mas seu espírito atarantado continuará entre nós, com outro nome, com outra cara. Euclides da Cunha disse tudo o que era necessário dizer sobre a nossa raça. Lula – o meu Lula – é a mais perfeita síntese euclidiana. Ele representa o "temperamento delirante", o "senso moral deprimido", o "fetichismo bárbaro", a "servidão inconsciente", a "preguiça invencível", o "desequilíbrio incurável", a "fealdade", a "psicose coletiva", a "degenerescência intelectual" que nos impediu de viver "num meio mais adiantado".

Euclides da Cunha sentenciou: "Ou progredimos, ou desaparecemos". O Brasil o desmentiu: nem progrediu, nem desapareceu. Ficou parado numa "fase remota da evolução". Eu parei. Nós paramos. Lula parou. Para sempre.

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As pesquisas só valem quando são favorários, quando são desfaforáveis não valem nada mesmo.

 

"A escrita foi introduzida no Brasil há mais de 500 anos. Logo conseguiremos dominá-la."

 

Leu isso? Onde ele disse que não é secular. Caro, Lula é a bola da vez, é governo, é vidraça, tem que dar a cara a tapa e fazer a bodega andar, faz parte. Apesar deles se comportarem como "não é comigo, não vi, não sei".

Lula é o maior comandante desse país, tem que a assumir bronca e fazer acontecer, fazer a parte dele.

 

Ou o Brasil acabou no governo FHC? Temos quer cobrar dos morto-vivos do passado ou de quem está no poder atual?

 

Paulos Fracis e ele -> you got it

 

E ninguém se ateve aos números, assustadores, mas não surpreendentes, diga-se.

 

 

Big One2006-12-29 10:14:12

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E sim' date=' quem sabe o Brasil aprenda com o Sul, são Paulo está chegando lá.


[/quote']

 

Se considerarmos que nos últimos 12 anos, o Sul experimentou com PT, PMDB e agora PSDB e nós estamos há quase 20 anos com o PSDB, acho que SP ainda precisa tomar muito Ninho Soleil para chegar onde o Sul está...
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As pesquisas só valem quando são favorários' date=' quando são desfaforáveis não valem nada mesmo.

"A escrita foi introduzida no Brasil há mais de 500 anos. Logo conseguiremos dominá-la."

Leu isso? Onde ele disse que não é secular. Caro, Lula é a bola da vez, é governo, é vidraça, tem que dar a cara a tapa e fazer a bodega andar, faz parte. Apesar deles se comportarem como "não é comigo, não vi, não sei".
Lula é o maior comandante desse país, tem que a assumir bronca e fazer acontecer, fazer a parte dele.


Ou o Brasil acabou no governo FHC? Temos quer cobrar dos morto-vivos do passado ou de quem está no poder atual?

Paulos Fracis e ele -> you got it
[/quote']

 

Big, boa idéia... vou caçar os artigos do Mainardi da época FHC, se é que tais artigos ainda existem... Comparando lado a lado, poderemos ver se o nosso amigo é benevolente com quem melhor lhe apetece.
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Pergunte ao pó ->

 

A culpa é sempre da classe média

A culpa é sempre do consumidor

A culpa é da menina que usou mini saia e foi estuprada

A culpa é passageiro que quis pegar avião no natal

A culpa é sua que quis comprar carro novo e foi roubado

A culpa é de quem sacou dinheiro em caixa eletrônico...

A culpa é da cara que antes de guardar o carro na garagem sem verificar se tinha alguém suspeito.

A culpa é da mulher que deixou o vidro do carro aberto em pleno verão 40 graus.

A culpa é do cara que atendeu o celular na rua...

E a maior culpa de todos os males do Brasil é do Tio Sam...

 

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Só um comentariozinho: se você acha que a classe média deste país é a melhor coisa que ele tem, acho melhor sair um pouco nas ruas e observar o que essa classe média faz de concreto para a construção deste país...

 

Em tempo: considero a nossa classe média uma das coisas mais deploráveis deste país.
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