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Filmes Superestimados


Engraxador!
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Volta e meia, e debates como esses sempre voltam... 06

 

Se O Iluminado é um filme ruim, o problema não está em a história ser diferente do livro, e sim por SER ruim. Eu vi as justificativas do Chiquinho pros personagens do livro serem melhores que no filme e eu penso: "E...?" Ele pareceu mais ocupado em citar as diferenças livro/filme do que elucidar como os personagens do filme não funcionam.

 

Lucy, existem adaptações desnecessárias sim, mas que não ajudam/atrapalham na narrativa do filme. Então pra que dar atenção?
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Bom, falando por mim, eu já falei antes por que, mas repetindo, odeio O Iluminado: vejam bem, não estou falando que o filme é ruim, estou falando que odeio o filme (subjetivo). Portanto, nem pensem em me convocar pra meter o pau nele no Tribunal, mesmo porque não tem porque ficar "defendendo" ou "acusando" a partir de uma opinião que envolve elementos tão subjetivos. 03
A princípio: não acho que adaptações devam ser iguais aos livros que deram origem, mas nesse caso específico, se utilizarmos os dois como obras distintas, PRA MIM, o livro ganha de goleada do filme, embora não simpatize tanto assim com ele também.
Digo por que: como sabem, eu adoro jogos psicológicos, personagens que tem seu comportamento deturpado, insanidade (em todos os níveis), construções psicológicas pesadas, degradação, etc. Aprecio cada instante e sou absorvido completamente por essas características quando me deparo com elas.
Dessa forma, já vi muita coisa a esse respeito e me interesso muito pelo tema. Uma vez que a loucura é uma das características dessa obra de Stephen King, especialmente relacionando o tema ao personagem de Jack Nicholson, acompanhei de perto todo o processo de degradação que envolveu o personagem.
No meu caso, identifico-me mais com um padrão mais reflexivo e detalhado para esse tipo de personagem  - acho que uma construção assim se torna mais profunda e eficiente para que seja mais interessante a "mudança" - e acho que para desenvolver um personagem assim, de forma a me envolver totalmente com o padrão de comportamento que ele apresenta (normalmente, em personagens desse tipo, existe uma lógica por conta do comportamento que faz sentido quando adentramos seu mundo e nos deparamos com suas características mais profundas, o que nos leva de certa forma a "compreendermos suas atitudes", coisa que adoro fazer), é imprescindível um fluxo mental (razão pela qual gosto mais do livro, mesmo que ele não se desenvolva muito bem por aí também).
Assim, para que EU aprecie, ele deve ter uma construção onde predomina um fluxo psicológico intenso (do tipo: "o que se passa na cabeça dele"). Isso acontece, por exemplo, com Taxi Driver...eu me envolvi tanto com o personagem que eu só percebi o que estava acontecendo com ele no meio-final da estória, embora ele já mostrasse atitudes totalmente insanas ao longo do filme. Cheguei a concordar com vários atos dele sem refletir a respeito...eu estava dentro do mundo dele...completamente.
Até o clima meio monótono e entediante de algumas partes em Taxi Driver são armas poderosas para contribuir nessa interação do espectador com Travis (uma vez que esses fatores são importantes na distorção do personagem) e reproduzem de alguma forma o universo na qual o personagem tem contato..
Stephen King não é bom para desenvolver personagens assim - seus livros parecem filmes - e isso prejudica enormemente essa interação minha. Um dia um amigo meu, que estava lendo esse livro disse que King não precisava mostrar um fluxo psicológico, que você compreendia o personagem por suas ações, e era exatamente isso que ele apreciava. Pra mim, isso não funciona. Questão do estilo de King não bater com o meu.
Naturalmente que se no livro não funciona pra mim, no filme então nem se fala. Nicholson tirou água de pedra ao realizar uma atuação extraordinária para um personagem que poderia ser infinitamente melhor desenvolvido. Isso, no entanto não salva o filme pra mim. Acho a estória fraca demais para sustentar o restante dos elementos (o hotel assombrado - bem como "como" ele é assombrado -  e a criança protegida por poderes paranormais, como fã que sou do gênero, não trazem nenhuma novidade e já vi filmes bem menos expressivos em que esses elementos são construídos de formas muito mais assustadoras e angustiantes pra mim).
Enfim, o filme simplesmente não funciona pra mim. Acho tudo infinitamente pior do que poderia ser.

[/quote']

 

Scofa, realmente fica difícil debater com argumentos tão subjetivos... Mas acho que já disse a você antes e então repito: respeito seu modo de ver os filmes, mas acho essa uma tática simplista e limitadora da Sétima Arte... Claro que o filme tem que se adequar ao meu gosto, mas existem momentos em que eu preciso parar para reavaliar o meu gosto e aperfeiçoá-lo de modo que eu não jogue no lixo filmes que eu poderia ter apreciado se fosse mais flexível...

 

Um exemplo, que acho que já mencionei aqui, era o meu descaso com filmes de guerra... Nunca senti atração pelo gênero, até que vi meu primeiro filme de guerra que foi justamente Nascido Para Matar... Aquilo me estupefatou de tal forma que ainda fico embasbado até hoje! Kubrick usa de ironia e de um humor extremamente ácido para mais uma vez mexer com nosso juízo e nos mostrar uma barbaridade: a degeneração mental do ser humano, sendo transformado numa máquina (temas já recorrentes em 2001 e o próprio O Iluminado)... Mas aí qual foi a sua argumentação contra o filme? 'O tom irônico dele não me agrada pois acho que a guerra é um assunto sério'.

 

Considero isto uma postura inflexível da sua parte, pois precisamos estar aptos a receber diversos pontos de vista e, principalmente, perceber que um ponto de vista discordante do nosso pode nos fazer refletir sobre o nosso próprio ponto de vista.

 

Aliás, essa sua argumentação contra Nascido Para Matar me lembra dos argumentos que eu usava há muito tempo atrás contra Armageddon: eu dizia que o assunto 'Terra sendo destruída por asteróide é um assunto sério demais e que Bay levou na brincadeira'... Pois bem... anos depois reconheci que o cinema é a arte da ficção, não tendo compromisso algum com a realidade... Ao reconhecer isso, minha argumentação contra Armageddon ficou imensamente prejudicada. Ao rever o filme, continuei não gostando, mas a coisa mudou de figura: como ficção, o filme também é uma droga pq é mal dirigido, mal escrito, mal atuado, mal editado, etc, etc, etc.

 

Um outro ponto que vc levanta quando vc analisa seus filmes, é que o seu foco são os personagens... Se há conflitos entre eles, vc ama o filme... Pois bem, de acordo com esse seu raciocínio, vc vai ODIAR os filmes do John Carpenter - principalmente os primeiros - cujos personagens tem desenvolvimento e conflito ZERO. Carpenter não está interessado em desenvolver personagens, mas sim em criar um clima perturbador em seus filmes que impacta o expectador de uma tal forma que ele sai completamente 'zoado' do filme... Uma prova disso é Halloween... Personagens profundos como um pires, mas um clima de terror que faz vc roer as unhas...

 

Enfim, tamanha explanação foi só pra te dizer que às vezes acho que vc perde grandes oportunidades na sétima arte por causa da sua 'inflexibilidade' (na falta de um termo melhor)... Gosto de filmes com personagens desenvolvidos, gosto de filmes com personagens rasos; gosto de filmes sérios bem como gosto de filmes irônicos... Vai depender do caso.

 

Só acho que a sétima arte é ampla demais para ficarmos passando-a por filtrinhos de dogmas pessoais... Mas enfim, isto é apenas o que eu penso.
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Volta e meia' date=' e debates como esses sempre voltam... 06

 

Se O Iluminado é um filme ruim, o problema não está em a história ser diferente do livro, e sim por SER ruim. Eu vi as justificativas do Chiquinho pros personagens do livro serem melhores que no filme e eu penso: "E...?" Ele pareceu mais ocupado em citar as diferenças livro/filme do que elucidar como os personagens do filme não funcionam.

 

 
[/quote']

 

Que, no final, é o que realmente importa: funciona no filme, ótimo... Do contrário...
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Uma coisa não exclui a outra... Existem aspectos que funcionam no livro e não no filme e vice-versa... Kubrick não está interessado em historinhas de fantasma que assustam só a velhinha de taubaté' date=' mas sim na motivação dos personagens, o processo de degeneração mental deles (coisa que o Scofa falou que o filme não tem e que eu discordo em gênero, número e grau).

 

[/quote']

Dook, só um detalhe, acho que não me expressei bem. O filme possui um processo de degeneração mental dos personagens pra mim (inclusive é o que me interessou na estória). No entanto, não gosto nem um pouco de como esse processo é conduzido nesse caso (e olha que adoro desesperadamente esse tipo de estória), acho que ele poderia ser muito mais aprofundado e complexo do que o apresentado em relação ao fluxo mental dos personagens..as etapas da degradação pra mim não funcionam bem por não apresentarem um padrão reflexivo mais pronunciado e profundo, talvez até mais "lentificado" (aqui, questão de impressão pessoal MESMO).

 

 

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Dook' date=' só um detalhe, acho que não me expressei bem. O filme possui um processo de degeneração mental dos personagens pra mim (inclusive é o que me interessou na estória). No entanto, não gosto nem um pouco de como esse processo é conduzido nesse caso (e olha que adoro desesperadamente esse tipo de estória), acho que ele poderia ser muito mais aprofundado e complexo do que o apresentado em relação ao fluxo mental dos personagens..as etapas da degradação pra mim não funcionam bem por não apresentarem um padrão reflexivo mais pronunciado e profundo, talvez até mais "lentificado" (aqui, questão de impressão pessoal MESMO).[/quote']

 

Desenvolva os pqs buddy... lentificado pode até ser um bom caminho, vai ver vc achou que ele conduziu as coisas mto rápido.. Anyways, quem não gostou do filme foi vc.

 

Mas falando sério cara, mtas vezes vc atribue defeitos a um filme por não ter se envolvido com os personagens, e isso ser uma impressão pessoal demais, e vc desconhecer as razões, e etc. etc. etc. Desse jeito a gente não sai do lugar...
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Scofa, realmente fica difícil debater com argumentos tão subjetivos... Mas acho que já disse a você antes e então repito: respeito seu modo de ver os filmes, mas acho essa uma tática simplista e limitadora da Sétima Arte... Claro que o filme tem que se adequar ao meu gosto, mas existem momentos em que eu preciso parar para reavaliar o meu gosto e aperfeiçoá-lo de modo que eu não jogue no lixo filmes que eu poderia ter apreciado se fosse mais flexível... [/quote']

 

Concordo plenamente com você, Dook. Na verdade, não jogo filmes no lixo por nenhum motivo, sou um pouco mais complexo, apesar das preferências gritantes por esse tema..assisto qualquer filme. Afirmativas como "acho que você não vai gostar desse filme" muitas vezes caem por terra. Tem algo que ainda não descrevi sobre meu gosto: acho que o que entendo pela proposta do filme depois de assistí-lo influencia muito sobre minha opinião final. Por exemplo: não espero de um filme como Johnny Vai à guerra um retrato irônico e descontraído da guerra. A situação do rapaz o tempo todo é terrível e o filme é muito dramático e o filme corresponde a esse sentimento (o filme tem um nível dramático muito elevado...e a estória permite isso).

Olha que curioso: meu top 11 de todos os tempos é Shaun of the Dead, um filme que relaciona o terror (e de zumbis, que é o que mais amo) com COMÈDIA, que é justamente o gênero que mais odeio. Mas o filme trabalha os elementos de forma tão interessante e homenageia de modo tão magnífico o filme de Romero (respeitando seus personagens, mantendo seus questionamentos complexos e criando uma linguagem própria) que eu ri o tempo todo, adentrei o clima do filme e amei cada segundo (lembrando que, inclusive, é por causa dele que estou aqui..foi o primeiro filme que vi que quis entrar em uma lista de discussão de cinema pela primeira vez e mais tarde um fórum..na época não gostava de internet).

 

Um exemplo' date=' que acho que já mencionei aqui, era o meu descaso com filmes de guerra... Nunca senti atração pelo gênero, até que vi meu primeiro filme de guerra que foi justamente Nascido Para Matar... Aquilo me estupefatou de tal forma que ainda fico embasbado até hoje! Kubrick usa de ironia e de um humor extremamente ácido para mais uma vez mexer com nosso juízo e nos mostrar uma barbaridade: a degeneração mental do ser humano, sendo transformado numa máquina (temas já recorrentes em 2001 e o próprio O Iluminado)... Mas aí qual foi a sua argumentação contra o filme? 'O tom irônico dele não me agrada pois acho que a guerra é um assunto sério'.

 

Considero isto uma postura inflexível da sua parte, pois precisamos estar aptos a receber diversos pontos de vista e, principalmente, perceber que um ponto de vista discordante do nosso pode nos fazer refletir sobre o nosso próprio ponto de vista.[/quote']

Compreendo sua idéia aqui e não tenha dúvida que eu sempre leio e considero todas as opiniões sobre qualquer coisa (mesmo as que as pessoas consideram fracas), sempre em busca de aprender mais, mas talvez devido a experiências que eu tenha vivido ou alguma relação inconsciente ou simplesmente meu tipo, eu simplesmente não suporto ver a associação da guerra com o humor em alguns casos (e não em todos como pode parecer..existem exceções). Minha argumentação contra Nascido é mais complexa, entretanto. Essa base da qual fala..o tom irônico não me agrada porque acho exagerado (passa do meu limite de tolerância) é apenas um ponto de partida para a destruição com meu envolvimento psicológico com o filme, provavelmente o principal. Acabou-se, pois faço uma associação inconsciente do humor com uma ridicularização...me incomoda enormemente...daí não consigo sentir os personagens como caracteres dramáticos. Se o filme seguisse como uma comédia seria algo totalmente distinto. Eu não vi Nascido para Matar com conceitos pré definidos. Não sabia do que o filme se tratava. O que aconteceu é que, por essas características minhas, houve um grande prejuízo no impacto do filme sobre mim ao final da primeira fase e a segunda realmente não me impressionou em nada. Não vou mentir pra ganhar pontos porque o filme é muito elogiado.

 

Aliás' date=' essa sua argumentação contra Nascido Para Matar me lembra dos argumentos que eu usava há muito tempo atrás contra Armageddon: eu dizia que o assunto 'Terra sendo destruída por asteróide é um assunto sério demais e que Bay levou na brincadeira'... Pois bem... anos depois reconheci que o cinema é a arte da ficção, não tendo compromisso algum com a realidade... Ao reconhecer isso, minha argumentação contra Armageddon ficou imensamente prejudicada. Ao rever o filme, continuei não gostando, mas a coisa mudou de figura: como ficção, o filme também é uma droga pq é mal dirigido, mal escrito, mal atuado, mal editado, etc, etc, etc.[/quote']

 

Filmes pra mim são o que sinto (e indo mais fundo até e sendo polêmico: pouco me importa se o diretor pensou ou não em um detalhe que inferi..o que importa é o que o filme representou pra mim). Há algo em Nascido que me incomoda desde a primeira cena. É algo mais complexo, na verdade que o humor relacionado à guerra que me incomoda e que não sei colocar em palavras (pra você ter uma idéia, tenho a impressão que assistir Mash será uma experiência completamente diferente e posso vir até a colocá-lo entre meus filmes preferidos, quem sabe? Mas a proposta que compreender pode ser diferente.). dificilmente me verá falando que um filme é mal dirigido ou mal editado ou mesmo que é ruim..acredito que essas visões dependem enormemente de como você vê o filme (o que podem parecer falhas de acordo com uma podem representar maravilhas diante de outras).

Agora, não sou inflexível não. vejo e reavalio minhas opiniões o tempo todo. Assisti pela primeira vez Um Sonho de Liberdade e odiei, hoje é um de meus filmes preferidos.

 

Um outro ponto que vc levanta quando vc analisa seus filmes' date=' é que o seu foco são os personagens... Se há conflitos entre eles, vc ama o filme... Pois bem, de acordo com esse seu raciocínio, vc vai ODIAR os filmes do John Carpenter - principalmente os primeiros - cujos personagens tem desenvolvimento e conflito ZERO. Carpenter não está interessado em desenvolver personagens, mas sim em criar um clima perturbador em seus filmes que impacta o expectador de uma tal forma que ele sai completamente 'zoado' do filme... Uma prova disso é Halloween... Personagens profundos como um pires, mas um clima de terror que faz vc roer as unhas...[/quote']

Aí você se engana. Eu adoro personagens, os amo desesperadamente. Essa é a chave pra minha apreciação do cinema e literatura. Os amo, adoro tudo, a construção, o processo que envolve a criação de suas personalidades, etc. Mas, ao contrário do que pensa, não sou tão simples assim. Tanto é que adoro quase tudo que vi de Carpenter (e já vi muita coisa)..são pequenos fatores e não tão simples que formam o gosto da gente. Não posso dizer que não gosto de personagens rasos, mas posso dizer que se o filme tiver personagens mais profundos, provavelmente gostarei mais. Muitas vezes a idéia é mais complexa. O fato dos personagens serem rasos pode vir a significar algo e fazer parte de uma grande máquina que compõe o filme. E dentro desse contexto, pode funcionar muito bem. Aliás, Halloween é espetacular (outro fator que amo são os elementos usados para criar suspense). Mais uma vez, não é sempre que os personagens apresentam conflitos ou são perturbados que gosto da estória. Tem muito a ver não só com a construção desses personagens ser interessante e me identificar mais com eles, mas também depende de uma série de outros fatores (como o citado contexto). Sou bem mais complexo que isso.

 

Enfim' date=' tamanha explanação foi só pra te dizer que às vezes acho que vc perde grandes oportunidades na sétima arte por causa da sua 'inflexibilidade' (na falta de um termo melhor)... Gosto de filmes com personagens desenvolvidos, gosto de filmes com personagens rasos; gosto de filmes sérios bem como gosto de filmes irônicos... Vai depender do caso.

 

Só acho que a sétima arte é ampla demais para ficarmos passando-a por filtrinhos de dogmas pessoais... Mas enfim, isto é apenas o que eu penso.
[/quote']

Você se engana um pouco porque sempre uso mais as coisas que me impressionam mais quando posto (e portanto, é inevitável que os personagens se destaquem mais, por exemplo, em todas as minhas análises e são algo que entendo melhor), mas existem inúmeros fatores que compõem meu gosto ou minhas impressões. Não é possível traçar um padrão tão simplificado..no máximo dizer do que gosto mais, e mesmo assim com inúmeras exceções. Exemplo: ODEIO Stay (A Passagem), cujo protagonista é profundíssimo e AMO American Pie. Como explicar isso com esses argumentos?

Enfim, somos seres difíceis de serem compreendidos, mas pode deixar que existem sim, olhos atentos aqui para ver qualquer tipo de nova experiência que o cinema pode me proporcionar. 01

Mr. Scofield2006-12-18 21:06:06

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Dook' date=' só um detalhe, acho que não me expressei bem. O filme possui um processo de degeneração mental dos personagens pra mim (inclusive é o que me interessou na estória). No entanto, não gosto nem um pouco de como esse processo é conduzido nesse caso (e olha que adoro desesperadamente esse tipo de estória), acho que ele poderia ser muito mais aprofundado e complexo do que o apresentado em relação ao fluxo mental dos personagens..as etapas da degradação pra mim não funcionam bem por não apresentarem um padrão reflexivo mais pronunciado e profundo, talvez até mais "lentificado" (aqui, questão de impressão pessoal MESMO).[/quote']

 

Desenvolva os pqs buddy... lentificado pode até ser um bom caminho, vai ver vc achou que ele conduziu as coisas mto rápido.. Anyways, quem não gostou do filme foi vc.

 

Mas falando sério cara, mtas vezes vc atribue defeitos a um filme por não ter se envolvido com os personagens, e isso ser uma impressão pessoal demais, e vc desconhecer as razões, e etc. etc. etc. Desse jeito a gente não sai do lugar...

Ruby,

aí é que está o problema que me diferencia da maioria dos usuários do

fórum...eu simplesmente não estou aqui para acusar um filme ou

defendê-lo e sim expor minhas impressões (jamais falo em defeitos,

mas em impressões) e ver qualquer opinião em pé de igualdade com a

minha buscando detalhes e interpretações diferentes (não me importo com

quem tem a "melhor" versão). Você dificilmente vai me ver falar que um

filme é ruim, porque posso vir a ver outras impressões que me façam

perceber um outro modo de vê-lo. Eu simplesmente não me importo com se

a justificativa vale ou não para os outros (porque acho TODAS as coisas

subjetivas) e sinceramente não sei o que significa sair ou não do lugar.

A

propósito, se me ver em alguma discussão defendendo alguma coisa vai

ser com certeza por causa de opiniões "absolutas" do tipo (o filme é

ruim). Não desenvolverei os porquês porque cairemos na mesma subjetividade e "não sairemos do lugar", seja lá o que isso quer dizer.

Mr. Scofield2006-12-18 21:41:21

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Geralmente quem defende demais uma adaptação de um livro é... quem não gosta muito de ler.

Não sei se eu colocaria as coisas dessa forma... Mas é normal ficar aborrecido ao vermos um elemento q não funciona muito bem no filme' date=' ou até funciona, mas poderia ser melhor se fosse mais parecido com o livro. 

 

E quem não gostar disso, q continue não gostando. Pra mim tanto faz... É por isso q eu não presto mais atenção, nem dou importância às reclamações q surgem qnd faço esse tipo de comparação.

 

 

Acho que é injusta até a comparação pois literatura sempre larga na frente da sétima arte.

Não entendi essa parte. Vc quis dizer q cinema é inferior à literatura?

 

Geralmente as pessoas preferem o livro ou a hq, e a adaptação fica em segundo lugar. Eu tbm sou assim, mas acredito q as duas formas de arte têm igual importância.
Lucy in the Sky2006-12-18 21:29:25
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Os exemplos q vc citou fazem sentido, mas são inúteis contra o ódio cego q algumas pessoas sentem qnd alguém fala do filme considerando tbm o livro. E eu não reclamo das mudanças feitas em Little Children apenas pq são mudanças, e sim pq elas podem custar um elemento q aumenta o nível de qualidade da história, mas tbm não adianta explicar isso.
[/quote']

 

Não mesmo... filme é filme, livro é livro... Ao compará-los, vc compara duas linguagens completamente diferentes e a comparação serve ao seu objetivo somente se for utilizada entre coisas semelhantes, o que exclui a relação 'filme x livro'.
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Esses dias eu tava na locadora aqui e entrou um grupo de meninas de uns 14, 15 anos. Falando alto, putas pagas pelo que eu percebi. Haha. Comecaram a olhar filmes de terror e dissertaram uns 10 minutos sobre Jogos Mortais 3. Eu achei interessante, fiquei escutando. A parte de lancamentos fica do lado da parte clássica. Até que, em dado momento da "conversa", a liderzinha do grupo sai de lá e vem a prateleira dos clássicos e pega Laranja Mecanica na mao.

- Voces ja viram esse filme?

- Nao.

- É aquele que ele morre no final? Ai... nao.

- É de que ano?

- Setenta e um.

- Credo, odeio filme velho!

- Entao, minha irma falou que era um filme muito bom e eu fui ver com ela. É o pior filme que eu já vi na vida! Aiiiiii é muuuuuiiito idiota. E minha irma disse que eu nao gostei porque nao era madura o suficiente pra entender o filme, mas eu achei o filme muito péssimo, amiga.

 

Melhor que Borat.
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Nossa tem gente que acha laranja mecanica ruim por achar nojento e tal...

 

 

mas acho o filme muito bom, muito bom mesmo hehehehe

 

tem muita gente que não gosta de filme velho e filme não americano

 

 

Uma vez entrei numa comunidade do orkut de um filme nacional, e o cara deu nota 9 dizendo que era porque o filme era brasileiro se não era 10

 

 

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Tem algo errado nos argumentos das garotas de 14 e 15 anos do porque o filme ser ruim .. só isso.

 

A garota que viu o filme não deu argumento nenhum. Ela só achou ele "o pior filme que ela já viu" e que é "idiota". 

 

Quem sabe não foi porque ela acredita que havia uma melhor forma de explorar os efeitos do experimento em Alex sem utilizar a estrutura redundante? Ou talvez ela não acha que rigidez fria do Kubrick seja a estética ideal para a primeira metade do filme? Talvez ela se sentiu irritada com a performance do Malcolm MacDowell.

 

Eu não duvidaria; essas garotas de hoje em dia tão bem precoces...
SisterJack2006-12-18 23:39:29
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Como se tivesse algo errado em garotas de 14 ou 15 anos não gostarem de Laranja Mecânica...
 

Exato.

 

Não é tão errado, mas dá raiva assim mesmo. 06

 

O problema é q elas parecem ser o tipo de pessoa q só valoriza o cinema comercial. Dizer "Credo, odeio filme velho"... Quéisso?! Q falta de respeito! 13 Qnd eu tinha 14 já dava valor a esse tipo de filme, embora não tenha conseguido entender alguns dos q eu assisti naquela época, inclusive Laranja Mecânica. Mas eu não achei idiota, só senti q não tinha entendido direito. Então eu dei uma segunda chance, e gostei, mas continuei não entendo. Agora, lembrando do filme, eu entendo melhor. Tenho q assistir de novo. oops

 
Lucy in the Sky2006-12-18 23:57:03
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Sim, ela naodeu argumento algum. Suponhamos que a garota seja precoce e pense o que voce disse. Um filme com esses defeitos pode ser considerado idiota? Realmente? E o resto do filme, nao compensa o(s) suposto(s) erros/equivocos que voce colocou?

 

O ideal seria dividir o filme ao meio mesmo. Dar metade pra um dirigir e o final pro Kubrick?

 

O MacDowell nao é nenhum genio, mas nao foi mal. Como voce acha que deveria ter sido explorado os efeitos do experimento em Alex?
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Sim' date=' ela naodeu argumento algum. Suponhamos que a garota seja precoce e pense o que voce disse. Um filme com esses defeitos pode ser considerado idiota? Realmente?[/quote']

 

Acho que dá. "Amiga, sabe aquela estrutura redundante? Aquilo foi idiota. E aquele Malcolm MacDowell lá? É um bofe! Mas que atuação idiota". 

 

E o resto do filme, nao compensa o(s) suposto(s) erros/equivocos que voce colocou?

 

Elas são garotas de 14 anos de idade; talvez a sensibilidade delas não reaja bem à boa e velha ultraviolência.

 

O ideal seria dividir o filme ao meio mesmo. Dar metade pra um dirigir e o final pro Kubrick?

 

Você está dizendo que um cineasta talentoso não consegue variar estilos? No caso do Kubrick, sim, ele costuma se manter na sua "rigidez fria". Mas isso não invalida a crítica da garota; pode ter sido um jeito de falar "o Kubrick não foi o diretor ideal pra esse material."

 

Só vou deixando claro aqui que eu gosto de Laranja Mecânica, e eu estava somente tentando incorporar minha "garota de 14 anos interior" naquelas críticas.

 

PS: O Roger Ebert não gosta de Laranja Mecânica. Até onde eu sei, ele não é uma garota de 14 anos precoce, mas eu vou precisar confirmar essa informação.
SisterJack2006-12-19 00:09:18
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Ah, voce incorporou sua garota de 14 anos.

Bem, voce acha a estrutura redundante? Eu nao acho.

Voce acha a atuacao do MacDowell ruim? Eu nao acho.

Pelo que eu entendi, voce tambem nao acha, apenas estava pensando o que voce acharia se fosse uma garota de 14 anos precoce.

 

Quanto ao seu terceiro quote, foi só uma brincadeira. Logico que diretores variam (até o Kubrick, mas ele prefere manter seu "estilo"). Mas eu gostei do resultado com o Kubrick. E acho que voce tambem, porque, supostamente, voce nao gostou quando incorporou a garota de 14 anos de idade precoce.

 

 
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Tem algo errado nos argumentos das garotas de 14 e 15 anos do porque o filme ser ruim .. só isso.

 

Nós (os chamados "cinéfilos") temos que entender que nem todo mundo é nerd quando o assunto é cinema. Se essas garotas só querem se divertir e não estão nem aí pros aspectos técnicos do filme, por que teriam que justificar o que acharam do filme com argumentos válidos dentro de "gueto" cinéfilo? E se no universo em que elas se inserem, dizer que um filme é, sei lá, bobo, idiota, parado, velho, preto-e-branco, é argumento suficiente para que o filme seja considero "ruim"?

 

Essa atitude arrogante e infantil (de ridicularizar quem não leva cinema tão a sério como nós) é comum aqui no fórum.

 

 

 
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