Jump to content
Forum Cinema em Cena

Sangue Negro (There Will Be Blood )


Big One
 Share

Recommended Posts

  • Replies 260
  • Created
  • Last Reply

Top Posters In This Topic

  • Members

SANGUE NEGRO - 10/10 - Finalmente "Cidadão Kane" ganha um "concorrente" à altura ao posto de melhor filme de todos os tempos. Que se dane o exagero dos elogios, este é um PUTA filme !!!!!!!!!!! PUTA QUE O PARIU, PTA !!!! PUTA QUE O PARIU !!!! Ou melhor, ela é uma santa !!!!! Benza Deus, mãe do PTA !!!! Benza Deus !!!! Bom, bobageiras à parte ... o filme é um brilhante estudo de personagem que mostra toda a ascenção e a ruína de um homem que é um empreendedor visionário, mas que com o passar do tempo vai perdendo a sua própria humanidade (ou o pouco que lhes restava). Família, amizade e fé são alguns dos elementos pelo qual ele passa por cima sem dó nem piedade. Um homem de visão que não enxerga ninguém no seu caminho e só vê o que há de pior nas pessoas. Fotografia e trilha sonora são brilhantes (essa trilha é inquietante, de gelar a espinha, de deixar sem fôlego e muito bem utilizada dentro da narrativa). A montagem acompanha o ritmo da narrativa, mas quem dá o tom é PTA (planos longos, plano-sequência, travellings), mas a aula fica por conta das longas tomadas onde ele lentamente vai modificando o foco para este ou aquele personagem. Um filme clássico, histórico e imperdível !!!!

PS: Ah, já ia me esquecendo ... Daniel Day Lewis é Deus !!!!!! 16

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Eu concordo com todas as qualidades que dizem de Sangue Negro - todas, sem tirar nem por. Acho-o tecnicamente uma coisa para além do excelente e uma narrativa longa extremamente bem amarrada. Mas não gostei horrores do filme como vocês. A questão é que não senti muita coisa ao assisti-lo. Sabe quando você tem consciência da maravilha que está a sua frente mas não se sente eufórico com isso? É o meu caso.

 

 

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

 

SANGUE NEGRO - 10/10 - Finalmente "Cidadão Kane" ganha um "concorrente" à altura ao posto de melhor filme de todos os tempos. Que se dane o exagero dos elogios' date=' este é um PUTA filme !!!!!!!!!!! PUTA QUE O PARIU, PTA !!!! PUTA QUE O PARIU !!!! Ou melhor, ela é uma santa !!!!! Benza Deus, mãe do PTA !!!! Benza Deus !!!! Bom, bobageiras à parte ... o filme é um brilhante estudo de personagem que mostra toda a ascenção e a ruína de um homem que é um empreendedor visionário, mas que com o passar do tempo vai perdendo a sua própria humanidade (ou o pouco que lhes restava). Família, amizade e fé são alguns dos elementos pelo qual ele passa por cima sem dó nem piedade. Um homem de visão que não enxerga ninguém no seu caminho e só vê o que há de pior nas pessoas. Fotografia e trilha sonora são brilhantes (essa trilha é inquietante, de gelar a espinha, de deixar sem fôlego e muito bem utilizada dentro da narrativa). A montagem acompanha o ritmo da narrativa, mas quem dá o tom é PTA (planos longos, plano-sequência, travellings), mas a aula fica por conta das longas tomadas onde ele lentamente vai modificando o foco para este ou aquele personagem. Um filme clássico, histórico e imperdível !!!!

PS: Ah, já ia me esquecendo ... Daniel Day Lewis é Deus !!!!!! 16

 

[/quote']

 

Êêêêêêêêêêêê!!!! 16 Também me senti assim!\o/

Eu fui atropelada pelo filme... quando terminou eu mal tinah acreditado no que eu vi. Fantástico!

 

Link to comment
Share on other sites

Eu sinceramente achei o filme um saco! 09.gif
E o guri que fica surdo devia ficar feliz por não ter que ouvir a trilha sonora desse filme!

 

E viva a diversidade de opiniões... 06 verei na segunda. Aliás para quem é de Brasília uma dica, os cinemas do Parkshopping com desconto: 8,00 a inteira e 4,00 a meia, só nas segundas.

 

 
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Irei polemizar, afinal, devo ter sido um dos únicos que achou There Will Be Blood um pouco superestimado. Obviamente, é um excelente filme, mas supostas comparações com Cidadão Kane não possuem cabimento.

 

Esteticamente, é uma produção impecável. A direção de Paul Thomas Anderson se revela brilhante e com ótimos shots: seja seus closes intimidantes, ou seus travellings charmosos. Algumas seqüências marcam e encantam. Aliás, a cena da explosão de gás é, talvez, a mais bem dirigida em anos. E, é claro, a montagem só tem a contribuir. É, de fato, um dos filmes mais impressionantes dos últimos anos.

 

Entretanto, este primor permanece apenas na estética. Narrativamente, é irregular e, em determinados momentos, vago. O motivo se encontra em algumas decisões precipitadas e devo citar, primeiramente, o desenvolvimento dos personagens.

 

A produção aparenta ser dedicada a Daniel Day Lewis, que nos entrega uma performance absolutamente fantástica e compõe um personagem atípico. Sabemos que tudo se concentra nele e é exatamente por este motivo que os outros personagens não apresentam profundidade. H.W., seu filho, cresce e não é desenvolvido. As elipses prejudicam o andamento, e verificamos algo apático. E graças a este não desenvolvimento, toda a antiga relação interessante entre Daniel e H.W. se torna vaga com a ajuda de um desfecho bastante abrupto para tal. Afinal, quais eram as convicções de seu filho? Se PTA quisesse se concentrar apenas em Daniel, porque introduzir convincentemente outras figuras? Eli é outro que, apesar de ter um perfil bastante definido, não é ambientado. Sua relação com a família se resume em uma seqüência e nada mais. Paul também é esquecido. Sem contar na inclusão de alguns personagens nada interessantes, como Henry. E Mary..? Os empregados de Daniel? Sim. Sei que a produção é sobre o personagem de Daniel, isto é inegável. Entretanto, os secudnários se revelam vagos e com pouco desenvolvimento.

 

A ambientação é um outro problema. Não temos detalhes sobre a economia americana e a conjuntura política do país. E, como já citadas, as elipses que atribuem ao filme um caráter episódico não convincente, transformando-o em algo atemporal.

 

E é por estes fatores que não deveria ser comparado, de maneira alguma, com Cidadão Kane, já que este último não só apresenta ousadias técnicas, mas como, também impõe uma narrativa poderosa e com personagens secundários absolutamente bem desenvolvidos. Orson Welles sucede pois, ao retratar a vida de Kane sendo relatada por diferentes pontos de vistas e personagens, ele nunca é vago e sempre faz questão de estabelecer a forte relação entre a figura (Kane) e os outros.

 

Eu gostei de There Will Be Blood. É um excelente filme. Entretanto, não pude deixar de observar certas falhas e acredito que a êxtase tem causado certo parcialidade na hora de avaliação.

 

É isso aí.

 

4/5

 
Link to comment
Share on other sites

  • Members

spoilers talvez

 

 

 

Well... eu não acho que seja por aí, Cold.

 

 

 

Sabemos que tudo se concentra nele e é exatamente por este motivo que

os outros personagens não apresentam profundidade. H.W.' date=' seu filho,

cresce e não é desenvolvido. As elipses prejudicam o andamento, e

verificamos algo apático. E graças a este não desenvolvimento, toda a

antiga relação interessante entre Daniel e H.W. se torna vaga com a

ajuda de um desfecho bastante abrupto para tal. Afinal, quais eram as

convicções de seu filho?[/quote']

 

 

 

 Eu penso que o expectador de There will be blood não está vendo o

filme por fora, como um voyeur somente mas sim estamos assistindo o

filme atravéz do próprio Daniel e é por isso que o filme se concentra

completamente no personagem. Entenda, não é que seja um filme sobre o Daniel e sim é um filme visto a partir

do próprio, o que faz toda diferença. Peguemos o filho dele pra

ilustrar o que eu disse. Desde o princípio nós vemos Daniel dizer que é

um homem de família e para isso ele sempre aparecia ao lado do seu

filho - o que o garoto pensa dessa vida? eu não sei, porque o pai don't

fuck care - mas em uma cena eu penso que a visão de Daniel sobre o

garoto ficou clara. É a cena que eu citei acima, onde primeiro aparecem

Paul e Daniel somente, depois o empregado e somente por último o

garoto. Ora, Paul é a ganância do personagem, é alguém que chega para

ele com um assunto bastante interessante, e o empregado é o dinheiro

que Daniel já possui.

 

 Dito isso, vamos ao desenvolvimento do HW. Antes de ficar surdo, ele

sempre acompanhava o pai no trabalho, sempre ouvia - com atenção,

arrisco dizer - as suas dicas, logo havia um diálogo ali, pai e filho.

A relação era comum, baseada em respeito, atenção e obediência, tudo

isso está no filme e, repito, o garoto é a única pessoa que liga Daniel

às outras pessoas que ele tanto detesta. Mas quando a repentina surdez

chega pro garoto, eles não se comunicam mais, Daniel enlouquece, o

abandona (reparar aqui que abandonar uma criança é algo socialmente

repugnante e Daniel o faz, provando que o link que a criança excercia

está quebrado agora). E se o Daniel não se comunica mais com seu filho

ele não se comunica mais com ninguém, o cara é insanamente louco e

então, que desenvolvimento as outras personagens poderiam ter, sendo

que o cara não desenvolve afeto com ninguém ali? Sobre o fim da relação

dele com o filho adotivo, eu não preciso comentar muita coisa. HW se

vingou do pai aprendendo tudo que era possível a arte do petróleo; a

relação dos dois ficou podre, já que foram anos de incomunicabilidade.

 

 

 

A ambientação é um outro problema. Não temos detalhes sobre a economia

americana e a conjuntura política do país. E' date=' como já citadas, as

elipses que atribuem ao filme um caráter episódico não convincente,

transformando-o em algo atemporal.[/quote']

 

 

 

 -q? Não é um filme de história, meu. O homem que matou facínora também

não tem detalhe nenhum da conjuntura política dos estados unidos, mas e

daí? Não era pra ter, isso não pode de jeito nenhum ser usado como

crítica.

 

 

 

 No mais, é compreensível sim que se compare esse filme com Cidadão

Kane, mas tem que saber a hora de parar porque começar a falar da

técnica do filme do Welles é apelar, ok? Foi transgressora e é

maravilhosa até hoje ok (não que a de There will be blood não seja).

Mas a grande diferença mesmo, na minha opinião de There will be blood

com Kane pra mim está no fato de que, enquanto em Cidadão Kane nós

temos 'a sociedade sobre Kane', no filme do PTA é exatamente o

contrário, como eu tentei explicar ali em cima. Não sou bom nisso -sry

mas tá aí um pouco do que eu penso sobre essa opfudida.

 

 

 

 Ufs foi difícil. D:

 

 

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Eu já acho que "Sangue Negro" fala única e exclusivamente de um personagem: Daniel. O personagem do filho (H.W.), do pastor (Eli) e do irmão (Henry) - e até mesmos os demais secundários - representam os elementos da sua vida que morrem e/ou entram em ruína: o conceito de família, fé e fraternidade/humanidade. É o declínio de um homem e de uma sociedade dentro de um sistema capitalista, distorção de valores.

Qto a trilha, é como o Bernardo comentou. Vc tem a ausência de trilha no filme dos Coen, vc tem o trabalho evocativo de "Desejo e Reparação", mas também com o uso de elementos diegéticos e em "Sangue Negro" vc tem sons, ruídos, barulhos insurdecedores e provocativos ... sem desmerecer o trabalho - pelo contrário - me lembrou a trilha dos filmes do Kubrick. Uau ... 13

PS: Boa análise Troy !!!!!Thiago Lucio2008-02-24 00:27:30
Link to comment
Share on other sites

  • Members
Eu penso que o expectador de There will be blood não está vendo o filme por fora' date=' como um voyeur somente mas sim estamos assistindo o filme atravéz do próprio Daniel e é por isso que o filme se concentra completamente no personagem. Entenda, não é que seja um filme sobre o Daniel e sim é um filme visto a partir do próprio, o que faz toda diferença. Peguemos o filho dele pra ilustrar o que eu disse. Desde o princípio nós vemos Daniel dizer que é um homem de família e para isso ele sempre aparecia ao lado do seu filho - o que o garoto pensa dessa vida? eu não sei, porque o pai don't fuck care - mas em uma cena eu penso que a visão de Daniel sobre o garoto ficou clara. É a cena que eu citei acima, onde primeiro aparecem Paul e Daniel somente, depois o empregado e somente por último o garoto. Ora, Paul é a ganância do personagem, é alguém que chega para ele com um assunto bastante interessante, e o empregado é o dinheiro que Daniel já possui.[/quote']

Troy, aí é questão de interpretação, não concorda? Eu não creio que o filme chegue a ser tão intimista para colocar o espectador na posição de Voyeur. Você fez uma analogia interessante e curiosa. Entretanto, o mínimo que poderia se esperar era uma relação mais aprofundada entre Daniel Day Lewis e outros personagens, como os seus empregados.


Dito isso, vamos ao desenvolvimento do HW. Antes de ficar surdo, ele sempre acompanhava o pai no trabalho, sempre ouvia - com atenção, arrisco dizer - as suas dicas, logo havia um diálogo ali, pai e filho. A relação era comum, baseada em respeito, atenção e obediência, tudo isso está no filme e, repito, o garoto é a única pessoa que liga Daniel às outras pessoas que ele tanto detesta. Mas quando a repentina surdez chega pro garoto, eles não se comunicam mais, Daniel enlouquece, o abandona (reparar aqui que abandonar uma criança é algo socialmente repugnante e Daniel o faz, provando que o link que a criança excercião a está quebrado agora). E se o Daniel não se comunica mais com seu filho ele não se comunica mais com ninguém, o cara é insanamente louco e então, que desenvolvimento as outras personagens poderiam ter, sendo que o cara não desenvolve afeto com ninguém ali? Sobre o fim da relação dele com o filho adotivo, eu não preciso comentar muita coisa. HW se vingou do pai aprendendo tudo que era possível a arte do petróleo; a relação dos dois ficou podre, já que foram anos de incomunicabilidade.

Sim. Ele não desenvolve afeto com ninguém. Mas reforço que isto é uma interpretação sua. O filme não funcionou desta forma para mim. Se o desenvolvimento não fosse tão importante, por qual motivo PTA introduziria estes personagens? Pegue Eli. Um elemento essencialmente interessante da trama, mas que não possui profundidade. Este apelo de "é tudo sobre o ponto de vista de Daniel" é pura questão de interpretação e acho que, independente de ser ou não, personagens devem ser desenvolvidos. Até contribuiria para reforçar o ódio de Daniel.

 
-q? Não é um filme de história, meu. O homem que matou facínora também não tem detalhe nenhum da conjuntura política dos estados unidos, mas e daí? Não era pra ter, isso não pode de jeito nenhum ser usado como crítica.

Não li a obra, e se alguém puder confirmar... Mas acredito que Oil situa o espectador em termos históricos. E esta fase tão importante da história da economia dos Estados Unidos não poderia ter sido retratada de maneira tão vaga. É um filme de personagem que exige ambientação, para compreendermos ainda melhor a ganância perversa de Daniel. 

 
No mais, é compreensível sim que se compare esse filme com Cidadão Kane, mas tem que saber a hora de parar porque começar a falar da técnica do filme do Welles é apelar, ok? Foi transgressora e é maravilhosa até hoje ok (não que a de There will be blood não seja). Mas a grande diferença mesmo, na minha opinião de There will be blood com Kane pra mim está no fato de que, enquanto em Cidadão Kane nós temos 'a sociedade sobre Kane', no filme do PTA é exatamente o contrário, como eu tentei explicar ali em cima. Não sou bom nisso -sry mas tá aí um pouco do que eu penso sobre essa opfudida.

 Ufs foi difícil. D:

Na minha opinião, ambos são tecnicamente transgressores sim! Com a leve diferença de que a narrativa de Kane é fundamentalmente sólida. A narrativa de There Will Be Blood possui altos e baixos exatamente por se concentrar apenas em Daniel. A impressão é que o filme foi destinado para uma atuação. E ainda digo que é questão de interpretação.
GrackCold2008-02-24 00:38:59
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Para mim, There Will Be Blood se trata de um personagem inserido em uma sociedade. O que não me agrada é verificar que esta sociedade foi desenvolvida por Paul Thomas Anderson com certa superficialidade, o que prejudica a concepção de toda a personalidade de Daniel. Afinal, sua ganância é causa ou conseqüência? 03

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Eu acho que se trata de um personagem que representa a sociedade. A trajetória de Daniel é a trajetória da sociedade. Não tem essa de causa e consequência, ele é um fruto do seu meio. Árido, bruto, seco e ganancioso.

 

Os personagens só existem em função de Daniel. O que importa não é quem eles são e sim o que eles representam dentro da trajetória. Eu não preciso saber quem é Eli, se eu sei o que ele representa na sua jornada.

 

E contextualização histórica é o que menos faz falta em "Sangue Negro" ou será que o roteiro precisaria explicar que o 3º ato do filme se passa em plena queda da bolsa, a recessão de 1929 assim como o início do século XX marcado pela ocupação de terras e a expansão ferroviária ... é a mesma coisa que colocar em um filme nacional a legenda "1500" e vc querer que tenha uma explicação sobre o período das grandes navegações portuguesas. Não é necessário.
Thiago Lucio2008-02-24 08:57:16
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Okay. Você disse que ele é um fruto do meio. Mas como se deu a concepção deste fruto? Talvez, o maior problema do filme para mim é exatamente a vaga explicação sobre as origens destas características de Daniel.

Explicação é diferente de ambientalização. O único dado histórico que possuímos são estas legendas e umas frases ao início do filme. Aliás, isto reflete em uma suposta exigência do espectador saber se situar, uma pretensão de que, para assistir á produção, o espectador deve ter ciência de fatos históricos dos Estados Unidos. Para nós pode não ser necessário, entretanto, para quem não possui um nível de conhecimento sobre história geral tão apurado, pode incomodar. Não me incomodou, só pontuei este fato pois, não há esta ambientalização e se houvesse, só contribuiria para a narrativa. 03
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Então o problema não está no filme e sim no espectador.

Existem bilhões de pessoas no mundo mais entendidas de história americana do que eu, porém o pouco que sei já me permite que eu entenda em qual contexto aquele personagem está inserido. Fora que a passagem inicial ela é muito feliz em sua analogia ... ao mostrar Daniel com a perna quebrada se arrastando no meio do deserto tomando ciência de todo aquele "nada" vc automaticamente deduz o quanto aquele cara é obstinado, o quanto que aquele cara é capaz de se sacrificar e/ou lutar para conquistar algo. Aquela época nos EUA foi um momento de que inúmeros empreendedores surgiram, investiram grana e vida em um projeto de expansão que quando chegou a Grande Depressão representou a ruína de muitos.

 

Volto a dizer ... o problema não está no filme então. Trata-se de um filme americano e tais origens fazem parte daquela sociedade. Foi como o exemplo que eu citei ... se fosse um filme sobre o descobrimento do Brasil ... a legenda "1500" nos seria suficiente para em nosso consciente já criarmos toda uma estrtura que faz parte do filme mesmo sem estar lá.
Link to comment
Share on other sites

  • Members

O problema não é entendimento. Não são necessárias explicações. Mas, na minha opinião, seria interessante situar, ambientar o espectador. A economia, convinções religiosas e política são retratadas de maneira superficial. E volto a dizer também... Para criar uma estrutura em nosso consciente, o mínimo que devemos ter é um panorama sobre a conjuntura dos Estados Unidos naquele período.

 

Alguém leu o livro? Queria saber a abordagem do autor.
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Bom Grack ... então blz. Se vc acha que o filme teria a necessidade de situar o espectador, td bem. Eu não acho ... mas enfim ...

 

Mas ainda assim acho que como se trata de uma adaptação, mesmo que por ventura, o autor do livro contextualize de uma maneira mais direta, estamos falando de uma adaptação, logo o PTA pode ter preterido muita coisa do livro em favorecimento do que ele entendia como sendo as melhores escolhas para o filme.
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Eu ainda não pude ler a parada toda aí, lerei mais tarde, mas GrackCold, não importa como o livro aborda o momento político da história. O livro foi adaptado e sua adaptação, o filme, é um material alternativo, diferente, com uma nova visão (tanto que o PTA já declarou que ele transformou muita coisa ali, especialmente o papel de HW na trama).

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Eu não entendo como algo poderia ser mudado nesse filme. Ele é um produto perfeito.

Situar o espectador? Só se for aquele totalmente sem nenhum conhecimento sobre nada, que passou 50 anos preso no limbo para não ter se envolvido com o momento histórico-econômico que foi apresentado lá.

PTA tem nota 10 em Sangue Negro. Em todos os aspectos.

 

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members
Eu sinceramente achei o filme um saco! 09.gif
E o guri que fica surdo devia ficar feliz por não ter que ouvir a trilha sonora desse filme!

 

Rapaz, eu concordo. Principalmente com a felicíssima observação sobre a trilha, de ranger os dentes mesmo.

Eu já estava com vergonha de ser a única que não achou lá essas coisas... um saco, não, mas não essas coca-colas todas que o pessoal tá dizendo aí... um filme irregular, com alguns momentos realmente bons e outros até constrangedores - sei que todos vcs acharam aquela cena do final do caraleo e tal, mas eu achei exageradíssima. Prontofalei.  07
Pam Beesly2008-05-26 09:18:39
Link to comment
Share on other sites

Mas' date=' na minha opinião, seria interessante situar, ambientar o espectador. [/quote']

 

Você quer uma narrativa redondinha né? Bem, somos informados do ano e se na hora que o filme começa você souber o que diabos aconteceu de interessante em 1898, parabéns! Você já está situado. A adaptação do livro Oil! de Upton Sinclair é livre como deve ser qualquer adaptação, espero que não entremos aqui naquela velha e clichezenta discussão tipo, "Ah, o livro é mais completo" e blá, blá...

 

 A economia' date=' convinções religiosas e política são retratadas de maneira superficial. E volto a dizer também... Para criar uma estrutura em nosso consciente, o mínimo que devemos ter é um panorama sobre a conjuntura dos Estados Unidos naquele período.

 

Alguém leu o livro? Queria saber a abordagem do autor.
[/quote']

 

Cara você viu o mesmo filme que todo mundo? As considerações aqui sobre religião e política são corrosivas, medonhas mesmo, porque tratam as coisas sagradas (a fé e a esperança das pessoas) de forma jocosa, acintosa mesmo. A cena da "conversão" de Daniel e o seu "troco" no final do filme é coisa de gênio.  

 

Chatinho você hein?  06 Para quem queria "ir contra a maré" dar 4/5 é no mínimo discrepante, pela sua avaliação e observações o filme merecia 2/5, era o que deveria ser sua nota.

 

Saí direto de uma sessão de Senhores do Crime do Croneberg e entrei na de Sangue Negro então é possível imaginar meu estado. Acho difícil alguém fazer qualquer coisa semelhante a este filme. Eu saí exaurido da sessão coisa que não me acontecia há muito tempo, Daniel Day Lewis levita acima dos demais atores, está em um grau a ser classificado ainda. Ele é para a interpretação o que Eric Clapton é para a música.

 

Sangue Negro caminha com as pernas de Daniel Day Lewis, flui através dele e ele é o filme, os demais são apêndices de sua loucura e genialidade o que não desmerece em nada a ópera do diretor que trata o sonho americano ora com desdém, ora com veneração e quase o tempo todo enfatizando em Daniel todas as mazelas daquele povo com a ganância encabeçando a lista, não é exagero compará-lo com Kane porque as carências daquele personagem estão quase  todas representadas aqui e a parte técnica de Sangue Negro não fica a dever em nada ao filme de Welles e aqui tenho que usar meu bordão favorito: Clássico instantâneo!

 

A música deste filme é uma das coisas mais bem utilizadas que eu já vi, inquietante (e muitas vezes aterrorizante), provocativa a trilha não se preocupa em agradar e sim em funcionar e como funciona!

 

O final com Daniel sentado e dizendo "Já terminei aqui" é emblemático até dizer chega. Terminou mesmo e passou a régua, não tem pra ninguém.

 
Link to comment
Share on other sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Guest
Reply to this topic...

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Loading...
 Share

Announcements


×
×
  • Create New...