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Ventos da Liberdade


-felipe-
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The wind that shakes the barley

 

Por

Mario “Fanaticc” Abbade

 

22/9/2006

 

 

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The

wind that shakes the barley

 

Inglaterra, 2006

 

Drama/Guerra - 127 min

Direção:

Ken Loach

 

Roteiro: Paul Laverty

 

 

 

Elenco: Cillian Murphy, Padraic Delaney, Liam Cunningham,

Gerard Kearney, William Ruane, Roger Allam, Laurence Barry, Frank

Bourke, Fergus Burke, Antony Byrne, John Crean, Máirtín

de Cógáin, Orla Fitzgerald

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The wind that shakes the Barley (2006)

foi o grande vencedor do Festival de Cannes deste ano. Já estava na hora do

veterano e talentoso cineasta Ken Loach ser premiado. Ele já tinha participado

sete vezes da corrida à Palma de Ouro e embora este não seja o seu melhor filme,

é uma inspiração para novos cineastas.

Na Irlanda, em 1920, trabalhadores do interior

do país se organizam para enfrentar os esquadrões britânicos que chegam para

sufocar o movimento pela independência. Cansado de testemunhar tanta brutalidade,

Damien, um jovem estudante de medicina, abandona tudo para juntar-se ao irmão

Teddy, que há tempos já aderiu à luta armada. Quando as táticas não-convencionais

dos irlandeses começam a abalar a supremacia dos soldados britânicos, o governo

se vê forçado a negociar e os dois lados discutem um acordo de paz. Nesse momento,

na Irlanda, aqueles que estavam unidos pela independência se dividem entre os

que são a favor e os que são contra o acordo, deixando os irmãos em lados opostos

de uma nova guerra, agora interna.

Ken Loach é um cineasta socialista e suas produções

são carregadas de mensagens políticas. Quem conhece seu trabalho sabe que seus

filmes sempre envolvem situações do estilo "Davi contra Golias", isto é, entre

o comum e o poderoso. Mais preocupado com a composição poética

do que com o formato, sua narrativa é predominante convencional. Mas engana-se

quem acha que isso seja um demérito. Pelo contrário. Seus filmes costumam

acertar no coração do público. Seu tema preferido é apresentar as relações humanas

em meio a um forte cenário político.

Ultimamente, Loach parecia estar mais preocupado

com os relacionamentos do que com a política. Apenas

um beijo (2004) e Tickets (2005), seus dois últimos longas-metragens,

foram produções irregulares que apostaram nessa premissa. The wind that shakes

the Barley é um retorno ao seu melhor cinema. Mesmo estando um degrau abaixo

dos ótimos Agenda Secreta (1990) e Terra e liberdade (1995), o

filme é um tributo à diversidade da discussão política, não só entre a Inglaterra

e a Irlanda, mas também entre os próprios irlandeses. E o debate acaba sendo

convertido em um melodrama, em que dois irmãos acabam ficando de lados opostos.

Também é uma oportunidade para o público entender com o IRA foi concebido.

Loach consegue aproveitar bem a odisséia política

dos irmãos durante o conflito entre ingleses e irlandeses. Damien vai perdendo

seu pragmatismo e vai se tornando cada vez mais idealista. Por sua vez, Teddy

começa a duvidar de suas convicções iniciais. Tentando ser justo com os dois

lados da balança, Loach apresenta argumentos e contra-argumentos, mas gradualmente

o drama vai se perdendo dentro de um amplo labirinto de forças políticas.

O lado humanitário está sempre em evidência,

mas Loach só consegue mostrar simpatia pelos "pobres" irlandeses e ao mesmo

tempo pintar os ingleses como "brutos desalmados". Esse pequeno equívoco vem

do roteiro de Paul Laverty, um usual colaborador, e da direção apaixonada

de Loach. Percebe-se também que a história começa a ter problemas quando a trégua

entre as duas nações é assinada. A partir daí, Loach se concentra em discursos

e debates políticos que perdem um pouco a sua força para um público que não

seja inglês ou irlandês.

Encabeçando o elenco temos Cillian Murphy

(Batman Begins, O Extermínio), que está soberbo no papel de Damien.

Não é de hoje que suas interpretações vêm sendo pontuadas com talento e raça.

Outros destaques são Padraic Delaney no papel de Teddy e Liam Cunningham

como Dan, um maquinista que se torna revolucionário. O resto dos atores cumpre

bem a proposta, deixando como único ponto negativo a personagem chamada Sinead,

interpretada por Orla Fitzgerald. Não por culpa dela. Sua atuação é boa,

mas a personagem foi criada para ser um simples interesse romântico para Damien.

Talvez tenha sido a maneira encontrada por Loach para tentar disfarçar uma predominância

de personagens masculinos na trama.

O filme impressiona também por seu apuro técnico.

Méritos para o diretor de fotografia Barry Ackroyd, o cinegrafista Fergus

Clegg e o compositor George Fenton. Mas o destaque fica mesmo para

Ken Loach, que junta tudo isso e presenteia o público com cenas impressionantes.

E mesmo que você não simpatize com os republicanos irlandeses, não tem como

não se encantar com a sensibilidade com que ele retrata o assunto. Loach ainda

aproveita para construir um paralelo com a situação atual política no Iraque.

Fica a triste mensagem de que ainda não aprendemos a lição.

 

Estréia no Brasil em 2 de fevereiro.

 

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eu vi esse aí na Mostra de SP.

 

muito diferente do habitual em filmes de guerra. o Loach filma as batalhas de forma muito crua, e filma bem. além disso o filme é esperto em mostrar a maneira como vai sendo feita a transição e as falsas concessões do conflito, mostrando que conquistar a independência não é tão glamourizado quanto os discursos fazem aparentar. o Cillian Murphy está muito bem; os cenários e a foto são boas; de resto nem é tão bom assim, chega a quase cair no lugar comum 'grupos de rebeldes lutam contra o império malvado', que convenhamos que quase não chega a ser compensado pelo que o filme tem a oferecer.

 

é bom, não mereceu a Palma de jeito nenhum. especialmente se tinha um certo Labirinto concorrendo; Volver também é muito melhor que esse
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  • 3 months later...
  • Members

Vi esse filme no cinema. Ja teve um lancamento(sic) oficial.

 

(Meu teclado esta com muitas letras erradas, portanto, ignorem os erros)

 

Eh(sic) um filme irregular, com partes excelentes, partes medianas e partes fracas. 

 

Apesar disto, esperava um pouco mais do filme.

 

Ah, agora peco(sic) um favor. 

 

Alguem sabe de um bom site que de uma boa contextualizada sobre a historia irlandesa do sec. XX 17 Náo precisa ser nada super profundo, soh o bastante para que eu náo me perca futuramente em filmes que mencionem coisas como o IRA, a situa;áo entre a Irlanda e a Inglaterra e etc.

 

Eh um tema que ja foi usado em bons filmes e que apesar de em alguns casos os filmes explicarem bem a situacáo do periodo (como Ventos da Liberdade o fez), nem todos o fazem e como e um tema interessante, eu gostaria de saber mais sobre ele. Alguem recomenda um site que tenha umas informacoes uteis17

 

 

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  • 1 month later...
  • 1 month later...
  • 2 months later...
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Vi hoje:

medium_wind_that_shakes_the_barley.jpg

 

Ventos da Liberdade (The Wind That Shakes The Barly, Irlanda, Inglaterra, Espanha, Itália, França, Alemanha, 2006) Dir.: Ken Loach. Com: Cillian Murphy, Padraic Delaney, Liam Cunningham, Gerard Kearney, William Ruane, Kieran Aherne e Roger Allam.

O roteiro do filme é muito burocrático. Apesar de contextualizar de maneira eficaz todos os aspectos políticos necessários para compreender o motivo da guerra, ele falha ao não estabelecer um bom aprofundamento nos personagens. Isto, aliás, deixa a performance de Cillian Murphy ainda mais notável, já que seus olhares são fulminantes e transmitem as emoções de Damien. O diretor Ken Loach no entanto, levanta um pouco o filme com a crueza que retrata os acontecimentos, especialmente as batalhas belissimamente conduzidas. Além disso, ele imprime poesia ao filme, existem várias partes onde ele utiliza o vento para dar um maior aspecto trágico, sem apelar. Ele também utiliza recursos que aumentam ainda mais a dramaticidade, especialmente no que diz respeito a cena final onde a câmera distante dá um sentimento amargo para o espectador que quer amparar tal personagem mais fica impossibilitado pela distância.

Nada que mereça a Palma de Ouro, já que o material é fracamente explorado, mas é sim tocante e bem feito. smiley10.gifsmiley10.gifsmiley10.gif

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