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" Ao receber, na última segunda-feira, o Globo de Ouro de melhor filme dramático das mãos do governator Arnold Schwarzenegger, o diretor de Babel, Alejandro Gonzáles Iñárritu, espetou: "Senhor governador, meus documentos estão em dia, eu juro!".

Nada bobo, o mexicano abarcou numa só frase tudo o que um discurso de agradecimento que se preze deve ter: bom humor, fundo político e um toque de provocação. Mas o alcance da tal frase não termina aí. Ela resume exemplarmente o tema da película e responde a uma pergunta velada que alguns dos espectadores da cerimônia certamente se fizeram. Radicado nos Estados Unidos há 11 anos, Iñárritu conhece melhor do que muita gente o que é ser alvo de preconceito — e transpõe essa experiência para a tela com maestria.

É justamente das idéias pré-concebidas que fazemos uns dos outros que falam as quatro histórias, espalhadas por três continentes e totalmente interconectadas, que compõem Babel. São crônicas de um mundo que, no discurso, tem cada vez menos fronteiras, mas que, na prática, está mais dividido do que nunca. O planeta em que vivem esses personagens não é o mesmo que os economistas retratam em suas teses. As situações criadas por Guillermo Arriaga (roteirista do filme que trabalhou com o diretor em todos os seus filmes e que atualmente briga para ser incluído nos créditos como autor) estão longe de ser fictícias. Elas aparecem nos jornais diariamente.

Atentados a turistas em países de fé islâmica e imigração ilegal são apenas dois dentre os muitos indícios de que o mundo pode até ser plano — como defende o colunista do jornal The New York Times Thomas Friedman no livro The World is Flat -, mas as pessoas definitivamente não são. Um dos mais perfeitos exemplos é dado pelo próprio Friedman em seu livro. Jovens universitários chineses engolem os ressentimentos causados por anos de guerra com o Japão e aprendem a falar a língua do antigo inimigo sem sotaque, para poder prestar os serviços de telemarketing que não atraem os vizinhos do país do sol nascente. Mais do que uma mera forma de sobrevivência, eles revelam que buscam a oportunidade de conhecer as empresas japonesas por dentro e, a partir do que aprenderem com elas, construir as suas próprias empresas. "Hoje vocês são os arquitetos e nós os tijolos. Mas estamos nos preparando para mudar de posição", afirma no livro o supervisor da operação chinesa.

E aí reside a raiz de todo o problema. Ninguém quer ser "tijolo" para sempre. Para dar cabo das próprias inseguranças, a solução parece ser reduzir a "ameaça" a meia dúzia de adjetivos, quase todos depreciativos, e atacar antes de ouvir. Mais uma vez, vários elementos de Babel comprovam o conhecimento de causa que seus autores têm do que é viver num mundo onde as fronteiras mais intransponíveis não são exatamente geográficas. O melhor deles é o diálogo entre as crianças estadunidenses e o sobrinho de sua babá (vivida pela excelente Adriana Barraza) quando chegam ao México, onde vão assistir a um casamento. "Minha mãe disse que o México é um lugar muito perigoso", diz o pequeno Mike. Em espanhol, Santiago (Gael García Bernal) responde: "É mesmo... está cheio de mexicanos".

O slogan do filme, "A tragédia é universal. Se quiser ser compreendido, escute", é a síntese perfeita. Escutar o outro é coisa que os personagens só fazem em momentos extremos, quando já não há outro recurso. Os pais dos meninos pastores no Marrocos só se dão conta que lhes deram responsabilidades demais e que não lhes prestaram a devida atenção quando é muito tarde. Susan (Cate Blanchett) entende o quão patético era o seu medo de beber a água desse mesmo Marrocos, quando luta contra a dor do tiro que tomou. Richard (Brad Pitt, em atuação memorável) percebe que nem toda ajuda é motivada por dinheiro numa das cenas mais lindas e sufocantes, a da saída do vilarejo. Amélia, a babá, vê que sua origem mexicana conta mais do que os 16 anos que passou na "América" quando uma série de decisões equivocadas a coloca numa situação em que suas palavras não valem nada.

Mas o brilhantismo de Iñárritu e Arriaga fica evidente na história de Chieko (Rinko Kikuchi), a adolescente que, de todos os personagens, é a mais capaz de compreender o mundo à sua volta, mesmo sem poder escutá-lo."

Minha opinião é mais semelhante a esta critica, Babel é um belo filme, o favorito ao Oscar ao lado dos Infiltrados.
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O que eu achei mais estranho na crítica do Pablo é que todos os excessos/exageros que ele critica em "Babel" é justamente o que depõe contra "Crash", filme este que ele gosta muito ... estranho ele não ter notado isso no filme do Paul Haggis ... queria muito ter visto "Babel" neste final de semana, mas não foi possível ... espero que nesse próximo seja possível ... 03

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" Ao receber' date=' na última segunda-feira, o Globo de Ouro de melhor filme dramático das mãos do governator Arnold Schwarzenegger, o diretor de Babel, Alejandro Gonzáles Iñárritu, espetou: "Senhor governador, meus documentos estão em dia, eu juro!".

Nada bobo, o mexicano abarcou numa só frase tudo o que um discurso de agradecimento que se preze deve ter: bom humor, fundo político e um toque de provocação. Mas o alcance da tal frase não termina aí. Ela resume exemplarmente o tema da película e responde a uma pergunta velada que alguns dos espectadores da cerimônia certamente se fizeram. Radicado nos Estados Unidos há 11 anos, Iñárritu conhece melhor do que muita gente o que é ser alvo de preconceito — e transpõe essa experiência para a tela com maestria.

É justamente das idéias pré-concebidas que fazemos uns dos outros que falam as quatro histórias, espalhadas por três continentes e totalmente interconectadas, que compõem Babel. São crônicas de um mundo que, no discurso, tem cada vez menos fronteiras, mas que, na prática, está mais dividido do que nunca. O planeta em que vivem esses personagens não é o mesmo que os economistas retratam em suas teses. As situações criadas por Guillermo Arriaga (roteirista do filme que trabalhou com o diretor em todos os seus filmes e que atualmente briga para ser incluído nos créditos como autor) estão longe de ser fictícias. Elas aparecem nos jornais diariamente.

Atentados a turistas em países de fé islâmica e imigração ilegal são apenas dois dentre os muitos indícios de que o mundo pode até ser plano — como defende o colunista do jornal The New York Times Thomas Friedman no livro The World is Flat -, mas as pessoas definitivamente não são. Um dos mais perfeitos exemplos é dado pelo próprio Friedman em seu livro. Jovens universitários chineses engolem os ressentimentos causados por anos de guerra com o Japão e aprendem a falar a língua do antigo inimigo sem sotaque, para poder prestar os serviços de telemarketing que não atraem os vizinhos do país do sol nascente. Mais do que uma mera forma de sobrevivência, eles revelam que buscam a oportunidade de conhecer as empresas japonesas por dentro e, a partir do que aprenderem com elas, construir as suas próprias empresas. "Hoje vocês são os arquitetos e nós os tijolos. Mas estamos nos preparando para mudar de posição", afirma no livro o supervisor da operação chinesa.

E aí reside a raiz de todo o problema. Ninguém quer ser "tijolo" para sempre. Para dar cabo das próprias inseguranças, a solução parece ser reduzir a "ameaça" a meia dúzia de adjetivos, quase todos depreciativos, e atacar antes de ouvir. Mais uma vez, vários elementos de Babel comprovam o conhecimento de causa que seus autores têm do que é viver num mundo onde as fronteiras mais intransponíveis não são exatamente geográficas. O melhor deles é o diálogo entre as crianças estadunidenses e o sobrinho de sua babá (vivida pela excelente Adriana Barraza) quando chegam ao México, onde vão assistir a um casamento. "Minha mãe disse que o México é um lugar muito perigoso", diz o pequeno Mike. Em espanhol, Santiago (Gael García Bernal) responde: "É mesmo... está cheio de mexicanos".

O slogan do filme, "A tragédia é universal. Se quiser ser compreendido, escute", é a síntese perfeita. Escutar o outro é coisa que os personagens só fazem em momentos extremos, quando já não há outro recurso. Os pais dos meninos pastores no Marrocos só se dão conta que lhes deram responsabilidades demais e que não lhes prestaram a devida atenção quando é muito tarde. Susan (Cate Blanchett) entende o quão patético era o seu medo de beber a água desse mesmo Marrocos, quando luta contra a dor do tiro que tomou. Richard (Brad Pitt, em atuação memorável) percebe que nem toda ajuda é motivada por dinheiro numa das cenas mais lindas e sufocantes, a da saída do vilarejo. Amélia, a babá, vê que sua origem mexicana conta mais do que os 16 anos que passou na "América" quando uma série de decisões equivocadas a coloca numa situação em que suas palavras não valem nada.

Mas o brilhantismo de Iñárritu e Arriaga fica evidente na história de Chieko (Rinko Kikuchi), a adolescente que, de todos os personagens, é a mais capaz de compreender o mundo à sua volta, mesmo sem poder escutá-lo."

Minha opinião é mais semelhante a esta critica, Babel é um belo filme, o favorito ao Oscar ao lado dos Infiltrados.[/quote']

 

De quem é essa crítica ????
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O que eu achei mais estranho na crítica do Pablo é que todos os excessos/exageros que ele critica em "Babel" é justamente o que depõe contra "Crash"' date=' filme este que ele gosta muito ... estranho ele não ter notado isso no filme do Paul Haggis ... queria muito ter visto "Babel" neste final de semana, mas não foi possível ... espero que nesse próximo seja possível ... 03[/quote']

Eu gostei bastante de Babel, mas Crash - No Limite é bem melhor.

 

Acho realmente que o maior defeito de Babel é sua longa duração. A trama que envolve o casal americano no Marrocos é absurdamente arrastada e não recebe a devida atenção. O calvário de mexicana no deserto também se torna desinteressante por ser muito repetitivo.

 

Mas concordo bastante com o terceiro parágrafo da crítica do Pablo. Creio que o filme se torne arrastado pelo fato de já sabermos o desfecho das outras histórias que se desevolvem "paralelamente". O filme perde pontos por também apostar na montagem já manjada dos ótimos 21 Gramas e Amores Brutos. Qualquer interesse por qualquer uma das quatro tramas do filme se perde depois de aproximadamente setenta minutos de projeção. Se não fosse tão óbvio, talvez chegasse perto da excelência de Amores Brutos e 21 Gramas.

 

Gostaria também de ressaltar uma falha da legenda que o Pablo apontou em sua crítica de Vivendo no Limite. Logo que o filme termina, aparece abruptamente na tela o nome da tradutora em letras garrafais. Para completar a grosseria, o cinema acende as luzes logo que o nome do diretor aparece na tela. Detalhes que atrapalham bastante a experiência de ver o filme no cinema.
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Particularmente' date=' achei bem melhor que Crash. Acho inclusive que o Crash cabe dentro de Babel, e Babel ainda tem muito mais.
[/quote']

 

Concordo. Não cheguei a achar o filme uma maravilha, mas é bem melhor que o do Paul Haggis, inclusive sobe todas as vertentes.
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Concordo em genero, número e grau com cada colocação de Pablo a respeito de Babel. Cadê a sutileza do diretor??? Alguns momentos lindos se salvam, como o beijo de Susan em Richard quando ela está fazendo xixi na bacia, a recusa do guia marroquino em receber o dinheiro de Richard, os momentos de amor de Amelia na festa de casamento do filho... mas realmente tem uns exageros. Crash é muito mais sutil, apenas cutuca a gente ao invés de segurar nossa cabeça com força e arregalar os nossos olhos. Algumas passagens, realmente, viraram quase dramalhão... não foi um pouco demais aquelas crianças perdidas no deserto não??

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Uma observação. Na revista SET de Dezembro de 2006, o diretor do filme concedeu uma pequena entrevista em que dizia que destestava Crash - No Limite. Alegava que o seu longa não julgava seus personagens, ao contrário da obra de Haggis (ou algo do tipo). Babel comete exatamente o erro de expor superficialmente seus personagens. Depois de quase duas horas de meia de pura lenga lenga, as histórias tem finais decepcionantes. Crash - No Limite tinha pouco mais de uma hora e meia e concluía tudo satisfatoriamente.

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O que eu achei mais estranho na crítica do Pablo é que todos os excessos/exageros que ele critica em "Babel" é justamente o que depõe contra "Crash"' date=' filme este que ele gosta muito ... estranho ele não ter notado isso no filme do Paul Haggis ... queria muito ter visto "Babel" neste final de semana, mas não foi possível ... espero que nesse próximo seja possível ... 03[/quote']

 

Pois é Thiago... Mas dizem que Crash era pra ser caricata mesmo e que Babel [por algum motivo oculto] é pra ser mais real.

Bem, de fato FOI mais real, menos sensasionalista e não forçou o choro de ninguém. Sem contar que a ótima direção salvou todos os pequenos defeitos que o roteiro poderia ter.

 

spoiler

Não me canso de comentar o quão linda foi a cena da japonesa na boite. Perfeita. A cena da Cate levando o tiro também foi muito boa.

fim do spoiler

 

O que eu concordo sobre o que dizem de falha no roteiro é sobre a falta de surpresas no filme. Como o Pablo comentou em sua crítica, o roteiro dá dicas demais. Mas antes um roteiro que dê muitas dicas a um roteiro extremamente previsível, chato e meloso como o de Crash.

 

Em resumo, se você está indo assistir Babel, não vá esperando por nenhuma bala de festim ali, amigo. Lá as balas funcionam.

 

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Crash é muito mais sutil' date=' apenas cutuca a gente ao invés de segurar nossa cabeça com força e arregalar os nossos olhos.

[/quote']

Belo post inicial...10

 

Brigada.

Sobre a sutileza, Crash é sutil de uma maneira bruta, entende? hehe.

Eu poderia dizer que Babel é mais óbvio ululante, mais fechado, menos relativo do que Crash. Foi mais ou menos o que eu quis dizer.

Obs.: Chamar o Crash de Trash é trash, com perdão do trocadilho...
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  • 4 weeks later...
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 Crash é muito mais sutil' date=' apenas cutuca a gente ao invés de segurar nossa cabeça com força e arregalar os nossos olhos. Algumas passagens, realmente, viraram quase dramalhão... não foi um pouco demais aquelas crianças perdidas no deserto não??

[/quote']

 

Onde Crash é sutil?

 

A imagem de alguém de meia caindo numa escada encerada me vem à mente...

 

07
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Uma observação. Na revista SET de Dezembro de 2006' date=' o diretor do filme concedeu uma pequena entrevista em que dizia que destestava Crash - No Limite. Alegava que o seu longa não julgava seus personagens, ao contrário da obra de Haggis (ou algo do tipo). Babel comete exatamente o erro de expor superficialmente seus personagens. Depois de quase duas horas de meia de pura lenga lenga, as histórias tem finais decepcionantes. Crash - No Limite tinha pouco mais de uma hora e meia e concluía tudo satisfatoriamente. [/quote']

 

Claro, claro... Ryan Philippe mata um negro que riu dele; Sandra Bullock cai da escada e descobre que 'sente raiva o tempo todo'; o negro meliante solta os imigrantes ilegais com um sorriso amarelo no rosto; e por aí vai...

 

Ufa! Ainda bem que o meu conceito de 'satisfatório' não comporta as resoluções de Crash...
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 Crash é muito mais sutil' date=' apenas cutuca a gente ao invés de segurar nossa cabeça com força e arregalar os nossos olhos. Algumas passagens, realmente, viraram quase dramalhão... não foi um pouco demais aquelas crianças perdidas no deserto não??

[/quote']

 

Onde Crash é sutil?

 

A imagem de alguém de meia caindo numa escada encerada me vem à mente...

 

07

 

e outra de um policial salvando a mulher segundos antes do carro explodir...

e a do tiro de festim é quase a definição de sutileza. 0714
Naomi Watts2007-02-21 09:35:42
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O que eu achei mais estranho na crítica do Pablo é que todos os excessos/exageros que ele critica em "Babel" é justamente o que depõe contra "Crash"' date=' filme este que ele gosta muito ... estranho ele não ter notado isso no filme do Paul Haggis ... queria muito ter visto "Babel" neste final de semana, mas não foi possível ... espero que nesse próximo seja possível ... 03[/quote']

Pois é Thiago... Mas dizem que Crash era pra ser caricata mesmo e que Babel [por algum motivo oculto] é pra ser mais real.
Bem, de fato FOI mais real, menos sensasionalista e não forçou o choro de ninguém. Sem contar que a ótima direção salvou todos os pequenos defeitos que o roteiro poderia ter.

spoiler
Não me canso de comentar o quão linda foi a cena da japonesa na boite. Perfeita. A cena da Cate levando o tiro também foi muito boa.
fim do spoiler

O que eu concordo sobre o que dizem de falha no roteiro é sobre a falta de surpresas no filme. Como o Pablo comentou em sua crítica, o roteiro dá dicas demais. Mas antes um roteiro que dê muitas dicas a um roteiro extremamente previsível, chato e meloso como o de Crash.

Em resumo, se você está indo assistir Babel, não vá esperando por nenhuma bala de festim ali, amigo. Lá as balas funcionam.

 

Concordo que se comparado a "21 Gramas", este aqui tem menos "surpresas", mas assim como em seu filme anterior eu, pelo menos, fiquei intrigado em saber como os eventos chegaram até ali e como postei no tópico do filme ... os dramas de cada núcleo funcionam de maneira independente ou seja eles possuem um arco dramático que começam com o pequeno elo, mas termina e se satisfaz ( ou não ) sozinha, por si só ...
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Pois é Thiago... Mas dizem que Crash era pra ser caricata mesmo e que Babel [por algum motivo oculto] é pra ser mais real.

 

Bullshit... Como um filme que quer ser importante e passar uma mensagem séria e real também quer ser caricato?

 


O que eu concordo sobre o que dizem de falha no roteiro é sobre a falta de surpresas no filme. Como o Pablo comentou em sua crítica' date=' o roteiro dá dicas demais. [/quote']

 

O que me decepcionou em Babel foi a obviedade de algumas coisas e o foco em coisas diversas que o tema proposto. Iñárritu quer falar sobre incomunicabilidade num mundo globalizado e me coloca uma japonesa SURDA-MUDA para passar sua mensagem? Sem mencionar a obsessão pela genitália da garota que o diretor sempre que pode mostra e que rendeu UMA única cena digna de nota...

 

 
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Pois é Thiago... Mas dizem que Crash era pra ser caricata mesmo e que Babel [por algum motivo oculto] é pra ser mais real.

 

Bullshit... Como um filme que quer ser importante e passar uma mensagem séria e real também quer ser caricato?

 

Pra falar a verdade Dook, eu não acho isso tão impossível. Existem filmes de Tim Burton que são caricatos e conseguem fazer mensagens sérias; talvez o caso mais gritante é Tropas Estelares, onde a mensagem é seríssima e o filme é todo escrachado.

 

Eu cheguei a pensar tanto nisso que eu revi o filme quando passou na TV. O filme caiu no meu conceito por eu descobrir o pior defeito: ter coisas que se salvam, o que dá a entender que Haggis realmente levou o seu filme a sério. E sei que é difícil fundamentar isso, mas não senti presença de ironia nenhuma durante o filme... principalmente durante aquelas tragédias estapafúrdias que servem para Haggis passar a mão na cabeça de seus personagens. Seria cômico se não fosse trágico.
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Não se trata de ser impossível, mas sim de vc decidir o tom que quer com seu filme. E como vc mesmo colocou: Haggis levou seu filme a sério e para mim, o único momento efetivamente sério do filme é o clímax do personagem de Ryan Phillipe. O resto é caricatura e, sinto dizer aos fãzóides, involuntária ainda por cima o que torna o filme ainda mais escroto...

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Pois é Thiago... Mas dizem que Crash era pra ser caricata mesmo e que Babel [por algum motivo oculto] é pra ser mais real.

 

Bullshit... Como um filme que quer ser importante e passar uma mensagem séria e real também quer ser caricato?

 


O que eu concordo sobre o que dizem de falha no roteiro é sobre a falta de surpresas no filme. Como o Pablo comentou em sua crítica' date=' o roteiro dá dicas demais. [/quote']

 

O que me decepcionou em Babel foi a obviedade de algumas coisas e o foco em coisas diversas que o tema proposto. Iñárritu quer falar sobre incomunicabilidade num mundo globalizado e me coloca uma japonesa SURDA-MUDA para passar sua mensagem? Sem mencionar a obsessão pela genitália da garota que o diretor sempre que pode mostra e que rendeu UMA única cena digna de nota...

 

 

 

Dook, eu não vejo problemas em utilizar uma surda-muda para falar sobre a incomunicabilidade, pois o filme não quer tratar apenas da incomunicabilidade com o mundo ... e sim entre as próprias pessoas e ela por ser como é passar por maiores dificuldades ainda ... o casal sofre pela falta de comunicação, o mexicano pela comunicação mal compreendida, o filho pela falta de comunicação com o pai ... e eu acho uma puta sacanagem ficarem alegando que o cara tem uma obsessão pela genitália da menina, pô ... foi uma maneira que a garota encontrou para tentar ser querida ... tantas garotas usam mini-saias, roupas com decotes com o mesmo objetivo ... já não é a primeira pessoa que comenta com esse sentido ... ela quer chamar a atenção e quer usar o seu corpo pra isso ...
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Dook' date=' eu não vejo problemas em utilizar uma surda-muda para falar sobre a incomunicabilidade, pois o filme não quer tratar apenas da incomunicabilidade com o mundo ... e sim entre as próprias pessoas e ela por ser como é passar por maiores dificuldades ainda ...[/quote']

 

Ok... ser surda muda deixa tudo ainda mais óbvio pois de antemão já sabemos que ela NÃO VAI conseguir se comunicar como todos nós conseguimos...

 

A grande questão em Babel, para mim (ou pelo menos o que eu imaginava que fosse) era que Iñárritu colocaria que, apesar de falarmos e nos comunicarmos o tempo inteiro, não conseguimos entender uns aos outros (aliás, essa é a essência da história da Torre de Babel). Colocar uma surda muda para passar a mensagem ele chove no molhado...

 

 

o casal sofre pela falta de comunicação' date=' o mexicano pela comunicação mal compreendida,[/quote']

 

Sim, tudo isso está lá o que mostra aquilo que disse que o filme deveria ser: apesar de conseguirmos nos comunicar não entendemos uns aos outros e é por isso que não considero o filme ruim... Apenas equivocado em vários pontos.

 

 o filho pela falta de comunicação com o pai ...

 

Não sei onde vc viu incomunicabilidade entre os dois' date=' mas...

 

 e eu acho uma puta sacanagem ficarem alegando que o cara tem uma obsessão pela genitália da menina, pô ... foi uma maneira que a garota encontrou para tentar ser querida ...

 

Nada justifica ela aparecer nua para o policial, period.

 

Aliás, eu citei que houve UMA única cena em que esse lance dela ver nessa maneira o único jeito de ser percebida deu certo. O restante, concordo com o Pablo, me soa mais a fetiche do Iñárritu... Mas não posso negar: adorei ver a japa em pêlo...

 

05  

 

tantas garotas usam mini-saias' date=' roupas com decotes com o mesmo objetivo ... já não é a primeira pessoa que comenta com esse sentido ... ela quer chamar a atenção e quer usar o seu corpo pra isso ...
[/quote']

 

Me veio à mente agora a Angela (Mena Suvari) de Beleza Americana... Ela também usava seu corpo e o sexo como forma de chamar a atenção e ser querida. Entretanto em momento algum ela tira a roupa. A única vez em que ela aparece SEMI-nua, é quando Kevin Spacey começa a despí-la.

 

Sinto buddy... Essa história de 'querer dar' como forma de ser ouvida é real e existe. Porém garota NENHUMA se prosta NUA para um estranho de forma extremamente gratuita.
Dook2007-02-21 14:15:04
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