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Clarice (série sequência de "O Silêncio dos Inocentes")


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Clarice: Comercial da nova série remete ao filme Silêncio dos Inocentes

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Foto: Divulgação/CBS / Pipoca Moderna
 

A rede CBS divulgou o comercial completo de "Clarice", exibido durante o intervalo do Super Bowl (a final do campeonato americano). Com imagens simbólicas, a prévia remete ao pôster original e ao título em inglês do filme "O Silêncio dos Inocentes" (Silence of the Lambs, o silêncio dos cordeiros), que rendeu o segundo Oscar de Melhor Atriz para Jodie Foster, justamente pelo papel de Clarice Starling.

A personagem agora é interpretada pela australiana Rebecca Breeds, que viveu uma vampira vingativa na serie "The Originals". Ela será a terceira intérprete de Clarice Starling nas telas. Além de Jodie Foster, a personagem criada pelo escritor Thomas Harris também foi interpretada por Julianne Moore na continuação de "O Silêncio dos Inocentes", "Hannibal" (1999).

 

A série se passa um ano após os eventos de "O Silêncio Dos Inocentes", encontrando Clarice em 1993, mas não vai contar com a participação, e nem citar o serial killer Hannibal Lecter em seus episódios, ou personagens como Jack Crawford. É que os direitos dos personagens estão divididos entre as produtoras MGM e Dino De Laurentiis Company, de modo que a nova série, produzida pela MGM para a rede CBS, não poderá citar qualquer personagem que não foi criado no livro "O Silêncio dos Inocentes.

FONTE: TERRA

A série não tem nenhuma ligação com a série HANNIBAL, só pra reinterar.

Vai ser difícil pra série, pois vai rolar muita comparação não só com o filme, mas com a série do Hannibal. E honestamente, o material promocional não chama muito atençao.

Mas vamos ver o que sai. Anos atrás, eu era extremamente cético em relação a série do Hannibal, e continua sendo uma das melhores coisas que vi na televisão. Mas contar a história da Clarice sem nem poder citar personagens importantes na história da personagem como o Hannibal e o Crawford é complicado(fora que a série se coloca como sequência do filme, e não um reboot).

 

 

 

 

 

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 Assisti ao piloto.

  Embora a série literária "Hannibal Lecter", escrita por Thomas Harris tenha ganho a sua primeira adaptação com o cult CAÇADORES DE ASSASSINOS de Michael Mann, onde o canibal foi interpretado por Brian Cox,  Hannibal Lecter e seu universo só entrariam de vez na cultura popular com o clássico de 1991 O SILÊNCIO DOS INOCENTES, que colocou o Lecter de Anthony Hopkins entre os grandes monstros do cinema, além de apresentar ao mundo a destemida e humanizada agente Clarice Starling, vivida por Jodie Foster em um papel que lhe rendeu um Oscar.

 Desde então, no cinema, Anthony Hopkins viveu Lecter por mais duas vezes nos interessantes HANNIBAL e DRAGÃO VERMELHO, e a franquia cinematográfica acabou encerrada no divertido, mas dispensável prequel A ORIGEM DO MAL. Já na televisão, a franquia ganhou nova vida na extinta série da NBC HANNIBAL, comandada por Bryan Fuller, e focada na relação entre Lecter e o agente Will Graham onde Mads Mikkelsen conseguiu a façanha de entregar um Hannibal Lecter que se tornou tão querido quando a versão de Hopkins. A série, apesar de uma base de fãs fieis, e excelentes críticas, não conquistou a audiência exigida por um canal aberto, e acabou cancelada antes do fim, sendo que até hoje se fala na possibilidade de revival. Muitos esperavam que Fuller viesse a introduzir Clarice Starling em futuras temporadas, mas ai está a questão. Apesar de seus esforços, Fuller nunca conseguiu usar nenhum dos personagens de "O Silêncio Dos Inocentes", pois os direitos do livro e os personagens criados nele pertencem a MGM, enquanto os livros restantes pertencem a Dino de Laurentis.

 Chegamos então a CLARICE, criada por Alex Kurtzman e Jenny Lumet (responsáveis pelo recente renascimento televisivo de "Star Trek"). O projeto é antigo, existindo desde a época em que o HANNIBAL de Fuller foi lançado em 2013, mas só agora tendo ganho sinal verde. Diferente da série da NBC estrelada por Mikkelsen, que funcionava como um reboot contemporâneo da franquia, CLARICE se coloca como uma sequência direta do clássico de 1991, recriando inclusive os mesmos enquadramentos utilizados por Demme para retratar os Flashbacks do fatídico confronto entre a protagonista e o serial killer Buffalo Bill.

 

  Situada em 1992, um ano após os eventos de O SILÊNCIO DOS INOCENTES, a série tem início com Clarice Starling (Rebecca Breeds) ainda assombrada pelas lembranças de seu encontro com Buffalo Bill, e incomodada pela atenção que recebe da mídia, com alguns veículos a colocando como uma grande heroína, e outras como "a noiva do monstro", devido a sua breve, mas intensa parceria com Hannibal Lecter. Estando fora de campo desde então, Clarice é subitamente recrutada pela agora procuradora geral Ruth Martin (Jayne Atkinson), mãe da garota que Clarice salvou de Buffalo Bill, para integrar uma unidade especial focada em resolver crimes hediondos, especialmente aqueles cometidos por serial killers.

  A proposta por trás de CLARICE não é de toda ruim. A força do vilão interpretado por Hopkins em O SILÊNCIO DOS INOCENTES era tamanha, que muitos se esquecem o quão pouco ele aparece no filme, e o quanto a obra era de fato a história da Agente Clarice Starling, magnificamente interpretada por Jodie Foster, que entregou uma heroína absolutamente fascinante e relacionável, que mesmo intimidada diante do ambiente masculino e opressor do FBI, era capaz de vencer as suas próprias inseguranças e triunfar. A sequência de O SILÊNCIO DOS INOCENTES, tanto do filme quanto do livro eram muito mais focadas no canibal do que na própria agente, que tinha os seus conflitos girando todos em torno de Lecter (especialmente no livro HANNIBAL). Portanto, poderia ser interessante desenvolver Clarice como personagem longe da influência do bom Doutor.

  Dito isso, apesar de trazer algumas coisas interessantes, este piloto acaba sendo bem morno e pouco promissor, desenvolvendo-se como um procedural sem grandes atrativos e com uma escrita sinceramente didatica e preguiçosa. A forma como a nova equipe de Starling é apresentada, com cada membro da equipe sendo apresentado como uma função (o atirador, o detector de mentiras, etc) é um pouco constrangedora. Excetuando a própria Clarice (de quem já falarei), todos os outros personagens parecem caricaturas, o que é um grande problema.

 Por outro lado, devo dizer que a série parece compreender a sua protagonista muito bem. Diferente da série HANNIBAL e da maior parte das adaptações deste material, CLARICE segue mais a abordagem de Demme de eliminar os aspectos estéticos macabros dos assassinatos para encara-los como tragédias puras e simples. Clarice se importa com as pessoas; ela está do lado das vítimas, seguindo um código de conduta moral muito rígido que a guia. O seu discurso final para a imprensa sobre como o nome das vítimas é muito mais importante que o nome do assassino diz muito sobre a agente, e o fato do mistério central parecer girar em torno de uma conspiração que está matando testemunhas simulando as ações de um serial Killer combina perfeitamente com a proposta da série. Rebecca Breeds, alías, faz um bom trabalho como Clarice. A sua interpretação claramente tenta emular a versão de Foster (diferente de Julianne Moore, que  se distanciou da versão de Foster ao entregar uma Clarice mais taciturna e amargurada no filme HANNIBAL), mas ela consegue colocar ali alguns nuances que evitam que soe como uma mera cópia. 

  Claro, os problemas com direitos autorais parecem ser muito mais sentidos aqui do que foram em HANNIBAL. Afinal. os eventos da série da NBC supostamente se passavam antes de O SILÊNCIO DOS INOCENTES, então a ausência de personagens como Clarice ou Buffalo Bill não eram sentidas. Mas aqui, incomoda o fato de que os personagens nunca possam sequer citar personagens importantes na jornada de Clarice, como Hannibal ou Jack Crawford, com a relação com Lecter, por exemplo sendo visto apenas como um Easter Egg ou referências vagas, com todo o trauma da personagem sendo jogado em cima do caso Buffalo Bill. Como dito, entendo que a proposta da série é mostrar que Clarice pode "viver" sem Hannibal, mas a falta de maiores citações á um episódio tão importante da vida da personagem é estranho. 

  Dito isso, apesar das boas intenções, foi um piloto bem desinteressante. Acho que Breeds tem espaço para se tornar uma ótima Carice, e o programa até tem alguns detalhes na história que mostram potencial, vide o atual estado de Catherine Martin, a mulher que Clarice salvou de Buffalo Bill, que agora se tornou uma reclusa traumatizada (tendo inclusive adotado o cachorro de seu sequestrador), e que desenvolveu uma estranha obsessão pela protagonista. Mas CLARICE precisa fazer mais para se destacar entre as tantas séries policiais procedurais que tem por ai.

  

 

  

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