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Forum Cinema em Cena

60º Festival de Cannes (2007)


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Segue lista dos concorrentes à Palma de Ouro 2007:

 

My Blueberry Nights - Wong Kar Wai

Une Vieille Maîtresse - Catherine Breillat

Les Chansons d'amour - Christophe Honoré

Le Scaphandre et le papillon - Julian Schnabel

Yasamin kiyisinda - Fatih Akin

No Country for Old Men - Ethan Coen /Joel Coen

Zodiac - David Fincher

We Own The Night - James Gray

Mogari No Mori - Naomi Kawase

Promise Me This - Emir Kusturica

Secret Sunshine - Lee Chang-Dong

4 Months, 3 Weeks And 2 Days - Cristian Mungiu

Tehilim - Raphael Nadjari

Silent Light - Carlos Reygadas

Persepolis - Marjane Satrapi / Vincent Paronnaud

Import/Export - Ulrich Seidl

Alexandra - Alexander Sokurov

Death Proof - Quentin Tarantino

The Man From London - Bela Tarr

Paranoid Park - Gus Van Sant

The Banishment - Andrey Zvyagintsev

Fora da Competição:

Sicko - Michael Moore

Ocean's Thirteen - Steven Soderbergh

A Mighty Heart - Michael Winterbottom

Filme de Encerramento:

L'âge des ténèbres - Denys Arcand

Façam suas apostas.

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Estou na expectativa quanto aos novos filmes de Kar-Wai , Van Sant e Tarantino ( esse Death Proof parece que é uma versão estendida do episódio inserido em Grindhouse ). Tomara que o Kar-Wai obtenha sucesso nessa empreitada hollywoodiano , pois é um dos meus diretores favoritos . Cannes também adora o Kar-Wai , assim como o Tarantino e o Van Sant .  

 

Essa seleção tem um cineasta do qual ouço elogios , mas nunca achei nada disponível no Brasil : Bela Tarr ( The Man From London) .

 

 

Senti a falta de Paul Thomas Anderson ( There Will Be Blood) , Todd Haynes ( I´m Not There) , Woody Allen ( Cassandra´s Dream) e David Cronenberg ( Eastern Promises) . Talvez esses fiquem para o Festival de Veneza .

 

 

 

 

  
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A seleção é interessante, novamente com nomes conhecidos do festival, campeões da Palm D'or (Coen, Tarantino, Van Sant) e um começo que promete ser brilhante: Wong Kar-Wai que se fizer um filme ruim, será o primeiro, e a estréia de Norah Jones. E no elenco, Natalie Portman...ai ai

E vai ter Soderbergh e Michael Moore fora de competição.

 

E outro detalhe importante: Kim Ki Duk! FODA!
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Além dos nomes mais conhecidos (Kar Wai! Van Sant! Kusturica!), tem uns diretores na seleção que já gozam de um certo prestígio no cenário internacional, como Catherine Breillat (Para Minha Irmã, o polêmico Romance), Julian Schnabel (Basquiat, que eu gosto bastante) e os muito cultuados James Gray (Fuga para Odessa) e Alexander Sokurov (Mãe e Filho).

 

E tem o Bela Tarr e o Carlos Reygadas, de quem eu também nunca vi nada.

 

O festival promete muito.Só não gostei do Denys Arcand fechando a seleção, mas quem sabe ele faz um filme realmente bom dessa vez.Heh

 

Líder da Semana no BBBCeC
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Julian Schnabel (Basquiat' date=' que eu gosto bastante)[/quote']

 

Pensei que tivesse sido o único a assistir a esse filme. Não sei muito bem o que pensar, mas vai de bizarro a muito interessante com facilidade. Deve ser interessante.

 

E esse festival parece que vai bombar, Tarantino, Wong, Coen, Fincher!

 

E uma banca que eu não conheço, Van Sant, Kusturica (esse é pelo acesso).

 

PTA, Woody, Cronenberg e Haynes acho que ainda nem terminaram seus filmes pra estar por aí, então é esperar mais um pouco.
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E vai ter Soderbergh e Michael Moore fora de competição.

 

 

Na verdade , é o inglês Michael Winterbottom ( de A Caminho de Guantânamo) , com A Mighty Heart , adaptação do livro da viúva daquele jornalista americano assassinado pelo Talibã em 2002 .

 

O filme é protagonizado pela Angelina Jolie e produzido pelo Brad Pitt ...Fotógrafos e mais fotógrafos na Riviera Francesa estarão atrás do casal " Brangelina " . Só falta trazerem o clã Jolie-Pitt que parece saído de alguma antiga propaganda da Benneton , para delírio dos papparazzi ,heheh .
Fernando2007-04-26 11:48:53
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vai ter estréia comercial do Doze Homens e um Segredo.

 

tem o Wong Kar Wai no cartaz também; e acho que do lado dele tá a Penelope Cruz.

 

e os dois Michael tão fora de competição: o Moore e o Winterbottom.

 

alista ficou boa e tal, mas me parece menos empolgante do que a dos últimos anos. veremos...

 

 

e vale citar também que o curta-metragem nacional "Saba" está concorrendo no Cine Foundation.
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  • 2 weeks later...
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4 Months, 3 Weeks & 2 Days

 

Quatro%20estrelas%20e%20meia

 

NO HOTEL

Por Kleber Mendonça Filho

A seleção de Cannes está revelando-se uma apaixonada descobridora e divulgadora do novo cinema que vem da Romênia. Há dois anos, vimos na mostra Un Certain Regard (mesmo ano que selecionou Cinema Aspirinas e Urubus) um filme maravilhoso chamado A Morte do Senhor Lazarescu (Moartea Domnului Lazarescu), de Cristi Puiu, desde então para mim um dos filmes mais importantes desta década. Ano passado, a Un Certain Regard trouxe o bom Cum mi-am Petrecut Sfarsitul Lumii (Como Celebrei o Fim do Mundo), de Catalin Mitulescu, e a Quinzena dos Realizadores lançou o excelente Leste de Bucareste (A Fost Sau n-a Fost?), que está circulando já no Brasil em uma única cópia). Esse ano, os romenos foram promovidos para a mostra competitva com mais uma crônica impressionante sobre gente, e também, outra vez, sobre a Romênia e sua realidade social, num momento histórico (o fim do comunismo) que foi tema de três dos quarto filmes acima citados. O filme chama-se Quatro Meses, Três Semanas e Dois Dias, de Cristian Piu.

Os quatro filmes citados também parecem ter vindo de uma mesma raiz narrativa, com uma visão de mundo ao mesmo tempo respeitosa e generosa com o rosto humano e brutalmente honesta com os temas escolhidos. No caso de Quatro Meses, Três Semanas e Dois Dias, o resultado torna-se especialmente desconfortável por lidar com o tema aborto.

Na Romênia do final dos anos 80, somos apresentados a duas amigas Otilia (Anamaria Maninca) e Gabita (Laura Vasiliu), e, aos poucos, entendemos que a última irá fazer um aborto. Atividade ilegal e cercada dos tabús humanos e sociais, a necessidade de Gabita ir em frente a levará a uma série de pequenas tensões que Piu vai construindo sabiamente com o ritmo da verdade. E

le também revela aos poucos a importância da amiga, que, de fato, torna-se o eixo moral e humano do filme, e ica aqui o nosso voto e esperança que o júri de Stephen Frears considere Maninca para uma Palma de Melhor Atriz. Ela é incrível, cada cena suplantando a anterior, em especial num dos longos planos sequência onde ela redefine a idéia de "minha cabeça está em outro lugar", durante um jantar.

Trancadas num quarto de hotel e a mercê de um médico, as duas amigas terão que lidar com uma escalada perturbadora de eventos que mexem com toda um a gama de temas difíceis, aqui enfrentados pelo filme, diretor e atores com talento enervante.

Quatro Meses, Três Semanas e Dois Dias pertence a uma série de filmes - "Histórias da era de ouro" - que aborda a era comunista na Romênia sem abordar diretamente (ou comentar nominalmente) o período. Notável que na abertura acompanhamos o acesso a bens de consumo do Mercado capitalista internacional (Nescafé, TicTac, Marlboro, Kent, Aspirina), todos disponíveis via mercado negro, e uma ironia considerando que o aborto, ao redor do qual o filme passará a existir, também é ilegal e obtido secretamente.

Olhando o filme, mesmo durante a projeção, ficou a sensação de que esse cinema do leste europeu tem essa certa facilidade recorrente de se debruçar sobre eventos mundanos de repercussões profundas no ser humano, e cada um destes eventos são abordados com uma fidelidade que une não apenas crueza, mas especialmente tempo de vida. Tem-se a sensação de que tudo o que o grande cinema considera supérfluo, entra aqui com enorme interesse, curiosidade e pesar. Minha primeira descoberta do festival.

Filme visto na Debussy, Cannes, 16 maio 2007

Fernando2007-05-17 10:56:06
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Bem, a crítica presente em Cannes não "adotou" My Blueberry Nights como eu pensava que fosse.

 

Pra mim, isso não muda nada. Só de pensar que ano passado eles ovacionaram Babel e ainda premiaram, imo, equivocadamente Iñarritu como melhor diretor e vaiaram Marie Antoinette, um filme muito melhor que aquele.

 

Sinceramente, eu até gosto de ver essa reação da crítica. Na maioria dos casos, filmes assim, que são ignorados pela crítica, eu geralmente gosto muito, enquanto que outros adotados pela mesma crítica, não me agradam.
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Zodiac

Três%20estrelas%20e%20meia

Por Kleber Mendonça Filho

Passou ontem também na competição Zodiac, do Americano David Fincher, diretor que ganhou enorme projeção com Clube da Luta. Zodiac talvez configure-se seu melhor filme, pelo menos é o mais maduro de um cineasta que sempre foi hábil, mas que parecia mais interessado em malabarismos da sua imagem. Extremamente Americano no corte e na identidade cultural, o filme parece uma variação do gênero serial killer, mas, na verdade revela-se uma análise sobre informação e obsessão tendo como base assassinatos reais que chocaram o norte da Califórnia no final dos anos 60 e inicio dos 70.

Os crimes nunca foram solucionados, o que desestabilizou alguns dos envolvidos com o caso, tanto na imprensa como na polícia. Dois deles são os jornalistas interpretados por Jake Gyllenhaal e Robert Downey Jr. Com fantástico trabalho técnico, que viabiliza reconstituição de época como pouca coisa vista no já tão profissional cinema dos EUA (Fincher cresceu na região, na época retratada, para terem uma idéia).


Filme visto na Debussy, Cannes, 16 maio 2007
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A Via Láctea

 

Duas%20estrelas%20e%20meia
 

Por Kleber Mendonça Filho

Um dos dois longas brasileiros em Cannes esse ano (o outro é Mutum, de Sandra Kogut, na Quinzena dos Realizadores) estreou na quinta-feira como parte da seleção da Semana Internacional da Crítica. A Via Láctea, filme de Lina Chamie, teve sessão prestigiada pela diretora e atores Marco Ricca e Fernando Alves Pinto. O filme revela-se autoral, de pequeno porte e feito na guerrilha em formatos diferentes de imagem, de 16mm e 35mm, mas principalmente em digital com a câmera preferida (operada pela fotógrafa paulista Kátia Coelho) de quem faz cinema independente hoje, a Panasonic 24 quadros DVX100.

Vendo o filme de Chamie na sala do Miramar veio a certeza de que Cannes ignorou filmes bem maiores, e que certamente terão lançamentos abertos que A Via Láctea certamente não terá nos cinemas do Brasil. Chamie, que fez há cinco anos o longa Tônica Dominante, nos informou, inclusive, que o filme ainda está sem distribuidor definido no Brasil. "O filme está nascendo agora, Cannes veio primeiro, vamos ainda ver o que vai acontecer".

Ricca, que produziu e convidou Beto Brant para fazer seu filme anterior, Um Crime Delicado, também de certa forma apadrinha A Via Láctea. Seu nome abre o filme ao lado de patrocinadores, mas ele explica que, desta vez, o acordo foi diferente. "No Crime Delicado, eu comprei os direitos do livro e convidei Beto para trabalhar, aqui eu me associei a Lina para fazer este, que é um projeto dela".

A Via Láctea vem numa sequência de dois outros filmes exibidos no Cine PE, mês passado, que têm a cidade de São Paulo como personagem importante, Os 12 Trabalhos, de Ricardo Elias, e Não Por Acaso, de Philippe Barcinski. No filme de Chamie, uma obra aberta e não linear na sua narrativa, acompanhamos um casal que chegou a impasse afetivo (Ricca e Alice Braga, de Cidade Baixa), e, num achado deste filme, esse casal irá encontrar na cidade e na sua paisagem um reflexo dos estados emocionais deles mesmos.

Chamie utiliza a cidade e seu caos, mas também ângulos que trazem algum tipo de harmonia para os dois, e acrescenta inúmeras interferêcias poético-artísticas (teatro, literature e, especialmente, música) para montar uma embalagem apaixonada, mas que, frequentemente, ameaça transformar o filme num protótipo de "filme de arte" infernal, ensandecido com suas idéias românticas e que flertam claramente com a tragédia. O feito negativo não perdura pela força de um romantismo frequentemente inspirado pelas letras de Drummond. Também ajuda o fato de Chamie ter feito um filme que cheira a honestidade.

"Na minha opinião, esse é um filme incomum e impressionista, feito com uma matemática narrativa própria de Lina, isso num mundo cinematográfico que vem sempre pronto com receitas muito claras". Sobre o aspecto guerrilha de A Via Láctea, Ricca disse que muita coisa foi feita à noite em São Paulo, e muitas vezes sem luz para filmar. Foi uma filmagem sem apoios logísticos, eu mesmo dirigia nas cenas e, atuando, me preocupava para não bater em ninguém. No mais; é ator brasileiro trabalhando, na mesma época, fazia uma peça, novel e esse filme".

Para Chamie, a cidade de São Paulo está num corpo a corpo com os personagens, e a cidade cria um impasse entre os personagens. Vejo minha relação com São Paulo como um avesso de tudo. Isso foi registrado de maneira documental pelo filme, os engarrafamentos eram os engarrafamentos da cidade, e nós roubamos cenas da cidade".

Chamie vê seu filme como uma tentativa de contar uma história de amor vertiginosa, e define sua participação em Cannes como importante. "O filme está muito bem na Semana da Crítica, estou muito feliz de tê-lo aqui, é uma seleção que olha para o filme com carinho, embora eu talvez seja a última pessoa capaz de falar sobre a sessão. Acho que o filme é desconcertante, isso até foi definido no catálogo da Semana da Crítica, "um filme diferente de qualquer outro que desconcerta e entusiasma". Afinal, creio que é um filme de extremos.


Links:

Tônica Dominante
Um Crime Delicado
Os 12 Trabalhos
Nao por Acaso
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18/05/2007 - 13h37

 
Filme trágico sobre Joy Division é exibido em Cannes

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Por Mike Collett-White e Mirja Spernal

CANNES (Reuters) - A vida tragicamente curta de Ian Curtis, vocalista da banda britânica Joy Division, é o tema de um filme que reabriu feridas antigas dos membros sobreviventes do grupo. O trabalho foi exibido na noite de quinta-feira no Festival de Cinema de Cannes.

A banda dos anos 1970 criou trabalhos que ficaram famosos, como "Love Will Tear Us Apart" e "Transmission", mas seu sucesso foi interrompido pelo suicídio de Ian Curtis, aos 23 anos de idade, exatamente 27 anos atrás nesta sexta, no momento em que a banda estava prestes a partir em turnê pelos EUA.

Anton Corbijn, que fotografou o Joy Division em 1979, dirigiu "Control", um filme de duas horas em preto e branco sobre o problemático vocalista. O filme provocou emoções fortes em Cannes, apesar de estar sendo exibido fora da competição.

O papel de Curtis é representado pelo ator desconhecido Sam Riley, que guarda uma semelhança estranha com o cantor, dentro e fora do palco. Samantha Morton faz a mulher de Curtis, Debbie, em cujo livro o roteiro se baseou.

"Tive a sorte de ter a mesma altura que ele e uma semelhança passageira com ele, além de ser cantor, então acho que tudo isso tornou a decisão mais fácil para Anton, embora ainda fosse arriscada", disse Riley à Reuters em entrevista na sexta-feira.

"Tive uma agente para meus trabalhos de ator quando era adolescente, mas perdi contato com ela. Eu estava trabalhando num emprego muito humilde em Leeds e estava cansado disso", disse, explicando como conseguiu o papel.

"Então liguei para ela, depois de cinco anos, e falei: 'Lembra de mim?', e esse foi o primeiro teste para o qual me mandaram."

Indagado se já foi comparado a Ian Curtis no passado, respondeu: "As pessoas costumavam dizer que eu era parecido com (o cantor) Pete Doherty, o que não é exatamente um elogio, certo? Um viciado em heroína? Mas tudo bem."

CHOQUE E RAIVA

Em seus últimos anos de vida, Ian Curtis sofria de epilepsia e era incapaz de conjugar sua vida doméstica, como marido e pai, com sua carreira de roqueiro.

Para o baterista Stephen Morris, assistir à história da banda foi uma experiência perturbadora.

"Assistir ao filme ontem pela segunda vez, mas entre um monte de pessoas, foi como ver minha juventude despida diante de um público, como ser dissecado", disse ele.

Indagado sobre como reagiu ao fato da sessão da noite de quinta-feira acontecer na véspera do aniversário da morte de Curtis, Morris disse: "Isso me dá arrepios".

Morris, que acabou tocando com o New Order, banda sucessora do Joy Divison, contou como se sentiu quando soube que Curtis se enforcara. "Acho que foi um choque, mas o que eu percebi foi muita raiva -- raiva por ele ter sido tão estúpido".

"Quando uma pessoa comete suicídio, o problema é que isso deixa um monte de perguntas sem resposta para as pessoas que sobram -- e as fere muito mais."

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18/05/2007 - 15h41

 
Sombrio filme romeno empolga críticos de Cannes

reuters.gif 

Por Mike Collett-White e Bob Tourtellotte

CANNES (Reuters) - Um filme romeno ambientado perto do final da ditadura de Nicolae Ceausescu vem fazendo sucesso nesta fase inicial do Festival de Cinema de Cannes, tanto que os críticos já o descrevem como favorito, apesar de a competição ter começado há apenas três dias.

A história de "4 Meses, 3 Semanas e Dois Dias", de Cristian Mungiu, acontece em um único dia e trata de Gabita, que faz um aborto ilegal, e das provações pelas quais passa sua amiga e cúmplice Otilia.

O filme mostra não apenas a infelicidade e pobreza pessoal dos personagens, mas também a dureza sombria da vida no país.

"4 Meses..." é um dos 22 filmes da competição principal e, para os críticos, será difícil de derrotar, embora a opinião dos críticos raramente corresponda à dos jurados quando se trata da entrega da cobiçada Palma de Ouro, que terá lugar em 27 de maio.

O crítico Jay Weissberg, da revista especializada "Hollywood Variety", elogiou todas as atuações principais, a direção de Mungiu e a fotografia do filme, dizendo que "4 Meses..." é "uma realização espantosa".

"As cores são todas em tons de cimento, captando a feiúra esmagadora da vida no bloco europeu oriental", escreveu.

Outra publicação especializada, a "Screen International", conferiu a "4 Meses..." sua avaliação máxima, quatro estrelas, e disse que o filme tem "chances acima da média de ser premiado pelo júri deste ano".

Numa sondagem não oficial feita com os críticos de cinema presentes em Cannes, "4 Meses..." recebeu a média de mais de três estrelas, o que o coloca à frente de "My Blueberry Nights", que abriu o festival, e do drama "Zodíaco", sobre um serial killer.

"My Blueberry Nights" tem no elenco a cantora Norah Jones, Jude Law, Rachel Weisz e Natalie Portman. O "road movie" sobre amor perdido e encontrado decepcionou a maioria dos jornalistas, que esperavam grandes coisas do diretor chinês Wong Kar Wai, de "Amor à Flor da Pele".

Fernando2007-05-18 20:55:22
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60º Festival de Cannes

Diretor vê "descontrole" de Ian Curtis

"Control", que mostra trajetória conturbada do líder do Joy Division, é exibido no Festival de Cannes com status de "cult"

Em entrevista, cineasta afirma que não quis fazer um musical, mas sim um longa sobre os anos 70, por isso a opção pelo P&B


SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A CANNES

Uma hora antes da sessão, a fila à porta do cinema era gigantesca -e imóvel. O ansioso público aguardava a estréia de "Control" (controle), que abriu, anteontem, em Cannes, a 46ª Quinzena dos Realizadores.
Embora sua primeira exibição ainda estivesse por acontecer, "Control" já chegou a Cannes com o rótulo de "cult".
É ambientado na Inglaterra dos anos 70. Foi filmado em preto-e-branco. Marca a estréia como diretor de cinema do holandês Anton Corbijn, fotógrafo da cena roqueira e autor de videoclipes de bandas como U2 e Depeche Mode.
Mas, sobretudo, "Control" aborda a vida -e a morte, por suicídio, aos 23 anos- de Ian Curtis (1956-1980), vocalista do Joy Division, a partir do livro de memórias de sua viúva (Debbie Curtis), com o acréscimo da personagem de sua amante, Annik Honoré.
As palmas ao final da sessão -e a aprovação da crítica- deixaram claro que "Control" soube confirmar suas credenciais em efetiva qualidade.

Olhar sobre os anos 70
Corbijn contou em Cannes que não quis fazer um musical, mas sim o seu filme sobre os 70 -o que o levou à opção pelo preto-e-branco, dominante na memória das fotografias e dos programas de TV da época.
O diretor tampouco quis escalar um rosto conhecido para o papel de Curtis e fez uma acertada escolha pelo dublê de ator e músico inglês Sam Riley, em seu primeiro papel no cinema como protagonista.
"Riley se integrou ao personagem, a ponto de nos fazer esquecer que estamos vendo uma biografia reconstituída", observa a crítica do diário francês "Le Monde".

Drama
Ao abdicar do gênero musical (sem, no entanto, deixar de fora as músicas do Joy Division e as de seus ídolos, como David Bowie e Lou Reed), "Control" terminou sendo um drama com fundo romântico.
O filme acompanha Curtis desde a adolescência, tratando de seu vínculo com a literatura e a música; do romance com Debbie (com quem se casou aos 18); do início do Warsaw, futuro Joy Division; do nascimento da filha (Natalie); do surgimento da epilepsia e da paixão pela jornalista Annik Honoré.
Da tensão entre os três últimos fatores -as exigências da vida em família, o crescente sucesso do Joy Division e o conflito moral e emocional implicado na relação com a amante-, brota na tela um Curtis torturado pela angústia e com a sensação de haver perdido o controle da própria vida.
Sem sonegar o sofrimento de seu personagem, Corbijn filma com elegância e discrição o gesto final, cometido na véspera do embarque do Joy Division para a sua primeira turnê nos Estados Unidos .
Para "Control", a revista norte-americana "Variety", tomada como termômetro do mercado de cinema, previu "uma exitoso giro mundial".

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Control ( Cannes 2007)

 

 

A Quinzena dos Realizadores teve sua abertura na
noite de quinta-feira em sessão super-ultra concorrida,
deixando cerca de 500 pessoas do lado de fora, que tiveram
que esperar a seguinte. O filme de abertura é o desde já
cult 2007 Control (Inglaterra), primeiro filme do peso
pesado da fotografia pop (capas de disco, diretor de
videoclipes) Anton Corbjin, colaborador, há três décadas, de
bandas como Depeche Mode, New Order, U2 e o próprio Joy
Division.

O lead singer do Joy Division, Ian Curtis, que matou-se em
1980 aos 23 anos, entrou para a história melancólica da
música pop. Control, de fato, é um relato correto e
objetivo, num adequado e previsível preto e branco, sobre o
jovem Curtis, poeta triste que deu cara especial ao pop inglês.

Curtis e o Joy Division já haviam sido dramatizados no super
bacana A Festa Nunca Termina (24 Hour Party People), filme
de Michael Winterbottom que passou na competição de Cannes
2002, sobre a cena musical de Manchester nos anos 70, 80 e
90. Desta vez o foco é estritamente em Curtis, sua
capacidade de escrever poemas sobre o que sentia, sua
alegria inicial com o relativo sucesso da banda e seu
casamento precoce com Debbie (Samantha Morton, outra vez
excelente), que foi sua namorada ainda na escola.

O filme lista os mesmos problemas de sempre dos que lidam
com a fama, em especial o momento que vê o fim da diversão e
o início da obrigação, em especial pelos fãs que exigem
presença e o culto àquela personalidade, aspectos
recorrentes nesse tipo de bio-filme sobre artistas (Pink
Floyd The Wall, etc). A fôrma é tão parecida que Control,
todo pop-sorumbático-britânico, lembra perfeitamente La Vie en Rose, o épico franco-barrôco sobre Edith Piaf que abriu
Berlim esse ano. Especialmente semelhante nos dois é a
suspeita do espectador de que a música hino dos referidos
artistas irá tocar no momento chave de sua vida e do filme.
De fato, Atmosphere, do Joy Diision, toca exatamente onde
você, fã e conhecedor do Joy Division imagina que ela irá tocar.

O filme, que investiga sem medo a confusão amorosa de Curtis
ao apaixonar-se por Annik, uma garota belga, na época em que
Debbie teve a única filha do casal, Nathalie, foi produzido
pela própria Debbie Curtis, e o roteiro adaptado do livro
que ela mesma escreveu sobre Ian. A atmosfera da Inglaterra
nos anos 70 e 1980 é perfeita, num filme afetivo e verdadeiro.

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